DonnaJess me apressava, enquanto observava seu reflexo no espelho, com os olhos arregalados tentando passar a terceira mão de rímel em suas pálpebras.— Não acha que vai ficar muito exagerado? Assim está ótimo, Jess. — Ela revirou os olhos e piscou duas vezes. — Eu gosto de ser exagerada, agora vai terminar de se vestir, já que estamos atrasadas. Estávamos nos arrumando para umas festas, por mim eu ficaria em casa mesmo, mas Jess insistiu e segundo ela, vai ser muito bacana. Matthew é nosso amigo, mas sua ousadia e liberdade fazem dele um homem sem caráter, por isso o evito quando posso. — Vou chamar um táxi, enquanto isso, vê se desce logo. — Avisei descendo as escadas, indo até a sala, onde era um lugar silencioso. Enquanto o táxi não chegava, aproveitei para olhar os arredores do jardim. Dessa vez demos sorte, Jess e eu dividimos nossas despesas, assim não pesa muito para nenhuma das duas. Levamos essa vida há dois anos, há até quem diga que somos namoradas. Como sempre, ela e
Donna Não sabia explicar o que estava me deixando desse jeito. Aquele homem que eu faço ideia de como ele se chama, mas ele é atraente até mesmo sem perceber. Ele estava no balcão, pegando uma bebida para nós dois quando Jess tocou meu ombro. — Se importa se eu der uma saidinha rápida? Prometo que vai ser coisa rápida. — Seu jeito pidão não me fazia capaz de dizer não. — Tá… mas vê se não demora muito. — Ela me agarrou e me beijou no rosto, puxando Matthew pela mão logo em seguida. O bonitão voltou com dois drinks e cantadas baratas, mas foi assim que ele conseguiu me fazer a mulher mais sortuda do mundo naquele momento. E se Jess tivesse razão? E se eu estiver mesmo me privando de aproveitar. A única coisa que me importa agora é saber se ele é casado ou não. Bebi quase todo o líquido, o doce embebedava rápido e eu já estava ficando alegre demais, precisava de coragem para fazer isso… — Então, sua namorada não se importa de você estar aqui hoje? — Na hora do nervosismo, eu só qu
Três anos depois… Mikhail A desordem na empresa estava me deixando confuso. Reclamações, negócios e um novo projeto que estava por vir, tudo isso estava me deixando desorganizado e perdido. Minha secretária já havia organizado toda minha sala, não sei o que seria de mim sem Ella. — Senhor Kurtz, o senhor tem uma reunião daqui há… — me esqueci completamente da reunião, faltavam apenas dois minutos e eu já deveria estar lá. — Obrigada, Ella. Não sei o que seria de mim sem você. Desmarque todas as outras. — pedir antes de sair correndo para a sala de reuniões, onde já estavam todos os outros reunidos. Há alguns meses venho constatando que está tendo um grande desvio de verbas, as quais eu não tenho conhecimento e não posso colocar nada a perder nem mandar ninguém embora, não agora! Sophia estava sentada na cadeira da ponta, com seu decote enorme, expondo seus seios fartos para todos que estavam ali, mas especificamente para mim. — Estamos em busca de melhoras. Tivemos uma reunião s
Mikhail Cristina era indecisa e fútil, embora eu gostei muito dela, não chega a ser amor. Nada mais é que questão de interesses, ela gosta de dinheiro e eu preciso de alguém ao meu lado para manter melhor as aparências dos meus negócios. — O que acha desse? Essa abertura lateral vai dar um charme, me deixando mais sensual e sexy. — O vestido que ela segurava era extremamente depravado e ela gosta disso, embora eu odiasse e me negasse a acompanhá-la nesses trajes. — Acho que não precisa se mostrar tanto, sabemos que você tem belas pernas, mas não é para tanto. — Olhei firme para ela que devolveu o vestido brava, indo até um mais depravado ainda. Meu celular estava tocando, era Carmem e eu não poderia rejeitar a chamada dela. Peguei um blazer qualquer e fui até o provador, Cristina era também invasiva e sem educação as vezes. “Boas notícias?” Carmem sorriu do outro lado, indicando que sim. “Ótimas! Finalmente conseguimos alguns para ocupar o cargo de administração. Ela tem ótimas
Donna Foi uma despedida difícil, mas necessária. Jess estava aos prantos quando entrei no avião com Dominic, meu coração também estava partido e por sorte, meu filho estava dormindo. Jess é sua madrinha e os dois são inseparáveis, não quero nem pensar em como vai ser difícil quando ele a procurar e não a encontrar por lá. (...)Depois de 15 horas de vôo, finalmente chegamos e já havia uma moça no aeroporto nos esperando, com uma plaquinha escrito “Donna”. — Boa noite, sou eu! — Disse me aproximando da moça que me comprimentou. Ela é japonesa, nada de sorrisos ou recepções demais. Apenas me deu boas vindas, apresentou-se como Ella e me levou até o táxi. — A senhorita hoje irá dormir em um hotel com seu filho, mas sua casa estará pronta amanhã. Já providenciamos tudo para o seu filho, escola, babá e tudo que ele precisará para viver aqui, assim como a senhorita. — Eu só posso estar sonhando, nem mesmo quando trabalhava em Nova York consegui pagar uma babá, diversas vezes tive que s
Mikhail Aí chegar em casa, me deparei com os quadros quebrados, algumas peças de roupas rasgadas e jogadas no chão e minha noiva bêbada no sofá. — Pode me dizer que merda está acontecendo, Cristina? — Gritei descontrolado, já não estava mais suportando seus ataques de raiva sem motivos. — Acontece que eu estou cansada, Mikhail. Você sempre me trata como segunda opção, estou farta de servir a você somente como um brinquedo. Estou farta de tudo isso. Será que quando a gente casar, vai continuar sendo assim? — Não quero ter essa conversa agora. Estou cansado e preciso descansar, tive um dia longo e não estou afim de conversar com você sobre isso agora. — Ela arremessou uma garrafa de uísque em minha direção que só não me acertou porque eu me abaixei rápido. — Controle-se mulher. Estou de saco cheio de você. Além de ser uma pessoa fútil, você também desequilibrada e um grande pé no saco. Pode até ser bonitinha, mas eu preciso de algo que vá além disso, preciso de uma mulher responsáv
Mikhail — Bom dia, meu amor. Me desculpa por ontem? Eu não sei o que aconteceu comigo, me descontrolei completamente, me deixei levar pela fúria e cabeça cheia. — Cristina me acordou aos beijos, droga, eu não deveria ter pego no sono desse jeito. — Eu… depois a gente conversa, Cristina. Tenho que ir para empresa agora. — Incrédula ela ficou, sem acreditar no que eu estava fazendo, sempre cedendo aos seus desejos e isso estava me deixando exausto. Não posso deixar a senhorita Hardin ir embora, não agora que a última administradora se demitiu. — Que tal sair com as duas amigas? Ou visitar sua mãe?Entrei no banheiro e fechei a porta, impedindo que ela pudesse ter acesso. Tomei um banho rápido e fui direto para Cyndi. Estava adentrando minha sala, quando esbarrei com uma mulher ao lado de Ella. Sua bolsa caiu no chão, ela se abaixou para pegar e se desculpou por aqui, mesmo sabendo que o culpado foi eu. — Onde você estava? Nos deixou quase uma hora esperando. — Ella me subjugou com o
Donna Dominic estava com febre alta, não sei onde fica o hospital e tive que apelar para Ella, não pensei duas vezes e liguei. “Me perdoe o horário, mas é que meu filho está com muita febre e eu não posso deixá-lo aqui. Preciso levá-lo ao hospital, pode me ajudar?” Era quase duas horas da manhã e eu estava aqui, apelando para uma desconhecida. “Por que não me ligou antes? Posso ir pegar vocês aí?” Às vezes penso que Ella é um anjo em forma de Jess. “Meu Deus, eu nem sei como te agradecer por isso.” Eu tenho um carro, poderia colocar no GPS e seguir em frente, mas não sou tão boa assim e tenho medo de não conseguir chegar a tempo ou pegar o caminho mais distante. Ella chegou rápido e entrou depressa.— Me desculpa por ter te interrompido, eu estava sem saber a quem apelar. — Disse ouvindo seu riso enquanto ela abria a porta para sairmos. Dafne estava em sua casa, por isso não tive com quem contar quando percebi que Dominic estava ficando mal. — Eu já te disse que já me afeiçoei