— Eu vou acabar com ele.
— E eu achando que a noite acabaria bem; sem brigas ou confusões, como o alfa ordenou – Yan sussurrou voltando para seu lugar — adoro confusão, ou socar alguém.
— É por isso que você faz parte do meu trisal – Adrian debochou e encarou por debaixo do capacete os olhos negros de Jin. Quanta surra ele precisava levar para seu lobo sair? — Yan, se prepara – mandou, assim que o apito fez seu trabalho, Adrian esqueceu a bola e correu apenas na direção do Jin e o confronto dos corpos resultou a um Jin jogado no chão e Adrian correndo para o gol sabendo que Yan lhe passaria a bola e o placar empataria.
Bingo.
Jin girou na grama tentando respirar, o ar que faltou por alguns segundos e ele se livrou do capacete, suas unhas cravaram na grama, alguma coisa em seu corpo tinha se quebrado, tinha certeza absoluta.
— Jin, você tá legal? – Gusta agachou perto dele para ajuda-lo a levantar, esticou os braços e o Iakisamoto levantou ainda meio tonto e só depois de estar de pé, que ele sentiu o braço doer, doer mais do que precisava. — Consegue jogar ainda? – Perguntou sabendo que depois dele ser derrubado daquela forma, humano nenhum conseguiria ficar de pé. Jin apenas confirmou e foi para seu lugar. Fechou os olhos com força, a quentura de antes, a tontura que sentiu quando estava na moto, piscou mais algumas vezes tentando se manter de pé e focar no jogo, não em Adrian, mas no jogo.
Seu peito doeu mais ainda e o ar pareceu pouco para fazê-lo. Apertou os olhos de novo abaixando a cabeça, ele tinha que se recuperar, ele precisava disso. Quando o juiz voltou a apitar ele só trincou os dentes indo para frente, sua visão estava amarelada e bastou apenas um segundo para ele cruzar com Adrian de novo, mas dessa vez, ele não se deixou abater. Forçou aquele encontro e Adrian caiu primeiro novamente com Jin por cima. Mas não o Jin comum. Com os olhos amarelos, o moreno mostrou as presas rosnando como um… lobo.
Adrian arregalou os olhos e com sua surpresa, Jin se tocou do que estava acontecendo e afastou-se rapidamente se jogando contra grama.
O que era aquilo de novo?
Porque sua pele queimava?
Os dentes, os dentes estavam grandes?
Tirou o capacete sem entender nada, procurou a dor de antes em seu braço, mas ele não existia mais.
Estava acontecendo de novo.
Estava acontecendo de novo.
— Vem aqui – Jin foi erguido de uma vez só e começou a ser arrastado daquele campo sem entender nada. Com a visão de outra cor ele nem sabia mais onde estava, procurou pelo tio, por Yoshi e não encontrou ninguém, ele não conseguia ver nada além do chão e dos pés que tropeçavam um no outro sem conseguir andar direito. Quando parou de andar, foi jogado ao pé de uma arvore e seu sangue esquentou ainda mais, queria destroçar alguma coisa e começaria pela mesma pessoa que o arrastava como animal de dentro da quadra. — Fica calmo!
— Calmo? – Jin não sabia explicar o que acontecia dentro do seu corpo. Tudo estava queimando como se algo surreal fosse sair de dentro de si e isso agoniava, agoniava demais — eu não sei mais o que é ficar calmo. Está queimando.
— Eu sei que está queimando, é por isso que você precisa de um banho gelado. – Jin não entendeu o que queriam dizer até sentir um jato forte contra seu corpo o levando mais para frente, seu rosto bateu contra a árvore caindo para trás de novo e encarou o céu. — Eita! Eu acho que tinha que ser mais fraco.
Jin puxou o ar voltando a respirar normalmente e então sentou procurando saber a origem daquela água e também quem estava o torturando daquela forma. Quando olhou para cima, o primeiro rosto que viu foi o de Yoshi que agachou perto de si.
— Você tá bem?
— Aconteceu de novo – sussurrou e olhou além de Yoshi, além de Yuri mais atrás até chegar aos olhos amarelos de Adrian e um sorriso debochado do mesmo que segurava a mangueira ao lado de uma turma de garotos… e uma garota.
— Me lembro de ter ouvido dos lábios do alfa que não era para ter confusão hoje. – Yan murmurou quando tomou a mangueira de Adrian para jogá-la em qualquer outro lugar — vamos indo devagar, e sumir no mundo antes que o alfa venha e acabe com a nossa raça.
— Não. Não vamos sair daqui, porque o alfa não vai se importar com os próprios métodos que foram escritos e usados por ele – O Romero se aproximou parando bem ao lado de Yoshi que levantou Jin de uma vez por todas — você estava precisando de um banho, gente com febre toma banho, todos nós sabemos – Jin estreitou os olhos, confuso, destorcido, tonto e mesmo assim, ele jurava ter visto o olho daquele homem meio amarelado também — você j**a bem.
— A gente não tá pensando no jogo agora. Vamos levar ele – Yoshi o puxou para saírem do local, mas Jin puxou o braço parando em frente á Adrian. Ele não era cego, tinha visto aquela porcaria nos olhos dele. Ele estava queimando, alguma coisa no seu peito o prendeu o ar, ele estava tonto, não tinha mais dores, não tinha mais nada. Ninguém notou que tem algo errado nisso tudo? — Jin.
— Seus olhos ficaram amarelos. Os meus ficam amarelos. Minha visão… e eu não estou doente, eu não estou com febre, eu estou bem – dizia baixo, ainda tonto pelo que acontecia.
— Você só está meio zonzo, só isso – Yoshi começou de novo o empurrando para saírem dali o mais breve possível. Tinha que levar Jin antes que acontecesse alguma coisa. — Yuri – chamou o Iakisamoto que permanecia olhando para Adrian e seus homens, eles pareciam realmente uma parede e todo aquele poder pairando no ar deixando o clima pesado. — Yuri – Yoshi apareceu ao seu lado empurrando o mais velho para ir embora dali e tomou à frente de Adrian. — Eu disse que podia, mas vocês pegaram pesado de mais, quase o mataram naquele campo e essa porcaria de água gelada.
— Estávamos jogando. Ele caiu, levantou, me derrubou e caiu de novo. Ele quase se transformou. Se eu fizesse isso com um dos lobos, ele se transformaria diante dos olhos de todo mundo. Seu amiguinho tem algum problema. – Yoshi assentiu desviando o olhar — ele tem genes, mas não o suficiente para se tornar um.
— E do que a gente precisa? – Cruzou os braços, começando a ficar irritado — o nosso alfa estava pesquisando, estudando uma forma de ajudá-lo, mas como você percebeu, nós estamos sem alfa de novo.
— Adrian – Aleatoriamente, Aurora surgiu entre os meninos os empurrando para finalmente chegar até o irmão, claro, chamou atenção de Yuri e de Yoshi que desviou para a garota baixinha de olhos esverdeados — Adrian!
— Não se mete. É uma conversa de lobos. – Aurora desviou para o moreno que voltou a encarar Adrian. — O seu garoto tem um problema de transformação e o pior dele é que quando ele despertar, vai estar com fome, tanta fome que se estiver sozinho vai destruir tudo que vir pela frente. – Yoshi deu um passo para trás. — É melhor ele se transformar na nossa frente do que escondido ou na sua casa.
— A gente não pode fazer nada. – rosnou para o outro e todo o resto se afastou, inclusive Yan que ficou na frente de Aurora, afinal, não poderiam iniciar uma briga ali com a garotinha do Adrian ao redor.
— Vocês podem deixar com a gente. Eu sei exatamente do que ele precisa. É bom saber que ele sabe jogar lacrosse, porque ele vai precisar saber pra enfrentar os meus lobos. – Adrian deu as costas voltando a caminhar em direção ao campo.
— É a segunda vez que a gente se encontra e você tem tomado às decisões como se fosse o líder de tudo isso. Vocês queriam tanto esconder o alfa que mantém ele sob o olhar e todos. – Todos os meninos pararam, e não só os meninos, a única garota presente além de Aurora virou primeiro jogando seus cabelos ruivos para o ar e andou até o Iakisamoto.
— Não abra a boca pra falar do alfa. – Mika nunca foi à loba mais controlada daquela alcateia. Somente o mencionar do alfa sendo proferido por pessoas como Yoshi, não a deixava feliz, tão pouco, calma. — Adrian não é o alfa, é só uma porcaria de Beta encrenqueiro que gosta de mexer com os lobinhos amadores – Falou mais séria ainda se aproximando do Iakisamoto que não se movia, não tinha medo de mulheres, — mexer nesse assunto é um fato, e você vai apanhar mais que o bonitinho antes de terminar qualquer frase que meu alfa esteja no meio. – Deixou seu aviso e saiu junto de seus amigos que voltaram a andar de volta pra quadra.
Yoshi encarou todos eles e se moveu para ir embora até encontrar os mesmos olhos esverdeados da garota que chegou depois. O cabelo ruivo tingido para o rosa amarrados para trás e claramente poderiam ver as pontas do laço na cabeça. Eles se encararam por alguns segundos até Adrian puxá-la para segui-los, acabando com o contato visual e toda a confusão ali. O Iakisamoto seguiu de volta pelo caminho que se lembrava de ter vindo e encontrou-se com Yuri e Jin parados no meio da rua, deu uma última olhada para trás e parou ao lado de Jin.
— O que estamos esperando?
— O Riki – Jin respondeu e olhou para o cunhado — não conta pra ele o que aconteceu.
— Eu não minto pro Riki – foi claro e o menor riu batendo uma das luvas no peito dele, achando graça de tudo ao seu redor inclusive da expressão confusa.
— Tá vendo esses buracos? Essa porcaria de luva estava inteira quando eu coloquei. ALGUMA COISA ACONTECEU NAQUELE CAMPO E VOCÊS NÃO VÃO DIZER QUE FOI UM SONHO. – Gritou ali mesmo deixando os mais velhos sem palavras e quando viu que nenhum deles ia fazer alguma coisa, correu para longe e nem se importou quando seu nome foi chamado. Ele só queria fugir.
— Um banho de água fria? – Akira repetiu devagar andando pela sala de um lado para o outro. — queremos que ele se transforme, se queriam tanto apressar a transformação, por que não deixaram que seguisse até o final?— Por que estávamos no meio de um campo de lacrosse em frente a tantas pessoas que eu nem sei contar direito – Yuri também estava inquieto de um lado para o outro querendo mais do que ninguém entender Adrian e toda sua alcateia — Eles vivem aqui como se nada e nem ninguém pudesse os atingir, são como reis e seguem as regras de um alfa que nem eles talvez conheçam. Eles são ferozes e completamente… incompreensíveis. Seus cheiros são fortes, eles são… fortes - parou em frente a Akira que o encarou esperando por algo mais — Yoshi tem razão quando diz que a presença deles tem algo mais.— Nós viemos para essa cidade em busca de vingança, - Riki se pronunciou pela primeira vez, seus olhos em reflexo com as chamas da lareira — Só que a gente tá nos esquecendo do detalhe mais imp
Em um momento daquela madrugada, os olhos esverdeados de Aurora Romero se abriram abruptamente. Seu corpo levantou da cama com passadas rápidas até o despertador e desligando antes do mesmo gritar pelo quarto. Suspirou tranquilamente indo até seu guarda-roupa buscar um maior casado que pudesse encontrar e uma calça para vestir. Colocando de qualquer jeito ela saiu do quarto descendo as escadas, parou na sala procurando qualquer ruído, de um lado para o outro, não encontrou. Correu para a cozinha saindo na porta pequena, a florestava estava nem a sua frente, abaixou para calçar as botas de Adrian jogadas por ali e começou a caminhar.Olhando no pequeno relógio no pulso, notou que faltava pouco para o primeiro dia de aula e menos ainda para o sol raiar cobrindo os telhados das casas bonitas e bem feitas do Norte. Entrou na floresta pisando na terra firme e quase se atola na primeira lama que encontrou. Deixou um xingamento olhando para todos os lados. Caminhou por mais alguns minutos a
— Jin. Jin. Jin. Jin. Jin. Jin. Jin. Jin. Jin. JIN!— Cala a boca! – Ele abriu a porta de uma vez encarando Riki que sorriu de canto mordendo os lábios. — O que é?— Vou te levar para o colégio. – Ajeitou a jaqueta dando um sorriso. — Vamos?— Eu tenho moto. A mamãe disse que eu podia ir sozinho. E vou. Porque eu não quero ter que olhar pra sua cara. – Passou por ele seguindo pelo corredor e desceu às pequenas escadas que davam acesso a sala.— Mas eu quero levar você. É seu primeiro dia numa escola nova em anos, pelo amor de Deus. Quero fazer isso porque sou seu irmão mais velho.— Eu tenho dezessete anos e não quero você me seguindo pelo resto dos meus dias nessa cidade gelada que é insuportável – foi rude ao encarar e dizer tudo aquilo para o irmão que cruzou os braços — eu não quero sua ajuda.— Você nem deve saber onde é a escola. - Avisou querendo a todo custo que ele cedesse logo, mas conhecia bem o sangue que corria nas veias do outro, teimosia era seu maior defeito.— Tenho c
— Ela estava beijando o Marcos? – perguntou novamente fazendo Adrian revirar os olhos na direção do loiro que assistia o nada sentado na sala de aula — Você entende a gravidade disso? Ela estava beijando o Marcos, que é um bruxo. Um bruxo!— Porque você não presta atenção na aula? – Adrian estreitou os olhos para o amigo que mesmo tentando prestar atenção numa aula que nem tinha começado, tudo que ele conseguia ver era ela e Marcos no meio do corredor aos beijos como se fossem muito íntimos. — Temos um trabalho a fazer depois do almoço, então você não me vem com problemas do coração pra resolver agora.— Você está falando isso por que não era a Lívia com a língua daquele bruxo na garganta – Adrian ficou sério — eu não estou nem aí se a Raíza passou o verão transado com um monte de vagabundo pra tentar me esquecer, nada justifica ela beijar o bruxo.— A Raíza não passou o verão todo beijando um monte de vagabundo, ela passou comigo. Ela não é esse tipo de pessoa – Fabricio o olhou pela
— Amiga? – Jin abaixou os olhos — sua namorada você quer dizer.— Ela não é minha namorada – Ele falava a verdade, mas não encarou o Romero nos olhos — Era só uma professora, ela me dava aulas de piano, mas eu odeio pianos, então a gente acabou fazendo um monte de besteira. – Ele ficou em silêncio por um momento e então fitou Adrian que estava surpreso e de boca aberta.— Eu não acredito que você conseguiu pegar uma professora sua. Eu te odeio seu idiota. – Socou o ombro dele rindo feito um idiota — Todo mundo nessa escola sonha em pegar uma das professoras, mas elas fingem que não se sentem atraídas. – Jin fechou os olhos dando um longo suspiro enquanto Adrian andava de um lado para o outro — A pessoa mais perto que chegou de pegar o numero de uma professora e dar uns beijos foi o Yan, mas ele levou uma surra do… - do alfa. Adrian engoliu a seco e se ajeitou em pé parando em frente ao Jin. — Tá, pode continuar.— Minha mãe ligou avisando sobre o meu avô Raiden eu peguei minha moto e
— Você acredita no sobrenatural?— Hã? - Ela riu. — Depende; eu acredito que um dia estarei sentada aqui quando Edward Cullen entrar por aquelas portas com seus olhar penetrante e os lábios coloridos.— Gosta de vampiros?— Se você tiver dentes afiados e garras, eu já gamo - ela riu dando uma leve corada, mas Jin não. — O que foi?— Você falou com seu irmão? - Aurora não entendeu, ficou séria procurando no meio de seus pensamentos alguma coisa que pudesse fazer com que aquele diálogo não parecesse tão... ruim. — Espero que não esteja brincando comigo, porque o que aconteceu foi real. Eu juro. - disse simplesmente se levantando da mesa e a deixou sozinha.Aurora primeiramente pensou em ir atrás do moreno que pareceu tão chateado. Não queria ferir seus pensamentos ou deixar que ele pensasse alguma coisa ruim de si.— Droga.— Não acredito que você espantou o boy - Lívia sentou ao lado da garota que só a encarou de canto.— Nem eu acredito que você deu seu número pra ele.— Ele é novato,
— Espera aí - Ele escutou aquela voz novamente ao pé do ouvido, sabia que era Adrian, mas o que acontecia consigo era mais impressionante.Ele sentiu a terra fria em seus pés quando saiu do campo adentrando a floresta. Sua visão turva o impedia de saber por onde estava seguindo, até ser largado em uma pedra qualquer. Adrian se afastou de Jin junto dos outros betas e o assistiu se contorcer e gritar por socorro enquanto via sua própria pele queimar e cair ao seu redor. A primeira transformação doía. Era pesada e animalesca.Sua pele queimava por fora dissecando e deixando os pedaços caírem dando vida aos pelos que aparecia por todo corpo. Adrian assistiu cada pedaço da transformação até mudar a cor de seus olhos para amarelo e os abrir contemplando o lobo em sua frente.As pernas mal podiam ficar de pé. Um filhote em meio à floresta que se assustou até com a queda que levou rolando várias vezes até bater em uma árvore. Os betas o cercaram para que não fosse longe, a fome de um lobo em
— Ele pode mesmo acordar e perder o controle? - Lívia questionou. Não queria passar sua noite olhando pra janela de um lobo amador podendo estar ao lado de Adrian em algum lugar.— Você fez isso quando se transformou. Já que te ajudaram, ajuda alguém agora. Seja uma pessoa boa ao menos uma vez - Mika se sentou no tronco ali perto e fitou a janela e a grande casa nova dos Iakisamoto. — Por que o homem mais bonito dessa casa é gay?— Não sei. E por que eu tô aqui se você é a arma de guerra? Perguntas que nunca saberemos as respostas. - Suspirou entediada e sentou com Mika.— Fomos escolhidas pra fazer a primeira ronda, não acha isso legal? O Alpha é compreensivo, e nunca deixa a gente de lado pelos betas ridículos e queridinhos.— Não acredito que você sente ciúme do Adrian, Yan e do Fabricio - Lívia a encarou e a viu virar o rosto — Mika eles foram criados e treinados pelo Alpha, você quer que ele jogue eles na roda em toda confusão?— Não sinto ciúmes de ninguém, Lívia, mas eu treinei