Assim que Aimê e eu chegamos ao salão onde seria o baile, dentro do Hotel, logo chamamos a atenção de todos os presentes. Os vestidos assinados pela minha mãe, Satini D’Auvergne Bretonne eram simplesmente os mais belos do local. E ela, a estilista, não ficava atrás com seu traje de gala preto e branco.Pequenas mesas redondas abrigavam quatro lugares. As famílias sentaram próximas e Odette tomou seu lugar conosco.- Você está muito bonita, Odette! – meu pai elogiou minha amiga ao vê-la vestida em traje de gala.- Obrigada, Majestade! – Os olhos dela demonstraram vergonha e eu fiquei a imaginar como reagiria quando os pais de Lucca falassem com ela.- Levante o queixo – minha mãe chamou-lhe a atenção – E não abaixe o olhar. Você está maravilhosa e não há motivos para se envergonhar de receber elogios. Prepare-se, por certamente receberá muitos hoje.Meus olhos percorreram o salão, procurando por Catriel, mas não o encontrei, bem como a família Levi Mallet. Mas logo avistei o duque e a
Senti uma lágrima escorrendo pela minha bochecha e reclamei:- Aimê detesta chorar!Catriel limpou minha lágrima com o dedo indicador:- Eu amo Aimê D’Auvergne Bretonne mais do que qualquer coisa neste mundo!Assim que ele secou a lágrima que rolou numa bochecha, o outro olho produziu uma nova.- Sinto que ninguém neste mundo me descreveria de forma mais perfeita como você acaba de fazer. E eu não sou assim...- Sim, é exatamente assim... Perfeita para mim. E quer saber mais? Nem todos estão preparados para a minha Aimê. E quem não está preparado, não a merece.- Sinto que eu me preparei a vida inteira para o meu povo... Mas que eles nunca se prepararam para mim. – Minha voz ficou fraca, num lamento.- Então eles não são merecedores da futura rainha, meu amor!Percebi que não estávamos dançando. Enquanto todos ao nosso redor deslizavam pelo salão, Catriel e eu conversámos, como se não existisse ninguém mais ali além de nós dois.- Eu o amarei até o último dia da minha vida. – Confesse
Espreguicei-me devagar, sentindo uma leve dor no corpo e ardência na vagina. Abri os olhos e deparei-me com Catriel deitado ao meu lado, de bruços, com o rosto virado na minha direção. O belo par de olhos azuis estavam abertos, me analisando.- Confesso que estou tentando me acostumar a acordar com você ao meu lado. É estranho! – Expressei-me.- Bom dia para você também, meu amor! – Ele sorriu debochadamente, sem mover-se.- Bom dia! – Respondi a ironia dele, ainda tentando assimilar que não só estávamos de casamento marcado, mas dormíamos juntos.Tentei levantar da cama, mas Catriel me impediu:- Fique mais um pouco... Por favor!- Que horas são?- Em breve será oito.- Eu não costumava acordar cedo. Mas de uns tempos para cá parece que meu corpo se acostumou e tem um relógio biológico dentro de mim.- Sempre acordei cedo. Raramente fico depois das oito na cama. Mas como hoje nosso compromisso é só à tardinha, creio que possamos aproveitar mais um tempinho juntos.Deitei a cabeça no
- Além de ser extremamente dolorida para quem fica e vê alguém partir? – sorriu de forma triste – Não sei se suportaria perder outra pessoa que amo para a morte.- Tenho muito mais medo de ela me levar do que qualquer outra coisa na vida. Sei que ninguém é eterno por aqui... Mas sinto que morrer é meu maior medo.- A pessoa que você mais admira? – Perguntou.- Alexia, minha irmã. Nunca imaginei que ela tivesse tanta força quanto demonstrou ter. Ela foi uma excelente rainha, não deixando a desejar como esposa, mãe, filha e irmã. E você, quem mais admira?- Meu pai. Teve a mesma perda de minha mãe e embora tenha sofrido tanto quanto ela, conseguiu apoiar todos nós. Ele é forte... E consegue separar trabalho, família, amor, perdas... Por isso eu pensei que jamais poderia ser rei, pois é impossível ser como Colton Levi Mallet.Catriel deitou-se nas minhas coxas, com o rosto voltado para o meu. Alisei seu peito nu, desejando-o como todas as vezes que o observava, como se meu corpo necessit
A pergunta era para o príncipe Catriel Levi Mallet, no entanto todos os olhares estavam sobre mim. Olhei atentamente para a duquesa Anna Julia, que sorriu ironicamente na minha direção. Ela não havia mentido. Claro que não havia falado a verdade para o meu bem e sim porque queria me ferir. Ainda assim, o que ela disse era verdade o tempo todo. E sequer imaginei que Catriel pudesse ter mentido para mim daquela forma.Nossos olhos se encontraram e senti um frio na barriga. Mais uma vez Catriel havia quebrado meu coração em mil pedaços.A demora na resposta provava o quanto ele estava procurando palavras certas naquele momento. E o pior de tudo é que independente do que dissesse, nada justificaria a falta de sinceridade por parte dele e sua família com relação a mim.- Bem... – A voz dele soou trêmula – Essa pergunta é bem pessoal, senhor Durand.- Isso quer dizer que não responderá a única pergunta que lhe foi feita, Alteza? – Donatello estreitou os olhos, em tom de cobrança.- Meu filh
Minha mãe logo veio ao socorro dele. Deu-me um beijo e sussurrou no meu ouvido:- Precisamos conversar!Assenti, sentindo os olhos de Catriel sobre mim. Ele vinha em minha direção, mas foi parado pelo rei Filipe para uma conversa, o que me dava tempo.Consegui chegar em Odette e Donatello, que já pareciam mais calmos.- O que está acontecendo? – Perguntei.- Alteza, eu não fiz a pergunta a fim de humilhá-la publicamente. Só queria a verdade dele... – Donatello explicou-se.- Se queria a verdade, por que não perguntou diretamente à sua Alteza? – Odette foi ríspida.- Não fiz por mal, juro. – Ele me olhou.- Pouco importa. – Dei de ombros.Realmente eu não me importava com qual intenção Donatello havia feito aquela pergunta a Catriel. O que importa é que havia sido feita e o príncipe havia mentido para mim.- Como assim pouco importa? De que porra de lado Donatello está? Porque do seu não parece ser, Aimê. – Odette proferiu.- Precisamos conversar! – Ouvi a voz de Catriel atrás de mim.
Balancei a cabeça, aturdida. Por que nada podia ser normal na minha vida? Por que com tantos homens no mundo, fui me apaixonar por Catriel Levi Mallet?- Todos me traíram... – Senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, misturadas aos pingos da água da piscina – Mas o pior de tudo não é ser enganada, “Cat” – mencionei o nome dele saboreando a sensação de poder chamá-lo daquela forma mais íntima, deixando escapar um sorriso de satisfação, por mais que soubesse que era o último – O pior é ser enganada pelas pessoas que eu mais amava.- Aimê, por favor, não é como você está pensando...- Não quero mais sofrer por você, Catriel, independente do motivo. Alpemburg pode não me merecer... Mas o príncipe herdeiro de País del Mar merece menos ainda.- Eu te amo... – A voz dele soou fraca.Senti uma forte pontada na cabeça e a luz pareceu enfraquecer e logo em seguida piscar inúmeras vezes.- Está... Vendo isso? – Perguntei, tentando focar na luminosidade das lâmpadas.- Isso... O quê? – Catrie
- Alexander jogou-se na frente de uma bala para me proteger. Esteve entre a vida e a morte por minha causa... E... – Ela não terminou, pois a voz ficou embargada.- Jamais eu compararia Max com Alexander, já que Alexander sequer pode ser comparado à uma pessoa... Eu só quero que entenda que nem todo mundo que se colocaria na sua frente para proteger sua vida necessariamente lhe é fiel. – Disse meu pai.- Tinha que ter nos falado sobre Max. – Satini criticou.- Tudo que você não nos fala, somatiza aqui – papai tocou meu coração - E acaba ficando trancado dentro de você, tendo que explodir de alguma forma. Estamos aqui para lhe ajudar. E a protegeremos sempre, porque você é a nossa vida, assim como Pauline e Alexia.- Me desculpem.- Amadurecer não significa não nos contar os seus problemas e sim saber resolvê-los de forma racional, levando em conta não só a sua vontade, já que você será responsável futuramente por um país inteiro.- Filha, o médico pediu que você faça exames, para conf