Dei um beijo em Abby e segui Mike até o carro, ouvimos uma música com batida agitada e bagunçando muito, seguimos caminho para o colégio e assim que chegamos fizemos nosso toque se despedindo.
Entrei no colégio e fui até meu armário pegar alguns livros, não tinha muita gente por ainda estar cedo mas ainda sim tinha alguns e o pouco que tinha me cumprimentava ao passar por mim.
Esse ano eu estaria em uma sala nova, o diretor misturou as turmas para separar os grupos bagunceiros e isso foi a melhor coisa que ele fez pois eu jurei que se esse ano alguma bolinha de papel atingisse minha cabeça, eu seria presa por fazer alguém engolir uma delas.
Assim que entrei na minha nova sala, cumprimentei alguns conhecidos e fui para o meu lugar, a penúltima cadeira na fila da janela. Eu gostava daquele lugar por que eu tinha uma vista privilegiada do jardim e eu amava ficar olhando aquelas rosas de várias cores, a minha preferida era a azul.
Fiquei olhando para uma borboleta que pousou em uma das rosas e desliguei minha mente para tudo ao redor, mas os burburinhos me trouxeram de volta para a realidade, o menino mais cobiçado do colegio estava em nossa sala e o pior, estava vindo na minha direção.
Meu coração ficou disparado e minha boca seca, senti um calafrio por todo o corpo e a cadeira pareceu dura demais para que eu ficasse sentada. Era ele, minha paixonite estava vindo na minha direção depois de 3 anos olhando ele de longe, essa era minha chance de falar com ele. Respirei fundo e me preparei para responder qualquer coisa que ele perguntasse.
Mas ele passou direto por mim e se sentou na cadeira atrás de mim. Eu deveria ficar triste por isso? Sim. Eu fiquei? Não. Pelo menos ele iria sentar perto de mim e eu teria uma desculpa para falar com ele, coragem eu não tinha mas o que vale é a intenção.
O primeiro sinal tocou indicando que todos os alunos deveriam entrar na sala, logo o professor de Filosofia entrou na sala e ficou esperando que todos estivessem em seu devido lugar para fechar a porta.
— Bom dia, turma — cumprimentou ele. Alguns responderam e eu os acompanhei, mas não ouvi a voz atrás de mim fazer o mesmo. — Vou fazer a chamada rapidinho e vou dar início a aula, deixem o livro em cima da mesa — falou ele ao se sentar.
Ele falou alguns nomes e logo chegou a vez da minha paixonite.
— Eric Adams.
— Presente — senti meu corpo todo se arrepiar ao ouvir sua voz tão proxima. Ouvir de longe é diferente mas de perto é maravilhoso, sua voz tem um timbre forte e é um pouco rouca, meus hormonios a flor da pele me levaram a imaginar ele falando meu nome enquanto toca seu corpo todo malhado graças aos treinos, ou ele sussurrando em meu ouvido.
— Margaret Johnson — ouvi o professor me chamar e me assustei falando presente toda afoita e isso fez a classe rir. — Outra vez no mundo da Luz, senhorita Johnson? — comentou ele negando com a cabeça e eu apenas sorri dando de ombros.
— Dessa vez eu fui para Andrômeda, subi em um cometa, entrei em um buraco negro e fui até o infinito — falei apoiando meus cotovelos na mesa e meu rosto em minhas mãos.
— E como era lá? — um menino perguntou lá do outro lado da sala.
— Era incrível, tudo brilhava pois tinha estrelas onde você olhava, planetas com várias cores e tamanhos, um planeta que parecia Saturno mas invertido, as luas formavam seu anel e também tinha vários cometas — falei e a classe toda riu junto com o professor.
— Então volte para a terra senhorita Johnson e abra o livro na página 365 — nem percebi que ele já tinha terminado a chamada.
Eu não ligava de falar besteira na aula do professor Scott, ele era filosofo não iria querer debater comigo sobre meu mundo da imaginação quando ele mesmo tinha o seu próprio e sem contar que ele adorava me ouvir, até alguns dos meus colegas de classe gostavam de me ouvir.
Ele deu sua aula tranquilamente e logo o sinal tocou avisando que a segunda aula iria se iniciar, juntei meus pertences e sai da sala, a próxima aula era de química, no laboratório. Peguei algumas coisas no armário e fui para a sala da senhorita Rodriguez.
— Bom dia senhorita Johnson, se sente ao lado do senhor Miller este ano — ela disse assim que eu entrei na sala, olhei para o rapaz que estava ocupado ajeitando os recipientes na mesa que usaríamos.
Não acredito que esse ano meu parceiro de laboratório seria o projeto de gente que eu chamo de melhor amigo, ele odeia essa materia apesar de saber manusear bem os recipientes e saber todos os elementos, é como ele mesmo disse “Se odeia algo, seja o melhor naquilo e vai odiar mais ainda.” Não debati com a professora e fui para meu lugar.
A aula se iniciou e a professora foi nos instruindo mostrando como acontecia a combustão, eu dava tudo para o garoto ao meu lado sem ter que falar diretamente com ele pois ele estava tão concentrado que eu não queria atrapalha-lo.
Quando ele terminou se virou para mim.
— Vamos sair hoje? — perguntou ele apoiando o cotovelo na mesa e girando sua cadeira para ficar de frente para mim. Ele era a personificação de um Deus grego, até mesmo usando uma camiseta justa para se exibir continuava lindo e essas calças? Escura com alguns rasgos nela, um pouco justa mas também um pouco folgada.
Lembrei que ele tinha me feito uma pergunta e me ajeitei para responde-lo.
— Onde quer ir? — falei a ele. — Se bem que eu estou com preguiça de sair— ele me olhou e franziu as sobrancelhas.
— Você? Com preguiça de sair? Está doente? — falou ele.
— Não, só quero dormir até a cama e eu nos tornarmos uma só — ele riu negando com a cabeça.
Ele não disse mais nada, virou sua cadeira e começou a fazer anotações sobre a aula, mesmo um pouco cabisbaixa por ele não querer saber mais sobre mim, eu fiz o mesmo que ele. Depois dessa aula seria o intervalo e não posso mentir estou faminta.
Depois que o Dylan entrou para o time de basquete e ficou popular, a gente quase não tinha tempo para se falar na escola mas isso não era tão importante para nós, a gente mora um do lado do outro e a gente se via todos os dias, seja pela janela do quarto ou no jantar quando nossos pais resolvem se reunir.
Assim que o sinal tocou ele foi o primeiro a sair da sala, deve ter ido encontrar com os outros jogadores time. Um menino muito fofo com óculos estilo geek parou ao meu lado, ele não era feio e sim muito fofo, gordinho e sempre que falava comigo suas bochechas ficavam vermelhinhas, seu nome era Tommy. Já joguei algumas partidas de RPG com ele durante o intervalo e devo dizer que isso estimulava e muito minha imaginação.— Permita-me acompanha-la, milady — falou ele com o braço nas costas e um pouco curvado.— Será uma honra, milorde — enlacei meu braço no seu e saímos rindo da sala. Chegamos no refeitório e nossa mesa embaixo da arvore já estava esperando por nós, assim como meus outros amigos. Tommy colocou uma bandeja com meu almoço na minha frente assim que me sentei e os demais me encaravam com os olhinhos brilhando, somos 5 ao todo.— O que foi? — perguntei sentindo minhas bochechas queimarem, não gosto de tanta atenção assim.— Estamos esperando para ouvir a continuação da su
Corri para meu quarto e me joguei na cama aos prantos, eu achava injusto o modo como ele estava me tratando, eu não era mais um de seus negócios e sim sua filha que ele dizia amar. Mas esse não parece mais com meu pai, o homem que chegava do trabalho com um pirulito grande havia desaparecido já fazia muito tempo e no lugar dele esse ser hediondo e ganancioso nasceu. — Com licença, Meg? — ouvi Abby fala da porta após dar duas batidinhas na madeira. — Posso entrar, querida? — perguntou ela, me sentei na cama e passei a manga da blusa no nariz. — Trouxe seu cappuccino querida — ela deixou a bebida em minha escrivaninha e se sentou ao meu lado me abraçando.— Porque, Abby? Porque ele fez isso comigo? — perguntei chorando outra vez. Abby não falou nada, apenas me apertou mais em seus braços e afagou meus cabelos para me acalmar. O jeito que ela me tratava, fazia meu coração se acalmar pois ela transmitia uma sensação de amor materno que fazia tempo que eu não sinto com a minha mãe.Dep
Um cheiro forte queimou meu nariz e eu abri os olhos para saber o que era aquilo, parecia ser álcool, ao abrir os olhos encontrei Abby me olhando de cima, senti um leve aperto na minha mão e levei meus olhos até quem a segurava, era Chris, meu irmão e ele demonstrava preocupação.— Você está bem? — ele perguntou.— Eu falei para você comer alguma coisa — falou Abby.— O que aconteceu? — perguntei me sentando no sofá. Ela e Chris se olharam, Abby deu um beijo na minha cabeça e saiu do comodo. — Você está noiva — ele falou e eu arregalei os olhos. — Você aceitou o pedido e nossos pais sairam com os Johnson para comemorar.— Bom saber que eu sou importante para eles — falei emburada. — Não se preocupa com isso, está melhor? — perguntou ele ainda segurando minha mão.— Acho que sim — passei a mão livre em meu cabelo e percebi que meu penteado estava desfeito.— Tem certeza que quer isso? Ainda da tempo de fugir — era uma ideia tentadora mas eu não sei o que meu pai é capaz de fazer e
Minha mãe se parecia comigo, desde os cabelos até o tom de pele, mas a única diferença fora a idade, era a cor dos seus olho, eles eram negros como a noite.— Foi uma surpresa para todos nós — disse meu pai abaixando o jornal para pegar sua xicara de café.É pai, foi uma surpresa para a gente também.— Decidimos que era melhor manter em segredo — falei. Vi meu pai assentindo antes de abrir o jornal novamente.— Ainda não acredito que minha menininha vai se casar — eu também não, mamãe. — Já imaginou como quer seu vestido? — perguntou ela.— Vou deixar para penar nisso depois da formatura, minha prioridade agora é os estudos — respondi. Não me importo de ter sido um pouco grossa com ela, mesmo que ela seja minha mãe e eu a ame, sei que ela só se importa com o que suas amigas riquinhas pensam.— Depois do seu casamento, os negocios da familia ficarão sob sua responsabilidade — falou meu pai.David, meu pai, era um homem bonito por fora, tinha os cabelos castanhos claros como os meus e
Sai da sala de aula com ele na minha frente, o chão parece ter sumido e eu estava andando sobre pregos, cada passo eu parecia estar mais perto de ter um ataque cardíaco. Eric Adams, minha paixonite estava ali, bem na minha frente e eu não sei nem como puxar um assunto legal.Viramos o corredor que levava a enfermaria e no caminho passamos na frente da diretoria, pelo pequeno vidro que tinha na porta, eu vi apenas Oliver mas nenhum sinal de Dylan na sala e isso me deixou mais aliviada, ele deve estar tratando dos machucados na enfermaria.— Está procurando pelo seu “amigo”? — quase gritei ao ouvir sua voz quebrar o silencio entre nós. Não soube o que responder e ao não receber uma resposta, ele parou e se virou ficando de frente pra mim no meio do corredor. — É... — as palavras estavam emboladas na minha língua e eu sinto meu coração bater mais forte a cada segundos. Devo dizer algo a ele logo antes de morrer de ataque cardíaco. —, azul bonita blusa — ele me encarou com a sobracelha a
— Obrigada, Margarett, por cuidar do meu namorado — ela disse dando ênfase em algumas palavras.— Que isso, Janet, eu gosto de cuidar do meu melhor amigo — devolvi sua provocação e ela me olhou com um olhar carregado de ódio.— Você não tem aula agora, querida? — ouvir isso foi como ouvir ela dizer “saia daqui, não suporto olhar para sua cara”.— Obrigada por cuidar de mim, Meg. Te vejo mais tarde em casa — ele disse. Sai da enfermaria com um sorriso nos lábios só por poder ver ela com a cara vermelha de raiva.Eu não consigo entender, por que Dylan aceitou se casar comigo se ele tem a insuportável, digo amável, Jane ao lado dele? Talvez eu lhe pergunte sobre isso mais tarde.~~~~~~(...)~~~~~~~O tempo parecia estar passando devagar apenas para me deixar mais ansiosa, era a ultima aula antes do intervalo e eu estava ansiosa para mostrar aos meninos o planeta que Mirabela encontrou, mas hoje os ponteiros do relógio estavam mais devagar do que o costume. Quando o sinal finalmente tocou
Embaixo da escada tem uma porta, é um espaço pequeno e eu duvido que caibam duas pessoas ali dentro, eu tenho a chave dessa porta e lá eu deixo coisas que eu não quero perder ou que roubem, um exemplo disso é eu deixar meu radio lá dentro, é tão precioso que as vezes eu até levo para a minha casa.— Lar doce lar — falei ao ligar a cafeteira e preparar um pouco de café para mim.Abri a porta embaixo da escada com um pouco de dificuldade pois ela vive emperrando e peguei meu radio, ele era pequeno e lilás, parece uma pequena bola. O liguei na tomada que tinha perto da porta e coloquei na musica 12 do CD player que eu sempre deixo aqui.O bom desse lugar e talvez nem tão bom assim, é que tem que ser algo extremamente alto para que alguém lá fora escute, como uma explosão, mas isso não é o caso do meu pequeno radio.Me posicionei no meio do comodo iluminado pelas luzes coloridas que rodopiavam no teto, 4 acordes de guitarra soaram dando introdução a musica e eu esperei pacientemente a dei
Assim que o sinal tocou, deixei Eric no porão e fui para o vestiário me trocar. A próxima aula seria de Química e a professora não iria gostar de me ver com o uniforme de Educação Física em sua aula. Coloquei a roupa que eu estava antes e caminhei a passos largos pelo corredor em direção ao meu armário, preciso deixar minha jaqueta lá para o caso de na hora de ir embora estar frio.Depois de deixá-la no armário, peguei meu caderno para anotações e minha bolsinha com canetas, e fui para o laboratório. Dylan já estava em seu lugar, mesmo que a professora ainda não chegasse.— Onde você estava? Soube que as meninas foram dispensadas para poder ensaiar a coreografia do teste — perguntou ele.— Estava ensaiando — dei de ombros pegando o jaleco no encosto da cadeira.— Eu procurei você, mas não te achei em lugar nenhum — franzi o cenho.— Por que estava me procurando? — perguntei. Ele arregalou os olhos notando que tinha falado demais e levou a mão até a nuca sem graça.— Eu só estava curio