Acho que ele percebeu meu semblante, mas a ideia de não vê-lo durante esse tempo é algo que eu nunca imaginei que seria possivel. Me acostumei a admira-lo de longe por anos e quando finalmente posso tê-lo por perto, ele vai embora.Percebendo que eu não falei mais nada, ele deixou seu treino de lado e se sentou ao meu lado na cama, segurou a minha mão e colocou em seu peito onde seu coração batia forte, olhando em meus olhos, ele sorriu e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.— Eu sou seu, Meg, e não importa onde eu vá ou o que eu faço, isso jamais irá mudar - aproximando seu rosto do meu, ele me beijou e confesso que saber que o que eu sinto também é reciproco, aliviou meu coração.(...)Eric e eu ficamos no porão até o fim das aulas e depois ele me levou ao cinema, pedi a ele que me ajudasse a ficar fora de casa o máximo de tempo possivel, desde o baile o clima entre meus pais não tem sido muito bom. Mamãe o culpa pelo quase sequestro e o papai está sempre em pé de guerra
— Esquece tudo isso, hoje é o último dia que temos para relaxar - me virei para um beijo em seu rosto e fui surpreendida com um selinho roubado.— Quem ficar bebado primeiro, pula na piscina - Eric me puxou para o nosso lugar na mesa e começamos a jogar as bolinhas nos copos.Ver todos se divertindo parecia ser uma cena de filme, espero poder me lembrar desses momentos depois que me formar.(...)— Mexe essa bunda, Margareth! - Jane gritou no meio da quadra fazendo com que as meninas ficassem em posição novamente para repetir a sequência.— Jane, para de gritar! - Stacy disse massageando suas temporas, assim como eu deve estar cansada de ouvir a ruiva.— Se dançarem direito eu não vou ter que gritar - Jane disse ao cruzar os braços abaixo dos seios.— Sabe qual o seu problema, Janet? - deixei minha posição e fui na direção dela. — Você só sabe dar ordens, até agora não vi você dançando - fiquei a poucos passos de distância dela. — Porque não prova que merece sua posição de lider ensai
Assim que cheguei em casa, ignorei minha mãe ao telefone na sala e corri para o meu quarto, a mais velha não se importaria em perguntar sobre o meu dia ou se atualizar sobre a minha vida, e eu não queria saber sobre sua viagem.Joguei a mochila em algum canto do quarto e fui me despindo pelo caminho, tomei um banho rápido e lavei meu cabelo, depois de brigar com Jane daquele jeito meu cabelo precisa de um tratamento urgente, mas hoje eu tenho pressa. Sai do banheiro enrolada na toalha e dei de cara com Dylan largado em minha cama, ele estava segurando meu caderno de desenho, dei as costas a ele e entrei no closet.— Onde vamos? E porque eu tenho que ir junto? - escutei ele perguntar do quarto.— O Eric me convidou para ver sua estreia no ring e disse para levar - respondi enquanto vestia um conjunto de peças íntimas, um sutiã preto sem alça e uma calcinha no mesmo tom.— Então eu estou indo para ser seu segurança? - perguntou ele.— E também para me fazer companhia - passei um creme p
Eu planejei minha vida toda desde pequena; eu iria morar em uma grande casa na floresta, com trilha para a cachoeira e vista para as montanhas, iria andar descalça todo dia, iria trabalhar em casa como roteirista de histórias em quadrinhos e escrever encantadores romances. Mas nada saiu como planejado e hoje estou presa em um escritório bem no dia do meu aniversário. Roteiro para revisar, reunião para participar, ideias novas para apresentar e uma pessoa cansada de trabalhar. Será que falta muito para eu me aposentar?— Meg, preciso de você na reunião em cinco minutos — meu superior disse. E lá vou eu, participar de mais uma reunião chata. Meu corpo estava sentado naquela cadeira, mas minha mente viajava para outro lugar, o que eu estaria fazendo se ainda tivesse um namorado? Ou se eu tivesse me casado como a maioria das mulheres da minha idade? Eu teria uns 5 filhos e um marido barrigudo no sofá pedindo cerveja. Casar está fora de cogitação. — Meg, o que você acha? — fui
Entrei no primeiro taxi que passou na minha frente, está tão tarde que eu nem imaginei que iria conseguir pegar um, dei meu endereço a ela após me acomodar no banco, o bolinho na minha mão parecia tão apetitoso, mas eu estava sem vontade alguma de comê-lo agora.— É seu aniversário? — perguntou a mulher no volante. Parando para analisar, essa é a primeira vez que eu pego um taxi com uma mulher dirigindo, pelo menos não é um cara estranho que fica me encarando pelo espelho.— Sim, 40 anos com um cansaço de 80 — brinquei e ela riu.— Já fez seu pedido de aniversário? — se referiu a vela apagada do bolinho em minha mão.— Sim, mas eu não tenho esperança dele se realizar, é meio surreal sabe — comentei.— A esperança deveria ser a última a morrer — falou ela. De repente o carro começou a andar rápido demais e quando eu percebi já tínhamos passado do caminho até meu apartamento.— Ei, onde estamos indo? Minha casa já passou — falei desesperada.— Estamos indo realizar seu desejo — ela desv
Dei um pulo da cama ao ouvir batidas na porta do meu quarto, olhei ao redor e de primeira reconheci o cômodo; estou no meu quarto na casa dos meus pais. Minha cama ainda é um colchão no chão que fica do lado da “cama” do meu irmão, a televisão é pequena e velha, nossa sala é junto com a cozinha e não temos quintal ou jardim. Pelo o que vejo, voltei para minha infância. Duas batidas na porta soaram novamente, me assustei pois estava distraída com o ambiente nostálgico ao meu redor e esqueci que tinha gente do lado de fora. Me levantei da cama e a primeira coisa que eu estranhei foi não ter meus seios, eu malhei tanto na academia durante minha adolescência para ter meus seios e agora eles sumiram. Tico e teco, vou sentir saudades de vocês, até daqui uns anos. Ao lado da porta do quarto tinha um pequeno espelho e aproveitei que eu já estava passando por ali mesmo, resolvi olhar meu reflexo. Falta dois dentes meus, eu não tenho o cabelo comprido igual ao de quando eu era adulta e sim o
Olhei para Dylan ao meu lado que tinha o cenho franzido e os lábios em um pequeno bico, apontei para o quarto dele no andar de cima e ele assentiu me seguindo até o cômodo. Ele se sentou no tapete com as pernas cruzadas iguais a de índio e eu me sentei na frente dele fazendo o mesmo, ele ainda estava pensando e quando seu olhar se encontrou com o meu seu rosto de retorceu em uma careta.— Eu não quero me casar com você, você tem piolho — fez cara de nojo.— E você é fedido — dei língua a ele.— Vamos sempre ser amigos ne? — questionou.— Sim, sempre seremos amigos, mesmo se por acaso a gente se casar — falei a ele.— Promete? — estendeu o mindinho e eu o enlacei com o meu.— Prometo.Dylan e eu não sabíamos que nossa vida iria virar de cabeça para baixo, assim que completamos 10 anos nossos pais ficaram malucos. Dylan acompanhava os mais velhos em reuniões — chatas, segundo ele —, e eu era obrigada pelas matriarcas da família a frequentar festas cheias de frufrus, um pouco tradicional
Dei um beijo em Abby e segui Mike até o carro, ouvimos uma música com batida agitada e bagunçando muito, seguimos caminho para o colégio e assim que chegamos fizemos nosso toque se despedindo.Entrei no colégio e fui até meu armário pegar alguns livros, não tinha muita gente por ainda estar cedo mas ainda sim tinha alguns e o pouco que tinha me cumprimentava ao passar por mim. Esse ano eu estaria em uma sala nova, o diretor misturou as turmas para separar os grupos bagunceiros e isso foi a melhor coisa que ele fez pois eu jurei que se esse ano alguma bolinha de papel atingisse minha cabeça, eu seria presa por fazer alguém engolir uma delas.Assim que entrei na minha nova sala, cumprimentei alguns conhecidos e fui para o meu lugar, a penúltima cadeira na fila da janela. Eu gostava daquele lugar por que eu tinha uma vista privilegiada do jardim e eu amava ficar olhando aquelas rosas de várias cores, a minha preferida era a azul. Fiquei olhando para uma borboleta que pousou em uma da