Estávamos prontos para sair, já com as malas no carro, que nos levaria até o heliponto quando ouvimos gritos vindos do último andar.- O que é isso? – Perguntei, assustada.- Nossa mãe! – Lucca confirmou, preocupado, se dirigindo para as escadas.- Mas... O que houve? Por Deus, Cat... O que ela tem?Fiquei preocupada porque os gritos com pedidos de “socorro” não cessavam. Mas ninguém me respondeu. Os dois príncipes subiram correndo, pulando alguns degraus para chegarem mais rápido ao quarto andar.- Altezas, o motorista pediu para avisar que se não embarcarem agora, corre o risco de se atrasarem. – Uma das criadas falou.- Altezas, a rainha está desmaiada! – Outra gritou, desesperada.Olhei para Odette, incerta sobre o que fazer. Lucca e Catriel correram ao encontro da mãe.- Aimê, você não pode ficar! Já teve uma segunda chance da Corte de Alpemburg.- Eu sei... Não ficarei. Mas o avião não partirá sem nós, já que é fretado. Precisamos ver o que houve com a rainha. Nos atrasaremos al
Catriel me olhou:- Precisa... Embarcar... – Pareceu indeciso.Deus, ele precisava de mim!- É a sua vida! – Odette pegou-me com força pelo braço, puxando-me em direção à porta.Lucca sacudiu Odette pelos ombros, completamente atordoado. Haviam muitas pessoas no quarto e todos falavam ao mesmo tempo, nervosos:- Odette, precisam ir para o cais e atravessarem pelo mar. Vamos colocar minha mãe no helicóptero. Aimê, você precisa embarcar naquele avião.- E se... Ela foi envenenada?- Eu prefiro não pensar nesta possibilidade! – A voz dele soou fraca.- Leve-a, Odette! Agora! – Catriel foi firme, ordenando.Odette retirou-me do quarto e quando percebi, mesmo não querendo, eu estava descendo as escadas e deixando tudo para trás, enquanto as lágrimas invadiam meus olhos, dificultando a visão dos degraus abaixo.Assim que chegamos à porta principal do castelo, havia um carro, certamente o que nos esperava para levar ao heliponto. Assim que o motorista nos viu, abriu a porta:- Precisamos ir
Eu já havia lido sobre aquela situação ao tentar salvar uma pessoa se afogando, sabendo que quanto mais nervosa a garota ficasse, mais teria chances de me fazer engolir água. Com dificuldade, fui puxando-a para mais próximo do barco, que finalmente parou. Uma escada de corda desceu e percebi o motorista da embarcação gritando, fazendo sinal para que eu me agarrasse ali.Eu não era uma ótima nadadora, mas havia feito aulas na infância, coisas da realeza: fazer de tudo um pouco para ocupar o tempo. Embora gostasse de piscina e mar, não tinha o hábito de nadar. Fiquei surpresa com minha habilidade ao conseguir finalmente segurar-me na corda, com a menina ainda agarrada a mim.Por sorte a água estava numa boa temperatura, o que facilitava, já que o corpo não ficava tão estagnado pelo frio. Pus as mãos da garotinha na escada feita de cordas, que foi puxada pelo motorista, com ajuda das mulheres. Logo ela foi acolhida, em segurança e salva.A escada foi jogada novamente na minha direção e a
Eu ri:- Claro que não! Sou uma mera amante das plantas e remédios naturais, só isso!- “Só isso”? – Ela brincou – Além de salvar a menina do afogamento, pulando no mar para retirá-la, ainda explica tudo que deve ser feito para mantê-la bem depois do ocorrido!- Sem contar o carinho com o qual tratou a nossa pequena, que sequer conhecia! – A mãe da menina manifestou-se.- Creio que o príncipe Catriel seja um homem de sorte! – Odette piscou-me, sorrindo.- Não só o príncipe Catriel, mas também o povo de Alpemburg. – O motorista deu sua opinião.- Vocês... Chegaram a ler sobre o que eu fiz? – perguntei, sem jeito – O atropelamento do paparazzi, sem querer – Abaixei os olhos, envergonhada.- Eu não soube nada! – O homem deu de ombros, enrugando a testa.- Exatamente por este motivo a família real é respeitada pela imprensa aqui, Alteza! Bem sabemos que muitas coisas são aumentadas ou mesmo equivocadas. A imprensa tem acesso a toda questão política, participa das reuniões da Corte, notici
Tive certeza de que aquilo que fizemos com as meninas não fez bem só a mim, mas também à Pauline. A mais velha chegou a dormir na minha cama enquanto a outra estava cansada de tanta bagunça. Pauline pegou uma delas no colo e eu a outra e as levamos para o quarto, onde dormiam juntas, já que a caçula tinha medo de dormir sozinha.Logo após deixá-las em suas respectivas camas fui para a cozinha e preparei um suco de maçã com casca para beber antes de dormir. Estava olhando a noite pela janela e pensando em Catriel, se ele naquele momento pensava em mim, da mesma forma como eu nele. Pus minha mão no vidro, fingindo tocar a lua tão clara e bonita, lembrando da forma como era esplendorosa se refletindo no mar, feito um espelho, em País del Mar.Ouvi uma leve batida na porta e Pauline entrou. A luz do meu quarto já estava fraca, proporcionando uma atmosfera tranquila e qu
Fui até ela e a abracei com força:- Precisa ter certeza do que sente e falar a Henry, Pauline.- Eu... Já tenho certeza! – Sussurrou no meu ouvido, deixando as lágrimas grossas e quentes escorrerem, pingando no meu ombro – E o fato de constatar isso me deixou completamente destruída. Porque... Ele é uma pessoa impossível de não amar.- Creio que você o ame, Pauline. Mas não mais como homem. O ama como pai das suas filhas, como amigo... Como o homem que tirou-a de Alpemburg, a fez esquecer seu ex e lhe deu alguns bons anos de alegria e felicidade.- Eu... Desejei outro homem, pela primeira vez. – Ela afastou-se de mim, completamente envergonhada.- Então... Realmente não o ama mais.- Tive certeza disto quando senti o sangue fervendo dentro de mim novamente, Aimê. E isso não acontecia há muito tempo. E... Eu deveria
Meu pai explicou que a partir daquele momento, Sasha seria o responsável pela nossa segurança durante o dia. E à noite, quando necessitasse, disporíamos de um dos guarda reais que já estava há tempos no castelo, sendo trocado de função, por também ser de confiança dele.Antes de deixar a sala, avisou-me:- A esperarei dentro de uma hora para partirmos.Respirei fundo, já que sabia muito bem para onde iríamos: o tão esperado dia da minha sentença.Pauline seguiu sentada, sem intenção de sair dali, observando Sasha disfarçadamente. Ele, por sua vez, estava de pé, com as mãos voltadas para frente, unidas uma à outra e o corpo completamente ereto.- E Donatello? – Perguntei-lhe.- Ele deve estar bem. – Deu de ombros.- Você é de Alpemburg ou da Dinamarca? – Me interessei.- Aimê! – Pauline disse em tom de crítica – Isso é pessoal. Sasha, não precisa responder!- Sou natural da Dinamarca, Alteza!- E por que veio dar aulas em Alpemburg?- Fiz a faculdade aqui.- Por qual motivo? Dinamarca
- A parte boa é que João Hadid integrará a Corte novamente.- Ou seja, o pai de Max estará presente no meu julgamento.- Uma boa notícia para nós.Mas não estava tudo bem... Parecia que quanto mais eu queria que aquele julgamento acontecesse, mais coisas davam errado para que não concluísse de vez aquela sentença.Minha vontade era de passar o dia no meu quarto... Talvez a semana inteira, até o dia do novo julgamento. No entanto tive que acompanhar minha família ao funeral do juiz Delacroix e enfrentar a imprensa, que mais uma vez se engalfinhava em frente ao castelo, a fim de saber qualquer notícia sobre meu julgamento.Sasha realmente era bom no que fazia. Parecendo saber que aquilo aconteceria, já estava nos esperando no carro em frente ao prédio público onde foi a despedida ao juiz. E chamou os guardas de motocicletas, que ficaram nas laterais, impedindo qualquer aproximação das pessoas.Meus pais sempre foram muito próximos da população em geral. No entanto depois do que houve co