Capítulo 46°

Eu subi as escadas em passos indecisos. O coração apertado, o medo de descobrir algo que me magoasse, mas se o meu marido estava distante, eu não poderia continuar fingindo não perceber.

Eu dei dois toques na porta e abri. Ele estava lá na varanda com o pescoço inclinado, na intenção de ver quem era.

— Nora! É você?— ele tinha um sorriso inocente no rosto, que me desmontou.

— Não acha que está distante demais?— eu disse me aproximando.

— De quem?

— De tudo! Do seu filho, de mim, da casa!

Victor me olhava como se eu estivesse falando de algo que só existisse na minha cabeça.

— Sinto falta de você! — eu disse chorosa.

— Só está carente porque não podemos fazer amor!— ele disse, voltando-se para o notebook na mesa de centro.

— Eu posso!

Victor ergueu os olhos subitamente surpresos.

— Pode?

— Nosso filho já fez quatro nesses!— expliquei.

Victor ficou confuso. Eu indaguei curiosa:

— Quando Rafaella teve nenê, quanto tempo ficara
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