Enry estava no quarto, a escuridão ao seu redor refletia os pensamentos sombrios que dominavam sua mente. Ele se sentia sobrecarregado por todos os problemas que se acumulavam: Danika, sua crescente instabilidade emocional, as tensões no castelo, e o mais perturbador de tudo, o silêncio de seu lobo. Ele entrou no banheiro e ligou o chuveiro, deixando a água gelada correr sobre seu corpo, na esperança de clarear os pensamentos e acalmar os nervos. Mas mesmo enquanto a água escorria, nada parecia aliviar a pressão crescente dentro dele. Após alguns minutos, ele desligou o chuveiro e se vestiu com uma calça de moletom. O cansaço, tanto físico quanto mental, finalmente o dominou, e ele foi para a cama. Adormeceu, mas não por muito tempo. No meio da noite, Enry acordou sobressaltado, com o coração disparado. Algo estava errado. O som de um uivo ecoava em sua mente, e ele imediatamente reconheceu: seu lobo. O som era insuportavelmente alto, quase ensurdecedor. Ele colocou as mãos na c
Enry avançou sobre Vaiolet com uma fúria incontrolável. A visão de Danika caída, desmaiada no chão, sufocada e à beira da morte, fez sua fera emergir com uma violência que ele não conseguia conter. Seus olhos brilhavam em vermelho sangue, suas garras surgiram de suas mãos, e um rosnado gutural escapou de sua garganta, ecoando pelas paredes da masmorra.Vaiolet tentou se afastar, mas não foi rápido o suficiente. Enry a agarrou pelo pescoço com uma força esmagadora, levantando-a do chão com facilidade, enquanto ela se debatia desesperadamente. O medo finalmente aparecia em seus olhos, substituindo o ódio que até então ardia neles.— "Você ousa toca-lá" — Enry gritou, sua voz cheia de uma fúria primitiva. Vaiolet tentou falar, mas seu ar foi cortado pelo aperto implacável de Enry em sua garganta. Seus olhos se arregalaram, e ela lutava para respirar, suas mãos agarrando inutilmente o braço de Enry.Sem piedade, ele a lançou contra a parede da masmorra. Vaiolet bateu contra a pedra com um
Enry carregava Danika com cuidado, seus braços firmes, mas seu coração acelerado. Cada respiração dela parecia mais fraca, e o pânico crescia dentro dele, misturado à fúria que ainda queimava por dentro. Subiu as escadas das masmorras rapidamente, com Henrico logo atrás, seus passos pesados ecoando pelos corredores do castelo.Eles finalmente chegaram aos aposentos de Enry. Ele deitou Danika suavemente na cama, arrumando os travesseiros para deixá-la o mais confortável possível. A tensão em seus músculos só aumentava enquanto esperava Hilda. O ar no quarto estava pesado, carregado com o medo de perder Danika.Ele se abaixou novamente, aproximando o rosto do pescoço dela. De repente, algo mudou. Um cheiro diferente atingiu seus sentidos – algo suave, reconfortante, quase doce. Enry congelou. O aroma era forte e envolvente, e ele sentiu uma onda de bem-estar atravessá-lo, como se sua fera interior estivesse satisfeita por um breve momento.Enry franziu o cenho, confuso. Esse não era o c
Dois dias se passaram desde o ataque de Vaiolet, e a tensão no castelo estava palpável. Danika, ainda se recuperando, era cuidada com zelo por Hilda e Markus. A febre que a consumia tinha finalmente diminuído, e os sinais de melhora começavam a aparecer. Ainda assim, a sombra de um segredo pairava no ar, um segredo que nenhum deles tinha coragem de revelar a Enry. O filhote. Danika carregava dentro de si um pequeno ser, resultado de sua ligação com Enry, mas as circunstâncias ainda eram incertas. Todos sabiam que a revelação dessa notícia poderia mudar tudo – para o bem ou para o caos. Enry estava cada vez mais distante, afundado em uma fúria silenciosa, e seu lobo, inquieto, pressentia a mudança, mesmo sem saber exatamente o que estava por vir. Enquanto isso, as notícias sobre a prisão de Vaiolet chegaram até o alfa Diego, seu pai. Ele era um lobo astuto e poderoso, e sua paciência já estava no limite. A prisão de sua filha não era algo que ele perdoaria facilmente. Ele começou a
A revelação de Laelia sobre Vaiolet tinha acabado de mudar o curso dos acontecimentos, mas algo ainda queimava dentro de Enry — algo que ele não podia ignorar. Os olhos de Enry se estreitaram, fixos em Laelia, e de repente, sua raiva explodiu. Ele avançou, sua presença imponente fazendo o ar no ambiente parecer sufocante. Seu lobo estava à flor da pele, e a fúria que vinha segurando por tanto tempo finalmente emergiu com toda sua intensidade. — "Você sabia!" — Enry rugiu, sua voz reverberando pelas paredes de pedra. Seu lobo emergia com força em suas palavras, a fúria quase incontrolável. — "Você soube... e ainda deixou que ela fosse açoitada?!" A acusação atravessou Laelia como uma lâmina. Ela deu um passo para trás, os olhos arregalados diante da fúria crua de Enry, mas manteve a postura firme. Sabia que merecia aquilo, sabia que a raiva dele era justificada, mas não podia deixar que ele pensasse que ela simplesmente abandonara Danika. — "Perdoe-me," — Laelia sussurrou, a voz qu
A raiva que Eny sentia ardia como uma tempestade furiosa enquanto descia até as masmorras. Ele precisava ver Vaiolet, precisava enfrentá-la, dizer a ela o quanto a desprezava. Quando chegou, a visão diante de seus olhos o surpreendeu. Vaiolet estava irreconhecível. O ar de superioridade e arrogância que a definia havia desaparecido. Sua maquiagem estava borrada, o cabelo desgrenhado e embaraçado, seu rosto estava marcado pelas lágrimas. A loba feroz que ele conhecia há tantos anos estava despedaçada.Ao ouvir os passos dele, Vaiolet ergueu os olhos. Ela pôde sentir o ódio brutal que emanava de Enry, como uma onda esmagadora de fúria prestes a explodir.— "Então, você já sabe de tudo, não é?" — Vaiolet murmurou com um sorriso torto, forçado, sua voz embargada.Enry permaneceu em silêncio, mas o rosnado que emergiu de sua garganta foi o suficiente para fazer o coração dela acelerar, ameaçador e animalesco.— "Quer saber?" — Vaiolet cuspiu as palavras, tentando manter a compostura, mas
Enry saiu da masmorra em disparada, o coração martelando no peito, seus pensamentos consumidos pelas palavras venenosas de Vaiolet. Ele já sabia que algo estava diferente com Danika. Seu cheiro... havia algo a mais. Algo que ele não conseguia identificar, mas que agora fazia sentido, como se tudo estivesse se encaixando. Ele precisava tirar isso a limpo. Seu lobo, inquieto, estava à beira de tomar o controle, e Enry sentia que o tempo estava contra ele.Subindo as escadas apressadamente, ele se dirigiu aos aposentos de Danika, onde ela descansava.—————————————————————————————Na cozinha do castelo, Laelia estava sentada no balcão de mármore, distraidamente comendo uvas, seus pensamentos vagando pelo caos que se formava com a prisão de Vaiolet e a iminente retaliação do alfa Diego. Ela tentava desesperadamente pensar em uma solução para conter a situação. Seus nervos estavam à flor da pele, mas ela não podia demonstrar fraqueza. Não agora.O som da porta da cozinha se abrindo a tirou
Ao chegar no quarto, ele viu Hilda repousando na poltrona, e Danika estava deitada na cama com a mão sobre o ventre, conversando em voz baixa. Assim que entrou, Danika o encarou, surpresa e confusa. Ela sabia que ele havia sido informado que ela despertara, mas ele não apareceu. Ela estava certa de que ele a odiava por acreditar que ela o havia traído. O ar ficou denso quando Enry entrou, e, no mesmo instante, ele sentiu o cheiro que lhe torturava. O cheiro dela e... do filhote. Seu lobo uivava dentro dele, exigindo que protegesse ambos a qualquer custo.“Até quando pretendia esconder de mim?” Sua voz saiu grave, um rosnado contido que reverberou nas paredes.“O….. quê?” Danika olhou para ele, atônita, a confusão estampada em seu rosto.“Não se faça de boba, Danika,” ele avançou, a fúria pulsando em suas veias. “Por que estava escondendo meu filhote de mim?”Ao ouvir aquelas palavras, Danika sentiu seu mundo desmoronar. O desespero a envolveu como um manto pesado, e o temor pela segu