— Irá postar que hoje é o dia de perder sua virgindade? — perguntou, rindo.
— Acha que devo colocar na legenda #partiu-perder-a-virgindade ou #partiu-descobrir-o-que-é-um-orgasmo?
— Acha mesmo que terá um orgasmo na sua primeira vez?
— Por que não? Eu acho que sim.
— Praticamente impossível.
Enruguei a testa, apreensiva. Como assim?
Minha mãe parou na porta, vestida de forma magnífica para um jantar que tinha com meu pai e alguns políticos de um país vizinho que haviam vindo conhecer Alpemburg.
— Vai sair? — Me olhou.
— Sim. Odette e eu vamos passear um pouco.
— Onde?
— Num lugar seguro.
Ela olhou para Odette:
— Confio em você.
— Claro, Majestade! — Odette sorriu, sem jeito.
— E em mim? — perguntei de imediato.
— Também. — Ela fez uma careta e depois sorriu, dando-me um beijo. — Voltaremos tarde. Não saia sem seguranças.
— Eu não faria isso. — Sorri, debochadamente.
Antes que ela se fosse para o tal jantar, perguntei:
— Mãe, é impossível gozar na primeira vez?
Satini D’Auvergne Bretonne pensou um pouco antes de responder:
— Eu gozei.
Sorri, satisfeita com a resposta dela. Ela deu um passo e voltou:
— Mas o homem era seu pai. Ele é perfeito, em todos os sentidos! Então, se você encontrar um homem que a faça gozar na primeira vez, não o deixe ir embora! — Piscou.
Olhei para Odette e pus a língua:
— O seu não era o homem certo!
— Isso quer dizer que Max é o homem certo se a fizer gozar?
— Não... Não é para tanto. — Ri, puxando-a para fora do quarto antes que não saíssemos dali nunca mais enquanto ela buscava explicações, como sempre.
Assim que cheguei no carro, Max estava no volante. Não era sempre que ele dirigia, mas quando eu pedia, costumava o fazer. Estava de terno, conforme as normas da realeza exigiam, e absolutamente lindo. Sentei no banco da frente, ocupando o lugar que geralmente era de Odette.
Odette foi no banco de trás. Outro carro nos acompanhou até o parque, que estava fechado. Como eu era a princesa de Alpemburg, claro que foi aberto especialmente para mim e meus amigos naquela noite.
O carro em que o motorista levava outros dois seguranças por sorte estacionou e ficou na entrada do parque. Não se atreveriam a nos seguir o tempo todo.
— Trouxe o que eu pedi? — Olhei para Odette, que não tinha nada nas mãos.
— Não, Alteza. Deixei tudo pronto... Na beira do lago.
Caminhei alguns passos e reclamei:
— Max, vamos de carro. Meus pés estão doloridos. Não vou aguentar caminhar até o lago.
— Como quiser. — Ele deu de ombros, pegando-me no colo, mesmo sem eu pedir.
Comecei a rir enquanto Max me girava feito uma pena. Voltei ao carro nos braços dele. Ia embarcar quando Odette me puxou, sussurrando no meu ouvido:
— Não irei junto.
— Como assim?
— Não quero atrapalhar. Muito menos ser um estorvo ao casal.
— Mas...
— Não quer que eu fique observando você perder a virgindade, não é mesmo?
— Não...
Ela me empurrou com gentileza para dentro do carro e fechou a porta, olhando para Max:
— Comporte-se! Vou enrolar os seguranças. Vocês têm uma hora, nenhum minuto a menos.
Joguei-lhe um beijo e Max seguiu com o carro pelo caminho tortuoso até o lago, já que eu não estava disposta a caminhar tão longe e havia escolhido o lago para perder minha virgindade porque sabia que Andy e Alexia haviam estado ali também, no passado.
Odette havia sido perfeita: montou uma mesa posta no chão, com um pano grosso embaixo e algumas almofadas confortáveis. Havia tira-gosto, todos que eu gostava e três espumantes no gelo, com taças de cristal. E ela ainda havia se dado ao cuidado de iluminar o local com lâmpadas redondas que pareciam luzes de Natal.
— Isso parece um jantar romântico. — Max pegou minha mão.
— Bem, não sei se pode ser considerado um jantar... Mas romântico com certeza.
Ele me ajudou a sentar e retirou meus sapatos, massageando meus pés. Olhei seu rosto perfeito sob a luz fraca em meio à noite:
— Obrigada por ser tão gentil comigo!
— Sabe que gosto de você. E não é por ser uma D’Auvergne Bretonne.
— Eu nunca disse que você gostava de mim por conta do sobrenome.
— Ainda assim, quero deixar bem claro isso.
Reclinei-me um pouco para trás, relaxando enquanto sentia as mãos mornas dele me massageando. Esperei até que cansasse daquilo e subisse pelas minhas pernas, mas não o fez.
Respirei fundo e peguei as mãos de Max, trazendo-as sem pressa pelo meu tornozelo, nossos olhares se cruzando.
Não precisei dar mais sinais. Max entendeu perfeitamente que havia permissão para me tocar. As mãos foram até as coxas, fazendo-me abrir as pernas, mostrando-lhe a calcinha em renda branca, para aquele momento tão planejado.
Assim que ele se aproximou da minha intimidade, senti o calor me invadindo e fechei as pernas instintivamente.
— Tudo bem? — ele perguntou, preocupado.
— Eu... Quero um gole de espumante — falei, sentindo minhas bochechas pegarem fogo.
Max abriu o espumante e encheu as taças, enquanto eu me perguntava por qual motivo havia parado na melhor parte. Sim, eu havia gostado. E tinha me excitado.
Peguei a taça da mão dele e bebi um gole, sentindo o efeito da bebida gelada e borbulhante descer pela minha garganta.
— Por que me trouxe aqui? — Ele quis saber. — E preparou tudo isto?
— Você não sabe mesmo? — provoquei, abrindo as pernas novamente enquanto sorvia todo o restante do líquido de uma vez.
Max me olhou com desejo, mas não me tocou. Ajeitou as próprias pernas, apoiando os braços nelas, sem dizer nada.
Mordi o lábio e servi-me de mais bebida:
— Você... Não gosta do que vê, Max?
— Claro que eu gosto de ver a sua calcinha, Aimê.
Sorri, satisfeita:
— Quer tocar-me?
— Se eu quiser tocá-la, fugirá novamente?— Não! — Fui firme.Max veio instintivamente na minha direção, deitando-me e se pondo entre minhas pernas, com os olhos fixos nos meus.— Você é linda, Aimê... — A voz dele saiu fraca e carregada de desejo.— Me beije, Max... — pedi.Max curvou a cabeça e beijou-me carinhosamente, a língua enrolando na minha enquanto uma das mãos tocava a lateral do meu corpo, sem pressa, sobre o vestido de tecido fino.O beijo foi longo e quente. Minha calcinha molhou, o que não era novidade, já que eu mesma conseguia provocar aquilo. Quando Max afastou-se um pouco, me olhou:— Gosto de você há muito tempo, Aimê.— Eu... Também gosto de você — admiti.— Estou querendo dizer que... Estou apaixonado.— Apaixonado? — Quase engasguei.Apaixonado era uma palavra forte, não só para aquele momento, mas para qualquer outro.— Se você sente o mesmo que eu, o que nos impede de ficar juntos?Levantei meu corpo, empurrando-o com gentileza, preocupada, sentando-me sobre o
Max pegou a taça:— Está bêbada.— Não estou bêbada! Acha que por uma pessoa ser sincera e falar a verdade não pode estar em sã consciência?Max pegou a taça da minha mão e jogou-a longe. Ouvimos o som dela caindo na água. Levantei, aturdida e peguei a garrafa do espumante, bebendo o restante no gargalo. Quando acabei, joguei a garrafa na mesma direção em que ele atirou o copo, apontando o dedo na sua direção:— Perdeu a sua oportunidade, “Max”!Max levantou, atordoado:— Por que nunca me falou antes sobre achar que eu não servia para você?Eu ri:— Achou que servia? Eu serei uma rainha dentro de alguns meses, Max.Max balançou a cabeça, virando as costas em seguida:— Você só se preocupa consigo mesma. Não é capaz de enxergar nada além do seu mundinho dourado.— Eu me preocupo com o povo de Alpemburg, mais do que qualquer outra coisa. Faria qualquer coisa por este país.Max virou na minha direção:— Não, você nunca se preocupou com o povo de Alpemburg, Aimê. Só se preocupa com o que
País Del MarAssim que gozou, o príncipe deixou o corpo descansar sobre o da mulher, que ainda estava trêmula.— Você é perfeito, Catriel! — exclamou, com a voz fraca e cansada a Duquesa.Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, a porta se abriu. Pelo semblante perturbado da Duquesa, o príncipe virou o rosto preocupado, encontrando os olhos do Duque.Catriel retirou-se da Duquesa, levantando-se da cama com os braços abertos, tentando demonstrar paz e deixando clara sua “não intenção” de brigar. Sentiu o preservativo caindo no chão, completamente cheio de esperma, tentando não olhar na mesma direção dos olhos do Duque, que assistia tudo completamente incrédulo.— Duque Cappel, eu posso explicar... — tentou.— Vossa Alteza... Está... Comendo a minha mulher? — o duque vociferou, com a face avermelhada de tanta ira.— Não... — tentou defender-se em vão.— Amor... Não é o que você está pensando... — A Duquesa Cappel tentou enganar o marido, subestimando ainda mais sua inteligência.— Eu
— Não pode usar isto para justificar os seus problemas para o resto da vida — advertiu o pai.A rainha Nair fez menção de levantar-se e o rei ordenou:— Você fica! Não passará a mão na cabeça dele outra vez!O príncipe Lucca tentou pegar a mão da mãe que estava sobre a mesa, mas ela afastou-a imediatamente, impedindo o toque do filho mais novo.— O que está se falando sobre meu filho hoje, Richard? — o rei perguntou a seu assessor.— O povo de País del Mar alega imaturidade do futuro rei, Majestade, bem como incapacidade e leviandade para assumir o trono.— O que me sugere, Richard?— Eu, Majestade? — Richard impressionou-se com a pergunta do rei.— Sim, você, Richard. Façamos de conta que você não conhece Catriel e mora fora do castelo. Só sabe que este sujeito irresponsável é seu futuro governante. O que o faria recuperar a confiança nele?— Que passasse segurança, senhor!— E como seria isso, Richard?— Um casamento e filhos — disse a rainha, suspirando.— Não vou casar com Anna Ju
AlpemburgEnquanto Odette e Max discutiam fervorosamente, trocando acusações, fechei meus olhos e deixei-me sentir todas as dores que sabia por antecedência que meu feito causaria. Tentava prestar atenção ao que diziam, mas minha mente só trazia o momento em que vi Donatello jogado no chão, com o sangue escorrendo pelo rosto e as pernas assustadoramente parecendo não pertencerem a ele, como se fossem de elástico, perdendo completamente a rigidez que as deixavam retas.Balancei a cabeça, tentando me livrar daquilo, mas não conseguia. O carro ia em alta velocidade e os dois ainda discutiam.— Por enquanto não há nada na internet. — Odette virou-se na minha direção, avisando.Deitei no banco traseiro, me encolhendo feito um bebê, as lágrimas ainda tomando posse de mim, como se não fosse possível parar nunca mais.— Faz dez minutos — Max gritou. — Queria que já estivesse tudo na mídia? Esqueceu que ela matou o homem que registrava tudo?— Eu... O matei? — perguntei, soluçando.Max não res
Ouvi o som da porta do box abrindo e Odette ajustou a temperatura, deixando a água um pouco mais morna. Não deixou que eu pusesse shampoo nos cabelos, fechando o registro e me puxando para fora, enquanto enxugava meus cabelos com uma toalha.Assim que ela enrolou a toalha nos meus cabelos úmidos, peguei outra e sequei o corpo, colocando em seguida o roupão de tecido macio e confortável que me foi entregue, pondo por último a calcinha.Percebi que mesmo tendo saído do banho, ainda chorava, sem me dar em conta.Cheguei no quarto e havia uma xícara de café puro fumegante ao lado da cama.— Beba tudo. Não tem açúcar, mas é proposital. Vai deixá-la sóbria.Não contestei. Sentei na cama e bebi o café forte, fazendo careta. Olhei-a:— Eu... Tenho consciência da porra que fiz... — admiti.Odette pegou o celular e deslizou os dedos, me olhando em seguida:— Por enquanto não há nada na mídia. É melhor que descanse, Aimê. Amanhã terá um longo dia pela frente.— Eu... Não fiz por querer. E por qu
— Como? — perguntei, incrédula. — Só fazem algumas horas...— A câmera de Donatello deve ter sido pega por alguém durante o resgate — avisou Satini.— Como... Ele está? — questionei, amedrontada com a resposta que ela me daria.— Internado no melhor hospital do país, sob proteção da guarda real. Ou seja, as imagens vazaram, mas ninguém sabe de fato o que aconteceu. — Estevan tentou acalmar-me.— Internado? Então... Ele não morreu?— Não — minha mãe confirmou, sentando-se numa cadeira e me puxando para fazer o mesmo.Sentei-me, deixando finalmente o corpo relaxar, me sentindo um pouco mais tranquila. Donatello não estava morto!— Eu... Vi as pernas dele... — lembrei da cena, aturdida.— Ele quebrou o fêmur... E as duas pernas. E um corte leve na cabeça... E quando deixamos o hospital, estava fazendo uma cirurgia de emergência.Levantei, sentindo o corpo tremer:— Meu Deus... Que porra eu fiz! — Pus as mãos na cabeça.— O médico garantiu que ele não corre risco de vida. — Minha mãe tent
— Mas... Você atropelou Donatello. — Odette arqueou a sobrancelha. — E... Ele não é uma mosca.— Só não quero que me joguem na fogueira, porra!Ela sorriu e balançou a cabeça, aturdida:— Já não queimam mais na fogueira mulheres que mexem com ervas e plantas e combinam aromas e sabores.— Ainda assim, escondo meu segredinho! — Pisquei, pegando a bolsa e saindo, puxando-a pelo braço.— Sabe que estamos no século XXI, não é mesmo?— Ainda assim estranhariam uma princesa que gosta de fazer chás, sucos detox e bebidas naturais.— Se sente melhor?— Saber que ele está vivo me transformou em outra pessoa, acredite! Agora é só pedir desculpas, recuperar minha popularidade e...— Acalme-se, Aimê. Vamos com calma. A primeira coisa a fazer por enquanto é pedir desculpas por tê-lo atropelado.— Não foi por querer...— Ainda assim o atropelou.— Meu maior erro foi não ter prestado socorro.— Você-o-atropelou, Aimê! — ela repetiu, vagarosamente.— Teoricamente foi sem intenção.Odette parou e segu