Ando até o meu armário e lá encontro minha melhor amiga (e única, vale ressaltar) Katherine Star, ou Kathe. Ela tem cabelos louros platinados, olhos cor de chocolate. Usa na maioria das vezes vestidos ou roupa de líder de torcida que mostram suas perfeitas curvas. Sim, minha amiga é líder de torcida por que é uma tradição da família que vem sendo seguida por gerações. Coitada!
– Kathe, me salva! – Eu falo parando em seu lado e abrindo meu armário.
– Não vou ajudar você com o seu encosto. Eu avisei que não seria uma boa ideia colocar fogo na escola. – Ela falou com aquele tom “eu te avisei, não avisei?” que todo mundo sempre fala comigo quando eu faço alguma coisa errada, mas eles nunca me impedem de fazer.
– Nem queimou nada. – Eu me defendo. – Só o salão dos fundos. Pena que eu não tive a ideia de colocar no laboratório. Imagina como seria legal.
– Você tem problemas! – Ela comenta se afastando de mim. – Até mais!
Dou um tchau para Kathe que nem deve ter ouvido. Coloco minhas coisas no meu armário e pego o que é necessário para tarefas de casa e afins. Jogo tudo na mochila, que por sua vez vai parar desajeitada em meu ombro.
O sinal bateu logo em seguida anunciando que estava na hora que os portões da prisão iriam se abrir e todas as almas iriam para o pátio de sol ter alguma diversão. Sai andando e continuei minha caminhada por dez intermináveis quarteirões até chegar a minha casa e sentir vontade de voltar à escola.
Assim que entrei em casa senti logo de imediato o cheiro de algo queimado. Sem pensar duas vezes joguei minha mochila no chão e corri para a cozinha de onde vinha o cheiro. Chegando lá, descobri a causa: A panela de arroz estava queimando com o fogo máximo. Motivos? Deve ser por que meus pais estavam aos gritos discutindo alguma banalidade como sempre. Embora eles se amem, sempre estão em pé de guerra.
Olho para os dois e tento entender algumas palavras... Sem sucesso. Desligo todas as chamas do fogão, prevenindo para que nada mais pegue fogo e atenção daqueles dois indivíduos que estava até agora brigando se viram para mim.
– O que está fazendo garota? – Pergunta minha mãe aos gritos.
– Salvando a gente de um incêndio se não percebeu. – Respondo como se fosse obvio.
– Não fale assim com sua mãe, menina. – Meu pai me repreende.
– Não fala assim com a minha filha. – Minha mãe fala se virando para o meu pai.
– Ela não é só sua filha. É minha também. Agora eu sei por que ela tem maus modos, você não ensinou nada para sua filha mesmo. Deixe-me ensinar um pouco de educação. – Meu pai grita com a minha mãe e recomeça a briga.
Como eles haviam esquecido totalmente da minha existência, o pivô da sua nova briga deles sai da cozinha e subi para o meu quarto com minha mochila. Joguei-a em um canto do quarto e fui tomar banho. Com isso feito ouço minha mãe gritando que o almoço estava pronto. Visto qualquer roupa que encontro pela frente de desço para comer.
O almoço corre tudo magnifico, sem contar nos gritos de meus pais e as aguas atiradas por ambos. Coisa corriqueira da minha vida. Motivos para eu viajar sozinhas é o que não me faltam. Meus pais sempre me fazem passar vergonha principalmente na frente de gatinhos que eu estou afim.
É um vexame!
Lá pelas três horas da tarde, meu pai já havia ido para o trabalho. Minha mãe havia dito que iria visitar a sua floricultura por que não confiavam suas flores nas mãos de Greice. Fiquei esperando o idiota aparecer na minha casa por um bom tempo. Quando foi quatro e meia da tarde, ouço a campainha de casa tocando e me despertando de meu cochilo.
Corro e abro a porta. Patrício estava ali com um sorriso triunfante no rosto e roupas normais, sem serem aquelas de jogadores estúpidos. Vestia uma bermuda estilo surfista, uma regata branca (que já não era mais branca devido a uma mancha enorme no meio) e Havaiana nos pés.
– Você demorou. – É a primeira coisa que comento quando o vejo.
– Não sabia o seu endereço, então tive que bater em casa em casa desta rua. Por que sua amiga havia dito a rua. – Ele disse ainda na porta. – Não vai me convidar para entrar?
– Entra. – Digo e dou passagem. Patrício passa por mim deixando um rastro de cheiro de mar. Ele olha a sala de estar com um ar critico e com as mãos dentro dos bolsos. – Quer dizer que você procurou minha casa nesta rua toda, batendo em porta em porta?
– Sim. Encontrei pessoas legais até. – Ele falou me olhando. – Peguei o telefone de algumas gatas que abriram a porta e umas velhinhas me serviram chá com bolachas quando contavam história de guerra que haviam participado.
– Uma tarde bem agitada! – Eu comento.
– Pode crer.
Ficamos nos silêncio, parados sem saber o que fazer ou o que falar. Passamos assim, se balançando para frente e para trás por uns bons minutos até que ele quebrar o silêncio.
– Onde vamos estudar?
– Aqui ou no meu quarto? – Pergunto e ele me olha.
– Tanto faz. – Ele fala.
– Ok... Hm... Vamos lá em cima! – Digo conduzindo-o escada a cima até o meu quarto.
Assim que entro no quarto vou direto procurar os livros para começarmos a estudar. Quando ele entra no meu quarto fica olhando tudo mexendo em algumas coisas. Parece criança com um brinquedo novo que tem que mexer tudo.
– Qual sua matéria preferida? – Eu pergunto me sentando em minha cama.
– Cama de casal é? – Ele pergunta sentando-se em uma poltrona para frente da minha cama.
– Cala a boca. – Ordeno. – Que tal começarmos por geografia?
– Não. Isso é fácil. – Ele fala pegando uma bolinha que estava em cima de meu criado mudo e começar a mexer.
– Ok... Que tal história?
– Muitas datas.
– O que quer estudar?
– Português. – Ele fala deixando a bolinha cair no chão e fazer um barulho quase mudo.
– Então que seja português.
Eu só precisava aguentar mais dois dias e estava livre daquele idiota!Angelica, você é forte. Vai conseguir aguentar Patrício por míseros três dias e depois vai para Paris conhecer algum francês quando se esbarram na rua quando está indo ver algum monumento magnifico. Calma Ag. Não jogue ele pela janela!– Patrício, você me entendeu? - Perguntei pela milésima vez.Amanhã seriam as provas do idiota e depois seria o seu importante jogo que eu não iria comparecer de jeito nenhum, eu tinha que preparar minhas malas. O caso é que eu estava tentando ensinar para o idiota a formula de Baskara, isso mesmo... Aquela bem fácil que qualquer um consegue fazer depois de algum treino. Bem, ele não conseguia decorar nem a formula quem dirá como se faz.– Angelica,
O que na verdade aconteceu foi:Minha mãe não parava de falar que estava na hora deu ter encontrado alguém a minha altura, que meu ultimo namorado (um cara mais velho, com tatuagem no corpo, que não fazia nada da vida além de passear com sua moto e comer de graça aqui em casa) era uma bela de uma porcaria. Meu pai sentou na cadeira de sempre dele e ficou fazendo perguntas nada gentis para Patrício que tinha que inventar respostas rápidas. A empregada nova, coitada, serviu um miojo com milho de refeição e isso desencadeou uma série de gritos da minha mãe para a pobrezinha.Patrício abriu um champanhe paraguaiana para podermos comemorar em grande estilo. E eu? Bem, eu não neguei nem um momento o que Patrício falava, afinal... Eu tinha um plano em mente.– Então me conte como vocês se conheceram. - Meu pai perguntou colocando na boca um pouco
– Sua família parece legal! – Ele fala quando estamos chegando ao portão.– Eu sei que você fez uma aposta idiota com o seu amigo pior do que você... – Eu digo logo de uma vez.Patrício me olha tentando mostrar surpresa ou indignação. Eu continuo olhando para seus olhos azuis que neste momento estavam claros... Isso quer dizer o que mesmo? Que ele está feliz? Surpreso?– Eu não... – Ele tentou mentir, mas eu arqueei uma sobrancelha e ele parou. – Por que não desmentiu a história para a sua família?Eu realmente pensei em falar alguma coisa sobre isso, eu pensei em chorar e gritar para os meus pais tirarem ele a força de casa alegando que ele me machucou, ou algo assim... Mas eu tomei uma decisão e eu não volto atrás.
Estava só de palhaçada com a minha cara, só pode.Cadê as câmeras?Alô produção pode aparecer já... Por favor, hein?– Não... – Eu digo insegura do que dizer exatamente.– Você devia começar a se comportar mais como minha namorada. – Ele comenta quando os outros amigos deles, incluindo Felipe e Jéssica sai de perto de nós.– Eu não sou sua namorada! – Eu digo.– Perante as outras pessoas... Nós somos um lindo casal apaixonado! – Diz Patrício fazendo uma careta com essa frase.Aquilo me dava náuseas!– Só até amanhã, querido. – Digo empurrando o braço dele de propósito quando passo p
– Quando eu ganho minhas passagens? - Pergunto farta de ouvir meu pai discutindo basquete com Patrício.– Depois do jantar querida. - Disse minha mãe tentando manter a compostura na frente de meu namorado.Era visto que ela não estava nem um pouco feliz como eu estava agindo ultimamente, ou seja, sendo mal educada até com a minha sombra. E eu tenho culpa? Claro que não!Culpa de quem? Patrício que me estressa profundamente.O jantar transcorreu perfeitamente em harmonia, para não falar o contrário. Só sei que minha mãe perdeu a cabeça com a nova empregada, se estressou comigo por não dar atenção para Patrício, que por sua vez conversava animadamente com meu pai, o que irritou minha mãe por ela estar se sentindo excluída.Como dito
– Eu vou ir? – Ele perguntou na mesmo hora que eu.– Sim! Não é magnifico? – Minha mãe falou.– Não, não é magnifico. Na verdade não é nem perto de uma noticia boa. – Eu digo ficando desesperada – Primeiro arruínam minha viagem e agora estão me dizendo que eu vou ter que ir viajar para aquela merda de cidade...Com ele?– Ei! – Ele protesta pelo modo que eu falo.– Que é? Vai dizer-me que está feliz por ter que ir viajar comigo? – Eu digo me jogando no sofá e colocando uma almofada na cara. – Diga para os meus pais que você não vai ir. Que não namoramos! – Eu ordeno.– Senhores Verona... – Patrício começa. – Ficaria honrado em viajar com a sua filha, mas estou sem dinheiro no momento. Agradeço pela oportunidade e fiqu
O dia de sexta feira correu tudo bem, tirando alguns fatos.Patrício venceu o jogo com sua equipe para a felicidade de todos tirando a minha. O diretor aprecia orgulhoso demais por ele ter conseguido passar nas provas e ainda ganhar um jogo tão difícil como esse. E eu? Não ganho nem um obrigado por ter ajudado o idiota a passar e muito menos ganho uma plaquinha com o meu nome em agradecimento pelo fato deu ter feito um milagre.Ultimo dia antes das férias e eu estava nem um pouco animada. Para ter noção eu preferia ter aula a simplesmente ficar de férias, irem viajar para um lugar que eu não consigo pronunciar o nome direito e ainda por cima com Patrício como companhia.Tá certo que eu poderia muito bem ter feito birra e Patrício não ir. Mas isso só me traria dor de cabeça e além do mais, se e
– E você faz o que? – Pergunta Patrício tão entediado como eu.– Eu irei dar as instruções para os exercícios que vocês terão que fazer. – Responde com um sorriso.– Vamos ter que usar essa sua roupa feia? – Pergunto.– Não. – Ele fala desfazendo o sorriso. – Mais alguma pergunta?– Vamos ter que usar pisca-pisca? – Pergunto novamente apontando para a sua pulseira. As outras pessoas riram disso o que deixou ele desconcertado.– Não. – Falou parecendo ficar irritado. – Mais alguma pergunta? – Ele fala, mas acrescenta rapidamente quando me vê. – Alguma pergunta que não diz respeito à vestimenta e os piscas-piscas, digo pulseira? – Falou e ninguém falou nada. – &O