O barulho da música era alto demais para o gosto de Lilian, mas ela deixou de lado enquanto caminhava atrás de Cassius que parecia saber o caminho exato por onde tinha que andar. As pessoas até o cumprimentava e quando mais gente falava com ele, mas Lilian achava estranho está ali dentro com um de seus melhores amigos atrás de uma prostituta de luxo mesmo sabendo que o detetive era casado.
Chegaram a um ponto do lugar, e ele conversou com o garçom que os levou para a outra parte da boate, a melhor dela. O corredor era estreito, mas rapidamente revelou-se um lugar luxuoso, com mesas redondas escondidas atrás de cortinas de seda, velas, bebidas caras e gemidos ocultos. Quartos com paredes de vidro que só se via o negror, mas com certeza quem estava do lado de fora via todos que passavam por ali.
Típico de uma boate clandestina onde todos podiam ir.
— A gente está mesmo no lugar certo? - Lilian perguntou baixinho sabendo que seu corpo estava arrepiado. Devia está atirando em qualquer coisa, menos caminhando naquele lugar.
Cassius nada respondeu, continuou caminhando até certo ponto, Lilian admirou as cortinas e a silhueta de uma mulher dançando. O vento rebateu em seus rostos revelando mais o corpo da mulher que dançava em uma cima de uma espécie de palco na frente de dois homens que bebiam, brincavam, jogava dinheiro e pediam para que tirasse toda a roupa, e ela não fazia. A visão que tinha era de uma deusa requebrando ali em cima, remexendo de acordo com as batidas da música.
— Essa é Jannie Jones, a agente secreta. Ela gosta de dançar, é empregada dessa boate, mas você sabe, o gerente é nosso parceiro.
— Eu estou chocada. - Disse depois de um tempo a vendo dançar. Engoliu a seco antes de voltar a falar. — primeiro porque você conhece todo mundo deste lugar e segundo porque Jannie tem uma aparência jovem para um curriculum exemplar.
— Ela faz o que pode. – Assim que a música terminou, Jannie riu de lado e os homens ali jogaram mais dinheiro em sua direção e mesmo que não quisessem, sabiam que era a hora de dir. Não se demoraram a partir. Cassius abriu as cortinas de uma vez passando pela mesma com Lilian logo atrás. — Parabéns pela dança. Você foi maravilhosa. Você é maravilhosa.
Aplaudiu a mulher que apenas sorriu descendo do palco para pegar uma bebida.
— Obrigada. E é uma surpresa vê você aqui. Achei que fosse casado. — A voz era doce, mas havia uma pitada de excitação, sensual. Era forte, destemida, tudo isso em poucas sílabas. — Mais surpresa ainda por está com ela. - Lilian cruzou os braços estudando o lugar inteiro. Parecia mais um ninho de prostitut4s.
Ah não, espera. Era exatamente isso aquele lugar carregado de luxuria.
— Então, o que querem? - Perguntou ao se sentar em um dos sofás, convidando os dois para fazer o mesmo.
— Relaxa! Estamos aqui por uma boa causa. E “ela” tem um nome, Lilian Stewart. Mas você já deve saber disso.
— Sim. É a delegada. - Lilian sentou ao lado de Cassius bem em frente à Jannie que apenas lhe sorriu. — Em que posso ajuda-la? Não me diga que está pronta para admitir que gosta de mulheres? Visto seu histórico sexual, lembrando que não cobro para dormir com nenhuma se ela q-
— Cala sua boca - Lilian mandou, forte como sempre, autoridade era sentida em cada palavra que saia. — Queremos que trabalhe disfarçada junto com Luke, isso é quase como uma ordem já que não tivemos escolha também.
— E você apenas ordena? Não tem que pedir, por favor? - Lilian desviou o olhar, controle não era bem o seu ponto forte.
— Viemos porque sabemos que você gosta de desafios, quem te mencionou foi James Reynolds, disse que é uma garota ótima e que sabe muito bem o que fazer. - Jannie concordou.
— Quem quer prender? - Perguntou a Jones assumindo uma posição mais séria.
— Tristan Benett. - A morena levantou as sobrancelhas e Lilian notou isso. Havia interesse, seria fácil depois dali. Todo mundo odiava aqueles homens. — Sabemos que Calvin quer mulheres de Seant em Beathan e pediu isso dos Bennett. Eles vão fazer essas trocas em Beathan, daqui a três dias. Queremos que vá com Luke e viaje para Beathan onde será a troca de prostitut4s.
— E o resto eu posso dar conta - pensou ela, longe e levantou desfilando pelo pequeno quarto pensando realmente na possibilidade de prender aqueles homens. Eram as pessoas mais poderosas no mundo da máfia e tráficos, isso deixaria seu curriculum nas alturas. — Tudo bem. Eu aceito.
— Isso. - Cassius levantou de uma vez, animado.
— Mas com uma condição. - Ele pediu o sorriso, mas mesmo assim, encorajou a garota a falar o que queria. — Eu quero que a delegada peça isso.
— Como é que é? - Lilian também levantou e até riu — Você está brincando com nossa situação?
— Não vivo dentro desse quarto o tempo todo Lilian Stewart, eu conheço sua determinação em prender esses homens porque foi deixada para trás por um dos Bennett. Sei que está tentando prender eles há um tempo, mas não consegue, porque é fraca e prefere colocar seus sentimentos pessoais no meio do profissional. - Lilian quis rir, mas parou na mesma hora. — Pedir ajuda é tão difícil assim?
— Prenda-os, apenas isso. Estará fazendo bem ao seu país.
Jannie concordou. Aquilo já era um avanço, não?
— Meus trabalhos são longos, do tipo de cria laços e então faço o que tenho que fazer, sem mencionar meu nome, para da próxima vez eu entrar fácil em outro trabalho.
— Quando você fala em criar laços quer dizer que fará um deles se apaixonar por você para depois pisar neles?
— É o que você quer que eu faça com Tristan Bennett, ou não posso tocar nele? - Lilian não mudou sua expressão. — Você não sente mais nada por ele?
— Achei que a gente tivesse separando o profissional do pessoal - Cassius se meteu entre as duas visto que Lilian estava prestes a explodir com aquela conversa. — Lilian? - Ele encarou a parceira que riu de canto.
— O que sinto por Tristan não é amor. - Jannie assentiu já se sentindo incomodada com o fato de não conseguir tirar nada da Stewart. Conhecia a fama dela e o desejo que tinha pelo Bennett quando engravidou do mesmo.
— Ótimo. Eu trabalho sempre com Mike e Julian, eles são meus aliados, e os mandarei entrar em contato com vocês. Todavia, precisam deixá-los em segurança. Eles são tudo que tenho.
— Podemos fazer isso. - Lilian também concordou depois de um tempo. E deixando tudo explicado, apertaram as mãos e foram embora deixando a morena sozinha.
— Ela é uma mulher arrogante - Lilian bradou assim que abriu a porta da sua casa — Você viu como ela falou conosco? Ela acha que é quem?— Uma agente especial que pode fazer o que quiser na hora que quiser… - Cassius zombou o que era de fato uma verdade que ninguém poderia dizer o contrario.— Se eu não te conhecesse bem, acharia que possivelmente está apaixonado por aquela farsante. Aquela vigarista, aquela falsa que dança em pole-dance como uma rainha.— Não estou. É você quem está com ciúmes porque ela mencionou aquela pessoa.Lilian parou no meio da sala voltando-se ao homem — EU NÃO ESTOU COM CIUMES.— Fica calma. - Pediu o homem, tentando acalmar a fera que atiçou.— ESTOU CALMA.— Mãe? - Lizzie apareceu de repente fazendo os dois a olharem — Oi, tio Cassius. - O abraçou rapidamente. — Falei com Archie na escola hoje.— Sim, ele ficou meio…— Traumatizado? Ele contou e sinto muito por isso.— Tudo isso é culpa daquele encosto, quase mata seu amigo. Não precisa sentir nada, porqu
Jannie entreabriu os lábios, um frio percorreu seu corpo inteiro quando o moreno sorriu em sua direção.— Então garotas, eu vou explicar como as coisas acontecem por aqui. - A voz de Valentin era divertida, alegre demais para a situação em que se encontravam.As cinco garotas estavam novamente diante de uma fila encarando aquele homem que andava e falava de um lado para o outro. Cada uma com suas duvidas, sem saber como agir, ou esperando a hora certa para correr. O que não era o caso de Jannie, no entanto a garota estudava cada canto da sala na esperança de conhecer melhor o território, a parte maior daquele plano já estava concluída, foi escolhida para ir a Muzan a cidade dos Bennett para saber mais sobre eles e finalmente os prender.— Eu sou Valentin Bennett, mas vocês já sabem disso, não é mesmo? Tiveram uma viagem divertida conosco até nossa maravilhosa mansão e a nova casa de vocês. - Parou entre elas com as mãos na cintura, não havia sorriso naqueles rostos e isso lhe perturba
O dia amanheceu belo em Seant. Mais uma semana se iniciava com aquele gosto doce e tranquilidade no ar. E isso era radiantemente bom, até para uma delegada que passou meses, trancada numa sala ao lado dos seus homens mais confiáveis para planejar uma prisão que deu tudo errado. Contudo, estava disposta a esquecer de nove meses da sua vida se aquela nova estratégia desse certo. Até beijaria os pés de Jannie Jones se trancasse aquele homem dentro de uma cela e nunca mais soltasse.Desceu da cama pronta para mais um dia de trabalho, e enquanto se arrumava parada em frente ao espelho, ousou sorrir como há muito não fazia. Desde quando deixou de pentear os cabelos para o lado e mostrar sua franja belíssima, e o decote na camisa branca social que gostava de expor? Fechou os olhos respirando fundo, buscando lá em seu intimo as respostas para suas perguntas mentais e todas elas indicavam apenas uma pessoa. Tristan Bennett.Não era amor que sentia por aquele homem. Claro que falar isso em voz
Assim que fechou a porta atrás de si, um sorriso brotou nos lábios de Jannie. Olhou de um lado para o outro procurando por qualquer pessoa que pudesse lhe ajudar a estudar o local, esperou ali por alguns minutos e quando viu que não iria aparecer ninguém, seguiu sozinha mesmo caminhando sobre o tapete verde que decorava o chão do corredor juntamente com os quadros de alguns dos Bennett passados, ou simplesmente membros da família que ninguém conhecia.Respirou fundo tentando decorar cada rosto e passando lentamente para que Mike ou Julian do outro lado pegasse tudo. Conseguiu ouvir algumas vozes e até gemidos enquanto desfilava pelo corredor e parando ao fim dele, Jannie olhou para baixo. Não podia contar quantos homens estavam armados por ali, até cogitou se esconder, mas não iria fazer isso, não precisava. Tinha que ganhar confiança daqueles homens. Se fugisse, certeza que a trancariam em algum lugar. Quando começou a descer as escadas procurando qualquer assistência, seus olhos enx
Já era dia quando os olhos escuros de penetrantes de Tristan se abriram buscando reconhecimento total de onde se encontrava. Desde que sua vida passou de normal a ser perseguido por todos os seus inimigos, o acordar todas as manhãs era sagrado, um momento precioso. Entendia que ao menos Deus havia lhe dando mais um dia de vida, mas isso não queria dizer que quando a noite caísse outra vez, ele estivesse com essa mesma sorte ao seu lado. Coisas que aprendeu com o resto de sua família.Sentou na cama tateando o colchão e agradeceu por está sozinho. A garota da noite passada ao menos atendeu ao seu pedido de sair e não voltar mais. Não estava dando muito importância se fora dada em suas mãos ou não. Tudo que conseguia compreender é que seu pai achava que ainda existia amor por aquela mulher que um dia, foi alguém especial. Mal sabiam todos de sua ilustre família, que o que restou para Lilian foi apenas desespero e um terso de respeito.Respeito por criar sua filha sozinha. Por educar e p
Sentou-se ao lado de Teodoro que sorrir de canto e continua a comer. Oscar se concentra em encarar o sobrinho que tenta não rir, mas acaba rindo e retira também óculos o encarando da mesma forma.— A noite foi boa? - Ele assentiu — Achei que as outras garotas que foram colocadas nas mãos de vocês fossem o suficiente, não achei que pegaria até uma que não era de vocês. Aqui nesse lugar, compartilhamos tudo, menos garotas.— Mas eu não posso ver uma garota pedindo para ser f0did4 e ficar calado ou não fazer nada - Valentin avisou aos olhos parando em Tristan — Se você não foi bom o suficiente para ela, eu posso ser, e o Teo também. - Bateu nas costas do outro que só concordou. — E foi incrível. Ela é destruidora.— Eu estou até agora me perguntando o motivo de você ter a mandando embora, porque ela é mesmo incrível. Muito boa de cama. - Avisou Teodoro tomando seu lindo chá preto.— Mas se por acaso for o caso de você não conseguir a fazer g0z4r, pode manda-la para meu quarto que eu faço
Enquanto dirigia nas ruas Seant se lembrou de quando era mais jovem e corria por toda a cidade procurando o vestido ideal para o encontro de uma noite especial com uma pessoa especial. Tentou não se lembrar do ex-namorado, mas era impossível não lembrar que todos os momentos em que viveu como uma adolescente normal eram os mesmos em que corria atrás de uma pessoa, ou que deixava ser guiada pelas palavras de um mentiroso. Até o momento em que descobriu que estava grávida e dali por diante ela nunca teve um dia que não pensasse em como seria sua vida “normal” depois dali.Mas para ser sincero, o que era o viver “normal?” Se apaixonar? Sair em encontros? Ter uma vida a dois? Isso não se caracterizava como normal uma vez que ela tinha tudo o que uma mulher da idade dela merecia, então, o normal estava vivendo agora.Chegou em casa em minutos parando apenas para comprar suas torradas preferidas. Estacionou no lugar de sempre notando dois carros estranhos, não tão estranhos, afinal, as ami
Não era como se ela não tivesse acostumada a dormir e acordar em lugares barulhentos, afinal, dormia em qualquer lugar quando podia, contudo, naquela manhã, Jannie abriu os olhos olhando o teto daquele quarto nada escuro lembrando onde tinha vindo parar. Sentou na cama olhando todo aquele quarto e a quantidade de garotas que ali estavam correndo de um lado para o outro, que até achou que algo de ruim tivesse acontecendo, mas não era nada disso.Jogou os cabelos para trás reparando na felicidade das meninas enquanto corriam para tirarem fotos, ou verem fotos, ou simplesmente falarem sobre seus clientes da noite passada e do quanto tinham se divertido. Procurou as horas e não era nem dez da manhã para aquela animação toda. Notou algumas se arrumando para ir para casa e até se despedir dizendo que mais tarde voltava.Algo histórico. Em quase todas as boates que trabalhou as garotas não podiam acordar antes da hora, nem fazer aquele tanto de barulho que faziam, ou pior, não podiam ter um