Assim que chegamos no aeroporto particular de País del Mar, lugar de onde saíam e chegavam os jatos particulares, Catriel desembarcou comigo do helicóptero enquanto o empregado levava meus pertences para o avião.- Irei à sua coroação, Monstrinha! Não importa o que aconteça, estarei lá.- Será a melhor parte de ter a coroa na minha cabeça... Recebê-lo em Alpemburg.Ele sorriu, de uma forma triste:- Tenho quebrado minha cabeça enquanto tento pensar numa alternativa para nós.Suspirei:- Acalme-se, Cat. Primeiro preciso receber a coroa, tirar Max da cadeia... E depois pensamos em nós. Falta pouco tempo para o casamento...- Três meses... Três longos meses.- Talvez até lá já tenhamos conseguido uma solução para nossos problemas.- Meu único problema é estar longe de você, Aimê!- Amo você, Catriel. – Alisei o rosto dele, passando os dedos levemente por cada parte da sua face, a fim de decorar para que quando fechasse meus olhos e o visse exatamente daquela maneira: lindo e perfeito.-
Dei um passo para trás, atordoada. Eu não sabia o que fazer. Mas conhecia Max há uns bons anos e não precisava aquela mulher me dizer o quanto ele e o pai tinham uma forte ligação. Aliás, foi por conta disto que meu caminho cruzou com o de Max.- Falarei com nosso pai. – Avisei, subindo rapidamente as escadas, tentando encontrar meu celular no quarto.Assim que o encontrei, liguei para o número do do celular de meu pai, que estava desligado. Depois para o de mamãe, que sequer chamou. Insisti, não parando de tentar, sem sucesso. Respirei fundo e procurei o número do local onde eles haviam locado o chalé. A chamada sequer completava.- Não me diga que não está conseguindo entrar em contato com eles. – Pauline ficou preocupada.Eu nem havia me dado em conta que ela estava ali comigo ainda.- Papai tinha avisado da nevasca... Mas... Será que está tudo bem com eles?- Espero... Que... Sim... – Ela abaixou o olhar, amedrontada.- Estamos sem contato com eles, Pauline. – Me desesperei, sem s
O que me surpreendeu foi que quando fomos acessar o escritório do presidente da Corte, Sasha simplesmente não fez questão nenhuma de entrar, ficando na porta, com as mãos entrelaçadas em frente ao corpo, ereto. Ou seja, ele não queria escutar nossa conversa e sim garantir que realmente estávamos seguras.Expliquei ao presidente da Corte tudo que havia acontecido, iniciando pelo fato de “achar”, embora tivesse certeza, de que Max havia assumido uma culpa que não era dele por medo de me expor e atrapalhar minha coroação. Também lhe mostrei algumas fotos que eu tinha em meu poder de Donatello numa boate dançando sem as muletas, provando que era recente e explicando que usaríamos contra o jornalista assim que eu assumisse o posto de rainha de Alpemburg, provando à população que Donatello realmente mentia e Max era inocente de fato. Tive que mencionar também que meus pais estavam incomunicáveis e que aquilo me preocupava muito.O homem, pondo os óculos de grau enquanto seguia com as pernas
Pauline e eu ainda estávamos tentando resolver a situação de nossos pais, agora em busca de equipes que aceitassem ser pagas para os resgatar, o que parecia também ser bem difícil de encontrar.O Presidente da corte ligou avisando que a antecipação da coroação havia sido aprovada pela maioria dos membros, ficando o dia seguinte, às 18 horas, como data e horário oficial para eu passar de princesa à rainha de Alpemburg.Eu nem havia conseguido descansar ou mesmo sair de ligações e mensagens por telefone quando Pauline me disse, preocupada:- Temos o primeiro ministro na Noruega numa linha... E a senhora Hadid na outra... Ambas ligações urgentes.Senti meu coração disparar antes de dizer:- Primeiro ministro da Noruega!Nós duas pegamos o telefone ao mesmo tempo, nos olhando em pânico. Pauline apertou o botão colocando a ligação no viva voz.- Senhor Primeiro-ministro? – A voz dela soou desencorajada.- Alteza, lamento informar, mas... – quando ele disse aquelas palavras, sentei-me na ca
Eu poderia dizer mil coisas naquele momento, mas minha voz simplesmente não saiu.- Acredite, Aimê, estou lhe fazendo um favor pedindo que não coloque a coroa de rainha na sua cabeça.Meu silêncio permanecia. Certamente ele só ouvia o som da minha respiração.- Será vergonhoso se fizer toda uma cerimônia e ao final ser revelado ao mundo inteiro que não será a rainha de Alpemburg.- Eu... Serei a rainha. – Minha voz saiu completamente insegura.- Você não tem capacidade, Aimê. O povo não a quer.- Não é isso que as últimas notícias revelaram, Donatello. – Comecei a tentar me impor, embora ainda estivesse completamente desnorteada com a ligação dele.- Aimê, se você insistir em ser a rainha de Alpemburg, Catriel Levi Mallet sofrerá as consequências da sua escolha.- Mas que porra! O que você está fazendo? O que está acontecendo, Donatello?- Decida o que é mais importante para você: ser rainha de Alpemburg ou Catriel Levi Mallet.Antes que eu pudesse falar, embora não fosse a resposta a
- O que, por exemplo?- Ou ele tentará tomar o trono... Ou alguém está por trás dele. Não ouvi falar nada sobre rebeliões no país. E se houvesse algo sério, seríamos avisadas pela Corte. Aliás, nosso pai já saberia, de antemão, afinal, não faz tanto tempo que ele e mamãe viajaram. Uma revolução não se dá em dias. O que quer que esteja sendo feito pelas nossas costas, não é de hoje... É de tempos.- E Donatello está envolvido. E isso me fez pensar que talvez... O atropelamento não tenha sido um simples acidente.- Exatamente... Há a possibilidade de Donatello ter planejado o próprio atropelamento.- Mas... Não tinha como ele saber que eu estaria lá... Beberia os espumantes... Tentaria dirigir o carro... – Balancei a cabeça, aturdida, sentindo uma forte enxaqueca começando.- E quem nos garante que era o atropelamento que ele planejava? Poderia ser qualquer coisa que a incriminasse. Talvez só tenha se aproveitado da sua bebedeira e de ter pego o volante... Afinal, as suas fotos ele já t
Embora a governanta do castelo de País del Mar tivesse me garantido que estava tudo bem com a família real, mas que ninguém se encontrava no local, já que resolviam situações referentes a entrevista de Catriel, eu ainda me mantinha preocupada.Deitei na certeza de que não conseguiria dormir. E quando fechei os olhos, fiquei me perguntando o motivo pelo qual eu estava prestes a botar a coroa na minha cabeça, sem a presença de meus pais, tendo adiantado todo o processo, fazendo Catriel também se prejudicar por minha culpa.Foi quando meu telefone tocou:- Senhora Hadid?Fiquei surpresa.- Alteza... Eu... Estou aqui sozinha. E sinceramente, não desejo mais morar nesta casa. Não faz sentido, entende?- Eu... Entendo... – Falei, incerta.- Sei que não tem motivos para eu lhe contar isso, mas não tenho com quem desabafar. Não me resta mais nada... Nem ninguém. Há pouco tempo atrás eu tinha os dois aqui... – ouvi o choro dela, do outro lado da linha – E agora a casa não tem nenhum som... A n
- Ela... – Pauline abaixou o olhar – Viajou com toda a família para a Noruega. Embarcaram no primeiro voo autorizado para entrar no país.Suspirei, sabendo que minha irmã faria o possível para encontrar nossos pais.- E você comentou com Alexia sobre a coroação ter sido antecipada?- Não... Porque isso certamente ela não aceitaria. Bem sabemos o quanto nossa irmã protelou para que você assumisse. Alexia jamais deixaria que antecipasse a coroação, sem que nossos pais estivessem presentes.- Tenho uma dívida com Max. Não acredito que eu esteja agindo errado, Pauline.- Max também tinha uma dívida com você. Mas enfim... Não voltaremos a discutir isto.Levantei, indo em direção à porta:- Vá para o seu quarto. Prepararei um chá calmante e que lhe dê sono.- Não... Não quero dormir.- Precisa descansar.- Em algumas horas você será a rainha de Alpemburg. E a coroa na sua cabeça será posta por mim. Nossos pais estão desaparecidos. O reino do seu futuro marido está pegando fogo. Alguém não q