Assim que fechou a porta atrás de si, um sorriso brotou nos lábios de Jannie. Olhou de um lado para o outro procurando por qualquer pessoa que pudesse lhe ajudar a estudar o local, esperou ali por alguns minutos e quando viu que não iria aparecer ninguém, seguiu sozinha mesmo caminhando sobre o tapete verde que decorava o chão do corredor juntamente com os quadros de alguns dos Bennett passados, ou simplesmente membros da família que ninguém conhecia.
Respirou fundo tentando decorar cada rosto e passando lentamente para que Mike ou Julian do outro lado pegasse tudo. Conseguiu ouvir algumas vozes e até gemidos enquanto desfilava pelo corredor e parando ao fim dele, Jannie olhou para baixo. Não podia contar quantos homens estavam armados por ali, até cogitou se esconder, mas não iria fazer isso, não precisava. Tinha que ganhar confiança daqueles homens. Se fugisse, certeza que a trancariam em algum lugar. Quando começou a descer as escadas procurando qualquer assistência, seus olhos enxergaram Teodoro mais a frente e teve atenção dele assim que chegou ao andar debaixo.
Alguns homens a olharam na mesma hora, até porque, uma prostitut4 caminhando sozinha pela casa não era normal. Não na hora em que a boate estava para ser aberta a qualquer momento.
— Você. - Teodoro veio rápido em sua direção parando a frente. — O que está fazendo aqui? - Questionou alternando seu olhar entre o andar de cima e os olhos de Jannie.
— Eu desci. Ele mandou. - Disse simplesmente cruzando os braços. — Ele fez o que tinha que fazer e me mandou ir embora - Sorriu de canto fazendo Teodoro perguntar a se mesmo se aquilo era verdade. — Essa aglomeração é por quê?
— A boate vai abrir. - Contou mesmo que não quisesse — Suas amigas da outra boate não irão para o salão. Vão passar algumas horas em um quarto legal fazendo coisas legais. Não posso te levar junto porque você foi dada a Tristan.
— Dada a Tristan - ela repediu com magoa e então encarou o moreno que a olhou dos pés a cabeça. Não era de seu caráter estudar uma mulher da cabeça aos pés sem que ela deixasse isso acontecer. As pessoas desconheciam a forma que os Benett trabalhavam, o que os lavava a se tornarem trafic4ntes de mulheres lindas prostitui-las quando na verdade davam apenas um lugar onde elas poderiam fazer isso sozinha. — Porque a ele? E se ele gosta de outra pessoa como seu pai disse que quer que eu o faça esquecer uma mulher, se ele ama de verdade, não pode esquecê-la.
— Você tem o trabalho de seduzir meu irmão. Tem até o fim do mês, que vai ser quando te devolveremos a Calvin. Se você se sair bem, poderá ficar aqui. É um trato que todas que estão no nosso quarto especial desejariam. - Jannie deu de ombros soltando o ar preso. Desviou o olhar procurando qualquer rosto conhecido, mas não iria encontrar aquilo ali. — Vou mandar alguém te levar para um quarto.
— É o mesmo que as garotas vão? - Teodoro já estava dando as costas quando escutou a última frase que o fez travar. — Não é justo que todas elas possam se divertir e eu não.
— Você não é nossa. - Avisou outra vez e Jannie negou. — Mas se isso não for te incomodar, é só me seguir. - Jannie abriu um sorriso maior e caminhou ao lado de Teodoro para longe do salão.
Caminharam por entre algumas pessoas até Jannie achar outra escada, subiram devagar os levando para um novo corredor. Jannie tentou gravar tudo e o caminho de volta também, correr ali tinha que ser fácil. Entretanto, quando chegaram a outro corredor, Jannie percebeu que não apenas as imagens ao redor mudou como também o clima.
O caminho ficou mais escuro além de pequenos gemidos que iam surgindo a cada passo que dava. Olhou para as costas de Teodoro e este seguia como se nada tivesse acontecendo, como se os pedidos de vozes para que tudo fosse mais rápido, ou que não parasse nunca não fosse nada. Mas era alguma coisa, cada porta daquele corredor certamente dava a um quarto que neste momento era habitado por nada mais nada menos que um casal se amando de alguma forma.
No final do corredor, Teodoro parou abrindo a porta sem ao menos bater, Jannie apenas puxou o ar para dentro sabendo que toda á policia estaria vendo a próxima cena a seguir, e certamente a cena não era para qualquer uma vez que já podia ouvir os pequenos miados de mulheres ao pé da porta. Bastou pisar dentro daquele quarto para seu corpo esquentar ainda. A melhor parte de se infiltrar num lugar como aquele, era que podia dar-se com qualquer pessoa se misturando dentre todos, além de que, todas as vezes que chegava a um novo trabalho, se envolver sexualmente com uma pessoa ou duas não lhe custava nada.
Parada no meio quarto depois de escutar a porta fechar, Jannie encarou os corpos jogados sobre a cama, Valentin estava fazendo seu melhor dentro de uma das meninas que mal lembrava o nome, mas seu fogo, seu vigor daria inveja a outros homens com quem dormiu. Todo seu corpo suado indo e vindo enquanto agarrava a cintura dela lhe deixou quente. Nem mesmo Tristan havia lhe proporcionado uma tensão sexual como aquela cena.
Um gemido a mais e outro menos e a garota gritou deixando claro que tinha chegado ao seu limite e junto das outras, se deitou na cama esperando o tremor de suas pernas acabarem. Valentin desceu da cama com um sorriso no rosto e assim que virou encontrou os mais novos presentes ali. O sorriso morreu assim que viu Jannie, andou até ela se cobrindo uma toalha no caminho.
— Porque a trouxe para cá? - Questionou em frente à morena que só conseguia olhar para as garotas atrás. Procurava vestígios de tortura de abuso de qualquer coisa, mas só via excitação. Elas estavam felizes de estarem ali. — Achei que tivesse ouvido algo como ela ser do Tristan.
— Mas ele dispensou, e se ele já dispensou quer dizer que foi tudo muito rápido e a morena não chegou lá. Estou errado? - Teodoro abraçou-lhe pelos ombros e ela apenas focou os olhos em Valentin, e no sorriso, e no corpo suado. E no que ele fez com as garotas.
Tudo bem que ela era uma espiã e que estava trabalhando, mas ela também era uma mulher e precisava dar o seu melhor sempre, e em todo lugar.
— Não. Não está. - Os dois homens sorriram.
— Como ele pode fazer isso com uma mulher como você? - Perguntou Valentin ao encurtar o espaço entre eles e segurar Jannie por sua cintura fina, ela abriu um sorriso gigante, seria ótimo ter uma experiência como aquela. — Pois posso garantir que não vai se arrepender de ter entrado nesse quarto. Isso você pode ter certeza.
Avisou bem perto de seus lábios antes de beijá-los rapidamente, a essa altura, Jannie sabia que nenhum de seus amigos estaria ouvindo nada pela escuta na fivela do seu cabelo, ou vendo alguma coisa, enquanto deixou-se erguer os braços para prender-se ao moreno que percorreu suas mãos pelo corpo afeminado chegando aos botões do sutiã para se livrar de toda a roupa que Jannie possuía.
Já era dia quando os olhos escuros de penetrantes de Tristan se abriram buscando reconhecimento total de onde se encontrava. Desde que sua vida passou de normal a ser perseguido por todos os seus inimigos, o acordar todas as manhãs era sagrado, um momento precioso. Entendia que ao menos Deus havia lhe dando mais um dia de vida, mas isso não queria dizer que quando a noite caísse outra vez, ele estivesse com essa mesma sorte ao seu lado. Coisas que aprendeu com o resto de sua família.Sentou na cama tateando o colchão e agradeceu por está sozinho. A garota da noite passada ao menos atendeu ao seu pedido de sair e não voltar mais. Não estava dando muito importância se fora dada em suas mãos ou não. Tudo que conseguia compreender é que seu pai achava que ainda existia amor por aquela mulher que um dia, foi alguém especial. Mal sabiam todos de sua ilustre família, que o que restou para Lilian foi apenas desespero e um terso de respeito.Respeito por criar sua filha sozinha. Por educar e p
Sentou-se ao lado de Teodoro que sorrir de canto e continua a comer. Oscar se concentra em encarar o sobrinho que tenta não rir, mas acaba rindo e retira também óculos o encarando da mesma forma.— A noite foi boa? - Ele assentiu — Achei que as outras garotas que foram colocadas nas mãos de vocês fossem o suficiente, não achei que pegaria até uma que não era de vocês. Aqui nesse lugar, compartilhamos tudo, menos garotas.— Mas eu não posso ver uma garota pedindo para ser f0did4 e ficar calado ou não fazer nada - Valentin avisou aos olhos parando em Tristan — Se você não foi bom o suficiente para ela, eu posso ser, e o Teo também. - Bateu nas costas do outro que só concordou. — E foi incrível. Ela é destruidora.— Eu estou até agora me perguntando o motivo de você ter a mandando embora, porque ela é mesmo incrível. Muito boa de cama. - Avisou Teodoro tomando seu lindo chá preto.— Mas se por acaso for o caso de você não conseguir a fazer g0z4r, pode manda-la para meu quarto que eu faço
Enquanto dirigia nas ruas Seant se lembrou de quando era mais jovem e corria por toda a cidade procurando o vestido ideal para o encontro de uma noite especial com uma pessoa especial. Tentou não se lembrar do ex-namorado, mas era impossível não lembrar que todos os momentos em que viveu como uma adolescente normal eram os mesmos em que corria atrás de uma pessoa, ou que deixava ser guiada pelas palavras de um mentiroso. Até o momento em que descobriu que estava grávida e dali por diante ela nunca teve um dia que não pensasse em como seria sua vida “normal” depois dali.Mas para ser sincero, o que era o viver “normal?” Se apaixonar? Sair em encontros? Ter uma vida a dois? Isso não se caracterizava como normal uma vez que ela tinha tudo o que uma mulher da idade dela merecia, então, o normal estava vivendo agora.Chegou em casa em minutos parando apenas para comprar suas torradas preferidas. Estacionou no lugar de sempre notando dois carros estranhos, não tão estranhos, afinal, as ami
Não era como se ela não tivesse acostumada a dormir e acordar em lugares barulhentos, afinal, dormia em qualquer lugar quando podia, contudo, naquela manhã, Jannie abriu os olhos olhando o teto daquele quarto nada escuro lembrando onde tinha vindo parar. Sentou na cama olhando todo aquele quarto e a quantidade de garotas que ali estavam correndo de um lado para o outro, que até achou que algo de ruim tivesse acontecendo, mas não era nada disso.Jogou os cabelos para trás reparando na felicidade das meninas enquanto corriam para tirarem fotos, ou verem fotos, ou simplesmente falarem sobre seus clientes da noite passada e do quanto tinham se divertido. Procurou as horas e não era nem dez da manhã para aquela animação toda. Notou algumas se arrumando para ir para casa e até se despedir dizendo que mais tarde voltava.Algo histórico. Em quase todas as boates que trabalhou as garotas não podiam acordar antes da hora, nem fazer aquele tanto de barulho que faziam, ou pior, não podiam ter um
Respirou fundo quando parou em frente à porta do quarto do homem mais odiado naquela delegacia, mais uma vez ficaria de frente com Tristan Bennett, será que Lilian estava assistindo? Se não estava, veria depois. Até sorriu ao imaginar que ela poderia está surtando de verdade por vê-la tão perto do ex. Porque né, claramente, havia um sentimento maior dela por ele.Abriu a porta depois de controlar sua mente e varreu todo o quarto procurando pelo homem e o encontrou sentado na cama, com os braços cruzados e os olhos atentos a todo movimento que iria fazer. Ele já estava esperando real? Entrou de uma vez dando um sorriso de canto. Lembrou vagamente que não usava nada além daquela camiseta que chegava até as coxas. Abriu um sorriso pequeno enquanto caminhava até o homem que apenas com um movimento de dedo, a mandou sentar em sua frente.Será que ela tinha que se ajoelhar para um homem como aquele? Ela jamais se ajoelharia para um homem, ainda mais um…Respira.Respira.Respira.Foco na mi
Longe de um verdadeiro perigo aparente, Lizzie terminava de pagar seu último lanche e correu para acompanhar Archie do outro lado da cantina. Não era como se fosse apaixonada por Archie Stanley, mas ninguém iria olhar para o garoto de olhos azuis e os cabelos escuros com um dom incrível de te escutar falar por horas sem reclamar. Sem contar que eram amigos desde criança, então, tinha certa moral com o garoto mais popular da escola.— O que foi que já aconteceu? - Ele perguntou quando saiu no corredor, ainda sendo seguido pela garota — Alguém mexeu com você?— Sinceramente essa semana ninguém disse nada, o que chega a ser até estranho - Suspirou tomando o caminho do lado de fora. O jardim era sempre o mais requisitado para o almoço, e um dos lugares preferidos de Archie — Eu queria falar sobre o que aconteceu na outra noite. - Comentou baixo enquanto seguia os degraus da arquibancada grande acompanhando o amigo — Eu sinto muito por tudo.— Eu não acho que você tenha qualquer culpa niss
— Espero que todos tenham se divertido esses dias, porque nós vamos fazer outro assalto, e eu não aceito erros. - Avisou jogando na mesa algumas pastas que os homens foram passando para os outros. — Nessa pasta tem que tudo que vamos precisar. Uma hora não dá para retirarmos todo o dinheiro de um banco, mas eu tenho certeza que durante vinte quatro horas, conseguimos.— E como você quer que a gente passe vinte e quatro horas dentro de um banco sem ninguém ficar sabendo? - Oscar encarou o sobrinho que estava mais perto.— Bom… Três pessoas serão mortas, e duas casas precisaram ser comprometidas… Talvez um carro seja explodido, coisa básica. A gente só precisa manter a policia e o prefeito de Sta. Eleonor, no interior de Beathan ocupados enquanto fazemos nosso trabalho.Todos começaram a abrir suas pastas e Oscar levantou parando em frente ao seu quadro negro, como um bom professor de tudo que não presta nessa vida, começou a contar seu plano.— Joel Dickson é o diretor chefe do banco d
Valentin esperou pacientemente o tio realmente sumir da sala para enfim encarar o namorado, ou amante, ainda não havia nada definido entre eles e começar a falar:— É verdade que acha que não consigo fazer isso sozinho? - Perguntou logo de cara, e Tristan bem que queria ir embora, mas também não perderia uma discussão tão peculiar como aquela. — Porque se você acha que não sou bom o bastante para comandar algo assim, é só me dizer. Tenho que servir sempre de suporte para você em todas as missões?— Você não tem mesmo experiência e é sempre o que quer resolver as coisas na base do tiro, acha que matando as pessoas você vai conseguir tudo que precisa?— Foi assim que eu aprendi, com o seu pai, por acaso. E é claro que uma bala resolve as coisas, cala quem eu quero, e a terra come o rosto de quem nunca mais quero ver. - Teodoro suspirou, mantendo a calma. Não era contra o que escutava, afinal, era sempre a primeira ameaça que fazia ao ver qualquer inimigo “enfiar uma bala no meio dos olh