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O Direito de Nascer: A Herança da Máfia
O Direito de Nascer: A Herança da Máfia
Por: Aruana Smmith
CAPÍTULO 1 O MEDO NÃO ESCOLHE HORA!

Helena

Como sempre estou sentada no caramanchão, em um canto do jardim, nem toda a beleza e cuidado dispensado às plantas ao meu redor consegue alcançar o meu coração 

É uma dor tão profunda que me abate, um medo aterrador que não deixa com que a minha mente e o meu coração descanse. 

Passo a mão sobre o meu ventre que já está começando a ficar saliente, dando sinal da minha gravidez, a única coisa que me deixa feliz, é sentir os movimentos do meu filho na minha barriga. 

Mas até isso me traz ao mesmo tempo alegria e medo. 

Levo a mão ao meu ventre e acaricio essa pequena vida que se desenvolve dentro de mim, levanto meus olhos e vejo toda magnitude da natureza a minha volta. 

Estou em uma ilha particular, pertencente a meu pai, situada na Costa Verde do Rio de Janeiro, essa região é toda composta por mata Atlântica nativa, uma cordilheira de serras de frente para mar, com várias ilhotas particulares.

 Meu pai é um homem muito rico e minha mãe faleceu ainda na minha infância segundo os funcionários mais antigos, dizem que ela morreu de tristeza e depressão de tanto que ele a maltratava.

Comigo não foi muito diferente. Ele simplesmente era um provedor e sempre exigia perfeição nos mínimos detalhes, não me recordo de ter recebido um abraço um beijo do meu pai, nunca! 

Todo carinho que recebi nos meus 19 anos de vida, foram desses fieis empregados que serviram a minha mãe antes de sua morte, principalmente a Maria.

Ela sempre estava atenta às minhas necessidades, sempre pronta a me acolher quando eu sentia medo. Ela foi a minha babá, era muito jovem nessa época e me acompanha até hoje. 

A Maria é quem está comigo neste lugar isolado, além dela, tem três soldados e o Antônio um dos homem de confiança do meu pai. 

Não estou aqui a passeio e nem a descanso por ordem médica, mas sim por uma determinação do meu pai. 

Infelizmente sofri um desmaio e quando o médico falou que eu estava grávida, foi quando ele descobriu a minha gravidez meu pai me surrou até que as minhas costas estivessem sangrando e eu desfalecida.

Ele ficou tão possesso, gritava que teria que dar um fim a esse problema,  que minha gravidez não poderia atrapalhar os seus planos,  nem ser uma vergonha para ele perante o conselho da máfia local. 

Ele tentou de todas as formas descobrir o nome do pai do meu filho, mas eu resisti e não falei pois sabia que se eu dissesse o nome dele, eu estaria assinando sua sentença de morte. 

Mas agora aqui nesse lugar isolado sem contato com ninguém e nem como fugir, sem ter como me comunicar com ele, pois o único que tem um telefone aqui é o Antônio, sei que ele está sempre em contato com meu pai, a angústia tem tomado conta de mim a cada dia.

Antônio sempre se mantém distante, mas sempre atento, e eu tenho muito medo de tentar fugir e meu pai me surrar novamente e eu perder o meu bebê.

Sei que meu pai não quer saber do meu bebê,  e sei que ele é capaz de tudo, nunca que Salvatore  Costelo aceitaria um neto bastardo para envergonhar o seu nome, ele prefere me ver morta do que permitir que isso aconteça.

As vezes vejo a Maria conversando com o Antônio mas eles sempre discutem, eu sempre pergunto o motivo mas María sempre desconversa.

Cada dia que passa eu  vejo que meu bebê  se desenvolve mais e a minha gravidez vai chegando ao fim, o meu coração se aperta de medo e de pavor.

Nem o acompanhamento pré-natal ele permitiu que eu fizesse, estou totalmente isolada nesta Ilha, a única pessoa em que eu confio é a Maria. 

Maria é como se fosse a minha mãe, mas sei que contra o  meu pai ela nada pode fazer!

Nunca mais soube notícias de Felipe, desde o dia em que ficamos juntos ele foi enviado a uma missão, isso aconteceu quarenta dias antes do meu pai descobrir a minha gravidez, que na realidade foi uma surpresa até para mim. 

Eu amo o Felipe e nós nos encontrávamos  às escondidas, meu pai sempre acreditou que eu deveria ter o mínimo de  preparo físico em lutas e defesa pessoal até como proteção e Felipe era o meu instrutor, ele começou a me treinar após a morte do meu antigo instrutor em uma missão.

Ele sempre foi muito atencioso comigo apesar de ser extremamente competente, o meu preparo físico é ótimo. 

Com o tempo acabamos nos envolvendo emocionalmente e eu sei que o Felipe me ama como eu o amo. 

Uma tarde após o treino não conseguimos nos controlar e acabamos fazendo amor. Foi maravilhoso! 

Felipe foi super carinhoso comigo,  muito atencioso na minha primeira vez, me senti  a mulher mais feliz em seus braços e ele me realizou completamente, mas dias depois o Dom o enviou  em uma missão de urgência e até hoje não o vi mais.

Meu pai nunca desconfiou do Felipe, por sorte como eu estou fazendo faculdade e ele acredita que algum garoto da faculdade é o pai de meu filho, algum Zé Ninguém Como ele diz.

Meu coração sangra de angústia por não saber dele, e vivo aterrorizada pelo que vai acontecer com meu bebê.

Não sei qual o real pensamento do meu pai, porém sei que não é nada bom, e isso me deixa muito ansiosa, se eu pudesse meu filho não sairia nunca de dentro do meu ventre, tenho um péssimo pressentimento em relação ao meu parto, e peço a Deus diariamente que guarde meu bebê, sinto que algo muito ruim vai acontecer,  e sei  que preciso proteger o meu filho.

Maria se aproxima com uma bandeja com salada de frutas e sanduíches, eles tem feito o máximo para que eu possa me alimentar de uma forma mais natural possível, desde que meu pai me surrou, quem cuidou de meus ferimentos foi Maria, pensei que iria perder meu filho porém, Maria com sua sabedoria com ervas e chás conseguiu que minhas feridas cicatrizem rapidamente e meu filho sobreviveu às agressões físicas.

Como meu pai não permitiu que eu ficasse em casa para fazer o pré natal que como ele disse:

—  Bastardo não tem direito a nada!

Ele me isolou aqui para que ninguém saiba da minha gravidez. María cuida de mim com todo carinho e com uma alimentação mais saudável possível.

Ela me ensina a fazer o enxoval do meu bebê em crochê e tricô, na casa tem uma velha máquina de costura a pedal, María costura as roupinhas com tecidos que achamos em um baú e eu bordo com a supervisão dela.

Nessas horas consigo esquecer um pouco meus problemas, quando vejo os detalhes tão delicados surgirem nas peças que vestirão o meu filho. 

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