- Ai caralho, eu vou te matar! – ela ameaçou entredentes e lhe deu um tapa firme no braço, vendo-o fazer uma careta de dor.
- Caralho mesmo! Levanta, mulher! – o desesperado em questão repetiu o péssimo palavrão mais uma vez, ouvindo-a rir alto só em perceber o quanto ele estava nervoso. Angel piscou com um sorriso malvado dançando nos lábios e calmamente saiu catando as roupas dela espalhadas pelo quarto, enquanto Marcelo estava ao ponto de arrancar o couro cabeludo em tanto coçar a cabeça. Ela estava mesmo brincando com sua cara. – Por favor, colabora comigo! – a suplica foi a cereja do bolo para que ela soltasse uma risada frouxa.- Onde eu me enfio? – ela agarrou o punhado de tecido entre os braços, dessa vez prendendo a risada.- E eu que sei? – Marcelo poderia ser perfeitamente confundido com um adolescente ranhento de colegial que faziEra tarde de quarta quando a filha mais nova dosValenthina resolveu se meter na situação para tentar resolver aquele problema ridículo. A mulher só não esperava que as coisas fossem ficar ainda piores quando entendesse tudo que estava acontecendo.- Quando você vai voltar a falar com seu amigo, hein? – ela alfinetou o irmão sentado no sofá, que parecia bem entretido com o Super Mario na TV. Vendo apenas um bufo de desgosto, umaAngel que assaltava a geladeira teve certeza que ele retrucaria.- Falei com meus amigos hoje mesmo. – o homem fingiu não dar a mínima para a conversa, destilando todo o seu deboche na resposta simples.- Tu sabes muito bem do que eu estou falando,Valenthina ! – a enfermeira sacudiu o dedo como se ele pudesse abanar o nariz do irmão. Ela suspirou exausta e andou para perto de onde ele estava, não ia aguentar ter aquela conversa
- O-o quê? – ele gaguejou ao ver a fúria dela invadir ainda mais seus olhos azuis brilhantes.- A princesa não sabe? –Angel escorou uma das mãos no quadril em sua versão mais debochada e viu o rosto do homem a sua frente se torcer em uma careta de desgosto e, provavelmente, arrependimento. – Deveria lembrar das promessas que faz aos seus amigos,Gallo!- AH MERDA! –Marcelo sentiu o desespero se acumular na boca do estômago, assim como a vontade de vomitar. Não esperava queEnrico fosse ser o melhor mediador entre as conversas e brigas, mas tinha certeza que pelo jeito que a irmã mais nova do melhor amigo lhe atacava, ele deveria ter falado barbaridades.- Como eu previa. – ela lhe lançou um olhar cortante e amargo. – Agora me dê licença. –Angel balançou a cabeça negativamente e não contou conversa para vir
Acha que essa história foi um mal entendido também?- Hm. –Viviana pareceu ponderar com um sacudir de cabeça. – Eu tenho certeza sobre vocês se gostarem como adultos. – ela mordeu a boca com a segunda pergunta. Será que os dois mais interessados tinham conversado sobre aquilo? –Marcelo veio aqui?- Sim? – as expressões da mais nova se transformaram em pura culpa, orgulho e arrependimento. – Ele veio para tentar conversar, eu falei sobre a promessa ridícula que oEnrico deixou escapar. Daí ele tentou me explicar que nada foi proposital, que ele não quis me ofender e só fez isso para tentar confortar a situação do beijo no apartamento, mas deixou claro que a tal promessa só tinha ido até: “Só vou me envolver com ela se for 100% real”. Depois despejou em minha cara mais uma sessão inteirinha de declara&
Uma vergonha por outraEnrico não acreditava no que estava vendo assim que recebeu a mensagem da irmã.Angel era uma verdadeira peste quando estava brava com alguém. A conversa daquela manhã tinha se iniciado e resumido emEnrico querendo saber o que faria para conseguir o perdão sincero dela, por mais que a relação entre irmãos tivesse mais calma depois de toda a confusão.- Peste! – ele xingou a irmã enquanto a esposa desligava o motor do carro. Os dois tinham visitado o advogado aquela manhã para saber a melhor forma de iniciar a adoção, já que a cidade pequena não tinha um orfanato, provavelmente precisariam ir até Toronto conhecer as crianças.- O que foi? –Viviana fez uma careta ao pegar a bolsa de mão no colo do marido. Os dois estavam em frente a L’art Musical, tinham acab
- Caralho! Desculpa! – o músico deixou a careta horrenda de dor se exteriorizar ainda mais e soltou um resmungo. – De verdade, eu...Ok, tinha sido um pouco errado se precipitar tanto, mas o pedagogo bem que tinha merecido o soco. SóGabriel sabia o quantoAngel tinha chorado depois de todas as brigas e jurou que na primeira oportunidade, vingaria as lágrimas da amiga.- Tudo bem, eu mereci por ter entrado na onda doEnrico. –Marcelo cobriu o rosto com uma das mãos e assim como o homem a sua frente, fez uma careta de dor. Aquilo acabou resultando nos dois rindo como dois idiotas.Na verdade, era a oportunidade perfeita de tentar falar com aAngel, ele estava machucado e os instintos de enfermeira presentes nela não iam falhar. Onde tinha alguém ferido, uma enfermeira estava a postos para entrar em ação e fazer o seu trabalho!- Cara, na verdade... eu acho que esse
Não há nada como o colo de uma mãeA tarde daquela segunda estava ensolarada, fresca e uma das mais perfeitas desde o início do verão. E com uma praia no quintal de casa, a melhor pedida era uma caminhada, um mergulho, ou até mesmo ficar sentado na areia morna para pensar um pouco na vida. Justamente por isso, Lauren achou que encontraria a filha mais nova por lá. Dito e feito, os cachos dourados deAngel reluziam ao sol, parecendo ainda mais lindos.- Hey, fofinha. – Lauren apertou a ponta do nariz arrebitado da filha mais nova e as duas riram levemente. – Procurei você por toda parte! – a mulher sorriu ternamente ao sentar junto dela na areia clara da praia.- Desculpa ter sumido. –Angel fechou os olhos para sentir melhor a brisa cheirosa que vinha do mar. – Eu precisava de um pouco de concentração e vim para cá. –
-GABRIEL!- Ok! – a careta desgostosa surgiu. – Eu recebi uma proposta de trabalho durante todo o fim de semana,Angel e foi uma proposta muito boa para tocar nas três noites temáticas do restaurante. Claro, eu não aceitei ainda e nem vou sem falar com você antes.Angel suspirou, aliviada, beijou a bochecha do melhor amigo e abriu um sorriso imensamente feliz por ele, afinal sabia que ganhar a vida com música não era tão fácil quanto parecia, principalmente em uma cidade pequena como aquela. Ela já tinha batido milhões de vezes na mesma tecla sobre ele mudar para Toronto e tentar trabalhar em uma rádio ou gravadora, masGabriel ainda parecia resistente com a ideia, sem falar que ele estava adorando trabalhar com crianças durante aquela semana substituindoMarcelo.- Óbvio que você vai aceitar a proposta,Gabriel. Tá doido que n&at
Dando um empurrãozinho no grande sinal2019E vamos de mais um clichêDepois de toda a gritaria indignada,Angel já tinha se acalmado e parecia meio amuada no banco do carona, atraindo a atenção deMarcelo frequentemente. Ele olhava levemente para ela, voltando a olhar para estrada em seguida. Será que ela estava brava com ele também ou era a vergonha de estar bêbada no seu banco do passageiro?- Vai me levar onde? - a voz dela rompeu o silêncio incômodo eMarcelo deu graças aos céus por aquilo.- Para casa, ué! - o homem fez graça e se sentiu vitorioso ao ouvir uma risadinha que ela havia tentado esconder.- Que casa? - a enfermeira virou para ele. - A minha ou a sua?- A minha. - deu de ombros como se aquela fosse a informação mais si