02

Uma semana para eu estar de férias e escolher o meu destino de viajem sem meus pais para perturbar, sem ninguém para me dizer o que devo ou não fazer. Sem ninguém dizer para eu não se esquecer de passar o bronzeador, ou para dizer que não devo entrar na agua depois que almocei.

Claro que eu tinha meu destino programado. E ele não incluía praia, claro. Eu iria para Paris, França. Meu sonho lindo e maravilhoso de visitar a Torre, o Arco de Triunfo e outros monumentos fantásticos, sem falar nas catedrais. Uma de tirar o folego da outra.

Mas antes de ter tudo isso apenas para mim, eu devia cumprir um castigo na escola por ter colocado fogo (acidentalmente) nela. E o diretor como me ama (ironia!) decidiu me colocar no pior castigo que qualquer um poderia ter. Não, eu não teria que andar nua pela escola, não teria que usar uma escova de dente para lavar a escola inteira e muito menos usar meu cabelo como vassoura. Era muito pior do que eu poderia imaginar.

Eu teria que ajudar o Senhor-Não-Tenho-Cérebro passar de ano, já que Patrício não tem uma capacidade mental maior do que uma porta e não consegue notas boas e com isso será afastado dos jogos do colégio e o diretor quer aquele troféu idiota em sua sala e decidiu que eu é que iria ser este meio de fazer com ele recebesse esta merda de troféu.

Isso tudo não é injusto? Afinal, só por que eu coloquei fogo na bosta da escola eu tenho que ser castigada com isso? Eu fiz é um favor para aquela morsa que diz ser diretor da escola. Eu tentei argumentar, mas como ele me ama (ironia, de novo) ele não me ouviu e me entregou o horário de Patrício.

Além de professora particular de idiota eu ainda vou ser babá? Só o que me faltava mesmo.

Toda esta raiva que eu estou sentindo no momento foi descontada na minha aula de hoje de L.U.T.A. ou defesa pessoal. Por que L.U.T.A.? Significa Limite ultrapassado por tarados anônimos, sou esperta não sou? Devo dizer que para poder essa aula de defesa pessoal foi uma verdadeira guerra na minha casa, por que minha mãe diz que não era coisa de menina fina, na boa... Não sei por que ela insiste em dizer que sou uma moça fina. E meu pai estava felicíssimo por eu começar essas aulas, pois conforme ele “Ag Tem que se preparar para o futuro.”. Em todo caso, eu consegui entrar nesta “matéria” depois de prometer a minha mãe que não largaria o balé.

Incrivelmente eu faço balé. Isso mesmo, Angelica Verona que irá ser conhecida como a garota que colocou fogo na escola faz aquela estupida aula de garotas idiotas que querem conquistar um homem para se casar, e de quebra ele ainda tem “fantasias sexuais” com o “tutu” ridículo que elas usam. Patético isso tudo. Mas sou obrigada pela minha queria mãe a fazer esta aula de idiotas.

Nada mais me irrita do que idiotinhas gritando para cima e para baixo, se exibindo suas roupas novas ou suas novas saias de balé. Correção, algo me irrita mais. Ele infelizmente está na minha frente com cara de idiota.

– Está me ouvindo? – Pergunto atirando um livro grosso que estava na minha mãe na sua cabeça. Ele por sua vez desfez a cara de idiota e me olhou.

– Verona... Você está aqui? – Ele perguntou inocentemente.

Juro que se eu não tivesse mais irritada do que o normal, j**aria ele da escada e veria morrendo com um sorriso de satisfação no rosto. Pena que não poderia fazer isso iria sujar minhas mãos. E imagina o esforço que eu teria que fazer para j**a-lo? Não, prefiro sair de perto mesmo.

– Estou na sua frente a mais de dez minutos tentando te falar que eu sou sua nova professora particular... E você não está me escutando não é? – Eu falo e olho para ele. Sem resposta. – Eu vou transar com seu amigo Felipe.

Ele ainda não presta atenção em mim, nem com uma frase sem cabimento dessas. Felipe é um dos jogadores de futebol, ele chega ser pior que o Patrício em algumas coisas. Simplesmente eu sinto vontade de vomitar quando ele chega perto de mim, por algum motivo.

Respiro fundo e conto até três. Não irei matar Luiz. Não hoje. E não agora, por que tem testemunhas demais.

Viro-me para ir embora e deixar o idiota olhando para uma vadia qualquer, mas sinto uma mão pegar o meu braço e me fazer virar novamente.

– Está pensando que é quem? – Eu pergunto me desvencilhando do aperto de Patrício.

– Seu mais novo aluno. – Ele disse com um sorriso de propaganda de pasta de dente, só que daquelas do antes com caries, dentes podres e com buracos dentro da boca.

– Decidiu me ouvir agora? – Pergunto olhando para a sua cara.

– Claro, consegui um telefone de uma gatinha. Agora eu tenho o tempo todo de sobra para você gatinha. – Ele falou piscando e eu revirei os olhos de indignação.

– Vamos fazer o seguinte? Eu não te ajudo, você diz para o diretor que eu estou pagando meu castigo e nunca mais encosta sua mão nojenta em mim. Pode ser? – Eu falo arrumando meus livros em meus braços.

– Ou talvez, hoje às três horas na sua casa. Sem gracinhas, sem pegadinhas e sem seu mau humor diário. – Ele falou me avaliando. – Só falta me passar seu endereço.

– Se quiser apareça, e ache minha casa.

– Tem mais de um milhão de casas nesta cidade.

– Tadinho, acho que não vai conseguir chegar às três horas. – Eu digo dando as costas para ele e descendo a escada rumo a qualquer lugar bem longe daquele ser.

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