Nove

Assim que fechou a porta atrás de si, um sorriso brotou nos lábios de Jannie. Olhou de um lado para o outro procurando por qualquer pessoa que pudesse lhe ajudar a estudar o local, esperou ali por alguns minutos e quando viu que não iria aparecer ninguém, seguiu sozinha mesmo caminhando sobre o tapete verde que decorava o chão do corredor juntamente com os quadros de alguns dos Bennett passados, ou simplesmente membros da família que ninguém conhecia.

Respirou fundo tentando decorar cada rosto e passando lentamente para que Mike ou Julian do outro lado pegasse tudo. Conseguiu ouvir algumas vozes e até gemidos enquanto desfilava pelo corredor e parando ao fim dele, Jannie olhou para baixo. Não podia contar quantos homens estavam armados por ali, até cogitou se esconder, mas não iria fazer isso, não precisava. Tinha que ganhar confiança daqueles homens. Se fugisse, certeza que a trancariam em algum lugar. Quando começou a descer as escadas procurando qualquer assistência, seus olhos enxergaram Teodoro mais a frente e teve atenção dele assim que chegou ao andar debaixo.

Alguns homens a olharam na mesma hora, até porque, uma prostitut4 caminhando sozinha pela casa não era normal. Não na hora em que a boate estava para ser aberta a qualquer momento.

— Você. - Teodoro veio rápido em sua direção parando a frente. — O que está fazendo aqui? - Questionou alternando seu olhar entre o andar de cima e os olhos de Jannie.

— Eu desci. Ele mandou. - Disse simplesmente cruzando os braços. — Ele fez o que tinha que fazer e me mandou ir embora - Sorriu de canto fazendo Teodoro perguntar a se mesmo se aquilo era verdade. — Essa aglomeração é por quê?

— A boate vai abrir. - Contou mesmo que não quisesse — Suas amigas da outra boate não irão para o salão. Vão passar algumas horas em um quarto legal fazendo coisas legais. Não posso te levar junto porque você foi dada a Tristan.

— Dada a Tristan - ela repediu com magoa e então encarou o moreno que a olhou dos pés a cabeça. Não era de seu caráter estudar uma mulher da cabeça aos pés sem que ela deixasse isso acontecer. As pessoas desconheciam a forma que os Benett trabalhavam, o que os lavava a se tornarem trafic4ntes de mulheres lindas prostitui-las quando na verdade davam apenas um lugar onde elas poderiam fazer isso sozinha. — Porque a ele? E se ele gosta de outra pessoa como seu pai disse que quer que eu o faça esquecer uma mulher, se ele ama de verdade, não pode esquecê-la.

— Você tem o trabalho de seduzir meu irmão. Tem até o fim do mês, que vai ser quando te devolveremos a Calvin. Se você se sair bem, poderá ficar aqui. É um trato que todas que estão no nosso quarto especial desejariam. - Jannie deu de ombros soltando o ar preso. Desviou o olhar procurando qualquer rosto conhecido, mas não iria encontrar aquilo ali. — Vou mandar alguém te levar para um quarto.

— É o mesmo que as garotas vão? - Teodoro já estava dando as costas quando escutou a última frase que o fez travar. — Não é justo que todas elas possam se divertir e eu não.

— Você não é nossa. - Avisou outra vez e Jannie negou. — Mas se isso não for te incomodar, é só me seguir. - Jannie abriu um sorriso maior e caminhou ao lado de Teodoro para longe do salão.

Caminharam por entre algumas pessoas até Jannie achar outra escada, subiram devagar os levando para um novo corredor. Jannie tentou gravar tudo e o caminho de volta também, correr ali tinha que ser fácil. Entretanto, quando chegaram a outro corredor, Jannie percebeu que não apenas as imagens ao redor mudou como também o clima.

O caminho ficou mais escuro além de pequenos gemidos que iam surgindo a cada passo que dava. Olhou para as costas de Teodoro e este seguia como se nada tivesse acontecendo, como se os pedidos de vozes para que tudo fosse mais rápido, ou que não parasse nunca não fosse nada. Mas era alguma coisa, cada porta daquele corredor certamente dava a um quarto que neste momento era habitado por nada mais nada menos que um casal se amando de alguma forma.

No final do corredor, Teodoro parou abrindo a porta sem ao menos bater, Jannie apenas puxou o ar para dentro sabendo que toda á policia estaria vendo a próxima cena a seguir, e certamente a cena não era para qualquer uma vez que já podia ouvir os pequenos miados de mulheres ao pé da porta. Bastou pisar dentro daquele quarto para seu corpo esquentar ainda. A melhor parte de se infiltrar num lugar como aquele, era que podia dar-se com qualquer pessoa se misturando dentre todos, além de que, todas as vezes que chegava a um novo trabalho, se envolver sexualmente com uma pessoa ou duas não lhe custava nada.

Parada no meio quarto depois de escutar a porta fechar, Jannie encarou os corpos jogados sobre a cama, Valentin estava fazendo seu melhor dentro de uma das meninas que mal lembrava o nome, mas seu fogo, seu vigor daria inveja a outros homens com quem dormiu. Todo seu corpo suado indo e vindo enquanto agarrava a cintura dela lhe deixou quente. Nem mesmo Tristan havia lhe proporcionado uma tensão sexual como aquela cena.

Um gemido a mais e outro menos e a garota gritou deixando claro que tinha chegado ao seu limite e junto das outras, se deitou na cama esperando o tremor de suas pernas acabarem. Valentin desceu da cama com um sorriso no rosto e assim que virou encontrou os mais novos presentes ali. O sorriso morreu assim que viu Jannie, andou até ela se cobrindo uma toalha no caminho.

— Porque a trouxe para cá? - Questionou em frente à morena que só conseguia olhar para as garotas atrás. Procurava vestígios de tortura de abuso de qualquer coisa, mas só via excitação. Elas estavam felizes de estarem ali. — Achei que tivesse ouvido algo como ela ser do Tristan.

— Mas ele dispensou, e se ele já dispensou quer dizer que foi tudo muito rápido e a morena não chegou lá. Estou errado? - Teodoro abraçou-lhe pelos ombros e ela apenas focou os olhos em Valentin, e no sorriso, e no corpo suado. E no que ele fez com as garotas.

Tudo bem que ela era uma espiã e que estava trabalhando, mas ela também era uma mulher e precisava dar o seu melhor sempre, e em todo lugar.

— Não. Não está. - Os dois homens sorriram.

— Como ele pode fazer isso com uma mulher como você? - Perguntou Valentin ao encurtar o espaço entre eles e segurar Jannie por sua cintura fina, ela abriu um sorriso gigante, seria ótimo ter uma experiência como aquela. — Pois posso garantir que não vai se arrepender de ter entrado nesse quarto. Isso você pode ter certeza.

Avisou bem perto de seus lábios antes de beijá-los rapidamente, a essa altura, Jannie sabia que nenhum de seus amigos estaria ouvindo nada pela escuta na fivela do seu cabelo, ou vendo alguma coisa, enquanto deixou-se erguer os braços para prender-se ao moreno que percorreu suas mãos pelo corpo afeminado chegando aos botões do sutiã para se livrar de toda a roupa que Jannie possuía.

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