CAPÍTULO 5 UM SONHO.

Helena 

As dores que começaram espaçadas e no começo apenas como incômodas cólicas progrediram a um nível insuportável, e a cada vez mais próximas.

Maria sempre ao meu lado me incentivando a cada contração, mas parecia que nada resolvia para ajudar a  fazer com que o parto acabasse logo  com meu sofrimento. 

Entre um intervalo e outro, Maria passava uma toalha úmida pelo meu rosto o meu colo me trazendo no mínimo conforto me dava um pouco de água, pois meus lábios estavam muito secos, os intervalos das contrações estão sendo curtos, o que fa que logo após a contração voltava e cada vez mais forte.

Eu via no rosto da Maria a preocupação estampada em sua face, mesmo ela tentando disfarçar eu sabia que  alguma coisa não estava bem. 

Nesse momento peço a Deus que permita ao menos meu bebê viver e ser entregue ao Felipe, pois sei que ele vai cuidar bem dele.

Eu nunca tive um pai que fosse carinhoso comigo, que eu realmente pudesse chamar de pai no verdadeiro sentido da palavra.

Mas meu Lipe seria um bom pai, eu sei disso, eu sinto no fundo do meu coração!

Volto a mim com a voz da Maria me dizendo:

–Calma menina! Calma logo vai passar descansa antes da próxima contração, eu vou buscar mais água na cozinha e já volto! 

–Meu Deus permita que meu filho viva! Oro em voz baixa e já cansada.

Maria 

Saiu do quarto encontro Antônio na mesa da cozinheira com uma caneca de café nas mãos. 

–O que está acontecendo Maria? Pela sua aparência temos problemas, estou certo? Fala Antônio.

— Antônio preciso de você, o parto de Helena se complicou, a criança não está coroando para nascer, a barriga dela está alta, aqui não temos recurso e se eu a deixar continuar fazendo força, com as contrações ela vai perder o resto das forças com o  tempo, e eu vou perder a minha menina junto com o bebê, me ajude por favor! — Implora a Maria com lágrimas nos olhos.

— Mas o que eu posso fazer Maria nunca fiz um parto na minha vida! Seria mais fácil se você me chamasse para matar alguns homens, agora fazer um parto?

— Preciso que você suba na cama e empurre a barriga para baixo, não vai ser um procedimento fácil, mas é a única chance que temos de salvá-la! — Explica Maria.

— Pelo tempo que ela está no trabalho de parto, o bebê já está em sofrimento, temos que fazer o possível e o momento é agora!  Fala Maria com ênfase demonstrando a gravidade da situação.

Volto para o quarto com o Antônio,  Helena o vê e  se apavora.

– O que é isso Maria, porque o Antônio está aqui? Mande-o  deixar o quarto.

– Helena presta atenção! Preciso do Antônio, ele vai me ajudar a fazer o seu parto, é quem nós temos, peço que você nos ajude! 

Helena olha para Antônio desconfiada, mas acena positivamente com a cabeça. 

Vejo que outra contração a faz gritar de dor e Antônio me olha totalmente perdido.

O aproximo da cama e mostro a ele como ele vai se posicionar, e o que fazer quando chegar a próxima contração. 

– Helena sei que não vai ser fácil mas preciso que você nos ajude, na próxima contração o Antônio vai empurrar a sua barriga, faça força empurre para baixo, ele vai te ajudar. Explico

–Sei que não será fácil, mas tem que ser feito minha filha. Completa María, acariciando meu rosto suado pelo esforço contínuo, já que ela sabe que estou a horas em trabalho de parto. 

– Está bem Maria, não suporto mais esse suplício! Não vejo a hora de ter meu filho nos braços!

– Então nos ajude menina, precisamos que você colabore! 

– Está começando Maria está começando, eu não suporto mais essa dor!!! 

– Não fale Helena, simplesmente empurre, empurre! Com toda a força, que você vai ter o seu filho nos braços, empurra, vamos Helena!

– E você Antônio empurre! Empurre, a barriga de Helena para baixo! 

Sei que por mais que Antônio seja um homem da máfia, seu preparo é bem diferente. Eles são preparados para matar e não para que tragam bebês ao mundo.

E o nervosismo é bem evidente seus olhos me olham ansiosos e sinto no seu toque o medo de machucar a Helena, já que seu universo é bem brutal.

Porém Antônio faz o seu máximo para me auxiliar, sinto sua ansiedade, aliás todos estamos muito tensos.

Está sendo um parto difícil e complicado, podemos perder a mãe e o bebê, pois Salvatore não permitiu acesso a nenhum médico, estamos contando com o preparo físico de Helena e a beneficência de Deus, e que o Senhor nos ajude a salvá-los!

Helena grita de dor, seus lábios já estão perdendo a cor. Peço a Deus que preserve a vida desses dois seres tão preciosos para mim.

Vejo o corpo dela ficar tenso, sinalizo para Antônio que novamente empurra a barriga de Helena. Nesse momento consigo amparar o bebê nas mãos, agradeço a Deus por esse milagre, ele ainda respira!

O bebê não chorou e eu sai com ele do quarto, rapidamente entro no outro quarto e limpo sua boca e seu nariz com as mãos e depois com uma fralda de tecido higienizada, nesse momento ele chora fraco, mas chora! Eu o coloco sobre a cama de lado enrolado em uma manta, dou uma última olhada e vou ver Helena. 

Entro no quarto e aí a encontro desfalecida, mas respirando, peço ajuda a Antônio e troco toda a roupa da cama enquanto ele a segura nos braços após toda a cama arrumada a coloco e vejo que ela está muito fraca após tanto esforço, a recosto nos travesseiros e a cubro para manter a temperatura do corpo, chamo o Antônio para fora do quarto. 

Nesse momento preciso saber quais serão as atitudes que Antônio pretende ter em relação a Helena e ao bebê, então olho no fundo de seus olhos e pergunto:

– Antônio seja totalmente sincero comigo, pela nossa amizade. Peço 

– O que você vai fazer com essa criança? Pergunto de forma direta.

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