por Donovan A noite estava densa, carregada com um silêncio opressivo que só amplificava o som do meu coração martelando no peito. Eu estava sentado em meu escritório, o lugar onde normalmente encontrava refúgio e clareza, mas agora, era apenas mais um cenário para o caos que se desenrolava na minha mente. As horas haviam passado como um borrão, cada minuto mais longo e torturante que o anterior, desde que recebi aquela ligação perturbadora do motorista de Milena.Eu não conseguia processar o que estava acontecendo. Milena, desaparecida. Como poderia ser? Ela saiu de casa, como em qualquer outro dia, e agora estava em algum lugar desconhecido, fora do meu alcance. O pensamento de que ela estava em perigo me rasgava por dentro, como uma faca afiada cortando lentamente minha sanidade.Quando o motorista retornou à mansão, o rosto dele estava marcado pelo medo e pela culpa, mas ele não tinha respostas, apenas mais perguntas. Ele tentou explicar, mas as palavras dele eram desconex
Pela Autora A noite estava em silêncio, mas na mente de Débora, uma sinfonia de vitória tocava, regida por seus pensamentos mais sombrios. Ela estava no quarto, sozinha, com um sorriso que serpenteava lentamente por seus lábios, enquanto seus olhos brilhavam com um prazer doentio. Tudo estava indo exatamente como ela havia planejado. Milena estava fora de cena, vulnerável, exatamente onde Débora a queria. Ela se imaginava como a marionetista, puxando habilmente as cordas da situação, regozijando-se com cada movimento que Milena fazia em direção ao abismo que ela havia meticulosamente cavado. Sentou-se em uma poltrona perto da janela, onde podia ver a lua iluminando a noite, quase como um refletor que iluminava o palco de sua grande conquista.— É só uma questão de tempo... - murmurou para si mesma, saboreando cada palavra. — Milena vai sucumbir. Ela vai assinar aquele divórcio, e tudo isso... - Débora fez um gesto amplo com a mão, como se estivesse apresentando um espetáculo gr
pela autora A escuridão da noite invadiu a mansão Donovan como um presságio, e Lucian sentia cada segundo se arrastar com o peso de uma eternidade. Ele estava no centro da sala, completamente perdido, enquanto o silêncio esmagador parecia amplificar a ausência de Milena. Seu coração batia descompassado, cada batida uma lembrança dolorosa de que ela não estava ali, de que ele não sabia onde ela estava, e, pior ainda, que ele não tinha ideia de como trazê-la de volta.As palavras da equipe de segurança ecoavam em sua mente: "Ela foi vista se encontrando com uma mulher... depois foi levada por dois homens...". Mas depois disso, o vazio. A falta de respostas corroía sua alma, e cada detalhe incompleto daquela maldita informação era uma faca que cortava fundo, aumentando o abismo de desespero em que ele se afundava.Letícia, a melhor amiga de Milena, estava ao seu lado, mas mesmo sua presença não conseguia oferecer conforto. Ela estava ao telefone, falando com os pais, tentando mant
por Milena O frio do chão de concreto se infiltrava em minha pele, aumentando a sensação de desespero que já tomava conta de mim. Eu estava amarrada àquela cadeira há horas, os pulsos feridos pelas cordas apertadas que me prendiam. O pequeno feixe de luz que entrava pela janela alta do porão era minha única companhia, um lembrete irônico de que, lá fora, o mundo seguia normalmente enquanto eu estava presa nesse pesadelo.Meu coração batia descompassado, cada batida uma súplica silenciosa para que alguém, qualquer um, me encontrasse antes que fosse tarde demais. O que Débora poderia fazer comigo? A pergunta me atormentava, e a resposta que vinha à mente era ainda mais aterrorizante: qualquer coisa. Meus pensamentos voltavam àquela tarde na cafeteria, quando tudo desmoronou. Lembro-me do sorriso de Débora, aquele sorriso cruel que revelou sua verdadeira natureza. Eu deveria ter previsto que algo estava errado, que aceitar o convite dela era como colocar minha mão em um ninho de
por Letícia Eu estava sentada no sofá da mansão de Lucian, o telefone preso contra minha orelha enquanto minha mente tentava desesperadamente processar as informações que acabara de ouvir. A voz do meu pai ecoava do outro lado da linha, mas parecia distante, como se estivesse a milhas de distância, quase inaudível por trás do som do meu próprio coração batendo freneticamente no peito.— Letícia, filha, nós fizemos tudo o que podíamos. Nossos homens seguiram cada pista, cada fragmento de informação. Mas... - A hesitação na voz do meu pai me fez fechar os olhos, já sabendo o que ele iria dizer a seguir. — Não há mais rastro algum. A última vez que viram Milena foi naquela cafeteria. Depois disso... nada.Aquelas palavras caíram sobre mim como uma lâmina afiada, cortando qualquer esperança que eu ainda agarrava com todas as forças. Senti uma onda de pânico subir pela minha garganta, ameaçando me sufocar. As lágrimas que eu segurava começaram a escorrer, quentes, pela minha pele.—
pela autora A mansão Donovan, normalmente um refúgio de luxo e poder, estava tomada por uma atmosfera densa, carregada de medo e incerteza. O som dos passos apressados de Alexander e Beatrice ecoava pelos corredores silenciosos, marcando o ritmo acelerado de seus corações. Eles tinham vindo o mais rápido que puderam, movidos por uma preocupação que já não conseguiam disfarçar. Havia uma urgência em suas ações, uma tensão que fazia o ar parecer mais pesado a cada respiração.Ao atravessarem a porta da sala, seus olhos se fixaram na figura de Lucian, sentado no sofá, o rosto enterrado nas mãos. A imagem de seu filho, sempre tão forte e inabalável, agora curvado sob o peso de uma dor que ele parecia incapaz de suportar, foi como uma facada no coração de Beatrice. Ela trocou um olhar carregado com Alexander antes de se aproximar.— Lucian... - A voz de Beatrice saiu num sussurro suave, quase hesitante. Ela não sabia ao certo como começar, não sabia se as palavras que ela estava pre
por Donovan O peso da noite se infiltrava nas paredes do escritório enquanto eu encarava as luzes da cidade, tão distantes quanto minhas esperanças de encontrar Milena. Cada minuto que passava parecia corroer um pedaço da minha sanidade. O telefone repousava inerte sobre a mesa, como se zombasse do meu desespero, negando qualquer notícia, qualquer sinal de onde ela poderia estar. O chefe de segurança da minha empresa, Steve, entrou sem hesitação após minha convocação urgente. Seus olhos mostravam uma gravidade que, por um segundo, aumentou meu pavor. Eu não podia demonstrar fraqueza, não agora. Engoli em seco e fui direto ao ponto.— Não podemos perder tempo, Steve. Quero que você contate imediatamente todos os agentes federais que conhece, use todas as suas conexões. Não importa o custo. Precisamos encontrar a Milena e rápido. Entende? O tempo não está ao nosso favor!Minhas palavras saíam como lâminas afiadas, cortando o ar com um tom de urgência que eu nunca tinha usado ante
por Donovan Voltei a encarar a cidade, as luzes tremeluzentes nas janelas dos prédios vizinhos, as vidas comuns seguindo seu curso enquanto a minha desmoronava em silêncio. Lá fora, o mundo girava, alheio ao meu sofrimento, enquanto aqui dentro tudo estava parado, como se o tempo estivesse congelado no meu desespero.Fechei os olhos e, inevitavelmente, a imagem de Milena invadiu meus pensamentos. Vi o sorriso tímido que ela costumava me dar quando estava tentando ser forte, mesmo sabendo que estava assustada. Vi seu rosto reluzente quando estávamos em nosso último compromisso como casal. Eu tinha prometido protegê-la, mas agora… agora ela estava lá fora, sozinha, e talvez com medo.— Droga! – rosnei, sentindo a fúria se misturar à dor.Cada decisão que eu havia tomado, cada caminho que havia escolhido, tudo parecia se transformar em erros que culminaram nessa tragédia. Como eu pude deixar isso acontecer? Como permiti que ela caísse nesse pesadelo enquanto eu estava preso em reu