- Tudo bem, capitão! – Gabriel bateu continência e empurrou Angel de lado com o quadril. – Indo montar as coisas. – dessa vez ele falou baixo. – Você também, Angel. – o tom zombeteiro saiu baixinho e ela chutou areia nas pernas dele, ainda que risse alto com o deboche.
- Pateta! – Angel mostrou a língua e seguiu para coordenar os monitores.-x-
A noite tinha caído uma das mais lindas naquela praia, a lua estava vistosa e as estrelas pintadas no céu como se tivessem sido milimetricamente colocadas lá para deixar a noite ainda mais linda. Todas as crianças estavam deslumbrantes com suas roupinhas brancas e os pais mais do que orgulhosos para ver seus pimpolhos no festival de talentos. Alguns grupos menores decidiram cantar junto com o tio Marcelo em uma apresentação grupal de m
- O quê? Vai saber, os dois são jovens, bonitos e têm quase a mesma idade. Nada mais normal! – a mulher mais velha deu de ombros e entrou no quarto a procura de algo que confirmasse suas suspeitas.- Você precisa entender que nós somos amigos! –Angel foi firme, ganhando uma olhada atravessada deMarcelo. Qual é? Amigos? Só ela para fingir que não via o que estava acontecendo ali.- Ainda! – Lauren cutucou o boné do homem como se ele ainda fosse um jovem rapaz. – Oi, querido, tudo bem? – o cumprimento veio em um abraço leve.- Tudo bem, Lauren! E com você? –Marcelo desviou o olhar para a tela do computador só para checar a janela que tinha aparecido. Pois é, ele estava mesmo instalando o drive da impressora.- Estou ótima! Fiquei mais feliz agora, há quanto tempo estão enfurnados nesse quarto? Veio ver sua
- Hey, pai. –Marcelo acenou para Real que tirava uns sacos do porta-malas da caminhonete e o homem sorriu. Abriu os braços e logo recebeu um abraço apertado do filho mais velho. – Como você tá, velho? – o mais novo beijou-o na bochecha como cumprimento e ouviu a risada animada.- Estou bem! Finalmente consegui que a sua mãe terminasse o plano do projeto do quintal, agora é comigo. – o mais velho parecia mesmo animado em poder voltar à ativa, ele era engenheiro civil e tinha uma construtora bem conhecida na região, por mais que fizesse anos que não colocasse a mão na massa. – Estou ansioso para reforma, oValenthina disse que ia me ajudar no domingo.- Posso ajudar com os sacos de cimento agora. – O homem sorriu animador ao arregalar as mangas da camisa xadrez, ganhando um sorriso encorajador do pai.- Claro! Vou colocar dentro da casinha da piscina, &eac
- Mas não impediu que eu me apaixonasse por ela. Não impediu nadinha! – o homem arregalou os olhos claros só para tentar fazer a irmã cabeça dura entender de vez que ele não estava brincando, ou achando que tudo voltaria ao normal depois queAngel voltasse para Toronto. O que ele menos queria àquela altura do campeonato, era aquele normal monótono de novo.- Claro que não impediu! – a mulher continuou no modo irado da situação, não se dando conta da confissão do irmão. – Por que você... Quê? –Viviana sentiu o estômago revirar só com aquela informação, no mínimo, atípica.Marcelo só poderia estar brincando com a sua cara, não tinha qualquer condição.- Eu estou apaixonado,Viviana! – ele respirou fundo. – Eu estou terrivelmente apaixonado por
- ENTENDO! EU SÓ NÃO ENTENDO COMO VOCÊ QUEBRA SUA PALAVRA DESSE JEITO!- EU NÃO... Espera, quê?- VOCE PROMETEU PARA MIM QUE SÓ IA SE ENVOLVER COM AANGEL SE FOSSE 100% REAL! -Enrico bateu no peito ainda magoado com aquela briga fútil, idiota e que poderia ter sido evitada se o amigo tivesse sido um pouco mais franco com ele. - E eu esperei ser o primeiro a saber se isso acontecesse! Eu esperei mesmo que você tivesse essa consideração por mim depois de tudo que passamos.- Na boa,Enrico. Vai se foder e para de drama, eu não tenho que contar nada a você! - o homem rolou os olhos e estava disposto a não explicar mais nada do que acontecia, se oValenthina queria ser criança, ele também ia ser.- Então vai pro inferno,Marcelo!Eu preciso de vocêMarcelo soluço
- Ai caralho, eu vou te matar! – ela ameaçou entredentes e lhe deu um tapa firme no braço, vendo-o fazer uma careta de dor.- Caralho mesmo! Levanta, mulher! – o desesperado em questão repetiu o péssimo palavrão mais uma vez, ouvindo-a rir alto só em perceber o quanto ele estava nervoso.Angel piscou com um sorriso malvado dançando nos lábios e calmamente saiu catando as roupas dela espalhadas pelo quarto, enquantoMarcelo estava ao ponto de arrancar o couro cabeludo em tanto coçar a cabeça. Ela estava mesmo brincando com sua cara. – Por favor, colabora comigo! – a suplica foi a cereja do bolo para que ela soltasse uma risada frouxa.- Onde eu me enfio? – ela agarrou o punhado de tecido entre os braços, dessa vez prendendo a risada.- E eu que sei? –Marcelo poderia ser perfeitamente confundido com um adolescente ranhento de colegial que fazi
Era tarde de quarta quando a filha mais nova dosValenthina resolveu se meter na situação para tentar resolver aquele problema ridículo. A mulher só não esperava que as coisas fossem ficar ainda piores quando entendesse tudo que estava acontecendo.- Quando você vai voltar a falar com seu amigo, hein? – ela alfinetou o irmão sentado no sofá, que parecia bem entretido com o Super Mario na TV. Vendo apenas um bufo de desgosto, umaAngel que assaltava a geladeira teve certeza que ele retrucaria.- Falei com meus amigos hoje mesmo. – o homem fingiu não dar a mínima para a conversa, destilando todo o seu deboche na resposta simples.- Tu sabes muito bem do que eu estou falando,Valenthina ! – a enfermeira sacudiu o dedo como se ele pudesse abanar o nariz do irmão. Ela suspirou exausta e andou para perto de onde ele estava, não ia aguentar ter aquela conversa
- O-o quê? – ele gaguejou ao ver a fúria dela invadir ainda mais seus olhos azuis brilhantes.- A princesa não sabe? –Angel escorou uma das mãos no quadril em sua versão mais debochada e viu o rosto do homem a sua frente se torcer em uma careta de desgosto e, provavelmente, arrependimento. – Deveria lembrar das promessas que faz aos seus amigos,Gallo!- AH MERDA! –Marcelo sentiu o desespero se acumular na boca do estômago, assim como a vontade de vomitar. Não esperava queEnrico fosse ser o melhor mediador entre as conversas e brigas, mas tinha certeza que pelo jeito que a irmã mais nova do melhor amigo lhe atacava, ele deveria ter falado barbaridades.- Como eu previa. – ela lhe lançou um olhar cortante e amargo. – Agora me dê licença. –Angel balançou a cabeça negativamente e não contou conversa para vir
Acha que essa história foi um mal entendido também?- Hm. –Viviana pareceu ponderar com um sacudir de cabeça. – Eu tenho certeza sobre vocês se gostarem como adultos. – ela mordeu a boca com a segunda pergunta. Será que os dois mais interessados tinham conversado sobre aquilo? –Marcelo veio aqui?- Sim? – as expressões da mais nova se transformaram em pura culpa, orgulho e arrependimento. – Ele veio para tentar conversar, eu falei sobre a promessa ridícula que oEnrico deixou escapar. Daí ele tentou me explicar que nada foi proposital, que ele não quis me ofender e só fez isso para tentar confortar a situação do beijo no apartamento, mas deixou claro que a tal promessa só tinha ido até: “Só vou me envolver com ela se for 100% real”. Depois despejou em minha cara mais uma sessão inteirinha de declara&