Dez

Já era dia quando os olhos escuros de penetrantes de Tristan se abriram buscando reconhecimento total de onde se encontrava. Desde que sua vida passou de normal a ser perseguido por todos os seus inimigos, o acordar todas as manhãs era sagrado, um momento precioso. Entendia que ao menos Deus havia lhe dando mais um dia de vida, mas isso não queria dizer que quando a noite caísse outra vez, ele estivesse com essa mesma sorte ao seu lado. Coisas que aprendeu com o resto de sua família.

Sentou na cama tateando o colchão e agradeceu por está sozinho. A garota da noite passada ao menos atendeu ao seu pedido de sair e não voltar mais. Não estava dando muito importância se fora dada em suas mãos ou não. Tudo que conseguia compreender é que seu pai achava que ainda existia amor por aquela mulher que um dia, foi alguém especial. Mal sabiam todos de sua ilustre família, que o que restou para Lilian foi apenas desespero e um terso de respeito.

Respeito por criar sua filha sozinha. Por educar e proteger da melhor forma que conseguia. Lilian podia não ser a melhor mulher do mundo, ou ser uma pesada e insistente pedra no seu sapato, mas não conseguiria mat4r a mulher que sua filha ama, porque ele pode ser for dentro de uma vida criminosa, ele não deixaria de amar a filha que nunca viu pessoalmente, mas gostava de ouvir sua voz, de ouvir o que ela tinha tanto a falar desde os problemas do colégio aos de seus amigos que nunca paravam de se meter em encrenca. Nem precisava falar muito.

Desdeu da cama pronto para se arrumar e tomar café precisava saber das garotas que trouxe da outra boate, e quem sabe finalmente ir visitar sua mãe. Precisaria de um tempo com Gildy Bennett. Trocou de roupa e finalmente saiu do quarto procurando por qualquer um da família pelos corredores, notou que o som da boate ainda era escutado. Será que alguém tinha virado a noite? Teodoro era o único que tinha fôlego para passar uma noite inteira em pé dançando e bebendo e quando o sol chegasse pela manhã, permanecia ali mandando todo mundo fazer alguma coisa.

Seu irmão era forte e um ambicioso, e quanto mais poder tivesse em suas mãos, mais forte ele se mostrava ser. Abrindo as portas da sala de jantar, notou a mesa de café posta com todos os tipos de comidas que se podia imaginar. Desde frutar a vitaminas e se perguntou o motivo de tudo aquilo. Será que alguém especial estava chegando e ele não estava sabendo? Não importava.

Sentou no lugar de sempre procurando por suas torradas e maionese cremosa, a sua comida preferida desde sempre. Não demorou muito para seu pai aparecer, arrumando o relógio no pulso, e o cabelo logo depois. Sua arm4 brilhava na cintura, certeza que iria sair para algum lugar. Senta no centro da mesa, disposto a iniciar qualquer conversa com o filho, no entanto, prestando atenção nos olhos brilhosos em cima da comida, sorriu de canto.

Oscar Bennett sempre acertava nas mulheres que passavam na sua vida, bastava um olhar para entender o que podia fazer com cada uma que se colocava em sua direção. E dar a nova prostitut4 a Tristan foi uma boa ideia. Se tem fome, é porque suas forças foram gastas e se foram gastas, esperava que tivesse sido com a garota de cabelos negros e olhos claros. Era bonita e extravagante com o tamanho dos seios.

— Está pensando em ficar mais um pouco? - Iniciou a conversa. Tristan o encarou, — Eu estava pensando em ir visitar sua mãe. Tem uns meses que não volto em casa.

— Estava pensando o mesmo, mas esses dias estão agitados. - Os dois assentiram.

— E como foi à noite? - Quis saber. Tristan, outra vez, ergueu os olhos para o mais velho sem entender do que se tratava — Estou falando da garota, da garota que é sua.

— Hm… - Tristan suspira já irritado com aquela pergunta. Será que ninguém podia passar um tempo sem lhe dar qualquer mulher ou achar que ele ainda estava apaixonado pela mãe da sua filha? Isso era insensatamente chato. — Foi muito boa. Ela é ótima. - Mentiu e sorriu mais.

— Ótimo. Porque assim você esquece aquela mulher. - Tristan até achou que a conversa pararia ali, mas outra vez Lilian estava no meio de conversa que não queria ter. Fechou os olhos tentando controlar a sua própria raiva, porque não podia levantar e dar um tir0 no seu próprio pai.

— Quantas vezes eu tenho que dizer que não existe nada, nada entre mim e a Lilian? E outra, que também não tem sentimento nenhum. A única coisa que mantém aquela mulher viva é a minha filha. Eu não vou poder mat4r aquela desgraçada e deixar e Lizzie sozinha.

— Você pode trazê-la para cá. - Tristan negou voltando a tomar seu café. Só queria poder comer em paz. — Eu como avô, gostaria muito de conhecer a minha neta e manter uma ligação forte com ela. Se não quiser a ter aqui, pode mandar para sua mãe, ela cuidaria com toda certeza.

— Oscar - Tristan mais uma vez, esquece sua xícara na mesa para encarar o pai — Quantas vezes eu tenho que dizer que não quero a minha filha envolvida em toda a merda que nossa família estar. Eu nunca disse que o que a gente faz é bom. Mas eu também não to dizendo que estamos certo. Eu não quero que ela viva escondida.

— Não estamos escondidos - Tristan revirou os olhos já ouvindo outras passadas se aproximando o que podia ser seu irmão vindo da boate.

E de fato, Teodoro entrou com as mãos dentro do casaco preto, os olhos escondidos detrás dos óculos e não havia sorriso nenhum, sua alegria da manhã parecia esgotada demais. Sentou ao lado do pai sem mover um dedo por alguns minutos que de repente, pareceu acordar e começou a servir seu café. Tanto Oscar quanto Tristan assistiam junto os movimentos e lentos e depois de uma longa bocejada, ele tirou os óculos revelando as olheiras abaixo dos olhos.

Oscar foi o primeiro a rir.

— Espero que a noite tenha sido de milhões naquela boate, porque para você me aparecer desse jeito, não deve ter piscado um olho ali dentro. - Oscar quebrou o silêncio. Ele não era lá um pai muito ruim para aqueles três. Qualquer pessoa de fora ele não gostava, mas os que tinham seu sobrenome eram os mais especiais.

— Sinceramente - Ele baixou os braços novamente, sem força nenhuma para conseguir levar ao café para dentro de seu corpo. — Eu pensei em ir, estava animado e muito bem vestido com as minhas melhores ideias de quem eu pegaria durante a noite, mas tive que desistir - Oscar não entendeu de inicio, e Tristan que já não estava mais interessado na conversa, o olhou para entender — Quando estava com os seguranças, pronto para mais uma noite de bebedeira, vi Jannie - Oscar olhou rapidamente para o filho mais novo.

— Como assim viu Jannie? - Perguntou para Tristan que novamente, MAIS UMA VEZ, não pudera tomar seu café em paz.

— Ela estava lá em baixo e disse que havia sido dispensada por Tristan - contou olhando para o rosto de o irmão a frente começar a ficar vermelho — Ela disse que queria ao menos ir beber na boate, mas eu disse que ela não podia, eu alertei e a lembrei que ela tinha sido dada a Tristan e que devia o procurar. Ela disse outra vez que tinha sido mandada embora e queria ficar com as amigas, e eu disse que as amigas estavam se divertindo em outro lugar.

— Elas ainda estavam com Valentin? - Oscar virou para o outro.

— Sim. Estavam. E estavam se divertindo de verdade. O negocio é que a Jannie reclamou que todas elas estavam se divertindo e achava injusto ela ter sido a única rejeitada dez minutos depois de entrar no quarto de Tristan.

— Não foram dez minutos - tentou se defender.

— Sério? Deu tempo apenas de eu deixar ela lá, tomar um banho e descer, ela já estava lá embaixo reclamando da vida. - Bradou sorrindo — Então depois de ela reclamar mais, a levei para o Valentin. E meu plano era só deixar ela lá e ir embora, mas então ela teve a cara de pau de simplesmente me seduzir e eu não fui à boate. A gente acabou ficando com ela.

— A gente? - Oscar questionou, mas sua pergunta quase muda foi respondida quando as portas se abriram novamente deixando passar Valentin igualmente destruído e com óculos escuros. Ele olhou para o filho do lado que deixou o café de mão. Se não podia mais comer, o que iria ficar fazendo ali?

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