- Olavo, você deve saber que tudo isto não foi ideia de Cat ou Lucca. – Falei.- Foi do rei Colton, não é mesmo? – Ele balançou a cabeça, com um sorriso entristecido.- Acha mesmo que meu pai seria capaz de planejar algo deste tipo contra você, Olavo? – Catriel perguntou seriamente.Olavo suspirou antes de dizer:- Sinceramente, pouco me importa, Catriel. Eu só quero ver a minha filha. E levá-la comigo. Dois anos foI tempo suficiente para que pudessem voltar atrás na decisão que tomaram. Me afastarem do castelo eu até entendo, já que tirando Ariel, eu não tinha vínculos sanguíneos com vocês. Mas... Vocês mentiram sobre a minha filha. Me fizeram chorar uma morte que nunca aconteceu... – ele olhou para baixo e depois encarou os irmãos, um a um – Eu pensei em acabar com minha própria vida porque acreditei que as duas tinham me deixado... E me culpei pela morte de cada uma, já que eu estava no volante...- Você não teve culpa nenhuma, Olavo. Aliás, reabrimos o caso sobre o acidente.- Com
Ficamos ali esperando em torno de duas horas, sem nenhuma notícia, já que Lucca nem Catriel atendiam o telefone. Já havia anoitecido quando os dois entraram no apartamento, acompanhados de Olavo.Fiquei esperando que Siena entrasse logo em seguida, mas aquilo não aconteceu.Levantei, desconfiada:- Onde... Elas estão?- Minha mãe... Raptou Siena... – Catriel desabafou, passando as mãos nos cabelos, deixando-os mais bagunçados do que já estavam.Fui até ele e o abracei:- O que... Faremos agora? – Perguntei com a cabeça em seu peito, sentindo seu coração batendo de forma acelerada.- Eu... Não sei. – Foi sincero.- Denunciarei a rainha. – Olavo disse firmemente.- Ele não é mais rainha – Lucca rebateu – Todos perdemos o título... Até que a Corte nos inocente por conta do... Acontecido com Siena. – Abaixou a cabeça, envergonhado.- Ela roubou a minha filha, porra! Mais uma vez! – Olavo praticamente gritou, assustando-nos, fazendo eu dar um leve salto.- Faça a denúncia. – Catriel afasto
Senti meu coração acelerar.- Talvez você tenha razão, Alteza! E haja algo por trás do acidente que causou a morte da princesa Ariel Levi Mallet.- Precisa investigar o duque e a duquesa Cappel, Delegado. – Falei imediatamente.Ele riu, de forma sarcástica:- Novamente deseja que eu acuse pessoas sem provas? Ou... Vossa Alteza teria provas?- Não, eu não tenho provas. Mas é certo que eles estão por trás disto, por causa do trono. Sempre quiseram o lugar de Catriel.- E lhe disseram isso alguma vez? Pode provar?- Não, eles não disseram com palavras, mas... – Minha voz foi ficando mais baixa, enquanto eu percebia que realmente não tinha provas do que dizia.- Não é assim que funciona, Alteza.- O que fará agora, Delegado? – Perguntou Odette.- Chamarei meu melhor investigador. E iremos a fundo nesta história.- E sobre o envenenamento do rei Colton? – Eu quis saber.- Ainda estamos trabalhando nisto.- Vocês ainda estão tendo acesso ao castelo de País del Mar, mesmo com os Levi Mallet
- Acha mesmo que eu olharia para Sasha e o compararia com meu irmão morto há mais de duas décadas?- O que você e mamãe pretendem fazer?- Ficaremos aqui um tempo até Catriel resolver sua situação com a Corte.- E depois?- Depois levarei minha filha caçula até o altar. – Sorriu.Catriel pegou minha mão, apertando-a entre a sua, o dedo girando o anel de noivado que eu trazia no anelar.O olhei, sentindo o coração acelerar. Só de pensar no nosso casamento eu já ficava ansiosa. E ainda tínhamos tantos problemas para resolver!- E... Depois? – Insisti.- Satini e eu viajaremos. Não teremos residência fixa.- Quero transar em vários países diferentes. Talvez bater um recorde... – Minha mãe falou, andando na nossa direção com um largo sorriso no rosto, não demonstrando nenhum constrangimento ou vergonha pelo que dizia.- Satini! – Meu pai ficou um pouco sem jeito.- Acha que eles não sabem que a gente faz sexo, Estevan? – Ela arqueou a sobrancelha, as pálpebras escuras emoldurando o rosto
- Quê? – Catriel arqueou uma sobrancelha, curioso.- Eu quis dizer que está na hora de pegar seu reino de volta, senhor príncipe mal agradado. Mencionei que já travei minha principal batalha e agora tudo que quero é ser rainha consorte de um país onde tem sol o ano inteiro?Catriel ficou me olhando um tempo, parecendo tentar assimilar tudo que eu havia dito. Depois me abraçou com força, tomando meus lábios de forma terna.Senti sua língua invadindo a minha boca e foi como se o mundo inteiro sumisse e só existíssemos nós dois. Eu estava tão carente e necessitada do toque dele que cheguei a segurar suas bochechas entre as minhas mãos, com medo de que ele pudesse escapar.Nosso beijo só acabou quando o ar puro e fresco de País del Mar, com aroma de maresia, ficou escasso para nós.Assim que nossos lábios se afastaram, meus pais não estavam mais ali. Passei a língua nos lábios, sentindo o gosto dele, como se quisesse provar ainda mais do que aquele homem havia me dado.- Eu amo você, Aimê
- Bem estremecida. – Catriel concordou, com um suspiro – As filhas de vocês são crianças maravilhosas.Os dois sorriam. O pescador chegou logo em seguida, guiando-nos até sua casa simples, mas confortável.A villa não era pequena. Tinham muitas casas, todas simples, mas num sistema muito bem organizado. Embora os homens fossem pescadores, não havia odor de peixe, já que tudo era feito num espaço diferente, afastado das propriedades.Aquela casa, especificamente, era com os fundos para o mar. Ele nos mostrou os quartos e nos surpreendeu dizendo que nos deixaria tomando conta de tudo, já que iria com a família para a casa de alguns parentes, na rua próxima.Era tanta confiança em nós, que ele mal conhecia, que quase não pude acreditar.Fui para o quarto e abri a janela, que não tinha vidro, deparando-me com o mar azul esverdeado na minha frente, o ar puro e fresco entrando no dormitório sem nenhuma restrição. Fechei meus olhos e aspirei o odor de maresia, que eu tanto gostava. Ao lado d
- Eu nunca tive um encontro de verdade com Henry. – Pauline mencionou enquanto minha mãe trançava os cabelos dela.- Como assim nunca teve um encontro de verdade? – Perguntei, enquanto as observava deitada na cama de casal que era de um homem e uma mulher que eu não conhecia, mas de onde se podia ver o pôr do sol mais lindo do mundo inteiro.- Entre nós foi tudo muito rápido. – Ela confessou.- Porque você queria fugir da coroa muito rápido. – Minha mãe riu.- Mas eu gostava dele... Eu não sei onde nos perdemos.- É muito fácil perder a paixão, minha querida. Mas o amor... Ah, este não se perde.- Eu não sei como pude imaginar que não gostava mais de Henry.- Não é que não gostava de Henry. Acho que o que você não gostava era da vida que levavam.- Talvez... Mas eu amo minhas filhas... E nosso espaço em Noriah Sul.- Mas não gostava da forma como Dereck e Kim meio que intervinham nas suas vidas. Acho que precisa dizer isso a eles. – Sugeri.Ela suspirou:- Eu não sei o que faltava...
Pauline deu um beijo na nossa mãe e outro em mim e saiu, fechando a porta.Olhei para minha mãe e comecei a gargalhar:- Você disse “choupana”?- Não é este o nome destas casinhas tão singelas e fofas?Quando Catriel retornou eu estava deitada na cama, observando a lua cheia no céu, imaginando-a refletida no mar, mas com preguiça de ir até a varanda. Não lembrava a última vez que havia ficado sem fazer nada ou pensar em nada, com a mente completamente vazia.- Foi na Delegacia? Descobriu alguma novidade? – Sentei-me no meio da cama, observando-o atentamente.Catriel retirou a camiseta e jogou-a sobre uma cadeira:- Não... Só estava andando por aí.- Andando por aí? – Levantei, indo na direção dele.- Estou tão confuso, Aimê! – Ele passou as mãos pelo rosto, parecendo exausto.- Quer... Falar a respeito?Catriel deu um passo e ficou junto de mim. Toquei seu peito vagarosamente, percebendo o suor. Foi quando ele me enlaçou pela cintura, chocando nossos corpos de forma violenta. Sorri, e