18 - Noite adentro

Noite Adentro

           

A névoa que se avolumava durante as noites frias ficava mais densa à medida que os dias demoravam cada vez mais a chegar. As folhas amareladas começavam a despencar das árvores a olhos vistos, e seus cadáveres ressequidos forravam o chão humoso, alimentando as coníferas que produziam mais daquelas pequenas aves fadadas a um único voo através do qual reiniciariam o ciclo. O aprendiz de profeta caminhava solitário refletindo sobre sua importância naquilo tudo. As folhas secas quebravam-se sob seus pés descalços, como se fossem menos dignas que as perseverantes e jovens, ainda presas aos galhos longínquos, observando ambos – o homem, e os cadáveres aos quais logo se juntariam – com a arrogância própria de quem observa do alto.

Uzias se abaixou e

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