04

Eu só precisava aguentar mais dois dias e estava livre daquele idiota!

Angelica, você é forte. Vai conseguir aguentar Patrício por míseros três dias e depois vai para Paris conhecer algum francês quando se esbarram na rua quando está indo ver algum monumento magnifico. Calma Ag. Não jogue ele pela janela!

– Patrício, você me entendeu? - Perguntei pela milésima vez.

Amanhã seriam as provas do idiota e depois seria o seu importante jogo que eu não iria comparecer de jeito nenhum, eu tinha que preparar minhas malas. O caso é que eu estava tentando ensinar para o idiota a formula de Baskara, isso mesmo... Aquela bem fácil que qualquer um consegue fazer depois de algum treino. Bem, ele não conseguia decorar nem a formula quem dirá como se faz.

– Angelica, o que vai fazer nas suas férias? - Ele perguntou.

Conta até três... Um... Dois... Três.

– Ficar bem longe de você! - Respondo largando o lápis com raiva em cima do caderno.

Estávamos na sala de jantar. Desde segunda ele vem na minha casa todos dos dias as três horas e vai embora antes de meus pais chegarem por minha insistência mesmo. Conhecendo meus pais... Bem, melhor nem pensar nisso!

– Isso quer dizer...? - Patrício perguntou mandando mensagens de texto com o seu novo telefone, por que ontem eu acidentalmente (mentira) joguei o antigo dele na privada e dei descarga.

Eu sou bem calma, sabia?

– Que eu vou viajar Patrício. - Falo. - Diferente de você que vai ficar na escola fazendo recuperação por que não é mais inteligente do que uma porta.

– Você é o poço de gentileza! - Ele falou guardando seu celular.

– Obrigada! - Eu digo revirando os olhos.

– Amanhã eu colo e estou passado! - Ele fala colocando suas mãos atrás da cabeça.

– Eu tenho certeza disso! - Eu falo fechando os livros que supostamente usamos e empilhando tudo em um monte só.

– Que horas mesmo seus pais chegam? - Ele perguntou enquanto eu colocava alguns livros dentro da mochila.

– Dez minutos. Está na hora de você ir embora! - Eu falo.

– Está bem... - Ele falou e se levantou. - Hã... Eu só tenho que encontrar uma coisa...

– O que você perdeu? - Perguntei impaciente.

Era só o que me faltava. O idiota tinha perdido alguma coisa na minha casa, minha mãe e meu pai estavam chegando. Eles se veriam e Patrício só iria sair da minha casa o ano que vem, com sorte, claro.

Já comentei que meus pais tem tipo de uma carência por visitas? Nem os vizinhos os aturam. Sério! E eu como sou uma boa filha (mentira) sempre estou no meu quarto com pena das visitas. A metade só aparece uma vez e depois nunca mais vejo nem a sombra. Exceto minha tia Gertrude que é muito chata e amo meus pais.

– Meu... - Ele falou revirando as coisas. - Me ajuda ai. Quando encontrar alguma coisa que não seja sua, é meu!

– Aff! - Eu digo e começo a procurar sei lá o que ele perdeu.

Ficamos uns dez minutos procurando a tal coisa que ele havia perdido, mas é claro que não encontramos nada.

Afinal, quem disse que tinha sido perdido algo?

Ouvi um barulho vindo da fechadura da porta da frente e congelei.

Meus pais haviam chegado em casa! Droga, droga e droga!

Olhei para Patrício que pareica relaxado com um sorriso idiota no rosto. Eu ia xingar Luiz, quando ele corre até mim e passa suas mãos pelo meu ombro segurando forte de um jeito que eu não conseguiria sair sem chutar seus "documentos".

Nesta hora minha mãe passou pela sala do jantar reto, mas como eu tenho uma sorte imensa, ela deu volta e meia e parou na porta. Gritou o nome de meu pai que veio correndo como se algo tivesse pegando fogo e parou no lado de minha mãe nos olhando.

– Olá mãe, pai. - Eu os cumprimento ainda querendo sair do "abraço" de Patrício, mas oh menino para ter músculos e ser forte.

– Quem é esse? - Perguntou meu pai sério.

– Esse é Patrício... - Eu ia apresentar quando o idiota me solta e anda até meu pai.

– Sou Patrício Luiz, namorado de sua filha! - Ele fala erguendo sua mão para meu pai que aperta com um sorriso.

Neste momento tudo começou a girar. Minha mãe batia palminhas animadas com a "noticia", meu pai cumprimentava o rapaz com um sorriso e empolgado. Patrício parecia feliz com tudo isso e eu? Simples, eu cai sentada na cadeira processando o que eu acabará de ouvir.

Mas só podia ser palhaçada mesmo! O que aquele garoto queria? Por que ele se apresentou como meu namorado? Ainda mais namorado. Credo! Nem em um milhão de anos eu jamais teria algo com ele, afinal ele é Patrício.

Nada mais precisava ser explicado.

– Isso tudo é mentira! - Eu falei, mas é claro que fui ignorado por todos naquele local.

Típico. Olhei para a mesa involuntariamente e ali estava o celular de Patrício, me chamando. O peguei, já que ninguém estava prestando atenção em mim mesmo... Abri as mensagens e fui ver as ultimas do idiota de Felipe.

"Cara, eu aposto com você que não consegue pegar Angelica".

"Quer apostar um dinheiro?"

"Cem reais, pegar ou largar."

"Estou dentro."

"Agora me fale como vai conseguir esta proeza?"

"Simples, vou dizer para os pais delas que sou seu namorado. E conhecendo eles, vai dar certo e ela nem vai ter chance de negar. Os Senhores Verona são doidos cara!"

"Vai namorar ela?"

"Sim. Ela vai ser obrigada a me beijar. E os cem reais irão ser meus."

"Eu duvido que isso vá dar certo. Ela é esperta demais. Vai conseguir quebrar o seu plano no começo já."

"Deixa isso comigo."

Nossa eu estava surpresa!

Patrício sabia escrever. E eu jurando que ele não sabia. Nem ler nem escrever, por que quando estudamos quem fala tudo e escreve tudo sou eu. Patrício só fica me olhando com cara de idiota (o que não é difícil) e viajando pelo mundo.

Patético, eu sei!

Então ele queria ganhar cem reais as minhas custas? Lamento informar que ele não iria conseguir. Eu não gosto de Felipe, mas odeio mais Patrício e este por sua vez tinha até certa inteligência por ter pensado neste "plano infalível" falível.

Depois dos cumprimentos de minha mãe pelo "namoro", os sorrisos motivadores de meu pai para que isso fosse adiante, a comida refinada servida pela nova empregada estávamos na mesa tendo uma refeição coberta de paz, amizade e sem perguntas grotescas que pais fazem para o namorado das filhas.

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