Danika, mesmo com o alívio de Enry saber que ela era inocente, não conseguia se livrar da sensação opressiva de insegurança. No fundo de sua alma, temia que, se algo acontecesse novamente, ele pudesse se voltar contra ela. Enry já tinha feito isso uma vez — a açoitado, acreditando em uma traição que nunca existiu. Agora, com a vida crescendo dentro dela, a necessidade de proteção era ainda mais intensa. Ela precisava ser cuidadosa, , pelo bem do seu filhote."Enry..." Danika sussurrou, sua voz vacilante, enquanto ele estava deitado, com a cabeça suavemente apoiada em seu ventre, sentindo o calor e o pulsar da vida ali dentro.Mas antes que ela pudesse continuar, ele a interrompeu, sua voz carregada de uma angústia velada. "Danika, eu sei o que está pensando. Sei que não confia em mim ainda." Ele se levantou levemente, os olhos firmes nos dela, implorando por uma chance de redenção. "Mas, por favor, não me afaste do meu filhote."Ela engoliu em seco, o peso da situação esmagando-a por
No dia seguinte, Enry levantou-se cedo, ainda sem ter conseguido dormir direito. A tensão da noite anterior ainda pesava sobre seus ombros, cada pensamento voltando à conversa dolorosa que teve com Danika. O “eu te amo” que escapou de seus lábios ecoava em sua mente, uma confissão tão sincera quanto inesperada até para ele mesmo. Ele decidiu tomar o desjejum na cozinha do castelo, longe do peso sufocante de seu quarto. Ao chegar, encontrou Hilda preparando algo, suas mãos trabalhando com a habilidade de uma governanta que já havia visto e vivido mais do que muitos poderiam imaginar. "Alfa Enry," ela o cumprimentou com uma reverência respeitosa. Enry acenou com a cabeça, os olhos ainda carregados de cansaço. Sentou-se à mesa, passando a mão pelos cabelos em um gesto inconsciente de frustração e exaustão acumulada. O silêncio na cozinha era interrompido apenas pelo som das panelas e do fogo crepitando no fogão. "Como eles estão?" perguntou, quebrando o silêncio enquanto fitava a cha
No castelo, Danika estava sob os cuidados de Markus, o mago que havia sido designado para ajudá-la a controlar seu poder recém-descoberto. Eles estavam em um amplo salão, onde as paredes eram adornadas com tapeçarias que contavam a história dos Lycans — lendas de batalhas, conquistas e a reverência a sua natureza selvagem. O ambiente estava carregado de energia e expectativa, e Danika sentia a pressão sobre seus ombros. Cada fibra do seu ser pulsava com a necessidade de dominar seus poderes, mas também com o peso da responsabilidade que agora recaía sobre ela. — Concentre-se, Danika! — ordenou Markus, sua voz firme, ressoando no espaço amplamente vazio enquanto ele a observava realizar os exercícios de controle. — Você precisa liberar essa energia. Ela tentou, mas sua concentração vacilou. Um turbilhão de emoções a envolvia — medo, ansiedade, e uma força primal que parecia querer emergir. Após várias tentativas frustradas, Danika caiu ao chão, ofegante. O suor escorria pela sua test
A noite chegou rápida no castelo, trazendo junto com ela a insônia de Danika. Ela se revirava na cama, os lençóis agora amassados ao redor de seu corpo, enquanto a escuridão tomava conta do quarto. Já havia tentado de tudo, mas o sono teimava em não vir. Já era quase madrugada quando decidiu que levantar seria sua melhor opção. "Dizem que tomar leite melhora a insônia", pensou, soltando um suspiro. "Não custa tentar."Vestindo uma camisola simples de seda, ela caminhou descalça pelos corredores silenciosos do castelo. As paredes de pedra refletiam a luz fraca que iluminavam o caminho, e seus passos ecoavam suavemente. Ao se aproximar da cozinha, Danika sentiu algo que a fez parar abruptamente. Seu coração acelerou, e ela prendeu a respiração por um instante. Lá, na penumbra, ela o viu.Enry, o rei Lycan, estava de costas para ela, a enorme muralha de músculos claramente delineada sob a luz suave que emanava pela cozinha. Ele mexia em algo no balcão, aparentemente alheio à sua presença
A respiração de Danika estava acelerada, o coração batendo tão forte que ela podia sentir cada pulsação ecoando em seus ouvidos. O calor entre eles era palpável, quase sufocante, mas de uma maneira que a fazia querer mais, muito mais. Os olhos de Enry brilhavam em um azul escuro, intensos, famintos, e o lobo dentro dele rosnava baixinho, ansioso pelo contato.Ele a levantou de forma inesperada, fazendo com que ela automaticamente envolvesse as pernas em torno de sua cintura, Danika sentiu uma onda de eletricidade percorrer seu corpo. As mãos firmes de Enry, segurando-a pelas coxas, eram seguras e dominadoras. Aquele contraste entre o perigo que ele representava e a segurança que transmitia mexia com ela de formas que não sabia explicar.Cada movimento que ele fazia, guiando-os até a despensa, era carregado de intenção. O calor que emanava de seus corpos, tão próximos, parecia queimar o ar entre eles. Enry a pressionou contra a porta da despensa com uma urgência que fazia suas entranh
Os dias foram se passando, e o castelo estava cada vez mais ansioso pelo que estava por vir. Danika se sentia cada vez mais cansada, os treinos se tornavam implacáveis, cada sessão despertando o medo entre todos, pois ela parecia incapaz de se transformar completamente. A exaustão se acumulava, e a ausência de Enry a atormentava como um eco insuportável, sua falta pesando em seu peito. O filhote crescia rápido e estava se tornando um peso, um lembrete constante de tudo o que estava em jogo e da ligação profunda que compartilhavam.Os rumores sobre Diego e sua alcateia estavam cada vez mais próximos, deixando todos em alerta. Enry, mais do que nunca, se tornava um muro de proteção, sua preocupação pela segurança da alcateia transparecendo em cada decisão. Mas esse zelo também o afastava de Danika, como se temesse que sua presença pudesse complicar ainda mais as coisas. Aquela distância, no entanto, aumentava a dor que se acumulava dentro dela, um turbilhão de sentimentos que fervilhava
Henrico se encontrava no escritório, rodeado por pergaminhos e mapas, perdido em pensamentos sobre as repercussões da crescente tensão entre as alcateias. Seu coração estava pesado, um presságio de que algo terrível estava por vir. O clima no castelo havia mudado, um sussurro de insegurança pairando no ar. Foi então que a porta se abriu abruptamente, e um guarda entrou, seu rosto pálido e os olhos arregalados de medo.— Senhor! — exclamou o guarda, a voz trêmula. — Alguns dos guardas foram atacados nas fronteiras... eles chegaram!A declaração ecoou na mente de Henrico como um trovão. A adrenalina disparou em suas veias, o sangue pulsando em suas têmporas. Ele sabia que não havia mais tempo para hesitações. Olhando rapidamente pela janela, observou o céu escurecer, nuvens pesadas se acumulando, como se o próprio mundo estivesse se preparando para a batalha. Um presságio do que estava por vir.Antes que pudesse processar completamente a gravidade da situação, Enry irrompeu pela porta,
Enry corria em direção à fronteira, seu lobo uivando ao vento, a adrenalina pulsando em suas veias. Cada batida do seu coração ressoava como um tambor de guerra, e a determinação queimava em seus olhos, que se tornaram um vermelho intenso, refletindo o poder de seu vínculo com Danika. Ele podia sentir a presença dela a qualquer momento, em qualquer lugar, como se ela estivesse dentro dele. Ela era finalmente sua Luna! Henrico corria ao seu lado, demonstrando lealdade e coragem. Eles eram uma força indomável, irmãos de batalha, prontos para enfrentar qualquer desafio que viesse em seu caminho. Ao se aproximarem, os ecos de uivos distantes se tornaram mais altos, e a realidade da luta se desenrolava diante deles. Os Lycans estavam em batalha, e o cheiro de sangue e fúria impregnava o ar. Quando chegaram ao local da luta, Enry parou por um instante, avaliando a cena. Seu coração disparou ao ver a grande quantidade de Lycans enfrentando um inimigo comum. Alguns eram bestas, outros alfa