- Não precisa ser novos – expliquei – Quer dizer que não deve deixá-los guardados para uma ocasião especial, porque a ocasião especial é sempre HOJE.- E por que coma o bolo e beba o vinho? – Ela quis saber.- Não deixo mais de comer o bolo por medo de engordar. Posso morrer amanhã e ele ficar no prato, enquanto salivei de desejo por prová-lo. E morri magra...- Que intenso!- E sabe aquele vinho que deixamos guardados por anos para que possamos bebê-lo com um sabor realçado?- Pode virar vinagre?- Sim... Além jamais ser bebido caso soframos um atentado ou algo do tipo.- Ok, Aimê! Coma o bolo, beba o vinho...- E faça as malas! – Odette levantou, empolgada.- Coma o príncipe, beba o príncipe e use o príncipe. – Desatei a rir, pulando em direção ao closet – Pauline, chame alguém para fazer minhas malas... Odette, reserve um voo para nós imediatamente. E um helicóptero que nos busque aqui no castelo. Não podemos pegar trânsito ou atrasaremos.- São dez horas da noite. O trânsito é tra
Catriel estava tão lindo com aquela roupa em tom pastel, o arco dourado parecendo um colar enorme em seu peito. O sorriso que me derretia completamente, sendo uma das coisas que mais me chamavam a atenção nele, depois do bumbum perfeito e dos cílios volumosos e curvados, que chegavam a me causar inveja.- Alteza, precisa retornar ao altar! – Richard murmurou, sem jeito.Observei todos nos olhando. Parecia que éramos somente nós dois ali, naquele momento, mas a cerimônia estava sendo transmitida para todo País del Mar e talvez outros países, o que fazia meu plano de estar ali em segredo ir por água abaixo.- Volte até lá, meu amor! Eu cheguei na hora exata em que precisava estar aqui, o momento da coroa.Catriel pegou minha mão, enlaçando nossos dedos e me fez percorrer o corredor ao seu lado, sem se importar com protocolos ou comentários alheios. Aquele homem agia sempre com muita segurança e aquilo certamente intimidava quem quisesse bater de frente com ele.Sentei-me ao lado de Lucc
Ela voltou, relutante e curvou-se, sem dizer nada. Lucca esperou ela sair para bradar:- E minha namorada?- Ela... Não tem um título! – A duquesa disse, olhando com desdém para Odette.- Terá muito em breve. Será princesa de País del Mar, minha esposa.Anna Julia pôs a mão na cabeça e fechou os olhos, com o corpo despencando na direção de Catriel, que a segurou pelos braços.- Não... Me sinto bem... – A voz soou fraca, certamente fingindo um possível desmaio.Antes que disséssemos qualquer coisa, o duque Giancarlo Cappel já estava retirando a esposa dos braços do rei, o olhando de forma ciumenta.- Não me sinto bem, meu amor! – ela jogou-se para cima do marido.O duque poderia dizer qualquer coisa, mas não o fez. Simplesmente pegou a mulher no colo e retirou-se.- A situação entre vocês parece tensa. – Observei.- Muito tensa – Catriel confirmou – Creio que o duque Cappel seja uma grande oposição a mim na Corte.- Mas por que?- Talvez porque ele acredite que a coroa deveria ficar na
Catriel chegou antes do cair da noite. Encontrou-me no quarto de Siena e convidou-me para darmos um passeio antes de escurecer.Achei que fôssemos andando ou de carro, mas mais uma vez era Tempestade que nos esperava.Olhei para a égua, que parecia ficar mais bonita a cada dia:- Não era Lucca que gostava de cavalgar? – Questionei.- Creio que sim – sussurrou no meu ouvido – Porque eu, definitivamente, não. Mas como sei que minha futura esposa gosta um bocado de cavalgar, decidi fazer uma surpresa.Olhei para os lados, mas os criados presentes não chegaram a escutar o tom carregado de segundas intenções na sua voz. Sorri e rebati:- Não gosto de cavalgar em Tempestade. E você sabe muito bem disto. – Cada palavra saiu com duplo significado.Catriel pôs-me sobre a égua, deixando claro o quanto tinha força.- Não vai ficar olhando daí de baixo, não é mesmo? Eu não sei fazê-la andar... – Segurei com força as rédeas, comprimindo as pernas ao redor do animalCatriel riu e pôs um dos pés nos
- Quem ficará com o quadro depois de pronto? Eu ou você? – Perguntei, enquanto o via morder levemente o cabo do pincel, observando-me atentamente.- Não existe eu ou você, Aimê. Existe “nós”. O quadro ficará no nosso quarto.Respirei fundo, sentindo meu coração acelerar. Como ele conseguia dizer aquilo e achar que eu não o agarraria?Foi imediata a forma como fui até ele, que tentou me impedir de aproximar-me com um pincel contendo tinta azul.Eu ri:- Acha mesmo que tenho medo da sua tinta?- Deveria ter, Monstrinha.Senti a tinta gelada na ponta do meu nariz, sendo feita com o pincel que ele tinha na mão.- É mesmo um mal agradado, atrevido... – Passei os braços em torno de seu corpo, agarrando-me a ele.Percebi o pincel cair no chão, sobre o fino tablado que encobria a areia sob a tenda. As mãos de Catriel percorreram minhas costas sem pressa, deslizando até meu bumbum.- Eu estava com saudade de cada centímetro do seu corpo... Do seu cheiro... – Aspirou o aroma que emanava do meu
Chegamos no castelo já era tarde da noite. E não, a pintura do quadro definitivamente não saiu.Enquanto estávamos na cama, abraçados, mencionei:- Aposto que não falou com o pai de Siena... Ou ela já não estaria mais aqui.- Não deu tempo.- Você me prometeu que falaria com ele e contaria a verdade, Cat.- E eu quero fazer isso, Aimê. Inclusive sei onde Olavo está. Mas não consegui fazer nada do que tive intenção de fazer. Minha mãe segue no hospital e me toma muito tempo.- Talvez seja hora de ela voltar, Cat.- Eu sei. Ela está quase recuperada. Mas o médico ainda não deu alta hospitalar.- O que seria mais importante do que a pequena Siena saber que o pai está vivo?- É tão importante quanto eu saber quem matou o meu pai.Eu estava deitada em seu braço, alisando seu peito. Talvez não devesse, mas o entendia.Suspirei:- Não consigo entender como vocês não conseguiram encontrar nenhuma pista sendo que este castelo é cheio de câmeras.- Quem planejou isto fez muito bem feito.- E a
Quando despertei, Catriel não estava mais na cama. Passei a mão no seu travesseiro, observando os lençóis amassados... Quanto tempo eu ainda seria visita na cama dele?Eu tive tantos sonhos ao longo da minha vida. E fiz tantas promessas, nem chegando a cumprir todas. Agora aqueles sonhos pareciam tão distantes. E a coroa parecia não ter significado algum. Quando foi que perdi o interesse em ser rainha de Alpemburg? Em que momento ser feliz ao lado do homem que amava e me contentar com ajudar quem precisasse e fazer uma faculdade que qualificasse meu hobby passou a ser mais importante do que sentar no trono do meu país, levando adiante o nome dos D’Auvergne Bretonne?Ninguém esperava, mas a rainha chegou no final da tarde, junto do rei Catriel Levi Mallet, fazendo uma surpresa a todos. Seu semblante realmente estava melhor e a pele mais corada. O olhar triste e distante havia dado lugar a um azul melancólico, mas ela já conseguia não o desviar quando nos encarava, bem como dizer coisas
- Lucca, você vai fazer 20 anos! É apenas um garoto! – A voz dela alterou-se ao mesmo tempo que se percebia a decepção.Olhei para Odette, que mantinha a cabeça abaixada, com o olhar num ponto qualquer, envergonhada. Por que ela não havia me contado?- Novamente a história ser repete – Catriel olhou para a mãe – E por que será?- Não, a história não se repete. A gravidez foi planejada. – Lucca garantiu.Agora eu o olhei, confusa. Como assim planejaram um bebê? Por qual motivo? Odette sequer mencionou algum dia a vontade de ser mãe.- Planejada? – Perguntei.Odette levantou o olhar, encarando-me:- Não fiz de propósito, para dar o golpe da barriga no príncipe – explicou, depois voltando-se para a rainha – Lucca e eu conversamos sobre isto.- Mas... Vocês se conheceram ontem. – A rainha alegou.- Eu propus a Odette termos um filho.- Meu Deus... Vocês só podem estar loucos. – Ela empurrou o prato – Sinceramente, não tenho mais fome. – Levantou-se.- Espere, minha mãe – Lucca pediu, empu