– Sua família parece legal! – Ele fala quando estamos chegando ao portão.
– Eu sei que você fez uma aposta idiota com o seu amigo pior do que você... – Eu digo logo de uma vez.
Patrício me olha tentando mostrar surpresa ou indignação. Eu continuo olhando para seus olhos azuis que neste momento estavam claros... Isso quer dizer o que mesmo? Que ele está feliz? Surpreso?
– Eu não... – Ele tentou mentir, mas eu arqueei uma sobrancelha e ele parou. – Por que não desmentiu a história para a sua família?
Eu realmente pensei em falar alguma coisa sobre isso, eu pensei em chorar e gritar para os meus pais tirarem ele a força de casa alegando que ele me machucou, ou algo assim... Mas eu tomei uma decisão e eu não volto atrás.
Se ele queria ser meu namorado... Ele seria!
Mas eu infernizaria a vida dele só por diversão mesmo, para mostrar que ele era idiota e que ele era um idiota.
Motivos mais do que suficientes na minha concepção.
– Por que eu tenho planos... – Disse deixando a frase soltar um efeito no garoto ao meu lado.
– Planos? – Ele pergunta parando do nada e me olhando.
– Sim!
– Que planos?
– Não é do seu interesse! – Eu falo e recomeço a andar.
Quanto antes chegarmos ao portão, mais cedo eu irei me livrar deste encosto.
– Pronto... – Eu disse dando passos largos para chegar ao portão mais rápido. – Já pode ir embora e não apareça nunca mais aqui! – Eu digo sendo o mais simpática possível e sorrindo.
– Eu sei que é por que você me ama e seu sonho foi realizado por eu ser seu namorado... – Ele fala e vai passando sua mão pelo meu ombro
Eu me assusto e fico olhando com ele com cara de que acabou de comer e não gostou... Isso acontece quando eu como mostarda. Em vez de revidar ou bater nele por Patrício estar se aproximando cada vez mais de mim com sua mão no meu ombro me levando mais para perto dele... Eu simplesmente deixo, até esperar o momento certo...
– Sua louca! – Ele grita se afastando de mim.
Eu acabei de pisar no pé dele com toda a força que eu tenho. O que me ajudou para causar mais dor foi o meu coturno marrom que eu havia colocado mais cedo hoje. Realmente eu não queria ter sido a pessoa que havia recebido uma pisada de coturno.
– Adeus Patrício! – Digo dando um sorriso de satisfação e o empurrando pelo portão.
Quando ele passa pelo portão eu o fecho na cara dele. Ouço ele me xingar de todos os nomes nada educados que ele conhece enquanto eu saiu satisfeita com o dia de hoje, ou melhor, com a ultima cena! Acho que só faltava um rock animado (se é que é possível) e uns óculos pretos. Isso sim seria “o” desfecho final para o dia de hoje.
–-
A notícia parecia que tinha se espalhado pelo colégio todo como um trem bala a todo vapor que vai da China ao Japão em menos de oito horas. Todos na escola já sabiam que eu era a escolhida de Patrício e os comentários maldosos pareciam mais fogo saindo pela boca de um dragão, só que eles eram carregados de veneno.
Não que eu me importasse com isso. Muito pelo contrário, não queria que isso acontecesse... Mas algumas coisas me incomodavam, como o fato de ninguém acreditar que eu seja a “escolhida” para namorar o “deus grego” do Patrício.
Eu posso até imaginar a líder de torcida Jéssica dando gritinhos histéricos ao receber está noticia. Eu daria tudo para ser uma barata só para escutar ela gritando por causa da noticia e também por ela ver uma barata e sair correndo.
– Angelica? – Escuto alguém chamar meu nome e me tirar dos devaneios com um estalar de dedos.
– Oi! – Eu digo me sentando direito e olhando para Kathe que havia se sentado ao meu lado.
– No que estava pensando? – Ela pergunta colocando suas coisas sem cima da mesa.
– Melhor nem falar... – Eu falo.
– Você sabe qual é a mais nova mentira que a escola anda comentando? – Kathe fala um pouco mais baixo só para mim ouvir.
Eu não entendo a sua lógica de falar baixo sobre uma coisa que estava sendo falado pela escola inteira, mas eu não iria questionar por que eu realmente estava interessada em saber das fofocas.
– Se prepara... – Ela disse puxando minha mão – Estão dizendo que você está namorando o Luiz ali. – Ela apontou para Patrício que ria que nem uma foca por alguma bobagem que seu amigo havia falado.
– Pelo menos desta vez eles falaram a verdade. – Murmuro só para Kathe ouvir. Seus olhos logo se arregalam com a minha sentença, ela coloca a mão na boca e parece que está ficando roxa. – Que foi?
– Eu não acredito que você está namorando aquele idiota com cabeça de passarinho e não conta nada para a sua melhor amiga. – Kathe grita se levantando e derrubando algumas coisas em cima de seu colo no chão.
A sala se volta para nós. Escuto Patrício rindo. Quando o fuzilo com os olhos, o idiota apenas manda um beijinho para mim e os amigos idiotas deles começam a rir. Jéssica que estava no colo de Patrício (Parece que agora vadia já ganhou habilitação para sentar no colo dos outros) se levanta e me lança um olhar mortal depois sai seguido pelas suas seguidoras chupa-sangue-de-popular.
– Kathe... Senta! – Digo ordenando.
Ela é muito esparafatosa e já bastava o fato de todo mundo ter visto, escutado a cena passada, e eu já estar mais do que vermelha. Kathe me obedeceu sentando na minha frente e recolhendo as coisas que haviam caído no chão.
– Sim, Kathe... Eu infelizmente estou namorando aquela coisa com nome idiota! – Digo fazendo uma careta com minhas palavras.
– Conte-me tudo agora! – Diz Kathe.
Acabo contando tudo desde o dia em que ele foi à minha casa pela primeira vez. Eu não havia contado detalhes, por que realmente não tinha. Mas achei importante começar pelo começo, literalmente, por que eu não tinha ideia de onde começar. Depois da história contada, o “chilique” de minha amiga (lê-se: confusão), ela me diz a melhor frase que eu poderia querer ouvir nesta hora.
Doce ironia!
– Bem feito! – Ela diz e eu faço uma careta com aquelas palavras.
Por mais que ela seja minha melhor amiga, ela me irrita profundamente quando quer se dar uma de espertinha e não me ajudar. Pensando bem, eu devo concordar com ela... Afinal, eu realmente fiz por merecer estar “amarrada” com aquela criatura por mais um dia.
Graças a Deus que amanhã era o ultimo dia em que eu iria ter que fingir para meus pais que namorávamos depois eram as férias e finalmente Paris. Enquanto pensava em Paris, nos parisienses e no meu futuro amor francês sou desperta por uma voz irritante e com um estalar de dedos.
– Que foi? – Pergunto irritada.
– Vou sair para comer pizza com a galera... Quer ir? – Perguntou Patrício.
Realmente aquilo me deixou... Surpresa!
Patrício Luiz estava me convidando para comer pizza no almoço com a galera... Dele?
Estava só de palhaçada com a minha cara, só pode.Cadê as câmeras?Alô produção pode aparecer já... Por favor, hein?– Não... – Eu digo insegura do que dizer exatamente.– Você devia começar a se comportar mais como minha namorada. – Ele comenta quando os outros amigos deles, incluindo Felipe e Jéssica sai de perto de nós.– Eu não sou sua namorada! – Eu digo.– Perante as outras pessoas... Nós somos um lindo casal apaixonado! – Diz Patrício fazendo uma careta com essa frase.Aquilo me dava náuseas!– Só até amanhã, querido. – Digo empurrando o braço dele de propósito quando passo p
– Quando eu ganho minhas passagens? - Pergunto farta de ouvir meu pai discutindo basquete com Patrício.– Depois do jantar querida. - Disse minha mãe tentando manter a compostura na frente de meu namorado.Era visto que ela não estava nem um pouco feliz como eu estava agindo ultimamente, ou seja, sendo mal educada até com a minha sombra. E eu tenho culpa? Claro que não!Culpa de quem? Patrício que me estressa profundamente.O jantar transcorreu perfeitamente em harmonia, para não falar o contrário. Só sei que minha mãe perdeu a cabeça com a nova empregada, se estressou comigo por não dar atenção para Patrício, que por sua vez conversava animadamente com meu pai, o que irritou minha mãe por ela estar se sentindo excluída.Como dito
– Eu vou ir? – Ele perguntou na mesmo hora que eu.– Sim! Não é magnifico? – Minha mãe falou.– Não, não é magnifico. Na verdade não é nem perto de uma noticia boa. – Eu digo ficando desesperada – Primeiro arruínam minha viagem e agora estão me dizendo que eu vou ter que ir viajar para aquela merda de cidade...Com ele?– Ei! – Ele protesta pelo modo que eu falo.– Que é? Vai dizer-me que está feliz por ter que ir viajar comigo? – Eu digo me jogando no sofá e colocando uma almofada na cara. – Diga para os meus pais que você não vai ir. Que não namoramos! – Eu ordeno.– Senhores Verona... – Patrício começa. – Ficaria honrado em viajar com a sua filha, mas estou sem dinheiro no momento. Agradeço pela oportunidade e fiqu
O dia de sexta feira correu tudo bem, tirando alguns fatos.Patrício venceu o jogo com sua equipe para a felicidade de todos tirando a minha. O diretor aprecia orgulhoso demais por ele ter conseguido passar nas provas e ainda ganhar um jogo tão difícil como esse. E eu? Não ganho nem um obrigado por ter ajudado o idiota a passar e muito menos ganho uma plaquinha com o meu nome em agradecimento pelo fato deu ter feito um milagre.Ultimo dia antes das férias e eu estava nem um pouco animada. Para ter noção eu preferia ter aula a simplesmente ficar de férias, irem viajar para um lugar que eu não consigo pronunciar o nome direito e ainda por cima com Patrício como companhia.Tá certo que eu poderia muito bem ter feito birra e Patrício não ir. Mas isso só me traria dor de cabeça e além do mais, se e
– E você faz o que? – Pergunta Patrício tão entediado como eu.– Eu irei dar as instruções para os exercícios que vocês terão que fazer. – Responde com um sorriso.– Vamos ter que usar essa sua roupa feia? – Pergunto.– Não. – Ele fala desfazendo o sorriso. – Mais alguma pergunta?– Vamos ter que usar pisca-pisca? – Pergunto novamente apontando para a sua pulseira. As outras pessoas riram disso o que deixou ele desconcertado.– Não. – Falou parecendo ficar irritado. – Mais alguma pergunta? – Ele fala, mas acrescenta rapidamente quando me vê. – Alguma pergunta que não diz respeito à vestimenta e os piscas-piscas, digo pulseira? – Falou e ninguém falou nada. – &O
O dia começou mal como sempre.Não, não é por causa da chuva lá de fora, a neve que cai descontroladamente aparentemente sem motivo, já que nem no inverno estamos ou o fato deu ter dito um jantar ruim na noite passada.Hoje começou ruim pelo fato deu ter que dividir o quarto do brutas montes do Patrício que roncava mais alto do que porcos no chiqueiro, um motor de trator ou até mesmo música eletrônica, ou seja, ele roncava muito e alto. Não comentei nada isso por que ele deve ter problemas e acho que seria humilhante jogar isso na sua cara, e como eu sou uma dama da sociedade (ata!) mantive-me calada.Na hora de dormir foi um grande problema para nós, como sempre é. Sim, por que havia apenas uma cama e eu não estava nem um pouco adepta ao seu plano de dormirmos juntos na cama gigante mesmo com as prom
Sim, estamos falando de um sapo anormalmente grande que decidiu tomar banho no lugar que eu tomo. E isso tem um grande problema já que eu morro de medo de sapos, tenho nojo só de pensar em uma coisa asquerosa daquelas.– Se livra dele rápido... – Digo.– E como acha que eu irei fazer isso? Não posso matar o bicho. – Patrício fala andando de um lado para o outro como forma de pensar.– Mate, esfole e esquarteje aquele bicho horrendo. – Digo sentando na cama.– Vou fazer melhor! – Ele falou por fim indo em direção do banheiro.Em menos de um minuto ele estava batendo não sei no que, isso trouxe um novo problema... O sapo veio até o quarto. Eu comecei a gritar desesperadamente parecia que estavam me espancando, enquanto eu subia na cama e dava pulinhos d
Havia se passado duas semanas desde o episódio do sapo no quarto.Tudo aqui no acampamento parecia ter piorado e melhorado de algum jeito estranho e sinistro.Meu relacionamento com Patrício não era das melhores, aqui se tornou algo insuportável, mas ao mesmo tempo bom. Sim, por que além deu ter que passar 24 horas grudadas naquele idiota, ao mesmo tempo passou por coisas hilárias e muitas vezes nos divertíamos juntos. Mas algumas coisas começaram a se tornar quase impossíveis de mentir e cada vez mais chegava ao momento de termos que decidir nossa "situação amorosa". As pessoas já perguntavam o que tinha entre a gente. Eles não acreditavam mais quando dizíamos que éramos namorados, por que dizíamos isso para algumas pessoas e ao mesmo tempo desmentíamos um ao outro.Como por exemplo, q