Eu só precisava aguentar mais dois dias e estava livre daquele idiota!
Angelica, você é forte. Vai conseguir aguentar Patrício por míseros três dias e depois vai para Paris conhecer algum francês quando se esbarram na rua quando está indo ver algum monumento magnifico. Calma Ag. Não jogue ele pela janela!
– Patrício, você me entendeu? - Perguntei pela milésima vez.
Amanhã seriam as provas do idiota e depois seria o seu importante jogo que eu não iria comparecer de jeito nenhum, eu tinha que preparar minhas malas. O caso é que eu estava tentando ensinar para o idiota a formula de Baskara, isso mesmo... Aquela bem fácil que qualquer um consegue fazer depois de algum treino. Bem, ele não conseguia decorar nem a formula quem dirá como se faz.
– Angelica, o que vai fazer nas suas férias? - Ele perguntou.
Conta até três... Um... Dois... Três.
– Ficar bem longe de você! - Respondo largando o lápis com raiva em cima do caderno.
Estávamos na sala de jantar. Desde segunda ele vem na minha casa todos dos dias as três horas e vai embora antes de meus pais chegarem por minha insistência mesmo. Conhecendo meus pais... Bem, melhor nem pensar nisso!
– Isso quer dizer...? - Patrício perguntou mandando mensagens de texto com o seu novo telefone, por que ontem eu acidentalmente (mentira) joguei o antigo dele na privada e dei descarga.
Eu sou bem calma, sabia?
– Que eu vou viajar Patrício. - Falo. - Diferente de você que vai ficar na escola fazendo recuperação por que não é mais inteligente do que uma porta.
– Você é o poço de gentileza! - Ele falou guardando seu celular.
– Obrigada! - Eu digo revirando os olhos.
– Amanhã eu colo e estou passado! - Ele fala colocando suas mãos atrás da cabeça.
– Eu tenho certeza disso! - Eu falo fechando os livros que supostamente usamos e empilhando tudo em um monte só.
– Que horas mesmo seus pais chegam? - Ele perguntou enquanto eu colocava alguns livros dentro da mochila.
– Dez minutos. Está na hora de você ir embora! - Eu falo.
– Está bem... - Ele falou e se levantou. - Hã... Eu só tenho que encontrar uma coisa...
– O que você perdeu? - Perguntei impaciente.
Era só o que me faltava. O idiota tinha perdido alguma coisa na minha casa, minha mãe e meu pai estavam chegando. Eles se veriam e Patrício só iria sair da minha casa o ano que vem, com sorte, claro.
Já comentei que meus pais tem tipo de uma carência por visitas? Nem os vizinhos os aturam. Sério! E eu como sou uma boa filha (mentira) sempre estou no meu quarto com pena das visitas. A metade só aparece uma vez e depois nunca mais vejo nem a sombra. Exceto minha tia Gertrude que é muito chata e amo meus pais.
– Meu... - Ele falou revirando as coisas. - Me ajuda ai. Quando encontrar alguma coisa que não seja sua, é meu!
– Aff! - Eu digo e começo a procurar sei lá o que ele perdeu.
Ficamos uns dez minutos procurando a tal coisa que ele havia perdido, mas é claro que não encontramos nada.
Afinal, quem disse que tinha sido perdido algo?
Ouvi um barulho vindo da fechadura da porta da frente e congelei.
Meus pais haviam chegado em casa! Droga, droga e droga!
Olhei para Patrício que pareica relaxado com um sorriso idiota no rosto. Eu ia xingar Luiz, quando ele corre até mim e passa suas mãos pelo meu ombro segurando forte de um jeito que eu não conseguiria sair sem chutar seus "documentos".
Nesta hora minha mãe passou pela sala do jantar reto, mas como eu tenho uma sorte imensa, ela deu volta e meia e parou na porta. Gritou o nome de meu pai que veio correndo como se algo tivesse pegando fogo e parou no lado de minha mãe nos olhando.
– Olá mãe, pai. - Eu os cumprimento ainda querendo sair do "abraço" de Patrício, mas oh menino para ter músculos e ser forte.
– Quem é esse? - Perguntou meu pai sério.
– Esse é Patrício... - Eu ia apresentar quando o idiota me solta e anda até meu pai.
– Sou Patrício Luiz, namorado de sua filha! - Ele fala erguendo sua mão para meu pai que aperta com um sorriso.
Neste momento tudo começou a girar. Minha mãe batia palminhas animadas com a "noticia", meu pai cumprimentava o rapaz com um sorriso e empolgado. Patrício parecia feliz com tudo isso e eu? Simples, eu cai sentada na cadeira processando o que eu acabará de ouvir.
Mas só podia ser palhaçada mesmo! O que aquele garoto queria? Por que ele se apresentou como meu namorado? Ainda mais namorado. Credo! Nem em um milhão de anos eu jamais teria algo com ele, afinal ele é Patrício.
Nada mais precisava ser explicado.
– Isso tudo é mentira! - Eu falei, mas é claro que fui ignorado por todos naquele local.
Típico. Olhei para a mesa involuntariamente e ali estava o celular de Patrício, me chamando. O peguei, já que ninguém estava prestando atenção em mim mesmo... Abri as mensagens e fui ver as ultimas do idiota de Felipe.
"Cara, eu aposto com você que não consegue pegar Angelica".
"Quer apostar um dinheiro?"
"Cem reais, pegar ou largar."
"Estou dentro."
"Agora me fale como vai conseguir esta proeza?"
"Simples, vou dizer para os pais delas que sou seu namorado. E conhecendo eles, vai dar certo e ela nem vai ter chance de negar. Os Senhores Verona são doidos cara!"
"Vai namorar ela?"
"Sim. Ela vai ser obrigada a me beijar. E os cem reais irão ser meus."
"Eu duvido que isso vá dar certo. Ela é esperta demais. Vai conseguir quebrar o seu plano no começo já."
"Deixa isso comigo."
Nossa eu estava surpresa!
Patrício sabia escrever. E eu jurando que ele não sabia. Nem ler nem escrever, por que quando estudamos quem fala tudo e escreve tudo sou eu. Patrício só fica me olhando com cara de idiota (o que não é difícil) e viajando pelo mundo.
Patético, eu sei!
Então ele queria ganhar cem reais as minhas custas? Lamento informar que ele não iria conseguir. Eu não gosto de Felipe, mas odeio mais Patrício e este por sua vez tinha até certa inteligência por ter pensado neste "plano infalível" falível.
Depois dos cumprimentos de minha mãe pelo "namoro", os sorrisos motivadores de meu pai para que isso fosse adiante, a comida refinada servida pela nova empregada estávamos na mesa tendo uma refeição coberta de paz, amizade e sem perguntas grotescas que pais fazem para o namorado das filhas.
O que na verdade aconteceu foi:Minha mãe não parava de falar que estava na hora deu ter encontrado alguém a minha altura, que meu ultimo namorado (um cara mais velho, com tatuagem no corpo, que não fazia nada da vida além de passear com sua moto e comer de graça aqui em casa) era uma bela de uma porcaria. Meu pai sentou na cadeira de sempre dele e ficou fazendo perguntas nada gentis para Patrício que tinha que inventar respostas rápidas. A empregada nova, coitada, serviu um miojo com milho de refeição e isso desencadeou uma série de gritos da minha mãe para a pobrezinha.Patrício abriu um champanhe paraguaiana para podermos comemorar em grande estilo. E eu? Bem, eu não neguei nem um momento o que Patrício falava, afinal... Eu tinha um plano em mente.– Então me conte como vocês se conheceram. - Meu pai perguntou colocando na boca um pouco
– Sua família parece legal! – Ele fala quando estamos chegando ao portão.– Eu sei que você fez uma aposta idiota com o seu amigo pior do que você... – Eu digo logo de uma vez.Patrício me olha tentando mostrar surpresa ou indignação. Eu continuo olhando para seus olhos azuis que neste momento estavam claros... Isso quer dizer o que mesmo? Que ele está feliz? Surpreso?– Eu não... – Ele tentou mentir, mas eu arqueei uma sobrancelha e ele parou. – Por que não desmentiu a história para a sua família?Eu realmente pensei em falar alguma coisa sobre isso, eu pensei em chorar e gritar para os meus pais tirarem ele a força de casa alegando que ele me machucou, ou algo assim... Mas eu tomei uma decisão e eu não volto atrás.
Estava só de palhaçada com a minha cara, só pode.Cadê as câmeras?Alô produção pode aparecer já... Por favor, hein?– Não... – Eu digo insegura do que dizer exatamente.– Você devia começar a se comportar mais como minha namorada. – Ele comenta quando os outros amigos deles, incluindo Felipe e Jéssica sai de perto de nós.– Eu não sou sua namorada! – Eu digo.– Perante as outras pessoas... Nós somos um lindo casal apaixonado! – Diz Patrício fazendo uma careta com essa frase.Aquilo me dava náuseas!– Só até amanhã, querido. – Digo empurrando o braço dele de propósito quando passo p
– Quando eu ganho minhas passagens? - Pergunto farta de ouvir meu pai discutindo basquete com Patrício.– Depois do jantar querida. - Disse minha mãe tentando manter a compostura na frente de meu namorado.Era visto que ela não estava nem um pouco feliz como eu estava agindo ultimamente, ou seja, sendo mal educada até com a minha sombra. E eu tenho culpa? Claro que não!Culpa de quem? Patrício que me estressa profundamente.O jantar transcorreu perfeitamente em harmonia, para não falar o contrário. Só sei que minha mãe perdeu a cabeça com a nova empregada, se estressou comigo por não dar atenção para Patrício, que por sua vez conversava animadamente com meu pai, o que irritou minha mãe por ela estar se sentindo excluída.Como dito
– Eu vou ir? – Ele perguntou na mesmo hora que eu.– Sim! Não é magnifico? – Minha mãe falou.– Não, não é magnifico. Na verdade não é nem perto de uma noticia boa. – Eu digo ficando desesperada – Primeiro arruínam minha viagem e agora estão me dizendo que eu vou ter que ir viajar para aquela merda de cidade...Com ele?– Ei! – Ele protesta pelo modo que eu falo.– Que é? Vai dizer-me que está feliz por ter que ir viajar comigo? – Eu digo me jogando no sofá e colocando uma almofada na cara. – Diga para os meus pais que você não vai ir. Que não namoramos! – Eu ordeno.– Senhores Verona... – Patrício começa. – Ficaria honrado em viajar com a sua filha, mas estou sem dinheiro no momento. Agradeço pela oportunidade e fiqu
O dia de sexta feira correu tudo bem, tirando alguns fatos.Patrício venceu o jogo com sua equipe para a felicidade de todos tirando a minha. O diretor aprecia orgulhoso demais por ele ter conseguido passar nas provas e ainda ganhar um jogo tão difícil como esse. E eu? Não ganho nem um obrigado por ter ajudado o idiota a passar e muito menos ganho uma plaquinha com o meu nome em agradecimento pelo fato deu ter feito um milagre.Ultimo dia antes das férias e eu estava nem um pouco animada. Para ter noção eu preferia ter aula a simplesmente ficar de férias, irem viajar para um lugar que eu não consigo pronunciar o nome direito e ainda por cima com Patrício como companhia.Tá certo que eu poderia muito bem ter feito birra e Patrício não ir. Mas isso só me traria dor de cabeça e além do mais, se e
– E você faz o que? – Pergunta Patrício tão entediado como eu.– Eu irei dar as instruções para os exercícios que vocês terão que fazer. – Responde com um sorriso.– Vamos ter que usar essa sua roupa feia? – Pergunto.– Não. – Ele fala desfazendo o sorriso. – Mais alguma pergunta?– Vamos ter que usar pisca-pisca? – Pergunto novamente apontando para a sua pulseira. As outras pessoas riram disso o que deixou ele desconcertado.– Não. – Falou parecendo ficar irritado. – Mais alguma pergunta? – Ele fala, mas acrescenta rapidamente quando me vê. – Alguma pergunta que não diz respeito à vestimenta e os piscas-piscas, digo pulseira? – Falou e ninguém falou nada. – &O
O dia começou mal como sempre.Não, não é por causa da chuva lá de fora, a neve que cai descontroladamente aparentemente sem motivo, já que nem no inverno estamos ou o fato deu ter dito um jantar ruim na noite passada.Hoje começou ruim pelo fato deu ter que dividir o quarto do brutas montes do Patrício que roncava mais alto do que porcos no chiqueiro, um motor de trator ou até mesmo música eletrônica, ou seja, ele roncava muito e alto. Não comentei nada isso por que ele deve ter problemas e acho que seria humilhante jogar isso na sua cara, e como eu sou uma dama da sociedade (ata!) mantive-me calada.Na hora de dormir foi um grande problema para nós, como sempre é. Sim, por que havia apenas uma cama e eu não estava nem um pouco adepta ao seu plano de dormirmos juntos na cama gigante mesmo com as prom