Catriel chegou antes do cair da noite. Encontrou-me no quarto de Siena e convidou-me para darmos um passeio antes de escurecer.Achei que fôssemos andando ou de carro, mas mais uma vez era Tempestade que nos esperava.Olhei para a égua, que parecia ficar mais bonita a cada dia:- Não era Lucca que gostava de cavalgar? – Questionei.- Creio que sim – sussurrou no meu ouvido – Porque eu, definitivamente, não. Mas como sei que minha futura esposa gosta um bocado de cavalgar, decidi fazer uma surpresa.Olhei para os lados, mas os criados presentes não chegaram a escutar o tom carregado de segundas intenções na sua voz. Sorri e rebati:- Não gosto de cavalgar em Tempestade. E você sabe muito bem disto. – Cada palavra saiu com duplo significado.Catriel pôs-me sobre a égua, deixando claro o quanto tinha força.- Não vai ficar olhando daí de baixo, não é mesmo? Eu não sei fazê-la andar... – Segurei com força as rédeas, comprimindo as pernas ao redor do animalCatriel riu e pôs um dos pés nos
- Quem ficará com o quadro depois de pronto? Eu ou você? – Perguntei, enquanto o via morder levemente o cabo do pincel, observando-me atentamente.- Não existe eu ou você, Aimê. Existe “nós”. O quadro ficará no nosso quarto.Respirei fundo, sentindo meu coração acelerar. Como ele conseguia dizer aquilo e achar que eu não o agarraria?Foi imediata a forma como fui até ele, que tentou me impedir de aproximar-me com um pincel contendo tinta azul.Eu ri:- Acha mesmo que tenho medo da sua tinta?- Deveria ter, Monstrinha.Senti a tinta gelada na ponta do meu nariz, sendo feita com o pincel que ele tinha na mão.- É mesmo um mal agradado, atrevido... – Passei os braços em torno de seu corpo, agarrando-me a ele.Percebi o pincel cair no chão, sobre o fino tablado que encobria a areia sob a tenda. As mãos de Catriel percorreram minhas costas sem pressa, deslizando até meu bumbum.- Eu estava com saudade de cada centímetro do seu corpo... Do seu cheiro... – Aspirou o aroma que emanava do meu
Chegamos no castelo já era tarde da noite. E não, a pintura do quadro definitivamente não saiu.Enquanto estávamos na cama, abraçados, mencionei:- Aposto que não falou com o pai de Siena... Ou ela já não estaria mais aqui.- Não deu tempo.- Você me prometeu que falaria com ele e contaria a verdade, Cat.- E eu quero fazer isso, Aimê. Inclusive sei onde Olavo está. Mas não consegui fazer nada do que tive intenção de fazer. Minha mãe segue no hospital e me toma muito tempo.- Talvez seja hora de ela voltar, Cat.- Eu sei. Ela está quase recuperada. Mas o médico ainda não deu alta hospitalar.- O que seria mais importante do que a pequena Siena saber que o pai está vivo?- É tão importante quanto eu saber quem matou o meu pai.Eu estava deitada em seu braço, alisando seu peito. Talvez não devesse, mas o entendia.Suspirei:- Não consigo entender como vocês não conseguiram encontrar nenhuma pista sendo que este castelo é cheio de câmeras.- Quem planejou isto fez muito bem feito.- E a
Quando despertei, Catriel não estava mais na cama. Passei a mão no seu travesseiro, observando os lençóis amassados... Quanto tempo eu ainda seria visita na cama dele?Eu tive tantos sonhos ao longo da minha vida. E fiz tantas promessas, nem chegando a cumprir todas. Agora aqueles sonhos pareciam tão distantes. E a coroa parecia não ter significado algum. Quando foi que perdi o interesse em ser rainha de Alpemburg? Em que momento ser feliz ao lado do homem que amava e me contentar com ajudar quem precisasse e fazer uma faculdade que qualificasse meu hobby passou a ser mais importante do que sentar no trono do meu país, levando adiante o nome dos D’Auvergne Bretonne?Ninguém esperava, mas a rainha chegou no final da tarde, junto do rei Catriel Levi Mallet, fazendo uma surpresa a todos. Seu semblante realmente estava melhor e a pele mais corada. O olhar triste e distante havia dado lugar a um azul melancólico, mas ela já conseguia não o desviar quando nos encarava, bem como dizer coisas
- Lucca, você vai fazer 20 anos! É apenas um garoto! – A voz dela alterou-se ao mesmo tempo que se percebia a decepção.Olhei para Odette, que mantinha a cabeça abaixada, com o olhar num ponto qualquer, envergonhada. Por que ela não havia me contado?- Novamente a história ser repete – Catriel olhou para a mãe – E por que será?- Não, a história não se repete. A gravidez foi planejada. – Lucca garantiu.Agora eu o olhei, confusa. Como assim planejaram um bebê? Por qual motivo? Odette sequer mencionou algum dia a vontade de ser mãe.- Planejada? – Perguntei.Odette levantou o olhar, encarando-me:- Não fiz de propósito, para dar o golpe da barriga no príncipe – explicou, depois voltando-se para a rainha – Lucca e eu conversamos sobre isto.- Mas... Vocês se conheceram ontem. – A rainha alegou.- Eu propus a Odette termos um filho.- Meu Deus... Vocês só podem estar loucos. – Ela empurrou o prato – Sinceramente, não tenho mais fome. – Levantou-se.- Espere, minha mãe – Lucca pediu, empu
- Você seria um bom pai. – Mordi o lábio.- Você também seria uma boa mãe. Ainda assim não sinto vontade de ter filhos. Talvez futuramente sinta falta... Ou não, já que você ocupa todo meu coração... E meu tempo.- Há outras possibilidades de sermos pais, caso desejemos isso um dia. Por hora, temos Siena e meus sobrinhos e sobrinhas, que não querendo me gabar, me amam de paixão. – Ri.Catriel pegou-me pelos ombros, subindo em cima de mim, encarando-me:- Amo você, monstrinha. E ainda me deve uma pose nua. - Ficar nua perto de você sem agarrá-lo é bem difícil. – Provoquei.Catriel beijou-me com ardor enquanto as mãos passavam por todas as curvas do meu corpo. Logo a camisola de cetim foi parar longe, enquanto a calcinha foi tirada vagarosamente. Eu gostava da forma como ele observava o meu corpo, com tanto desejo, os lábios levemente curvados, como se fosse falar algo mas não saísse a voz. - Se nos casarmos, acho que faremos sexo todos os dias. – Mencionei.- Ou não, já que qualquer
Assim que Catriel e eu descemos para o café da manhã, encontramos Siena com a governanta, que a trazia pela mão. Ela correu ao meu encontro e subiu no meu colo, abraçando-me carinhosamente.- Bom dia, minha princesa! Hoje vamos tomar café da manhã todos juntos. O que acha disto?Ela pegou o pescoço de Catriel com o outro braço, sorrindo enquanto nos unia, fazendo nossos rostos ficarem juntos.Praticamente chegamos todos juntos na sala de refeições. A rainha Nair já tinha um semblante mais alegre.A pequena Siena tomou seu lugar da noite anterior, sem que ninguém lhe dissesse nada, parecendo já saber que lhe pertencia.Recebeu os cumprimentos de bom dia de todos e serviu-se, sem importar-se com a permissão do rei para tal.Servi-me de café e leite, disposta a em breve ensinar as cozinheiras a prepararem um shot matinal, sabendo o quanto auxiliavam na imunidade e melhoravam no funcionamento do metabolismo. Afinal, tínhamos uma criança, uma grávida e uma idosa que precisavam estar saudáv
- Com tantas mulheres por que foi se envolver com esta víbora sem graça? – A rainha perguntou.- Hoje, pensando melhor, me parece que tudo foi planejado – Catriel mencionou – Ela me seduziu.- Pobre príncipe inocente, seduzido pela mulher mais velha e experiente! – Não contive meu tom de deboche.- Acha que eu fui atrás dela?- Duvido que não tenha ido... Presenciei com meus próprios olhos muitas coisas que não gostaria. – Empurrei o prato, tentando não ser brusca.- Aconteceu, porra! Não dá para voltar atrás. – Ele me olhou, tentando justificar-se.- Não fale palavrões na frente de Siena. Peça desculpas.Todos olharam na direção de Catriel, curiosos com sua atitude.- Alteza, ele é o rei. – Richard não conseguiu ficar quieto.- E o fato de ser o rei não lhe dá permissão para falar palavrões à mesa. – Insisti, esperando a reação dele.Catriel suspirou:- Querida, o titio se comportou mal. Falei um palavrão. Mas prometo não mais fazer! – fez sinal com os dois dedos indicadores, formand