por Donovan A dor me atingia com uma intensidade cruel enquanto eu lutava para sair do hospital. O corpo imobilizado pelo colete cervical e o braço fraturado eram apenas um reflexo das cicatrizes mais profundas que eu carregava no coração. Mas nada, absolutamente nada, poderia me impedir de ir atrás de Milena. Eu precisava vê-la, precisava que ela soubesse o que sentia. Cada passo era uma tortura, mas era uma tortura que eu estava disposto a enfrentar.Pedi para Steve passar a dirigir para mim por algum tempo, como eu não tinha ideia do que estava lidando, nada melhor do que meu chefe de segurança para cuidar da minha segurança e locomoção.— Chegamos senhor Donovan - me avisou Steve. Finalmente, cheguei ao prédio onde Milena estava morando. Meus pensamentos estavam uma confusão total, mas uma coisa estava clara: eu precisava dela, precisava dela ao meu lado, precisava dela para viver. Steve me ajudou a chegar até o apartamento dela. Milena não sabe, mas assim que se mudou par
pela autora Milena se encontrava em um espaço sombrio e nebuloso, onde o ambiente parecia distorcido, como um espelho quebrado refletindo seus medos mais profundos. O lugar era uma mistura de sombras e névoa, onde as formas não tinham contornos definidos, mas o sentimento de opressão era palpável. O som de seus próprios passos ecoava de maneira inquietante, e ela estava sozinha, ou assim parecia.De repente, uma figura familiar emergiu da névoa. Era Débora. Seu semblante carregava um sorriso de triunfo, um sorriso que parecia irradiar um brilho maligno e cruel. Ela estava lá, imponente e confiante, e a visão dela fez o coração de Milena disparar. Ela estava atônita, mas não havia como fugir do confronto.— Olá, Milena - Débora disse, com um tom de voz que transbordava satisfação perversa. — Vejo que você ainda não conseguiu escapar da minha influência, mesmo depois da minha partida.Milena sentiu um gelo na espinha. A visão de Débora era como um soco no estômago, e cada palav
Lucian mal conseguia manter os olhos abertos. O cansaço havia se acumulado em seus ombros como um peso insuportável, e cada passo em direção à casa de seus pais era um esforço monumental. Após dias intensos de tratamento e reabilitação, ele estava ansioso para ter um momento de tranquilidade. A ideia de passar a noite na casa dos pais parecia um alívio, um espaço onde ele poderia encontrar algum descanso longe da pressão constante. Os dias de fisioterapia estavam sendo intensos e o levando a loucura. Mas como seu médico disse inúmeras vezes, isso era necessário para garantir que ele se curasse cem por cento. Ao entrar na casa, o ambiente estava diferente do que ele esperava. A casa dos pais estava envolta em uma aura especial, com uma iluminação suave e um toque de elegância inesperado. A suavidade das velas e as flores frescas que decoravam a mesa de jantar criavam uma atmosfera romântica que Lucian não conseguia entender. A sensação de surpresa o atingiu instant
por Milena O grande dia finalmente chegou, e eu me sentia envolta por uma onda de emoções intensas e misturadas. Cada detalhe do nosso casamento foi pensado com tanto carinho que parecia um sonho prestes a se concretizar. O sol brilhava radiante no céu azul, enquanto a brisa leve balançava as flores brancas e rosas que decoravam a tenda montada para a cerimônia. O aroma de jasmim e rosas misturava-se no ar, criando uma atmosfera mágica que me envolvia. O momento mais significativo para mim foi quando entrei na tenda. Ao invés de um buquê de noiva, eu carregava nosso filho, Lohan, em meus braços. Seus pequenos olhos brilhavam curiosos, e seu sorriso, inocente e encantador, era a essência da nossa alegria. Vestida em um vestido de noiva de chiffon delicado e rendado, eu sentia o peso das tradições se desvanecer, substituído pela pura felicidade de ter Lohan ao meu lado. Cada passo que dava era acompanhado pelo suave toque da música instrumental que preenchia o espaço, en
Por Milena Nossa, estou voltando bem tarde para casa. Levei mais tempo do que queria na biblioteca. Infeliz ideia de vir caminhando, agora o campus está deserto. Apenas os poucos seguranças e nada mais. A luz dos postes de iluminação se apagam bem na hora que estou passando. – Mais essa agora! – murmuro para mim mesma, tentando ignorar a sensação de inquietação que cresce dentro de mim. Mas continuo mesmo assim, pois preciso chegar em casa logo. Estou tão cansada! E de repente um carro surge do nada… E freia em cima de mim! Acabo com o susto caindo no chão. Que droga! Meu Deus… Estou parecendo um purê mole esparramado pelo prato, sentada neste chão. O coração b**e descontrolado no peito enquanto tento recuperar o fôlego. O motorista desce do carro às pressas, seus passos rápidos na direção onde estou caída. Mas espera! Eu não acredito! Ele abaixa e olha a lataria do carro. Não é possível uma coisa dessa! Estou estabacada no chão, e o homem está olhando seu carro!
Por Milena Alguns dias depois – Letícia, olha só onde você nos meteu. – Relaxa, Milena, sair um pouco da rotina faz bem. Além disso, logo estaremos ocupadas com as aulas que começam na próxima semana. – Nem me lembre. Não sei por que inventei de fazer essa especialização. – Porque você não quer ser apenas mais uma entre tantas outras. E com isso, deixei Letícia me convencer a vir para uma festa de uns amigos dos pais dela. Algo bem formal, mas com pessoas de todas as idades. Letícia e eu nos conhecemos desde o ensino fundamental. Nos tornamos amigas desde o nosso primeiro "oi" e aqui estamos nós. Procuramos estar o mais próximas possível. Letícia é filha única e eu, bem, passei minha vida em um orfanato. Quando a família da Letícia descobriu que eu morava em um abrigo, eles fizeram questão de me deixar o mais à vontade possível. Com isso, eu passava mais tempo com eles do que no orfanato. Eles até consideraram me adotar, mas parece que havia um documento que não pe
Por Milena Fico espantada e percebo que ele já viu meu olhar, porque sorri, enquanto sacode a cabeça. – Desculpe… seu comentário me pegou... me pegou de surpresa! Além de ser pega babando por ele, agora tropeço nas palavras. Nossa, estou parecendo uma estúpida. Mas ele percebe minha falta de jeito e sai falando: – Eu que devo me desculpar, você estava distraída. – Não por isso, as pessoas me fascinam. É sempre bem-vindo quando algo tão inocente surge e ao mesmo tempo tão rico em seus detalhes. – Interessante, pois compartilho do seu pensamento, em um mundo onde tudo acontece rápido demais, os pequenos detalhes ainda me chamam mais atenção… a propósito, você não me disse seu nome. E me olha de forma curiosa. Mas o estranho é que está voz… este tom de voz, me é familiar, mas esquisito, olho para ele e não me lembro de ter visto ele. Será que ele esteve no armarinho?!? Acho improvável, um rosto desse, eu não iria me esquecer fácil. E por fim, não irei me prender a querer
Por Milena Gente, está parecendo natal fora de época. Aquele presente inesperado, mas sempre desejado. Pois é, ali… na minha frente! Minha massa cinzenta, onde você foi parar? Ele me pega olhando para ele e sorri, mas não diz nada. Parece já estar acostumado a ser devorado assim. – Fique à vontade. Ali é o lavabo, mas se quiser, aquela porta dá para o meu quarto. Vou pedir algumas coisas para trazerem para nós, como eu disse: a noite é uma criança! Seu olhar me devora, cheio de promessas e algo mais. Mas não me deixo intimidar, é aquela coisa: se está na chuva, é para se molhar. – Certo, vou aceitar. E dizendo isso, caminho até o lavabo. Não me sinto muito à vontade indo até seu quarto, melhor ir devagar com o gostosão. Aproveito para fazer a toalete, dar uma retocada na maquiagem, nada exagerado. E quando termino, saio do lavabo. Ele está na pequena cozinha, preparando algo. Vou até a porta balcão que dá para a varanda. Estamos em um dos últimos andares do hotel.