por MilenaAcordei naquela manhã com uma sensação de inquietação. A lembrança de Débora e Lucian juntos ainda me assombrava, mas eu sabia que não podia deixar essa dor me consumir. Eu precisava ser forte, especialmente agora, com um bebê a caminho.Fui até a cozinha e preparei um café, tentando me concentrar nas pequenas tarefas do dia. Enquanto tomava um gole, ouvi um som vindo do corredor. Era Débora, murmurando algo para si mesma, como se estivesse tramando algo.Aproximei-me silenciosamente e pude ouvir algumas palavras.— Que ele pensa que é, afinal? Eu sou uma mulher única e incrível e ele quer mais o quê? — a voz dela estava cheia de veneno e frustração. — Preciso agir rápido ou perderei Lucian de vez.Meu coração disparou. Eu sabia que ela estava planejando alguma coisa, e isso me deixava ainda mais determinada a proteger o que restava do meu casamento de fachada. À tarde, a casa estava quieta demais. Decidi sair para uma caminhada, tentar clarear a mente. Quando volt
por MilenaMais tarde, ouvi um tumulto na entrada da casa. Corri para ver o que estava acontecendo e encontrei Jonas sendo levado por seguranças, o envelope ainda em sua mão. Lucian estava lá, seu rosto uma máscara de confusão e raiva.— O que está acontecendo aqui? - ele perguntou, sua voz firme.Minha amiga e eu nos entreolhamos antes que eu pudesse fazer qualquer coisa.Hora da verdade!— Lucian, Débora está tramando algo contra nós. Eu ouvi ela planejando com Jonas, o piscineiro da casa. Precisamos descobrir o que há nesse envelope - disse sem perder tempo. Já estava cansada dessas maldades da Débora. Lucian pegou o envelope e o abriu. O conteúdo o fez empalidecer. Eram fotos forjadas de mim com outro homem, claramente uma tentativa de incriminar-me.— Débora, o que é isso? — Lucian perguntou, sua voz inquisidora. Débora entrou na sala, tentando manter a compostura, mas era evidente que estava abalada.— Lucian, eu... eu não sei do que você está falando. Isso é ridículo — ten
por Donovan Eu estava mergulhado em contratos e relatórios, tentando manter minha mente ocupada para não pensar em todo o caos que minha vida pessoal havia se tornado. O telefone tocou, interrompendo meus pensamentos. Olhei para o número e reconheci imediatamente. Era ele, o homem que sempre soube entrar na minha vida nos momentos mais cruciais.— Pai - atendi, tentando esconder qualquer resquício de cansaço na minha voz.— Lucian, meu filho! Como está? - A voz do meu pai, forte e imponente como sempre, ecoou no silêncio do meu escritório. Havia nele uma mistura de orgulho e expectativa, um peso que eu conhecia bem.— Estou bem, pai. E você? - Respondi, já sabendo que essa ligação não era apenas para perguntar sobre minha saúde.— Ah, estou melhor do que nunca! - Ele disse com um entusiasmo que só alguém como ele poderia manter com tanta naturalidade. — Tenho ouvido coisas maravilhosas sobre os novos hotéis. Você está fazendo um trabalho impecável, Lucian. A rede Donovan nunca es
por LucianOs últimos dias foram um borrão de trabalho e exaustão. Deliberadamente, me afundei nas minhas tarefas, buscando refúgio na rotina extenuante do escritório. Chegava em casa tarde, muitas vezes após Milena já ter ido dormir, e partia antes do amanhecer, mal tendo tempo de me despedir. O silêncio que encontrava em nossa casa era um alívio bem-vindo, mas também um lembrete doloroso da distância que se formava entre nós.Débora, com sua presença perturbadora, sempre fora uma sombra constante em nossas vidas. Nos últimos tempos, parecia que ela havia desistido de sua cruzada para estar ao meu lado, mas isso apenas aumentava minha desconfiança. Era difícil entender se sua aparente trégua era genuína ou apenas uma tática dissimulada para me fazer baixar a guarda.No escritório, eu conseguia manter minha mente ocupada, afastando os pensamentos incômodos que insistiam em surgir. A avalanche de relatórios, reuniões e prazos me oferecia uma espécie de anestesia temporária.A rot
por Milena Eu estava no escritório, tentando focar em alguns documentos à minha frente, na tentativa de ocupar a cabeça, mas a concentração escapava como areia entre os dedos.Decidi então organizar os livros que estava lendo, na esperança de que a tarefa meticulosa me ajudasse a encontrar algum senso de controle. Porém, no instante em que meu dedo roçou a capa de um dos volumes, o telefone tocou, fazendo meu coração disparar. Débora.A mulher que, desde que me casei com Lucian, parecia sempre encontrar uma maneira de infiltrar-se em nossas vidas, como uma sombra que não conseguíamos sacudir.Atendi com a mão trêmula, tentando inutilmente manter minha voz firme.— Débora? — consegui dizer, minha voz traiçoeiramente carregada de apreensão.— Boa tarde, Milena. Espero não estar interrompendo nada importante - a voz dela soou melosa, carregada daquela falsa cortesia que sempre me fazia sentir como se estivesse sendo envolvida por uma serpente.— O que você quer? — repliquei diretament
por Milena Os homens se moveram com uma precisão assustadora, cercando-me de todos os lados. O pânico, que até então eu havia conseguido manter à distância, tomou conta de mim como uma onda avassaladora. A cafeteria, que era apenas um lugar comum, transformou-se em um cenário de pesadelo. Minhas mãos começaram a tremer, e um frio congelante se espalhou pelo meu corpo, paralisando-me. Enquanto os dois se aproximavam, qualquer esperança de fuga se desvanecia, deixando-me sem saída. A última imagem que vi antes de ser arrancada da cadeira foi o sorriso cruel de Débora, seus olhos brilhando com uma satisfação diabólica por ter finalmente orquestrado minha ruína.Eu fui arrastada para fora da cafeteria, lutando contra os braços que me seguravam, mas meus esforços foram inúteis. Eles me empurraram para dentro de um carro preto que estava estacionado na calçada. O couro frio do banco pressionou contra minha pele, e eu sabia que não havia mais como escapar. Minhas tentativas desesper
por Donovan A noite estava densa, carregada com um silêncio opressivo que só amplificava o som do meu coração martelando no peito. Eu estava sentado em meu escritório, o lugar onde normalmente encontrava refúgio e clareza, mas agora, era apenas mais um cenário para o caos que se desenrolava na minha mente. As horas haviam passado como um borrão, cada minuto mais longo e torturante que o anterior, desde que recebi aquela ligação perturbadora do motorista de Milena.Eu não conseguia processar o que estava acontecendo. Milena, desaparecida. Como poderia ser? Ela saiu de casa, como em qualquer outro dia, e agora estava em algum lugar desconhecido, fora do meu alcance. O pensamento de que ela estava em perigo me rasgava por dentro, como uma faca afiada cortando lentamente minha sanidade.Quando o motorista retornou à mansão, o rosto dele estava marcado pelo medo e pela culpa, mas ele não tinha respostas, apenas mais perguntas. Ele tentou explicar, mas as palavras dele eram desconex
Pela Autora A noite estava em silêncio, mas na mente de Débora, uma sinfonia de vitória tocava, regida por seus pensamentos mais sombrios. Ela estava no quarto, sozinha, com um sorriso que serpenteava lentamente por seus lábios, enquanto seus olhos brilhavam com um prazer doentio. Tudo estava indo exatamente como ela havia planejado. Milena estava fora de cena, vulnerável, exatamente onde Débora a queria. Ela se imaginava como a marionetista, puxando habilmente as cordas da situação, regozijando-se com cada movimento que Milena fazia em direção ao abismo que ela havia meticulosamente cavado. Sentou-se em uma poltrona perto da janela, onde podia ver a lua iluminando a noite, quase como um refletor que iluminava o palco de sua grande conquista.— É só uma questão de tempo... - murmurou para si mesma, saboreando cada palavra. — Milena vai sucumbir. Ela vai assinar aquele divórcio, e tudo isso... - Débora fez um gesto amplo com a mão, como se estivesse apresentando um espetáculo gr