- Lucca, você vai fazer 20 anos! É apenas um garoto! – A voz dela alterou-se ao mesmo tempo que se percebia a decepção.Olhei para Odette, que mantinha a cabeça abaixada, com o olhar num ponto qualquer, envergonhada. Por que ela não havia me contado?- Novamente a história ser repete – Catriel olhou para a mãe – E por que será?- Não, a história não se repete. A gravidez foi planejada. – Lucca garantiu.Agora eu o olhei, confusa. Como assim planejaram um bebê? Por qual motivo? Odette sequer mencionou algum dia a vontade de ser mãe.- Planejada? – Perguntei.Odette levantou o olhar, encarando-me:- Não fiz de propósito, para dar o golpe da barriga no príncipe – explicou, depois voltando-se para a rainha – Lucca e eu conversamos sobre isto.- Mas... Vocês se conheceram ontem. – A rainha alegou.- Eu propus a Odette termos um filho.- Meu Deus... Vocês só podem estar loucos. – Ela empurrou o prato – Sinceramente, não tenho mais fome. – Levantou-se.- Espere, minha mãe – Lucca pediu, empu
- Você seria um bom pai. – Mordi o lábio.- Você também seria uma boa mãe. Ainda assim não sinto vontade de ter filhos. Talvez futuramente sinta falta... Ou não, já que você ocupa todo meu coração... E meu tempo.- Há outras possibilidades de sermos pais, caso desejemos isso um dia. Por hora, temos Siena e meus sobrinhos e sobrinhas, que não querendo me gabar, me amam de paixão. – Ri.Catriel pegou-me pelos ombros, subindo em cima de mim, encarando-me:- Amo você, monstrinha. E ainda me deve uma pose nua. - Ficar nua perto de você sem agarrá-lo é bem difícil. – Provoquei.Catriel beijou-me com ardor enquanto as mãos passavam por todas as curvas do meu corpo. Logo a camisola de cetim foi parar longe, enquanto a calcinha foi tirada vagarosamente. Eu gostava da forma como ele observava o meu corpo, com tanto desejo, os lábios levemente curvados, como se fosse falar algo mas não saísse a voz. - Se nos casarmos, acho que faremos sexo todos os dias. – Mencionei.- Ou não, já que qualquer
Assim que Catriel e eu descemos para o café da manhã, encontramos Siena com a governanta, que a trazia pela mão. Ela correu ao meu encontro e subiu no meu colo, abraçando-me carinhosamente.- Bom dia, minha princesa! Hoje vamos tomar café da manhã todos juntos. O que acha disto?Ela pegou o pescoço de Catriel com o outro braço, sorrindo enquanto nos unia, fazendo nossos rostos ficarem juntos.Praticamente chegamos todos juntos na sala de refeições. A rainha Nair já tinha um semblante mais alegre.A pequena Siena tomou seu lugar da noite anterior, sem que ninguém lhe dissesse nada, parecendo já saber que lhe pertencia.Recebeu os cumprimentos de bom dia de todos e serviu-se, sem importar-se com a permissão do rei para tal.Servi-me de café e leite, disposta a em breve ensinar as cozinheiras a prepararem um shot matinal, sabendo o quanto auxiliavam na imunidade e melhoravam no funcionamento do metabolismo. Afinal, tínhamos uma criança, uma grávida e uma idosa que precisavam estar saudáv
- Com tantas mulheres por que foi se envolver com esta víbora sem graça? – A rainha perguntou.- Hoje, pensando melhor, me parece que tudo foi planejado – Catriel mencionou – Ela me seduziu.- Pobre príncipe inocente, seduzido pela mulher mais velha e experiente! – Não contive meu tom de deboche.- Acha que eu fui atrás dela?- Duvido que não tenha ido... Presenciei com meus próprios olhos muitas coisas que não gostaria. – Empurrei o prato, tentando não ser brusca.- Aconteceu, porra! Não dá para voltar atrás. – Ele me olhou, tentando justificar-se.- Não fale palavrões na frente de Siena. Peça desculpas.Todos olharam na direção de Catriel, curiosos com sua atitude.- Alteza, ele é o rei. – Richard não conseguiu ficar quieto.- E o fato de ser o rei não lhe dá permissão para falar palavrões à mesa. – Insisti, esperando a reação dele.Catriel suspirou:- Querida, o titio se comportou mal. Falei um palavrão. Mas prometo não mais fazer! – fez sinal com os dois dedos indicadores, formand
Enfim Siena havia falado. E foi no momento exato em que achou necessário.Todos estavam imóveis, sem reação, parecendo não acreditar no que ouviram. Levantei e fui até a menina, que saiu de sua cadeira e pegou minha mão, tentando levar-me em direção à porta:- Papai não é uma estrela. Ele veio me buscar. Papai ama mamãe e Siena para sempre... – sorriu, soltando minha mão brevemente e fazendo um “A”, conforme já havia mostrado anteriormente.A rainha levantou-se de forma abrupta, trancando a porta, em desespero:- Não... Ela não pode ir com ele.Senti meu coração acelerar e olhei para Catriel, que estava completamente confuso.- Você... Imagina o que acontece por aqui? – O rei olhou para Richard.- Não, senhor. – Ele disse, abaixando a cabeça, como se o chão fosse a coisa mais importante do mundo naquele momento.- Então por que seu nervosismo ao mencionar Olavo?Richard respirou fundo e me olhou brevemente antes de responder, sem jeito:- O falecido rei Colton... Havia me contado toda
- Majestade! – Curvou-se sem preguiça, pondo o braço esquerdo no peito, respeitosamente – Alteza! – o mesmo gesto foi feito para Lucca – Alteza! – Me olhou de relance, os olhos mal passando por mim.Um breve silêncio tomou conta da sala, todos parecendo um pouco nervosos e tensos.- Quanto tempo... Olavo! – Catriel mencionou, quebrando a clima de nervosismo no ar, por parte de ambos.- Sinto muito incomodá-lo, Majestade! Mas o que vim fazer aqui é bem importante. Lamento ter sido insistente, mas se não fosse desta forma, sei que não me receberia.- Depois de tantas coisas que passamos juntos... Confesso que não me sinto à vontade com você me chamando de Majestade, Olavo – Catriel olhou para o homem – Mesmo quando eu era o príncipe, sempre nos tratamos de forma pessoal. Se puder me chamar de Catriel, como combinamos anos atrás... Eu... Ficaria grato.Ele deu um breve sorriso:- Lembrei “dela”... E a insistência para que eu os chamasse pelos nomes.Percebi Catriel morder o lábio, nervos
- Mas... Como assim? O que exatamente você está querendo dizer? – Catriel encarou-o, mais surpreso do que eu esperava que ficasse.- Que a família Cappel está tramando contra vossa Majestade. – Ele foi claro.O silêncio pairou na sala. Olhei para Olavo, parecendo que tirou um peso da consciência ao falar aquilo. Eu não o conhecia, só tinha ouvido falar a seu respeito. Mas talvez fosse mais fiel a realeza do que outras pessoas que os Levi Mallet confiavam, como os Cappel, por exemplo.- O que faremos com relação a isto, Catriel? – Lucca perguntou, atordoado – Afinal, uma coisa é imaginarmos que o duque e a duquesa tramavam pelas costas da família real. Outra é termos certeza.- Eu... Não sei – Catriel parecia sem reação – Precisamos pensar e não dar um passo sequer sem termos certeza do que estamos a fazer, Lucca. Acusá-los sem prova seria como dar um tiro no pé.- Eu... Não tenho como provar o que ouvi. Mas... Posso tentar, caso queira. – Olavo ofereceu.Novamente o silêncio se fez pr
- O delegado está vindo para cá. – Lucca avisou – E tratará de falar diretamente com Carmela.- Não tem como eu contar a verdade para ele agora, Aimê! Tenho compromisso logo mais... E quero levá-la ao aeroporto.- Quer mesmo me levar ao aeroporto e não cancelar seu compromisso por ser muito importante ou está se esquivando de contar a verdade a ele, Cat?Catriel pegou minhas mãos e encarou-me:- Eu prometo que contarei a verdade a Olavo, Aimê. Só não hoje... – passou os dedos pelos cabelos, aturdido – Tem noção do quanto está sendo difícil para mim estes últimos dias?Lucca me deu um beijo no rosto:- Preciso ir, cunhada! Cuide-se e nos vemos em breve!- Prometa que vai cuidar da minha amiga, Lucca.- Mais do que a mim mesmo, Aimê! – sorriu – Eu amo Odette.Dizendo isto ele olhou para o irmão:- Cuidarei do delegado e dos policiais. Seu próximo compromisso creio que seja a reunião sobre as ostras.- Sim... Estavam tentando agendar há um bom tempo. Mas já estudei um pouco sobre o assun