- Espero que ele entenda, Cat. Mas confesso que será difícil.- Terei que esperar um tempo ainda para fazer isto. Dentro de dias serei coroado. E sabe o que isto significa, não é mesmo?- Cat? Você chegou a pensar que... Certamente não estarei aí... No dia da sua coroação?- Sim. E por este motivo não será feito nenhum tipo de comemoração, Aimê. - Não é justo com você.- Meu pai acaba de falecer. Minha mãe está hospitalizada. Minha noiva certamente cumprindo pena domiciliar. O que eu teria a comemorar?- O fato de ser o rei de um país tão maravilhosos... E com pessoas tão acolhedoras e afetuosas.Ouvi o suspiro dele:- Por que não me contou que pulou no mar para salvar uma garota que caiu do barco?- Eu... Não achei relevante. - Não achou relevante? Não se fala em outra coisa em País del Mar e você não achou relevante o fato de ter salvado uma pessoa?- Qualquer pessoa que soubesse nadar e tivesse visto ela cair faria o mesmo.- Não tão rápido quanto você... Não pensando no outro ma
O tempo parecia passar mais rápido quando eu estava em País del Mar. Mas em Alpemburg ele se arrastava depois que conheci um tal de Catriel Levi Mallet. A questão é que, justo naquela semana, parece que acelerou de tal forma a passar mais depressa do que em qualquer momento de minha vida.E então o dia do julgamento chegou. E enquanto eu estava no carro, me dirigindo para lá, não tocou o telefone dizendo que alguém morreu. Ou mesmo que o prédio pegou fogo. E quando desembarquei do carro, percebi que, independente do que acontecesse, eu teria minha sentença dentro de poucas horas.Creio que toda a imprensa de Alpemburg estivesse ali, atrás dos cordões de isolamento feitos pela guarda real e Polícia. Os flashes cegavam meus olhos e mesmo tentando ser rápida a subir as escadarias do prédio, amparada por meu pai e minha mãe, consegui ler algumas faixas e cartazes pedindo “Justiça” e “Prisão”.Engoli em seco, sentindo meu coração acelerar a tal ponto que achei que pudesse ter uma crise de
- É a sua palavra contra a dele, Alteza – outro membro da Corte deixou claro – Então ouviremos as duas versões já que o pouco que temos é a filmagem breve e algumas fotos feitas pela câmera do próprio senhor Durand, onde fica muito claro que Vossa Alteza dirigia o carro no momento do acidente.- Ainda não acabei – Donatello deixou claro.- Não? – Não consegui conter meu tom de deboche, curiosa sobre qual seria a próxima mentira dele.- Não! – seguiu – Depois de ter sido arremessado pelo carro que a princesa dirigia, implorei por socorro – ele lacrimejou, parecendo lembrar da cena que sequer havia acontecido, tentando comover a todos os presentes – E tudo que ela fez foi fugir, me deixando ali, à beira da morte, que era como eu me sentia após o ocorrido.- Como consegue mentir desta forma, Donatello? – Minha voz soou fraca, de tão estupefata que eu estava.- Sabe que não é mentira, Alteza!- Por que só está nos contando isso agora, senhor Durand? Parece que ainda se emociona com o ocor
Meus pais já me esperavam quando deixei a cadeira na qual estava sentada. Me ampararam carinhosamente. Mas meus olhos procuravam por ele... E não o encontrava devido aos advogados próximos, todos falando ao mesmo tempo.- A fala do senhor Durand compromete e muito a princesa. – Um deles mencionou.- Mas ele está mentindo. – Afirmou minha mãe.- Como disseram, é a palavra dele contra a dela. – O outro advogado lembrou.- É possível passarmos de uma possível pena de reclusão em domicílio para algo mais drástico, doutor? – Perguntou meu pai.- Infelizmente sim, Majestade. Não esperávamos o depoimento de Donatello Durand, especialmente acusando a princesa desta forma.- Mas ainda temos a versão do meu filho – falou João Hadid – Max confirmará que tudo que o senhor Durand fala é mentira.- Como acha que a Corte reagirá, meu amigo? – meu pai perguntou diretamente a João.- Nas últimas reuniões havia ficado decidido que seria a prisão em domicílio, Majestade. Mas confesso que os membros esta
Respirei fundo e deixei as lágrimas tomarem conta do meu rosto. Eu estava fofida. Max já havia feito a denúncia e agora ficaria do lado de Donatello, confirmando a mentira. Eis uma das atitudes que eu não esperava dele.- Não acredito que ele fará isso. Juro que vou matá-lo com minhas próprias mãos! – Catriel falou entredentes.- Acalme-se, Aimê! – Alexia pediu, pegando minha mão carinhosamente.Max me olhou e deu um sorriso com o canto dos lábios antes de dizer aos membros da Corte presentes:- Como todos aqui sabem, sou completamente apaixonado pela princesa de Alpemburg, Aimê D’Auvergne Bretonne. E isto já faz uns bons anos... Talvez desde que a vi pela primeira vez. Cansado de ser recusado por ela, já que sempre deixou claro que casaria com alguém da realeza, decidi agir a meu favor.- Como assim? – João H
Todos tentavam me acalmar e os ouvia pondo a culpa em Max. No entanto aquilo não fazia sentido algum. Eu conhecia Max e Odette... E não os convidei para estarem ao meu lado a toa. Eram pessoas nas quais eu confiava plenamente e por aquele motivo lhes dei os mais altos cargos da coroa.Como esperado depois do depoimento de Max, fui liberada e absolvida, recaindo toda a culpa sobre ele.Eu queria falar com Odette, mas haviam tantas pessoas, que eu nem sabia de onde haviam surgido.- Acho melhor não saírem pela porta da frente, Majestade. – Alguém sugeriu.- Mas devem haver repórteres também na porta dos fundos. – Estevan alegou.- Se formos rápido, conseguimos sair antes do povo que está na frente dar a volta, Majestade. – Falou Sasha.Atravessamos o salão da Corte e nos encaminhamos para a porta dos fundos. Os policiais solicitaram via rádio que as
- Eu... Jamais...Nem terminei de falar e Catriel deu a volta pelo corpo de Donatello até chegar na bengala que havia jogado longe. Pegou-a do chão e voltou na nossa direção, parando em frente ao jornalista, que seguia no chão, ensanguentado.- Não... – Donatello pediu, temendo o que o príncipe faria.Catriel girou a bengala de madeira nobre no ar e encarou Donatello.- Não, Cat! – Implorei quando o vi levantar o objeto, direcionando à cabeça de Donatello, trocando o percurso no último minuto, fazendo-a tocar o chão com força, e estrondo ecoando ao mesmo tempo que se partiu ao meio.Cheguei a pôr as mãos na frente dos olhos, evitando ver o que aconteceria. Meu coração acalmou-se quando percebi a bengala quebrada no chão. Catriel, por sua vez, a juntou e jogou sobre Donatello:- Terá que levantar sozi
- Se é justo ou não, sinceramente não sei... Mas uma certeza eu tenho: você e Henry não cumpriam as regras estipuladas por nosso pai.- Também não acho que você vá cumprir. – Ela me olhou enquanto levantava de sua cadeira.- Eis um bom motivo para ele não nos impedir de dormirmos juntos. – Aleguei.Pauline sorriu e me deu um beijo no rosto:- Durma bem, Aimê, independente de ser sozinha ou acompanhada. E descanse... Foi um longo dia e cheio de surpresas.- As meninas já estão na cama?- Sim.- Quero apresentá-las a Catriel amanhã.- Ficarão enlouquecidas. – Ela sorriu, suspirando – Confesso que lembrei do meu tempo de namoro com Henry e deu certa saudade.- Do que exatamente? – Eu quis saber.- Da paixão que ainda ardia em nós... Infelizmente a chama se apagou em