Já era dia quando os olhos escuros de penetrantes de Tristan se abriram buscando reconhecimento total de onde se encontrava. Desde que sua vida passou de normal a ser perseguido por todos os seus inimigos, o acordar todas as manhãs era sagrado, um momento precioso. Entendia que ao menos Deus havia lhe dando mais um dia de vida, mas isso não queria dizer que quando a noite caísse outra vez, ele estivesse com essa mesma sorte ao seu lado. Coisas que aprendeu com o resto de sua família.
Sentou na cama tateando o colchão e agradeceu por está sozinho. A garota da noite passada ao menos atendeu ao seu pedido de sair e não voltar mais. Não estava dando muito importância se fora dada em suas mãos ou não. Tudo que conseguia compreender é que seu pai achava que ainda existia amor por aquela mulher que um dia, foi alguém especial. Mal sabiam todos de sua ilustre família, que o que restou para Lilian foi apenas desespero e um terso de respeito.
Respeito por criar sua filha sozinha. Por educar e proteger da melhor forma que conseguia. Lilian podia não ser a melhor mulher do mundo, ou ser uma pesada e insistente pedra no seu sapato, mas não conseguiria mat4r a mulher que sua filha ama, porque ele pode ser for dentro de uma vida criminosa, ele não deixaria de amar a filha que nunca viu pessoalmente, mas gostava de ouvir sua voz, de ouvir o que ela tinha tanto a falar desde os problemas do colégio aos de seus amigos que nunca paravam de se meter em encrenca. Nem precisava falar muito.
Desdeu da cama pronto para se arrumar e tomar café precisava saber das garotas que trouxe da outra boate, e quem sabe finalmente ir visitar sua mãe. Precisaria de um tempo com Gildy Bennett. Trocou de roupa e finalmente saiu do quarto procurando por qualquer um da família pelos corredores, notou que o som da boate ainda era escutado. Será que alguém tinha virado a noite? Teodoro era o único que tinha fôlego para passar uma noite inteira em pé dançando e bebendo e quando o sol chegasse pela manhã, permanecia ali mandando todo mundo fazer alguma coisa.
Seu irmão era forte e um ambicioso, e quanto mais poder tivesse em suas mãos, mais forte ele se mostrava ser. Abrindo as portas da sala de jantar, notou a mesa de café posta com todos os tipos de comidas que se podia imaginar. Desde frutar a vitaminas e se perguntou o motivo de tudo aquilo. Será que alguém especial estava chegando e ele não estava sabendo? Não importava.
Sentou no lugar de sempre procurando por suas torradas e maionese cremosa, a sua comida preferida desde sempre. Não demorou muito para seu pai aparecer, arrumando o relógio no pulso, e o cabelo logo depois. Sua arm4 brilhava na cintura, certeza que iria sair para algum lugar. Senta no centro da mesa, disposto a iniciar qualquer conversa com o filho, no entanto, prestando atenção nos olhos brilhosos em cima da comida, sorriu de canto.
Oscar Bennett sempre acertava nas mulheres que passavam na sua vida, bastava um olhar para entender o que podia fazer com cada uma que se colocava em sua direção. E dar a nova prostitut4 a Tristan foi uma boa ideia. Se tem fome, é porque suas forças foram gastas e se foram gastas, esperava que tivesse sido com a garota de cabelos negros e olhos claros. Era bonita e extravagante com o tamanho dos seios.
— Está pensando em ficar mais um pouco? - Iniciou a conversa. Tristan o encarou, — Eu estava pensando em ir visitar sua mãe. Tem uns meses que não volto em casa.
— Estava pensando o mesmo, mas esses dias estão agitados. - Os dois assentiram.
— E como foi à noite? - Quis saber. Tristan, outra vez, ergueu os olhos para o mais velho sem entender do que se tratava — Estou falando da garota, da garota que é sua.
— Hm… - Tristan suspira já irritado com aquela pergunta. Será que ninguém podia passar um tempo sem lhe dar qualquer mulher ou achar que ele ainda estava apaixonado pela mãe da sua filha? Isso era insensatamente chato. — Foi muito boa. Ela é ótima. - Mentiu e sorriu mais.
— Ótimo. Porque assim você esquece aquela mulher. - Tristan até achou que a conversa pararia ali, mas outra vez Lilian estava no meio de conversa que não queria ter. Fechou os olhos tentando controlar a sua própria raiva, porque não podia levantar e dar um tir0 no seu próprio pai.
— Quantas vezes eu tenho que dizer que não existe nada, nada entre mim e a Lilian? E outra, que também não tem sentimento nenhum. A única coisa que mantém aquela mulher viva é a minha filha. Eu não vou poder mat4r aquela desgraçada e deixar e Lizzie sozinha.
— Você pode trazê-la para cá. - Tristan negou voltando a tomar seu café. Só queria poder comer em paz. — Eu como avô, gostaria muito de conhecer a minha neta e manter uma ligação forte com ela. Se não quiser a ter aqui, pode mandar para sua mãe, ela cuidaria com toda certeza.
— Oscar - Tristan mais uma vez, esquece sua xícara na mesa para encarar o pai — Quantas vezes eu tenho que dizer que não quero a minha filha envolvida em toda a merda que nossa família estar. Eu nunca disse que o que a gente faz é bom. Mas eu também não to dizendo que estamos certo. Eu não quero que ela viva escondida.
— Não estamos escondidos - Tristan revirou os olhos já ouvindo outras passadas se aproximando o que podia ser seu irmão vindo da boate.
E de fato, Teodoro entrou com as mãos dentro do casaco preto, os olhos escondidos detrás dos óculos e não havia sorriso nenhum, sua alegria da manhã parecia esgotada demais. Sentou ao lado do pai sem mover um dedo por alguns minutos que de repente, pareceu acordar e começou a servir seu café. Tanto Oscar quanto Tristan assistiam junto os movimentos e lentos e depois de uma longa bocejada, ele tirou os óculos revelando as olheiras abaixo dos olhos.
Oscar foi o primeiro a rir.
— Espero que a noite tenha sido de milhões naquela boate, porque para você me aparecer desse jeito, não deve ter piscado um olho ali dentro. - Oscar quebrou o silêncio. Ele não era lá um pai muito ruim para aqueles três. Qualquer pessoa de fora ele não gostava, mas os que tinham seu sobrenome eram os mais especiais.
— Sinceramente - Ele baixou os braços novamente, sem força nenhuma para conseguir levar ao café para dentro de seu corpo. — Eu pensei em ir, estava animado e muito bem vestido com as minhas melhores ideias de quem eu pegaria durante a noite, mas tive que desistir - Oscar não entendeu de inicio, e Tristan que já não estava mais interessado na conversa, o olhou para entender — Quando estava com os seguranças, pronto para mais uma noite de bebedeira, vi Jannie - Oscar olhou rapidamente para o filho mais novo.
— Como assim viu Jannie? - Perguntou para Tristan que novamente, MAIS UMA VEZ, não pudera tomar seu café em paz.
— Ela estava lá em baixo e disse que havia sido dispensada por Tristan - contou olhando para o rosto de o irmão a frente começar a ficar vermelho — Ela disse que queria ao menos ir beber na boate, mas eu disse que ela não podia, eu alertei e a lembrei que ela tinha sido dada a Tristan e que devia o procurar. Ela disse outra vez que tinha sido mandada embora e queria ficar com as amigas, e eu disse que as amigas estavam se divertindo em outro lugar.
— Elas ainda estavam com Valentin? - Oscar virou para o outro.
— Sim. Estavam. E estavam se divertindo de verdade. O negocio é que a Jannie reclamou que todas elas estavam se divertindo e achava injusto ela ter sido a única rejeitada dez minutos depois de entrar no quarto de Tristan.
— Não foram dez minutos - tentou se defender.
— Sério? Deu tempo apenas de eu deixar ela lá, tomar um banho e descer, ela já estava lá embaixo reclamando da vida. - Bradou sorrindo — Então depois de ela reclamar mais, a levei para o Valentin. E meu plano era só deixar ela lá e ir embora, mas então ela teve a cara de pau de simplesmente me seduzir e eu não fui à boate. A gente acabou ficando com ela.
— A gente? - Oscar questionou, mas sua pergunta quase muda foi respondida quando as portas se abriram novamente deixando passar Valentin igualmente destruído e com óculos escuros. Ele olhou para o filho do lado que deixou o café de mão. Se não podia mais comer, o que iria ficar fazendo ali?
Sentou-se ao lado de Teodoro que sorrir de canto e continua a comer. Oscar se concentra em encarar o sobrinho que tenta não rir, mas acaba rindo e retira também óculos o encarando da mesma forma.— A noite foi boa? - Ele assentiu — Achei que as outras garotas que foram colocadas nas mãos de vocês fossem o suficiente, não achei que pegaria até uma que não era de vocês. Aqui nesse lugar, compartilhamos tudo, menos garotas.— Mas eu não posso ver uma garota pedindo para ser f0did4 e ficar calado ou não fazer nada - Valentin avisou aos olhos parando em Tristan — Se você não foi bom o suficiente para ela, eu posso ser, e o Teo também. - Bateu nas costas do outro que só concordou. — E foi incrível. Ela é destruidora.— Eu estou até agora me perguntando o motivo de você ter a mandando embora, porque ela é mesmo incrível. Muito boa de cama. - Avisou Teodoro tomando seu lindo chá preto.— Mas se por acaso for o caso de você não conseguir a fazer g0z4r, pode manda-la para meu quarto que eu faço
Enquanto dirigia nas ruas Seant se lembrou de quando era mais jovem e corria por toda a cidade procurando o vestido ideal para o encontro de uma noite especial com uma pessoa especial. Tentou não se lembrar do ex-namorado, mas era impossível não lembrar que todos os momentos em que viveu como uma adolescente normal eram os mesmos em que corria atrás de uma pessoa, ou que deixava ser guiada pelas palavras de um mentiroso. Até o momento em que descobriu que estava grávida e dali por diante ela nunca teve um dia que não pensasse em como seria sua vida “normal” depois dali.Mas para ser sincero, o que era o viver “normal?” Se apaixonar? Sair em encontros? Ter uma vida a dois? Isso não se caracterizava como normal uma vez que ela tinha tudo o que uma mulher da idade dela merecia, então, o normal estava vivendo agora.Chegou em casa em minutos parando apenas para comprar suas torradas preferidas. Estacionou no lugar de sempre notando dois carros estranhos, não tão estranhos, afinal, as ami
Não era como se ela não tivesse acostumada a dormir e acordar em lugares barulhentos, afinal, dormia em qualquer lugar quando podia, contudo, naquela manhã, Jannie abriu os olhos olhando o teto daquele quarto nada escuro lembrando onde tinha vindo parar. Sentou na cama olhando todo aquele quarto e a quantidade de garotas que ali estavam correndo de um lado para o outro, que até achou que algo de ruim tivesse acontecendo, mas não era nada disso.Jogou os cabelos para trás reparando na felicidade das meninas enquanto corriam para tirarem fotos, ou verem fotos, ou simplesmente falarem sobre seus clientes da noite passada e do quanto tinham se divertido. Procurou as horas e não era nem dez da manhã para aquela animação toda. Notou algumas se arrumando para ir para casa e até se despedir dizendo que mais tarde voltava.Algo histórico. Em quase todas as boates que trabalhou as garotas não podiam acordar antes da hora, nem fazer aquele tanto de barulho que faziam, ou pior, não podiam ter um
Respirou fundo quando parou em frente à porta do quarto do homem mais odiado naquela delegacia, mais uma vez ficaria de frente com Tristan Bennett, será que Lilian estava assistindo? Se não estava, veria depois. Até sorriu ao imaginar que ela poderia está surtando de verdade por vê-la tão perto do ex. Porque né, claramente, havia um sentimento maior dela por ele.Abriu a porta depois de controlar sua mente e varreu todo o quarto procurando pelo homem e o encontrou sentado na cama, com os braços cruzados e os olhos atentos a todo movimento que iria fazer. Ele já estava esperando real? Entrou de uma vez dando um sorriso de canto. Lembrou vagamente que não usava nada além daquela camiseta que chegava até as coxas. Abriu um sorriso pequeno enquanto caminhava até o homem que apenas com um movimento de dedo, a mandou sentar em sua frente.Será que ela tinha que se ajoelhar para um homem como aquele? Ela jamais se ajoelharia para um homem, ainda mais um…Respira.Respira.Respira.Foco na mi
Longe de um verdadeiro perigo aparente, Lizzie terminava de pagar seu último lanche e correu para acompanhar Archie do outro lado da cantina. Não era como se fosse apaixonada por Archie Stanley, mas ninguém iria olhar para o garoto de olhos azuis e os cabelos escuros com um dom incrível de te escutar falar por horas sem reclamar. Sem contar que eram amigos desde criança, então, tinha certa moral com o garoto mais popular da escola.— O que foi que já aconteceu? - Ele perguntou quando saiu no corredor, ainda sendo seguido pela garota — Alguém mexeu com você?— Sinceramente essa semana ninguém disse nada, o que chega a ser até estranho - Suspirou tomando o caminho do lado de fora. O jardim era sempre o mais requisitado para o almoço, e um dos lugares preferidos de Archie — Eu queria falar sobre o que aconteceu na outra noite. - Comentou baixo enquanto seguia os degraus da arquibancada grande acompanhando o amigo — Eu sinto muito por tudo.— Eu não acho que você tenha qualquer culpa niss
— Espero que todos tenham se divertido esses dias, porque nós vamos fazer outro assalto, e eu não aceito erros. - Avisou jogando na mesa algumas pastas que os homens foram passando para os outros. — Nessa pasta tem que tudo que vamos precisar. Uma hora não dá para retirarmos todo o dinheiro de um banco, mas eu tenho certeza que durante vinte quatro horas, conseguimos.— E como você quer que a gente passe vinte e quatro horas dentro de um banco sem ninguém ficar sabendo? - Oscar encarou o sobrinho que estava mais perto.— Bom… Três pessoas serão mortas, e duas casas precisaram ser comprometidas… Talvez um carro seja explodido, coisa básica. A gente só precisa manter a policia e o prefeito de Sta. Eleonor, no interior de Beathan ocupados enquanto fazemos nosso trabalho.Todos começaram a abrir suas pastas e Oscar levantou parando em frente ao seu quadro negro, como um bom professor de tudo que não presta nessa vida, começou a contar seu plano.— Joel Dickson é o diretor chefe do banco d
Valentin esperou pacientemente o tio realmente sumir da sala para enfim encarar o namorado, ou amante, ainda não havia nada definido entre eles e começar a falar:— É verdade que acha que não consigo fazer isso sozinho? - Perguntou logo de cara, e Tristan bem que queria ir embora, mas também não perderia uma discussão tão peculiar como aquela. — Porque se você acha que não sou bom o bastante para comandar algo assim, é só me dizer. Tenho que servir sempre de suporte para você em todas as missões?— Você não tem mesmo experiência e é sempre o que quer resolver as coisas na base do tiro, acha que matando as pessoas você vai conseguir tudo que precisa?— Foi assim que eu aprendi, com o seu pai, por acaso. E é claro que uma bala resolve as coisas, cala quem eu quero, e a terra come o rosto de quem nunca mais quero ver. - Teodoro suspirou, mantendo a calma. Não era contra o que escutava, afinal, era sempre a primeira ameaça que fazia ao ver qualquer inimigo “enfiar uma bala no meio dos olh
— Hmm… Onde você estava? - Agatha bradou assim que viu a Gia aparecer na porta do banheiro. Cruzou os braços encarando-a mais séria. Já tinha perdido as contas de quantas vezes tinha ligado buscando saber a localização da amiga uma vez que achou que ela vinha lhe acompanhando desde o pátio. — Achei que tinha esquecido ou ainda estava dormindo no banco do pátio.— Vi uma coisa interessante e quis saber mais a respeito, porém não era nada de especial. Só perdi meu tempo, – mentiu. Não havia sido uma total perca de tempo, acreditava cegamente que ninguém tinha visto o que fez, mas não podia confiar totalmente. O único problema que via era as pessoas começarem a comentar antes do tempo. Agatha surtaria se soubesse que sua melhor amiga havia chamado a sua maior inimiga para sair. — Com coisa interessante você quer dizer garotos? - Gia a olhou, deixando sua mochila na pia se preparando para começar seu grandioso discurso. — Tens que acreditar em mim quando digo que não podemos acreditar no