- Majestade! – Curvou-se sem preguiça, pondo o braço esquerdo no peito, respeitosamente – Alteza! – o mesmo gesto foi feito para Lucca – Alteza! – Me olhou de relance, os olhos mal passando por mim.Um breve silêncio tomou conta da sala, todos parecendo um pouco nervosos e tensos.- Quanto tempo... Olavo! – Catriel mencionou, quebrando a clima de nervosismo no ar, por parte de ambos.- Sinto muito incomodá-lo, Majestade! Mas o que vim fazer aqui é bem importante. Lamento ter sido insistente, mas se não fosse desta forma, sei que não me receberia.- Depois de tantas coisas que passamos juntos... Confesso que não me sinto à vontade com você me chamando de Majestade, Olavo – Catriel olhou para o homem – Mesmo quando eu era o príncipe, sempre nos tratamos de forma pessoal. Se puder me chamar de Catriel, como combinamos anos atrás... Eu... Ficaria grato.Ele deu um breve sorriso:- Lembrei “dela”... E a insistência para que eu os chamasse pelos nomes.Percebi Catriel morder o lábio, nervos
- Mas... Como assim? O que exatamente você está querendo dizer? – Catriel encarou-o, mais surpreso do que eu esperava que ficasse.- Que a família Cappel está tramando contra vossa Majestade. – Ele foi claro.O silêncio pairou na sala. Olhei para Olavo, parecendo que tirou um peso da consciência ao falar aquilo. Eu não o conhecia, só tinha ouvido falar a seu respeito. Mas talvez fosse mais fiel a realeza do que outras pessoas que os Levi Mallet confiavam, como os Cappel, por exemplo.- O que faremos com relação a isto, Catriel? – Lucca perguntou, atordoado – Afinal, uma coisa é imaginarmos que o duque e a duquesa tramavam pelas costas da família real. Outra é termos certeza.- Eu... Não sei – Catriel parecia sem reação – Precisamos pensar e não dar um passo sequer sem termos certeza do que estamos a fazer, Lucca. Acusá-los sem prova seria como dar um tiro no pé.- Eu... Não tenho como provar o que ouvi. Mas... Posso tentar, caso queira. – Olavo ofereceu.Novamente o silêncio se fez pr
- O delegado está vindo para cá. – Lucca avisou – E tratará de falar diretamente com Carmela.- Não tem como eu contar a verdade para ele agora, Aimê! Tenho compromisso logo mais... E quero levá-la ao aeroporto.- Quer mesmo me levar ao aeroporto e não cancelar seu compromisso por ser muito importante ou está se esquivando de contar a verdade a ele, Cat?Catriel pegou minhas mãos e encarou-me:- Eu prometo que contarei a verdade a Olavo, Aimê. Só não hoje... – passou os dedos pelos cabelos, aturdido – Tem noção do quanto está sendo difícil para mim estes últimos dias?Lucca me deu um beijo no rosto:- Preciso ir, cunhada! Cuide-se e nos vemos em breve!- Prometa que vai cuidar da minha amiga, Lucca.- Mais do que a mim mesmo, Aimê! – sorriu – Eu amo Odette.Dizendo isto ele olhou para o irmão:- Cuidarei do delegado e dos policiais. Seu próximo compromisso creio que seja a reunião sobre as ostras.- Sim... Estavam tentando agendar há um bom tempo. Mas já estudei um pouco sobre o assun
Assim que chegamos no aeroporto particular de País del Mar, lugar de onde saíam e chegavam os jatos particulares, Catriel desembarcou comigo do helicóptero enquanto o empregado levava meus pertences para o avião.- Irei à sua coroação, Monstrinha! Não importa o que aconteça, estarei lá.- Será a melhor parte de ter a coroa na minha cabeça... Recebê-lo em Alpemburg.Ele sorriu, de uma forma triste:- Tenho quebrado minha cabeça enquanto tento pensar numa alternativa para nós.Suspirei:- Acalme-se, Cat. Primeiro preciso receber a coroa, tirar Max da cadeia... E depois pensamos em nós. Falta pouco tempo para o casamento...- Três meses... Três longos meses.- Talvez até lá já tenhamos conseguido uma solução para nossos problemas.- Meu único problema é estar longe de você, Aimê!- Amo você, Catriel. – Alisei o rosto dele, passando os dedos levemente por cada parte da sua face, a fim de decorar para que quando fechasse meus olhos e o visse exatamente daquela maneira: lindo e perfeito.-
Dei um passo para trás, atordoada. Eu não sabia o que fazer. Mas conhecia Max há uns bons anos e não precisava aquela mulher me dizer o quanto ele e o pai tinham uma forte ligação. Aliás, foi por conta disto que meu caminho cruzou com o de Max.- Falarei com nosso pai. – Avisei, subindo rapidamente as escadas, tentando encontrar meu celular no quarto.Assim que o encontrei, liguei para o número do do celular de meu pai, que estava desligado. Depois para o de mamãe, que sequer chamou. Insisti, não parando de tentar, sem sucesso. Respirei fundo e procurei o número do local onde eles haviam locado o chalé. A chamada sequer completava.- Não me diga que não está conseguindo entrar em contato com eles. – Pauline ficou preocupada.Eu nem havia me dado em conta que ela estava ali comigo ainda.- Papai tinha avisado da nevasca... Mas... Será que está tudo bem com eles?- Espero... Que... Sim... – Ela abaixou o olhar, amedrontada.- Estamos sem contato com eles, Pauline. – Me desesperei, sem s
O que me surpreendeu foi que quando fomos acessar o escritório do presidente da Corte, Sasha simplesmente não fez questão nenhuma de entrar, ficando na porta, com as mãos entrelaçadas em frente ao corpo, ereto. Ou seja, ele não queria escutar nossa conversa e sim garantir que realmente estávamos seguras.Expliquei ao presidente da Corte tudo que havia acontecido, iniciando pelo fato de “achar”, embora tivesse certeza, de que Max havia assumido uma culpa que não era dele por medo de me expor e atrapalhar minha coroação. Também lhe mostrei algumas fotos que eu tinha em meu poder de Donatello numa boate dançando sem as muletas, provando que era recente e explicando que usaríamos contra o jornalista assim que eu assumisse o posto de rainha de Alpemburg, provando à população que Donatello realmente mentia e Max era inocente de fato. Tive que mencionar também que meus pais estavam incomunicáveis e que aquilo me preocupava muito.O homem, pondo os óculos de grau enquanto seguia com as pernas
Pauline e eu ainda estávamos tentando resolver a situação de nossos pais, agora em busca de equipes que aceitassem ser pagas para os resgatar, o que parecia também ser bem difícil de encontrar.O Presidente da corte ligou avisando que a antecipação da coroação havia sido aprovada pela maioria dos membros, ficando o dia seguinte, às 18 horas, como data e horário oficial para eu passar de princesa à rainha de Alpemburg.Eu nem havia conseguido descansar ou mesmo sair de ligações e mensagens por telefone quando Pauline me disse, preocupada:- Temos o primeiro ministro na Noruega numa linha... E a senhora Hadid na outra... Ambas ligações urgentes.Senti meu coração disparar antes de dizer:- Primeiro ministro da Noruega!Nós duas pegamos o telefone ao mesmo tempo, nos olhando em pânico. Pauline apertou o botão colocando a ligação no viva voz.- Senhor Primeiro-ministro? – A voz dela soou desencorajada.- Alteza, lamento informar, mas... – quando ele disse aquelas palavras, sentei-me na ca
Eu poderia dizer mil coisas naquele momento, mas minha voz simplesmente não saiu.- Acredite, Aimê, estou lhe fazendo um favor pedindo que não coloque a coroa de rainha na sua cabeça.Meu silêncio permanecia. Certamente ele só ouvia o som da minha respiração.- Será vergonhoso se fizer toda uma cerimônia e ao final ser revelado ao mundo inteiro que não será a rainha de Alpemburg.- Eu... Serei a rainha. – Minha voz saiu completamente insegura.- Você não tem capacidade, Aimê. O povo não a quer.- Não é isso que as últimas notícias revelaram, Donatello. – Comecei a tentar me impor, embora ainda estivesse completamente desnorteada com a ligação dele.- Aimê, se você insistir em ser a rainha de Alpemburg, Catriel Levi Mallet sofrerá as consequências da sua escolha.- Mas que porra! O que você está fazendo? O que está acontecendo, Donatello?- Decida o que é mais importante para você: ser rainha de Alpemburg ou Catriel Levi Mallet.Antes que eu pudesse falar, embora não fosse a resposta a