Sangue e Vingança A porta do galpão bateu contra a parede com um estrondo, ecoando no espaço escuro e úmido. O cheiro de ferrugem e pólvora impregnou minhas narinas, mas nada disso importava. Minha visão se estreitou assim que meus olhos encontraram Helena. Ela estava amarrada a uma cadeira no centro do galpão, o rosto pálido, os olhos arregalados de medo. Salvatore estava atrás dela, um sorriso perverso estampado no rosto, segurando um canivete rente ao pescoço dela. — Ora, ora, Felipe...Ele debochou, apertando mais a lâmina contra a pele dela fazendo um filete de sangue correr. — Achei que fosse demorar mais. Debocha. Meu coração batia tão forte que parecia querer explodir do peito. Minhas mãos tremiam de ódio. — Solta ela agora, seu desgraçado! Minha voz saiu rouca, carregada de fúria contida. Vicenzo estava ao meu lado, a arma firme nas mãos, seus olhos queimando de ódio. — Você já perdeu, Salvatore. Acabou. Mas ele apenas riu, um som baixo e frio. — Perdi? Eu diria qu
Felipe O Reencontro na FazendaMeses depois…O sol dourado começava a se pôr no horizonte quando passamos pelo grande portal da Fazenda Santo Antônio. A vista era tão familiar quanto nostálgica: Os vastos campos verdes, o cheiro da terra úmida após uma leve chuva da tarde e o som das cigarras anunciando o entardecer. Mas, desta vez, havia algo diferente no ar.Era um dia especial. Não apenas porque estávamos todos reunidos novamente, mas porque hoje era uma celebração do amor. O aniversário de casamento de Alfredo e Hilda, um casal que nos ensinou o verdadeiro significado de parceria e companheirismo, se transformou em algo muito maior. O amor estava sendo celebrado em todas as formas.Assim que descemos do carro, Helena apertou minha mão com força.— Parece que foi ontem que viemos para cá pela primeira vez. Ela murmurou, um sorriso nostálgico brincando em seus lábios.— Sim. Concordei, olhando ao redor. — Mas hoje tem um toque diferente… quase mágico.E era verdade. A Fazenda S
Felipe O grande salão da Fazenda Santo Antônio fora transformado em um camarim improvisado para as noivas. As luzes suaves refletiam nos espelhos antigos, e o cheiro de lavanda e jasmim tomava o ar, misturando-se com a brisa fresca da noite. Maria, Hilda, Helena e Camila estavam diante de seus respectivos espelhos, ajustando os últimos detalhes de seus vestidos. A cada suspiro, a ansiedade crescia. — Eu não sei por que estou tão nervosa! Maria exclamou, puxando levemente a renda do vestido marfim. Seu reflexo no espelho mostrava seus olhos brilhando de ansiedade. — Porque é o seu casamento, querida! Hilda respondeu com um sorriso doce, seus dedos enrugados acariciando o tecido azul-claro do próprio vestido. Helena, ao lado delas, suspirou profundamente. — Engraçado… mesmo renovando os votos, eu ainda sinto aquele frio na barriga. Camila, que até então estava calada, soltou uma risada nervosa. — E se Vicenzo surtar e resolver cancelar tudo? Maria riu, pegando as mãos da amig
O Casamento e a Renovação de VotosO altar estava montado no meio do grande campo da fazenda. Uma estrutura rústica de madeira, adornada com flores brancas e luzes penduradas, tornava o cenário ainda mais encantador.As crianças entraram primeiro. Clara, Enzo e Valentina, vestidos de branco, caminhavam segurando pequenas cestinhas com pétalas de flores.Depois, Luís e Júlia entraram, simbolizando a união de todos os casais.Então, um a um, os noivos entraram.Helena caminhou ao meu encontro, seu vestido esvoaçante capturando a luz das velas ao redor. Seus olhos estavam cheios de emoção.Maria veio logo depois, seus passos hesitantes, mas seu sorriso dizia tudo. Antônio a esperava com um brilho nos olhos que eu nunca tinha visto antes.E por último, Hilda e Alfredo, os protagonistas da noite, que caminhavam de mãos dadas, mostrando ao mundo que o amor verdadeiro resistia ao tempo.O celebrante iniciou a cerimônia com palavras sobre amor, família e resiliência.Cada casal fez seus votos
HelenaComo sempre estou sentada no caramanchão, em um canto do jardim, nem toda a beleza e cuidado dispensado às plantas ao meu redor consegue alcançar o meu coração É uma dor tão profunda que me abate, um medo aterrador que não deixa com que a minha mente e o meu coração descanse. Passo a mão sobre o meu ventre que já está começando a ficar saliente, dando sinal da minha gravidez, a única coisa que me deixa feliz, é sentir os movimentos do meu filho na minha barriga. Mas até isso me traz ao mesmo tempo alegria e medo. Levo a mão ao meu ventre e acaricio essa pequena vida que se desenvolve dentro de mim, levanto meus olhos e vejo toda magnitude da natureza a minha volta. Estou em uma ilha particular, pertencente a meu pai, situada na Costa Verde do Rio de Janeiro, essa região é toda composta por mata Atlântica nativa, uma cordilheira de serras de frente para mar, com várias ilhotas particulares. Meu pai é um homem muito rico e minha mãe faleceu ainda na minha infância segundo o
Felipe Já fazem meses que estou nessa missão, um trabalho cansativo, pois tenho que aguardar informações, observar o alvo, recolher informações e contatos.Não foi uma missão ao qual eu deva executar o alvo, mas sim investigar os detalhes da sua vida para que o Dom pudesse ter uma estratégia de ataque, por isso o Vicenzo solicitou os meus serviços. Esse é o nome do meu Dom Vicenzo de Luca!No momento, com toda a calmaria que estávamos vivendo, o conselheiro Salvatore Costelo pai da Helena solicitou ao Vicenzo um homem de confiança para fazer o treinamento de sua filha.Como o Dom estava interessado em uma aliança mais profunda com o homem, me enviou para que investigasse de perto se ele seria confiável.Minha estadia na casa estava tranquila até conhecer Helena, ela é linda, uma beleza incomparável, e meus instintos mais primitivos de proteção e posse vieram à tona.Preciso de Helena para mim. Percebi que o pai dela tem uma caráter bem duvidoso mas ainda não tive provas, a cada dia
Salvatore CosteloNesse momento estou pensando em uma forma de como eliminar o problema que a infeliz da minha filha arrumou com essa gravidez inesperada! Não perdi tanto tempo educando essa infeliz para que ela agora me apronte essa jogando meus planos por terra. Nunca tive um sentimento paternal em relação a Helena, simplesmente ela era o meio para que eu alcançasse os meus objetivos. Sentimentos é coisa para pessoas fracas e eu não tenho essa fraqueza, pessoas são objetos para serem usados ao meu favor ou descartados, nada mais! Esse era o propósito de Helena na minha vida, usá-la para alcançar os meus objetivos, a única coisa que me interessa nessa vida é o poder! É ele quem define quem você é! E eu não abro mão de alcançar essa posição não vai ser uma garota que pode me dá o poder pelo casamentoEstava pensando em casá-la com alguém do primeiro escalão do conselho, isso seria mais uma forma de me aproximar de Dom Vincenzo, mas ela teve que estragar tudo! Meus planos meti
Helena Os meses se passaram entre agulhas, bordados, tricôs e crochê e a cada dia o número de roupinhas aumentava e eu ficava tão feliz em poder fazer as roupas que vestiria o meu bebê. Enquanto estava distraída com esses afazeres não pensava no futuro, nem me recordava das promessas do meu pai, era como se eu vivesse em uma bolha toda minha, só existia eu Maria, Antônio e o bebê no meu ventre.Sim, Antônio, pois nesse tempo em que ficamos isolados ele se aproximou mas de mim e de Maria afinal éramos só nós nesta casa e assim nasceu um laço entre nós, eu sabia que ele estava ali encubido de uma missão, eu não sabia qual, mas enquanto isso não acontecia os nossos dias se passavam de forma leve tranquila. Às vezes Maria e Antônio discutiam por algo, sempre há uma certa distância e eu nunca conseguia ouvir, a Maria sempre desconversava, as vezes me dizia que era por causa dos soldados que faziam a segurança o motivo pelo qual eles brigavam.E com isso o tempo passou, eu já estava c