Uma semana para eu estar de férias e escolher o meu destino de viajem sem meus pais para perturbar, sem ninguém para me dizer o que devo ou não fazer. Sem ninguém dizer para eu não se esquecer de passar o bronzeador, ou para dizer que não devo entrar na agua depois que almocei.
Claro que eu tinha meu destino programado. E ele não incluía praia, claro. Eu iria para Paris, França. Meu sonho lindo e maravilhoso de visitar a Torre, o Arco de Triunfo e outros monumentos fantásticos, sem falar nas catedrais. Uma de tirar o folego da outra.
Mas antes de ter tudo isso apenas para mim, eu devia cumprir um castigo na escola por ter colocado fogo (acidentalmente) nela. E o diretor como me ama (ironia!) decidiu me colocar no pior castigo que qualquer um poderia ter. Não, eu não teria que andar nua pela escola, não teria que usar uma escova de dente para lavar a escola inteira e muito menos usar meu cabelo como vassoura. Era muito pior do que eu poderia imaginar.
Eu teria que ajudar o Senhor-Não-Tenho-Cérebro passar de ano, já que Patrício não tem uma capacidade mental maior do que uma porta e não consegue notas boas e com isso será afastado dos jogos do colégio e o diretor quer aquele troféu idiota em sua sala e decidiu que eu é que iria ser este meio de fazer com ele recebesse esta merda de troféu.
Isso tudo não é injusto? Afinal, só por que eu coloquei fogo na bosta da escola eu tenho que ser castigada com isso? Eu fiz é um favor para aquela morsa que diz ser diretor da escola. Eu tentei argumentar, mas como ele me ama (ironia, de novo) ele não me ouviu e me entregou o horário de Patrício.
Além de professora particular de idiota eu ainda vou ser babá? Só o que me faltava mesmo.
Toda esta raiva que eu estou sentindo no momento foi descontada na minha aula de hoje de L.U.T.A. ou defesa pessoal. Por que L.U.T.A.? Significa Limite ultrapassado por tarados anônimos, sou esperta não sou? Devo dizer que para poder essa aula de defesa pessoal foi uma verdadeira guerra na minha casa, por que minha mãe diz que não era coisa de menina fina, na boa... Não sei por que ela insiste em dizer que sou uma moça fina. E meu pai estava felicíssimo por eu começar essas aulas, pois conforme ele “Ag Tem que se preparar para o futuro.”. Em todo caso, eu consegui entrar nesta “matéria” depois de prometer a minha mãe que não largaria o balé.
Incrivelmente eu faço balé. Isso mesmo, Angelica Verona que irá ser conhecida como a garota que colocou fogo na escola faz aquela estupida aula de garotas idiotas que querem conquistar um homem para se casar, e de quebra ele ainda tem “fantasias sexuais” com o “tutu” ridículo que elas usam. Patético isso tudo. Mas sou obrigada pela minha queria mãe a fazer esta aula de idiotas.
Nada mais me irrita do que idiotinhas gritando para cima e para baixo, se exibindo suas roupas novas ou suas novas saias de balé. Correção, algo me irrita mais. Ele infelizmente está na minha frente com cara de idiota.
– Está me ouvindo? – Pergunto atirando um livro grosso que estava na minha mãe na sua cabeça. Ele por sua vez desfez a cara de idiota e me olhou.
– Verona... Você está aqui? – Ele perguntou inocentemente.
Juro que se eu não tivesse mais irritada do que o normal, j**aria ele da escada e veria morrendo com um sorriso de satisfação no rosto. Pena que não poderia fazer isso iria sujar minhas mãos. E imagina o esforço que eu teria que fazer para j**a-lo? Não, prefiro sair de perto mesmo.
– Estou na sua frente a mais de dez minutos tentando te falar que eu sou sua nova professora particular... E você não está me escutando não é? – Eu falo e olho para ele. Sem resposta. – Eu vou transar com seu amigo Felipe.
Ele ainda não presta atenção em mim, nem com uma frase sem cabimento dessas. Felipe é um dos jogadores de futebol, ele chega ser pior que o Patrício em algumas coisas. Simplesmente eu sinto vontade de vomitar quando ele chega perto de mim, por algum motivo.
Respiro fundo e conto até três. Não irei matar Luiz. Não hoje. E não agora, por que tem testemunhas demais.
Viro-me para ir embora e deixar o idiota olhando para uma vadia qualquer, mas sinto uma mão pegar o meu braço e me fazer virar novamente.
– Está pensando que é quem? – Eu pergunto me desvencilhando do aperto de Patrício.
– Seu mais novo aluno. – Ele disse com um sorriso de propaganda de pasta de dente, só que daquelas do antes com caries, dentes podres e com buracos dentro da boca.
– Decidiu me ouvir agora? – Pergunto olhando para a sua cara.
– Claro, consegui um telefone de uma gatinha. Agora eu tenho o tempo todo de sobra para você gatinha. – Ele falou piscando e eu revirei os olhos de indignação.
– Vamos fazer o seguinte? Eu não te ajudo, você diz para o diretor que eu estou pagando meu castigo e nunca mais encosta sua mão nojenta em mim. Pode ser? – Eu falo arrumando meus livros em meus braços.
– Ou talvez, hoje às três horas na sua casa. Sem gracinhas, sem pegadinhas e sem seu mau humor diário. – Ele falou me avaliando. – Só falta me passar seu endereço.
– Se quiser apareça, e ache minha casa.
– Tem mais de um milhão de casas nesta cidade.
– Tadinho, acho que não vai conseguir chegar às três horas. – Eu digo dando as costas para ele e descendo a escada rumo a qualquer lugar bem longe daquele ser.
Ando até o meu armário e lá encontro minha melhor amiga (e única, vale ressaltar) Katherine Star, ou Kathe. Ela tem cabelos louros platinados, olhos cor de chocolate. Usa na maioria das vezes vestidos ou roupa de líder de torcida que mostram suas perfeitas curvas. Sim, minha amiga é líder de torcida por que é uma tradição da família que vem sendo seguida por gerações. Coitada!– Kathe, me salva! – Eu falo parando em seu lado e abrindo meu armário.– Não vou ajudar você com o seu encosto. Eu avisei que não seria uma boa ideia colocar fogo na escola. – Ela falou com aquele tom “eu te avisei, não avisei?” que todo mundo sempre fala comigo quando eu faço alguma coisa errada, mas eles nunca me impedem de fazer.– Nem queimou nada. &ndash
Eu só precisava aguentar mais dois dias e estava livre daquele idiota!Angelica, você é forte. Vai conseguir aguentar Patrício por míseros três dias e depois vai para Paris conhecer algum francês quando se esbarram na rua quando está indo ver algum monumento magnifico. Calma Ag. Não jogue ele pela janela!– Patrício, você me entendeu? - Perguntei pela milésima vez.Amanhã seriam as provas do idiota e depois seria o seu importante jogo que eu não iria comparecer de jeito nenhum, eu tinha que preparar minhas malas. O caso é que eu estava tentando ensinar para o idiota a formula de Baskara, isso mesmo... Aquela bem fácil que qualquer um consegue fazer depois de algum treino. Bem, ele não conseguia decorar nem a formula quem dirá como se faz.– Angelica,
O que na verdade aconteceu foi:Minha mãe não parava de falar que estava na hora deu ter encontrado alguém a minha altura, que meu ultimo namorado (um cara mais velho, com tatuagem no corpo, que não fazia nada da vida além de passear com sua moto e comer de graça aqui em casa) era uma bela de uma porcaria. Meu pai sentou na cadeira de sempre dele e ficou fazendo perguntas nada gentis para Patrício que tinha que inventar respostas rápidas. A empregada nova, coitada, serviu um miojo com milho de refeição e isso desencadeou uma série de gritos da minha mãe para a pobrezinha.Patrício abriu um champanhe paraguaiana para podermos comemorar em grande estilo. E eu? Bem, eu não neguei nem um momento o que Patrício falava, afinal... Eu tinha um plano em mente.– Então me conte como vocês se conheceram. - Meu pai perguntou colocando na boca um pouco
– Sua família parece legal! – Ele fala quando estamos chegando ao portão.– Eu sei que você fez uma aposta idiota com o seu amigo pior do que você... – Eu digo logo de uma vez.Patrício me olha tentando mostrar surpresa ou indignação. Eu continuo olhando para seus olhos azuis que neste momento estavam claros... Isso quer dizer o que mesmo? Que ele está feliz? Surpreso?– Eu não... – Ele tentou mentir, mas eu arqueei uma sobrancelha e ele parou. – Por que não desmentiu a história para a sua família?Eu realmente pensei em falar alguma coisa sobre isso, eu pensei em chorar e gritar para os meus pais tirarem ele a força de casa alegando que ele me machucou, ou algo assim... Mas eu tomei uma decisão e eu não volto atrás.
Estava só de palhaçada com a minha cara, só pode.Cadê as câmeras?Alô produção pode aparecer já... Por favor, hein?– Não... – Eu digo insegura do que dizer exatamente.– Você devia começar a se comportar mais como minha namorada. – Ele comenta quando os outros amigos deles, incluindo Felipe e Jéssica sai de perto de nós.– Eu não sou sua namorada! – Eu digo.– Perante as outras pessoas... Nós somos um lindo casal apaixonado! – Diz Patrício fazendo uma careta com essa frase.Aquilo me dava náuseas!– Só até amanhã, querido. – Digo empurrando o braço dele de propósito quando passo p
– Quando eu ganho minhas passagens? - Pergunto farta de ouvir meu pai discutindo basquete com Patrício.– Depois do jantar querida. - Disse minha mãe tentando manter a compostura na frente de meu namorado.Era visto que ela não estava nem um pouco feliz como eu estava agindo ultimamente, ou seja, sendo mal educada até com a minha sombra. E eu tenho culpa? Claro que não!Culpa de quem? Patrício que me estressa profundamente.O jantar transcorreu perfeitamente em harmonia, para não falar o contrário. Só sei que minha mãe perdeu a cabeça com a nova empregada, se estressou comigo por não dar atenção para Patrício, que por sua vez conversava animadamente com meu pai, o que irritou minha mãe por ela estar se sentindo excluída.Como dito
– Eu vou ir? – Ele perguntou na mesmo hora que eu.– Sim! Não é magnifico? – Minha mãe falou.– Não, não é magnifico. Na verdade não é nem perto de uma noticia boa. – Eu digo ficando desesperada – Primeiro arruínam minha viagem e agora estão me dizendo que eu vou ter que ir viajar para aquela merda de cidade...Com ele?– Ei! – Ele protesta pelo modo que eu falo.– Que é? Vai dizer-me que está feliz por ter que ir viajar comigo? – Eu digo me jogando no sofá e colocando uma almofada na cara. – Diga para os meus pais que você não vai ir. Que não namoramos! – Eu ordeno.– Senhores Verona... – Patrício começa. – Ficaria honrado em viajar com a sua filha, mas estou sem dinheiro no momento. Agradeço pela oportunidade e fiqu
O dia de sexta feira correu tudo bem, tirando alguns fatos.Patrício venceu o jogo com sua equipe para a felicidade de todos tirando a minha. O diretor aprecia orgulhoso demais por ele ter conseguido passar nas provas e ainda ganhar um jogo tão difícil como esse. E eu? Não ganho nem um obrigado por ter ajudado o idiota a passar e muito menos ganho uma plaquinha com o meu nome em agradecimento pelo fato deu ter feito um milagre.Ultimo dia antes das férias e eu estava nem um pouco animada. Para ter noção eu preferia ter aula a simplesmente ficar de férias, irem viajar para um lugar que eu não consigo pronunciar o nome direito e ainda por cima com Patrício como companhia.Tá certo que eu poderia muito bem ter feito birra e Patrício não ir. Mas isso só me traria dor de cabeça e além do mais, se e