por Donovan Voltei a encarar a cidade, as luzes tremeluzentes nas janelas dos prédios vizinhos, as vidas comuns seguindo seu curso enquanto a minha desmoronava em silêncio. Lá fora, o mundo girava, alheio ao meu sofrimento, enquanto aqui dentro tudo estava parado, como se o tempo estivesse congelado no meu desespero.Fechei os olhos e, inevitavelmente, a imagem de Milena invadiu meus pensamentos. Vi o sorriso tímido que ela costumava me dar quando estava tentando ser forte, mesmo sabendo que estava assustada. Vi seu rosto reluzente quando estávamos em nosso último compromisso como casal. Eu tinha prometido protegê-la, mas agora… agora ela estava lá fora, sozinha, e talvez com medo.— Droga! – rosnei, sentindo a fúria se misturar à dor.Cada decisão que eu havia tomado, cada caminho que havia escolhido, tudo parecia se transformar em erros que culminaram nessa tragédia. Como eu pude deixar isso acontecer? Como permiti que ela caísse nesse pesadelo enquanto eu estava preso em reu
por Milena Eu estava no porão, sozinha e desesperada, tentando desesperadamente manter a calma, mas era inútil.O silêncio esmagador, a escuridão que parecia engolir tudo ao meu redor, só fazia meu medo crescer. Meus pensamentos se atropelavam, buscando uma saída, uma maneira de escapar desse pesadelo. Mas o que eu podia fazer? Eu estava presa, amarrada e sem esperança. As horas passavam devagar, cada minuto uma eternidade.De repente, ouvi passos pesados do lado de fora. Meu coração disparou, e o medo tomou conta de mim de uma forma que eu jamais havia sentido antes. A porta do porão se abriu lentamente, e eu me encolhi na cadeira, tentando fazer meu corpo desaparecer, me fundir com as sombras, mas era inútil.Um homem entrou. Ele era grande, corpulento, com olhos que brilhavam com uma crueldade insuportável. Sua presença era sufocante, e o cheiro de suor e cigarro emanava dele, tornando o ar ainda mais denso e irrespirável. Eu sabia que ele era o líder do bando que havia m
por Lucian Infelizmente as informações que recebemos eram falsas, não se tratava de nenhum sequestro naquele galpão, mas havia um grupo preparando entorpecentes para venda. Quando entrei e vi toda a parafernalha montada, me senti um idiota. Steve se limitou a apenas me acompanhar de volta ao carro. Não abriu a boca para comentar nada e deixamos os federais cuidarem do que acabamos descobrindo. Mais uma vez a frustração me alcançou e só me restava voltar para minha casa.Eu estava no escritório, andando de um lado para o outro, tentando não perder completamente o controle. O tempo parecia ter se tornado meu inimigo, com cada segundo que passava intensificando o medo e a angústia que já queimavam no meu peito. Milena estava desaparecida há muitas horas, e não havia um único sinal, uma única pista concreta sobre onde ela poderia estar. Minha mente estava em guerra, imaginando os piores cenários possíveis, e a sensação de impotência era sufocante.Quando a campainha soou, meu cora
por Milena A noite caiu como um manto de desespero ao meu redor, envolta em silêncio e trevas. As horas arrastavam-se lentamente, cada segundo uma tortura, e a escuridão que preenchia o porão parecia espelhar o vazio dentro de mim. Eu estava sozinha, sem saber o que viria a seguir. Seria resgatada? Seria abandonada ali para definhar? Ou seria forçada a tomar uma decisão que destruiria tudo o que amo?Meus pensamentos vagaram, procurando algum conforto nas memórias que me restavam. O orfanato... Ah, como eu sentia falta daquelas paredes antigas e do sorriso sincero das crianças. Elas eram meu refúgio, a prova viva de que, mesmo nos momentos mais sombrios, havia luz. Lembro-me de como corríamos pelos corredores, rindo, esquecendo por breves momentos as sombras que pairavam sobre nossas vidas. Aquelas crianças me davam forças. Eu sabia o que era ser abandonada, rejeitada pelo mundo, e jurei que faria de tudo para dar a elas o amor que nunca tive.Mas agora, presa neste lugar i
por Débora Eu estava sentada em meu apartamento luxuoso, observando a cidade através das janelas panorâmicas. A noite lá fora estava serena, mas minha mente era um turbilhão de pensamentos. Marta, a empregada de Lucian e minha espiã, tinha acabado de chegar. Ela entrou na sala com passos cautelosos, como sempre fazia, suas mãos inquietas segurando a bolsa. Seu olhar estava fixo no chão, evitando encontrar o meu. Sorri, pois sabia que ela tinha medo de mim. E esse medo, ah, como era útil.— Boa noite, Marta - disse, minha voz soando suave, quase amigável. — Tem algo para me contar?Ela hesitou por um momento antes de responder. Seus olhos finalmente encontraram os meus, mas apenas por um segundo, antes de desviar o olhar novamente.— Boa noite, dona Débora - começou, a voz tremendo ligeiramente. — Eu... Eu consegui ouvir algumas conversas hoje na mansão. O senhor Donovan está... desesperado. Ele ainda não tem notícias da senhora Donovan , e parece que o delegado de polícia e
por Donovan Estava na biblioteca da mansão, mas meu olhar estava fixo na parede, onde o relógio marcava o passar das horas de forma implacável. Cada segundo que se esvaía era como uma adaga cravada no meu peito, lembrando-me da ausência de Milena. Já fazia tempo demais desde que ela desapareceu, e o desespero se instalava como um veneno, corroendo-me por dentro. Precisava agir, mas como? Sentia-me impotente, como se estivesse lutando contra uma maré que não podia vencer.Foi então que a porta se abriu e meu chefe de segurança, Steve, entrou na sala. Ele sempre teve uma postura firme e inabalável, mas naquela noite, eu percebi algo diferente em seu semblante: uma sombra de preocupação, algo que ele geralmente escondia bem.— Senhor Donovan, precisamos conversar - disse ele, com a voz grave, quebrando o silêncio sufocante.Eu me virei, forçando-me a focar na situação.— Steve, o que você descobriu? - perguntei, sem conseguir esconder a urgência na minha voz.Ele fechou a porta atr
por Milena A noite havia sido um tormento. As horas se arrastaram em uma escuridão que parecia sem fim, o frio me abraçava de forma implacável, e a dor no meu corpo era apenas um lembrete do quão vulnerável eu estava. Mas mais do que o desconforto físico, era o terror do desconhecido que me corroía por dentro. Eu não sabia se o sol voltaria a brilhar para mim, se eu veria a luz do dia novamente. O medo me dominava, mas eu me recusava a ceder. Precisava ser forte, pelo meu bebê, pela vida que crescia dentro de mim.Foi então que a porta se abriu com um rangido, e o líder dos sequestradores entrou no quarto. Seu olhar era gélido, sem vestígios de humanidade. Ele carregava uma bandeja com algo que parecia comida, mas qualquer traço de gentileza em sua ação era apagado pelo desprezo evidente em seu rosto.— Hora de comer, princesa - disse ele, com uma voz carregada de sarcasmo. Colocou a bandeja no chão ao meu lado, mas eu mal conseguia olhar para a comida. Meu estômago estava t
por DéboraEu estava tão perto. A vitória estava ao meu alcance, pronta para ser saboreada. A sensação de ter Milena exatamente onde eu queria era intoxicante, quase como uma droga que eu não conseguia largar. Cada movimento estava sendo meticulosamente orquestrado, e tudo parecia estar indo conforme o planejado. Mas então, veio a notícia que fez meu sangue ferver: Milena, aquela tola obstinada, ainda se recusava a assinar os papeis. Como ela ousava resistir? Como ousava desafiar a mim, Débora?Eu segurava o telefone descartável com força, meus dedos cravando na superfície plástica enquanto a voz do líder do bando reverberava na linha. Ele me contava, com uma mistura de irritação e admiração, como Milena havia se recusado, como ela se recusava a dobrar-se diante de nossas ameaças. Ele ria, achando graça da situação, mas eu não conseguia compartilhar daquela risada.— Eu não estou vendo onde está a graça da teimosia dessa estúpida! Se eu quisesse rir, estaria vendo uma comédi