A noite estava gelada, e o silêncio opressor da floresta fazia o som dos passos de Don Vitale e seus homens parecer ainda mais alto. Elena sentiu o frio se espalhar por seu corpo, não apenas pela temperatura, mas pela sensação crescente de que estavam sem saída. Don Vitale os tinha encurralado, e agora parecia que todas as tentativas de fuga foram em vão.Mateo, Felipo e Theo formaram uma linha à frente de Elena, prontos para protegê-la a qualquer custo. Suas respirações eram pesadas, e suas mãos estavam firmemente segurando as armas. O pai de Elena se posicionou ao lado dos três irmãos, determinado a corrigir os erros do passado e proteger sua filha.Don Vitale se aproximou lentamente, seus olhos sombrios fixos em Elena, com um sorriso satisfeito nos lábios.— Vocês correram bem — ele disse, sua voz ecoando pela clareira como o de um predador que saboreava o momento antes do ataque. — Mas todo jogo tem um fim.Elena sabia que não havia nada de casual nas palavras de Vitale. Ele estav
A mulher parada na clareira irradiava um ar de poder e mistério. Com os cabelos claros caindo em ondas controladas e um olhar penetrante como o mar, ela parecia ser uma força da natureza. A arma que segurava não era apenas uma ferramenta, mas uma extensão de sua própria presença dominante. Don Vitale a observava com uma mistura de raiva e surpresa, claramente desconcertado por sua chegada inesperada.— Quem é você? — Vitale exigiu, sua voz carregada de tensão. — E o que está fazendo aqui?A mulher não se apressou em responder. Ela simplesmente deu um passo à frente, seus olhos nunca se afastando de Elena. A expressão de Elena era um misto de curiosidade e confusão. Quem era aquela pessoa e por que ela parecia estar tão interessada nela?— Meu nome é Isabella — a mulher disse finalmente, sua voz ressoando com uma autoridade calma. — E estou aqui para resolver algumas questões pendentes.A resposta não ofereceu muita clareza, mas pelo menos agora Elena sabia o nome dela. Isabella. Mas
A jornada até o refúgio de Isabella foi marcada pelo silêncio tenso. O grupo se moveu através da floresta, tentando se manter discreto e evitar qualquer patrulha de Don Vitale ou seus homens. Elena sentia o peso das últimas horas se acumulando em seus ombros, suas perguntas sem resposta girando em sua mente. A presença de Isabella havia oferecido um alívio temporário, mas também trouxe uma enxurrada de novas perguntas.Finalmente, após uma caminhada que parecia interminável, chegaram a uma cabana isolada no meio da floresta. Era uma construção simples, mas parecia sólida e segura. Isabella fez um gesto para que entrassem, e o grupo se acomodou na pequena sala, que estava razoavelmente bem equipada com o essencial. Havia uma mesa de madeira, algumas cadeiras e uma lareira que parecia estar funcionando.Mateo, Felipo e Theo começaram a ajudar a preparar a área, enquanto o pai de Elena procurava por algo para preparar um pouco de comida e água. Isabella se aproximou de Elena, seu olhar a
A tensão na cabana era palpável. O homem que havia entrado parecia determinado a cumprir uma missão, e o grupo imediatamente entrou em modo de defesa. Isabella fez um gesto para que todos ficassem calmos, enquanto Mateo e Theo posicionavam-se estrategicamente ao redor da sala. — Não precisamos de mais violência — Isabella disse, sua voz firme e autoritária. — O que você quer? O homem de Don Vitale olhou para ela com um olhar desafiador, sua expressão carregada de desdém. — Don Vitale não está brincando — ele respondeu. — Ele quer o que é dele por direito. E se você está no caminho dele, vai ter que enfrentar as consequências. Felipo se aproximou de Isabella, seu olhar atento. — O que devemos fazer? — ele perguntou, sua voz baixa. — Eles sabem onde estamos, e mais homens podem estar a caminho. Isabella fez um gesto para que todos se aproximassem da mesa. — Temos que pensar rápido — ela disse. — Precisamos sair daqui antes que a situação fique ainda mais perigosa. E precisamos
O amanhecer trouxe uma nova sensação de urgência. A pequena cabana em que Elena e o grupo se encontravam estava agora repleta de preparação e planejamento. Isabella havia sido rápida em organizar o que restava da equipe, e a necessidade de manter o documento seguro era mais crítica do que nunca.— O que faremos agora? — perguntou Felipo, enquanto examinava o mapa que Isabella havia desenrolado sobre a mesa. — Como podemos garantir que o documento permaneça seguro?Isabella estava ocupada revisando algumas anotações, sua expressão concentrada. Ela finalmente levantou os olhos para encarar Felipo.— Precisamos encontrar um local seguro para esconder o documento, um lugar onde Don Vitale não possa alcançar. — Ela fez uma pausa, olhando para Elena. — E, ao mesmo tempo, precisamos decifrar as instruções. Elena, você está pronta para isso?Elena assentiu, sua mente ainda girando com as revelações recentes. A ideia de ter um papel tão crucial em um segredo de família tão antigo era avassalad
A caverna estava agora iluminada por uma pequena lanterna, suas sombras dançando nas paredes rochosas enquanto o grupo se preparava para a próxima etapa. Isabella, com um olhar determinado, estava disposta a enfrentar a tarefa desafiadora de decifrar o documento. Elena, Theo, Mateo, Felipo e o pai de Elena se reuniram ao redor da mesa improvisada, onde o documento estava cuidadosamente desenrolado.O ambiente estava carregado com a expectativa do que estava por vir. Isabella começou a examinar o documento com uma lupa, seus olhos correndo sobre o texto antigo e as anotações codificadas.— Temos que ser meticulosos — Isabella disse, sua voz carregada de concentração. — Cada detalhe pode ser crucial para resolver o enigma.Theo estava ao lado de Elena, ajudando a organizar algumas anotações e livros que poderiam ser úteis. Havia uma tensão palpável entre eles, uma proximidade silenciosa que parecia crescer a cada momento. Elena notava a atenção de Theo, seu olhar fixo nela como se ele p
O som abafado dos saltos de Elena ecoava pelo corredor vazio, ressoando contra as paredes frias e mal iluminadas de seu prédio. Era tarde, e como de costume, o ambiente sombrio sempre a deixava com uma sensação desconfortável, como se estivesse sendo observada. Não era paranoia — ela sabia que havia algo de errado, também não era o cansaço depois de ter uma prova pela manhã e uma apresentação pela tarde, mas não conseguia identificar o quê. Os corredores do edifício pareciam compridos demais à noite, as sombras dançavam de maneira estranha, e o barulho do vento que passava pelas janelas abertas gerava um sussurro constante, quase como uma voz longínqua. Era inquietante.Ela apertou o casaco ao redor de seu corpo enquanto avançava, sentindo um calafrio subir pela espinha. "Sempre alerta", pensou consigo mesma. Essa frase havia se tornado seu mantra desde que se mudara para aquele apartamento. A vida parecia ter tomado um rumo estranho desde então. Não era apenas o prédio escuro e decad
Elena não conseguia tirar as palavras da carta da cabeça. "As sombras estão mais próximas do que você pensa. Cuidado em quem confia." Aquilo parecia um aviso claro, mas a quem estava direcionado? Para sua vida pessoal? Seus poucos amigos na faculdade? Ou talvez, e mais perturbador, para os três irmãos que moravam no andar de baixo? De qualquer maneira, Elena sabia que não podia ignorar aquela mensagem. Sentia que cada detalhe ao seu redor estava repleto de segredos, e era como se o passado estivesse à espreita, pronto para explodir.Era uma manhã fria e cinzenta, e Elena decidiu ir para a faculdade mais cedo do que de costume. Talvez um pouco de ar fresco a ajudasse a organizar seus pensamentos. Saiu de casa com passos rápidos, como se estivesse tentando fugir do próprio apartamento, daquelas paredes que pareciam sufocá-la com memórias e incertezas.À medida que caminhava pelos corredores escuros do prédio, sua mente vagava. Estava inquieta, incapaz de afastar a sensação de que estava