A jornada até o refúgio de Isabella foi marcada pelo silêncio tenso. O grupo se moveu através da floresta, tentando se manter discreto e evitar qualquer patrulha de Don Vitale ou seus homens. Elena sentia o peso das últimas horas se acumulando em seus ombros, suas perguntas sem resposta girando em sua mente. A presença de Isabella havia oferecido um alívio temporário, mas também trouxe uma enxurrada de novas perguntas.Finalmente, após uma caminhada que parecia interminável, chegaram a uma cabana isolada no meio da floresta. Era uma construção simples, mas parecia sólida e segura. Isabella fez um gesto para que entrassem, e o grupo se acomodou na pequena sala, que estava razoavelmente bem equipada com o essencial. Havia uma mesa de madeira, algumas cadeiras e uma lareira que parecia estar funcionando.Mateo, Felipo e Theo começaram a ajudar a preparar a área, enquanto o pai de Elena procurava por algo para preparar um pouco de comida e água. Isabella se aproximou de Elena, seu olhar a
A tensão na cabana era palpável. O homem que havia entrado parecia determinado a cumprir uma missão, e o grupo imediatamente entrou em modo de defesa. Isabella fez um gesto para que todos ficassem calmos, enquanto Mateo e Theo posicionavam-se estrategicamente ao redor da sala. — Não precisamos de mais violência — Isabella disse, sua voz firme e autoritária. — O que você quer? O homem de Don Vitale olhou para ela com um olhar desafiador, sua expressão carregada de desdém. — Don Vitale não está brincando — ele respondeu. — Ele quer o que é dele por direito. E se você está no caminho dele, vai ter que enfrentar as consequências. Felipo se aproximou de Isabella, seu olhar atento. — O que devemos fazer? — ele perguntou, sua voz baixa. — Eles sabem onde estamos, e mais homens podem estar a caminho. Isabella fez um gesto para que todos se aproximassem da mesa. — Temos que pensar rápido — ela disse. — Precisamos sair daqui antes que a situação fique ainda mais perigosa. E precisamos
O amanhecer trouxe uma nova sensação de urgência. A pequena cabana em que Elena e o grupo se encontravam estava agora repleta de preparação e planejamento. Isabella havia sido rápida em organizar o que restava da equipe, e a necessidade de manter o documento seguro era mais crítica do que nunca.— O que faremos agora? — perguntou Felipo, enquanto examinava o mapa que Isabella havia desenrolado sobre a mesa. — Como podemos garantir que o documento permaneça seguro?Isabella estava ocupada revisando algumas anotações, sua expressão concentrada. Ela finalmente levantou os olhos para encarar Felipo.— Precisamos encontrar um local seguro para esconder o documento, um lugar onde Don Vitale não possa alcançar. — Ela fez uma pausa, olhando para Elena. — E, ao mesmo tempo, precisamos decifrar as instruções. Elena, você está pronta para isso?Elena assentiu, sua mente ainda girando com as revelações recentes. A ideia de ter um papel tão crucial em um segredo de família tão antigo era avassalad
A caverna estava agora iluminada por uma pequena lanterna, suas sombras dançando nas paredes rochosas enquanto o grupo se preparava para a próxima etapa. Isabella, com um olhar determinado, estava disposta a enfrentar a tarefa desafiadora de decifrar o documento. Elena, Theo, Mateo, Felipo e o pai de Elena se reuniram ao redor da mesa improvisada, onde o documento estava cuidadosamente desenrolado.O ambiente estava carregado com a expectativa do que estava por vir. Isabella começou a examinar o documento com uma lupa, seus olhos correndo sobre o texto antigo e as anotações codificadas.— Temos que ser meticulosos — Isabella disse, sua voz carregada de concentração. — Cada detalhe pode ser crucial para resolver o enigma.Theo estava ao lado de Elena, ajudando a organizar algumas anotações e livros que poderiam ser úteis. Havia uma tensão palpável entre eles, uma proximidade silenciosa que parecia crescer a cada momento. Elena notava a atenção de Theo, seu olhar fixo nela como se ele p
O som abafado dos saltos de Elena ecoava pelo corredor vazio, ressoando contra as paredes frias e mal iluminadas de seu prédio. Era tarde, e como de costume, o ambiente sombrio sempre a deixava com uma sensação desconfortável, como se estivesse sendo observada. Não era paranoia — ela sabia que havia algo de errado, também não era o cansaço depois de ter uma prova pela manhã e uma apresentação pela tarde, mas não conseguia identificar o quê. Os corredores do edifício pareciam compridos demais à noite, as sombras dançavam de maneira estranha, e o barulho do vento que passava pelas janelas abertas gerava um sussurro constante, quase como uma voz longínqua. Era inquietante.Ela apertou o casaco ao redor de seu corpo enquanto avançava, sentindo um calafrio subir pela espinha. "Sempre alerta", pensou consigo mesma. Essa frase havia se tornado seu mantra desde que se mudara para aquele apartamento. A vida parecia ter tomado um rumo estranho desde então. Não era apenas o prédio escuro e decad
Elena não conseguia tirar as palavras da carta da cabeça. "As sombras estão mais próximas do que você pensa. Cuidado em quem confia." Aquilo parecia um aviso claro, mas a quem estava direcionado? Para sua vida pessoal? Seus poucos amigos na faculdade? Ou talvez, e mais perturbador, para os três irmãos que moravam no andar de baixo? De qualquer maneira, Elena sabia que não podia ignorar aquela mensagem. Sentia que cada detalhe ao seu redor estava repleto de segredos, e era como se o passado estivesse à espreita, pronto para explodir.Era uma manhã fria e cinzenta, e Elena decidiu ir para a faculdade mais cedo do que de costume. Talvez um pouco de ar fresco a ajudasse a organizar seus pensamentos. Saiu de casa com passos rápidos, como se estivesse tentando fugir do próprio apartamento, daquelas paredes que pareciam sufocá-la com memórias e incertezas.À medida que caminhava pelos corredores escuros do prédio, sua mente vagava. Estava inquieta, incapaz de afastar a sensação de que estava
Elena estava inquieta desde o encontro com Theo e Felipo. Eles pareciam sempre saber mais do que ela mesma suspeitava que eles soubessem. As palavras que Theo havia pronunciado, combinadas com o sorriso enigmático de Felipo, deixaram claro que algo estava acontecendo. Ela não conseguia afastar a sensação de que aqueles três irmãos tinham alguma conexão com as cartas que vinha recebendo, até porque bambina era italiano.Naquela noite, Elena não conseguiu dormir direito. A cada som no prédio, a cada ruído vindo do corredor, seu corpo se enrijecia. Sentia-se cercada por sombras, como se o próprio prédio estivesse se fechando ao seu redor. Pela primeira vez, ela considerou a ideia de que talvez estivesse mesmo em perigo. Mas quem poderia estar por trás disso? E por quê?Na manhã seguinte, aproveitando que não teria aula naquele dia durante a tarde, Elena decidiu que precisava investigar. Era impossível continuar vivendo naquela névoa de mistério sem tentar encontrar respostas. Se os irmão
O silêncio pairava pesado no ar. Elena sentia cada batida do seu coração ressoando em seus ouvidos, enquanto Mateo a observava do outro lado da sala. O mistério envolvendo os irmãos italianos parecia, de repente, estar prestes a se desdobrar. E, embora quisesse respostas, o medo de ouvir a verdade a fazia hesitar.— O que você quer dizer com "algo muito maior"? — Elena perguntou, sua voz carregada de incerteza.Mateo se inclinou para frente, seus cotovelos apoiados nos joelhos, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras que diria a seguir.— Há muito tempo, sua..quer dizer a nossa, família foi envolvida em algo perigoso — começou ele, sua voz baixa e grave. — Mais especificamente, seu pai. E quando ele desapareceu da sua vida, não foi por acaso.Elena se endireitou no sofá, sentindo uma onda de adrenalina percorrer seu corpo. O que Mateo sabia sobre seu pai? Ela tinha sido criada pela mãe, que sempre lhe dissera que ele estava morto. Contudo, a carta misteriosa que recebe