- Mas não impediu que eu me apaixonasse por ela. Não impediu nadinha! – o homem arregalou os olhos claros só para tentar fazer a irmã cabeça dura entender de vez que ele não estava brincando, ou achando que tudo voltaria ao normal depois que Angel voltasse para Toronto. O que ele menos queria àquela altura do campeonato, era aquele normal monótono de novo.
- Claro que não impediu! – a mulher continuou no modo irado da situação, não se dando conta da confissão do irmão. – Por que você... Quê? – Viviana sentiu o estômago revirar só com aquela informação, no mínimo, atípica. Marcelo só poderia estar brincando com a sua cara, não tinha qualquer condição.- Eu estou apaixonado, Viviana! – ele respirou fundo. – Eu estou terrivelmente apaixonado por- ENTENDO! EU SÓ NÃO ENTENDO COMO VOCÊ QUEBRA SUA PALAVRA DESSE JEITO!- EU NÃO... Espera, quê?- VOCE PROMETEU PARA MIM QUE SÓ IA SE ENVOLVER COM AANGEL SE FOSSE 100% REAL! -Enrico bateu no peito ainda magoado com aquela briga fútil, idiota e que poderia ter sido evitada se o amigo tivesse sido um pouco mais franco com ele. - E eu esperei ser o primeiro a saber se isso acontecesse! Eu esperei mesmo que você tivesse essa consideração por mim depois de tudo que passamos.- Na boa,Enrico. Vai se foder e para de drama, eu não tenho que contar nada a você! - o homem rolou os olhos e estava disposto a não explicar mais nada do que acontecia, se oValenthina queria ser criança, ele também ia ser.- Então vai pro inferno,Marcelo!Eu preciso de vocêMarcelo soluço
- Ai caralho, eu vou te matar! – ela ameaçou entredentes e lhe deu um tapa firme no braço, vendo-o fazer uma careta de dor.- Caralho mesmo! Levanta, mulher! – o desesperado em questão repetiu o péssimo palavrão mais uma vez, ouvindo-a rir alto só em perceber o quanto ele estava nervoso.Angel piscou com um sorriso malvado dançando nos lábios e calmamente saiu catando as roupas dela espalhadas pelo quarto, enquantoMarcelo estava ao ponto de arrancar o couro cabeludo em tanto coçar a cabeça. Ela estava mesmo brincando com sua cara. – Por favor, colabora comigo! – a suplica foi a cereja do bolo para que ela soltasse uma risada frouxa.- Onde eu me enfio? – ela agarrou o punhado de tecido entre os braços, dessa vez prendendo a risada.- E eu que sei? –Marcelo poderia ser perfeitamente confundido com um adolescente ranhento de colegial que fazi
Era tarde de quarta quando a filha mais nova dosValenthina resolveu se meter na situação para tentar resolver aquele problema ridículo. A mulher só não esperava que as coisas fossem ficar ainda piores quando entendesse tudo que estava acontecendo.- Quando você vai voltar a falar com seu amigo, hein? – ela alfinetou o irmão sentado no sofá, que parecia bem entretido com o Super Mario na TV. Vendo apenas um bufo de desgosto, umaAngel que assaltava a geladeira teve certeza que ele retrucaria.- Falei com meus amigos hoje mesmo. – o homem fingiu não dar a mínima para a conversa, destilando todo o seu deboche na resposta simples.- Tu sabes muito bem do que eu estou falando,Valenthina ! – a enfermeira sacudiu o dedo como se ele pudesse abanar o nariz do irmão. Ela suspirou exausta e andou para perto de onde ele estava, não ia aguentar ter aquela conversa
- O-o quê? – ele gaguejou ao ver a fúria dela invadir ainda mais seus olhos azuis brilhantes.- A princesa não sabe? –Angel escorou uma das mãos no quadril em sua versão mais debochada e viu o rosto do homem a sua frente se torcer em uma careta de desgosto e, provavelmente, arrependimento. – Deveria lembrar das promessas que faz aos seus amigos,Gallo!- AH MERDA! –Marcelo sentiu o desespero se acumular na boca do estômago, assim como a vontade de vomitar. Não esperava queEnrico fosse ser o melhor mediador entre as conversas e brigas, mas tinha certeza que pelo jeito que a irmã mais nova do melhor amigo lhe atacava, ele deveria ter falado barbaridades.- Como eu previa. – ela lhe lançou um olhar cortante e amargo. – Agora me dê licença. –Angel balançou a cabeça negativamente e não contou conversa para vir
Acha que essa história foi um mal entendido também?- Hm. –Viviana pareceu ponderar com um sacudir de cabeça. – Eu tenho certeza sobre vocês se gostarem como adultos. – ela mordeu a boca com a segunda pergunta. Será que os dois mais interessados tinham conversado sobre aquilo? –Marcelo veio aqui?- Sim? – as expressões da mais nova se transformaram em pura culpa, orgulho e arrependimento. – Ele veio para tentar conversar, eu falei sobre a promessa ridícula que oEnrico deixou escapar. Daí ele tentou me explicar que nada foi proposital, que ele não quis me ofender e só fez isso para tentar confortar a situação do beijo no apartamento, mas deixou claro que a tal promessa só tinha ido até: “Só vou me envolver com ela se for 100% real”. Depois despejou em minha cara mais uma sessão inteirinha de declara&
Uma vergonha por outraEnrico não acreditava no que estava vendo assim que recebeu a mensagem da irmã.Angel era uma verdadeira peste quando estava brava com alguém. A conversa daquela manhã tinha se iniciado e resumido emEnrico querendo saber o que faria para conseguir o perdão sincero dela, por mais que a relação entre irmãos tivesse mais calma depois de toda a confusão.- Peste! – ele xingou a irmã enquanto a esposa desligava o motor do carro. Os dois tinham visitado o advogado aquela manhã para saber a melhor forma de iniciar a adoção, já que a cidade pequena não tinha um orfanato, provavelmente precisariam ir até Toronto conhecer as crianças.- O que foi? –Viviana fez uma careta ao pegar a bolsa de mão no colo do marido. Os dois estavam em frente a L’art Musical, tinham acab
- Caralho! Desculpa! – o músico deixou a careta horrenda de dor se exteriorizar ainda mais e soltou um resmungo. – De verdade, eu...Ok, tinha sido um pouco errado se precipitar tanto, mas o pedagogo bem que tinha merecido o soco. SóGabriel sabia o quantoAngel tinha chorado depois de todas as brigas e jurou que na primeira oportunidade, vingaria as lágrimas da amiga.- Tudo bem, eu mereci por ter entrado na onda doEnrico. –Marcelo cobriu o rosto com uma das mãos e assim como o homem a sua frente, fez uma careta de dor. Aquilo acabou resultando nos dois rindo como dois idiotas.Na verdade, era a oportunidade perfeita de tentar falar com aAngel, ele estava machucado e os instintos de enfermeira presentes nela não iam falhar. Onde tinha alguém ferido, uma enfermeira estava a postos para entrar em ação e fazer o seu trabalho!- Cara, na verdade... eu acho que esse
Não há nada como o colo de uma mãeA tarde daquela segunda estava ensolarada, fresca e uma das mais perfeitas desde o início do verão. E com uma praia no quintal de casa, a melhor pedida era uma caminhada, um mergulho, ou até mesmo ficar sentado na areia morna para pensar um pouco na vida. Justamente por isso, Lauren achou que encontraria a filha mais nova por lá. Dito e feito, os cachos dourados deAngel reluziam ao sol, parecendo ainda mais lindos.- Hey, fofinha. – Lauren apertou a ponta do nariz arrebitado da filha mais nova e as duas riram levemente. – Procurei você por toda parte! – a mulher sorriu ternamente ao sentar junto dela na areia clara da praia.- Desculpa ter sumido. –Angel fechou os olhos para sentir melhor a brisa cheirosa que vinha do mar. – Eu precisava de um pouco de concentração e vim para cá. –