A raiva que Eny sentia ardia como uma tempestade furiosa enquanto descia até as masmorras. Ele precisava ver Vaiolet, precisava enfrentá-la, dizer a ela o quanto a desprezava. Quando chegou, a visão diante de seus olhos o surpreendeu. Vaiolet estava irreconhecível. O ar de superioridade e arrogância que a definia havia desaparecido. Sua maquiagem estava borrada, o cabelo desgrenhado e embaraçado, seu rosto estava marcado pelas lágrimas. A loba feroz que ele conhecia há tantos anos estava despedaçada.Ao ouvir os passos dele, Vaiolet ergueu os olhos. Ela pôde sentir o ódio brutal que emanava de Enry, como uma onda esmagadora de fúria prestes a explodir.— "Então, você já sabe de tudo, não é?" — Vaiolet murmurou com um sorriso torto, forçado, sua voz embargada.Enry permaneceu em silêncio, mas o rosnado que emergiu de sua garganta foi o suficiente para fazer o coração dela acelerar, ameaçador e animalesco.— "Quer saber?" — Vaiolet cuspiu as palavras, tentando manter a compostura, mas
Enry saiu da masmorra em disparada, o coração martelando no peito, seus pensamentos consumidos pelas palavras venenosas de Vaiolet. Ele já sabia que algo estava diferente com Danika. Seu cheiro... havia algo a mais. Algo que ele não conseguia identificar, mas que agora fazia sentido, como se tudo estivesse se encaixando. Ele precisava tirar isso a limpo. Seu lobo, inquieto, estava à beira de tomar o controle, e Enry sentia que o tempo estava contra ele.Subindo as escadas apressadamente, ele se dirigiu aos aposentos de Danika, onde ela descansava.—————————————————————————————Na cozinha do castelo, Laelia estava sentada no balcão de mármore, distraidamente comendo uvas, seus pensamentos vagando pelo caos que se formava com a prisão de Vaiolet e a iminente retaliação do alfa Diego. Ela tentava desesperadamente pensar em uma solução para conter a situação. Seus nervos estavam à flor da pele, mas ela não podia demonstrar fraqueza. Não agora.O som da porta da cozinha se abrindo a tirou
Ao chegar no quarto, ele viu Hilda repousando na poltrona, e Danika estava deitada na cama com a mão sobre o ventre, conversando em voz baixa. Assim que entrou, Danika o encarou, surpresa e confusa. Ela sabia que ele havia sido informado que ela despertara, mas ele não apareceu. Ela estava certa de que ele a odiava por acreditar que ela o havia traído. O ar ficou denso quando Enry entrou, e, no mesmo instante, ele sentiu o cheiro que lhe torturava. O cheiro dela e... do filhote. Seu lobo uivava dentro dele, exigindo que protegesse ambos a qualquer custo.“Até quando pretendia esconder de mim?” Sua voz saiu grave, um rosnado contido que reverberou nas paredes.“O….. quê?” Danika olhou para ele, atônita, a confusão estampada em seu rosto.“Não se faça de boba, Danika,” ele avançou, a fúria pulsando em suas veias. “Por que estava escondendo meu filhote de mim?”Ao ouvir aquelas palavras, Danika sentiu seu mundo desmoronar. O desespero a envolveu como um manto pesado, e o temor pela segu
Danika, mesmo com o alívio de Enry saber que ela era inocente, não conseguia se livrar da sensação opressiva de insegurança. No fundo de sua alma, temia que, se algo acontecesse novamente, ele pudesse se voltar contra ela. Enry já tinha feito isso uma vez — a açoitado, acreditando em uma traição que nunca existiu. Agora, com a vida crescendo dentro dela, a necessidade de proteção era ainda mais intensa. Ela precisava ser cuidadosa, , pelo bem do seu filhote."Enry..." Danika sussurrou, sua voz vacilante, enquanto ele estava deitado, com a cabeça suavemente apoiada em seu ventre, sentindo o calor e o pulsar da vida ali dentro.Mas antes que ela pudesse continuar, ele a interrompeu, sua voz carregada de uma angústia velada. "Danika, eu sei o que está pensando. Sei que não confia em mim ainda." Ele se levantou levemente, os olhos firmes nos dela, implorando por uma chance de redenção. "Mas, por favor, não me afaste do meu filhote."Ela engoliu em seco, o peso da situação esmagando-a por
No dia seguinte, Enry levantou-se cedo, ainda sem ter conseguido dormir direito. A tensão da noite anterior ainda pesava sobre seus ombros, cada pensamento voltando à conversa dolorosa que teve com Danika. O “eu te amo” que escapou de seus lábios ecoava em sua mente, uma confissão tão sincera quanto inesperada até para ele mesmo. Ele decidiu tomar o desjejum na cozinha do castelo, longe do peso sufocante de seu quarto. Ao chegar, encontrou Hilda preparando algo, suas mãos trabalhando com a habilidade de uma governanta que já havia visto e vivido mais do que muitos poderiam imaginar. "Alfa Enry," ela o cumprimentou com uma reverência respeitosa. Enry acenou com a cabeça, os olhos ainda carregados de cansaço. Sentou-se à mesa, passando a mão pelos cabelos em um gesto inconsciente de frustração e exaustão acumulada. O silêncio na cozinha era interrompido apenas pelo som das panelas e do fogo crepitando no fogão. "Como eles estão?" perguntou, quebrando o silêncio enquanto fitava a cha
No castelo, Danika estava sob os cuidados de Markus, o mago que havia sido designado para ajudá-la a controlar seu poder recém-descoberto. Eles estavam em um amplo salão, onde as paredes eram adornadas com tapeçarias que contavam a história dos Lycans — lendas de batalhas, conquistas e a reverência a sua natureza selvagem. O ambiente estava carregado de energia e expectativa, e Danika sentia a pressão sobre seus ombros. Cada fibra do seu ser pulsava com a necessidade de dominar seus poderes, mas também com o peso da responsabilidade que agora recaía sobre ela. — Concentre-se, Danika! — ordenou Markus, sua voz firme, ressoando no espaço amplamente vazio enquanto ele a observava realizar os exercícios de controle. — Você precisa liberar essa energia. Ela tentou, mas sua concentração vacilou. Um turbilhão de emoções a envolvia — medo, ansiedade, e uma força primal que parecia querer emergir. Após várias tentativas frustradas, Danika caiu ao chão, ofegante. O suor escorria pela sua test
A noite chegou rápida no castelo, trazendo junto com ela a insônia de Danika. Ela se revirava na cama, os lençóis agora amassados ao redor de seu corpo, enquanto a escuridão tomava conta do quarto. Já havia tentado de tudo, mas o sono teimava em não vir. Já era quase madrugada quando decidiu que levantar seria sua melhor opção. "Dizem que tomar leite melhora a insônia", pensou, soltando um suspiro. "Não custa tentar."Vestindo uma camisola simples de seda, ela caminhou descalça pelos corredores silenciosos do castelo. As paredes de pedra refletiam a luz fraca que iluminavam o caminho, e seus passos ecoavam suavemente. Ao se aproximar da cozinha, Danika sentiu algo que a fez parar abruptamente. Seu coração acelerou, e ela prendeu a respiração por um instante. Lá, na penumbra, ela o viu.Enry, o rei Lycan, estava de costas para ela, a enorme muralha de músculos claramente delineada sob a luz suave que emanava pela cozinha. Ele mexia em algo no balcão, aparentemente alheio à sua presença
A respiração de Danika estava acelerada, o coração batendo tão forte que ela podia sentir cada pulsação ecoando em seus ouvidos. O calor entre eles era palpável, quase sufocante, mas de uma maneira que a fazia querer mais, muito mais. Os olhos de Enry brilhavam em um azul escuro, intensos, famintos, e o lobo dentro dele rosnava baixinho, ansioso pelo contato.Ele a levantou de forma inesperada, fazendo com que ela automaticamente envolvesse as pernas em torno de sua cintura, Danika sentiu uma onda de eletricidade percorrer seu corpo. As mãos firmes de Enry, segurando-a pelas coxas, eram seguras e dominadoras. Aquele contraste entre o perigo que ele representava e a segurança que transmitia mexia com ela de formas que não sabia explicar.Cada movimento que ele fazia, guiando-os até a despensa, era carregado de intenção. O calor que emanava de seus corpos, tão próximos, parecia queimar o ar entre eles. Enry a pressionou contra a porta da despensa com uma urgência que fazia suas entranh