Capítulo 10No dia seguinte...Giulia caminhava pelo corredor da casa com o coração acelerado. Cada passo que dava parecia ecoar sua ansiedade, mas ela sabia que não podia mais adiar essa conversa. As lembranças do que aconteceu e a possibilidade de mais perigos se aproximando a atormentavam, especialmente o medo de algo atingir Vitória. Isso era inaceitável para ela. Já era hora de contar tudo a Carlos.Ao passar pela janela, viu Matteo e os outros homens instalando câmeras pela fazenda. Cada movimento deles parecia confirmar que a situação estava se tornando mais séria. Eles estavam se preparando para algo maior, e Giulia sabia que parte disso era culpa do seu passado. Respirou fundo, tentando reunir a coragem que precisaria para encarar Carlos.Quando chegou à porta do escritório, parou por um instante, sentindo uma onda de medo e dúvida. "Será que ele vai me entender? Será que vai me culpar?", pensou. Mas havia algo maior em jogo, e ela não podia se dar ao luxo de hesitar. Bateu n
Capítulo 11Giulia subiu as escadas, ainda sentindo o toque de Carlos em seu rosto. Ao entrar no quarto, fechou a porta e se apoiou na superfície da penteadeira por um momento. A imagem no espelho refletia sua vulnerabilidade.Com um suspiro, ela começou a retocar a maquiagem, usando a base para cobrir a marca roxa sob seu olho e aplicando um pouco de rímel para realçar o olhar. Ao terminar, ela deu um passo atrás e se encarou, sentindo-se um pouco mais confiante, mas ciente de que os problemas ainda estavam longe de ser resolvidos.Depois de se sentir pronta, Giulia desceu até a sala, onde Vitória estava sentada no sofá, lendo um livro do Harry Potter. Assim que a viu, a menina levantou-se animada.- Giulia, vamos dar uma volta? - Vitória pediu, os olhos brilhando com expectativa.Giulia sorriu, tentando refletir a animação dela.- Claro, querida. Para onde você gostaria de ir? - Eu conheço um lago bonito! - Vitória exclamou, puxando Giulia pela mão. - Vem, é ali perto da colina!As
Capítulo 12Carlos entrou na cozinha da área gourmet e parou por um momento na porta. O cheiro de pão fresco no forno e o som de risadas preenchiam o ambiente. Ele observou sua filha, Vitória, radiante de felicidade enquanto brincava com Giulia e o cozinheiro Júlio.Ele ficou parado, contemplando aquela cena familiar e acolhedora. De repente, algo dentro dele despertou. Sentiu uma vontade imensa de fazer parte daquele momento. A felicidade no rosto de sua filha era algo que ele queria ver sempre, e ele percebeu que isso só era possível quando as pessoas ao redor estavam em harmonia.Sem pensar duas vezes, Carlos entrou na cozinha com um sorriso discreto.- Parece que estão se divertindo sem mim - brincou, fazendo Vitória rir e Giulia olhar para ele surpresa, com um brilho caloroso nos olhos.- Papai! - Vitória exclamou, correndo até ele com a massa ainda grudada nas mãos. - Estamos fazendo pizza e pães! Quer ajudar?Ele olhou para Júlio, que sorria de canto, claramente satisfeito em v
Capítulo 13Carlos olhou para Giulia por um momento, pensando nas inúmeras perguntas que rondavam sua mente. Ele queria entender melhor o que havia acontecido com ela, por que tinha fugido do país ao invés de procurar ajuda com a família. O que a levou a essa decisão tão drástica? No entanto, ele sabia que este não era o momento.Giulia estava magoada, e o roxo ainda disfarçado sob a maquiagem era um lembrete constante da dor que ela havia sofrido. Aquilo ainda o deixava profundamente irado. Se o marido dela realmente a amasse, jamais teria encostado a mão nela de forma tão cruel.Ele decidiu não tocar no assunto, pelo menos não naquela noite. Queria que o ambiente se mantivesse leve, então se levantou e pegou o controle da televisão.- Vou ligar a TV, procurar algo interessante para a gente assistir.Giulia assentiu levemente, ainda segurando a taça de vinho entre as mãos, os olhos vagando pelas chamas da lareira. Ela parecia tranquila, mas Carlos podia ver que o cansaço começava a p
Capítulo 1Milão - ItáliaA tarde que estava tranquila na mansão Moretti foi rompida de forma abrupta. O jardineiro, que cuidava pacientemente das roseiras no jardim, parou de podar ao ouvir os gritos furiosos do patrão e o som de vidros se estilhaçando.Dentro da imponente mansão, Giovanni Moretti, um dos mais temido chefe da máfia, estava à beira de perder o controle. Seus gritos ecoavam pelos corredores, e o ódio que sentia por seu pai era quase palpável. O homem era um vulcão prestes a explodir.Seus olhos escureceram quando avistou a esposa entrando no escritório, observando a destruição que ele causara. Um lampejo de desgosto atravessou seu rosto.— O que você está fazendo aqui? Saia! — Giovanni rugiu, virando-se abruptamente para pegar o telefone. Com uma pressa frenética, discou o número de um velho conhecido. — Paolo? "Ciao". Mande a garota para cá. Preciso me distrair.Desligando o telefone com força, ele se voltou para a esposa, agora observando-a com desprezo.— O que foi?
Capítulo 2O carro freou bruscamente, parando a poucos metros das duas, mas o choque de quase ter sido atropelada deixou a garota paralisada nos braços de Giulia. Ela olhou para Giulia com os olhos arregalados e lágrimas prontas para cair.— Você está bem? — Giulia perguntou, ainda com a voz trêmula pela adrenalina.— Eu... eu acho que sim — respondeu a menina, assustada, enquanto se levantava lentamente.Algumas pessoas se aproximaram, e logo um homem surgiu, visivelmente desesperado e ofegante, mas com uma expressão fechada.— Vitória! Minha filha! — Ele correu até elas e, ao ver Giulia segurando a criança, afastou-a rapidamente da mulher estranha. — O que você pensa que está fazendo com a minha filha?Giulia ficou surpresa com a reação, ainda tentando processar o que havia acontecido.— Eu só... — começou ela, mas ele a interrompeu.— Só? Só colocou a vida dela em perigo, isso sim! — disparou o homem, o rosto vermelho de frustração. — Se você tivesse prestado mais atenção, isso nem
Capítulo 3Carlos estacionou a caminhonete em frente à imensa casa rústica. Giulia ficou imediatamente encantada com a beleza simples e acolhedora da casa rústica.- A casa é linda - disse Giulia, ainda admirada enquanto saía do carro.Carlos sorriu, notando a expressão no rosto dela, e levou a mala e sacolas para dentro. Giulia o seguiu, seus olhos ainda presos na paisagem ao redor, onde a vastidão dos campos verdes parecia se estender pelo horizonte.Enquanto Vitória corria para a área gourmet para ver o que os cozinheiros tinham preparado para o café da tarde, Carlos tirou o chapéu, passando a mão pelos cabelos castanhos antes de recolocá-lo de maneira prática e habitual.- Fique à vontade - disse ele com um aceno de cabeça, enquanto caminhava em direção ao escritório.Giulia o seguiu, curiosa. O escritório era aconchegante, com móveis de madeira escura e paredes decoradas com prateleiras cheias de livros e alguns troféus de montaria. Carlos abriu uma gaveta e, sem cerimônia, puxou
Capítulo 4Giulia mal teve tempo de se acomodar atrás dele antes que o carro fizesse uma curva brusca e começasse a persegui-los. O motor roncava ferozmente, e a poeira subia no ar. O coração de Giulia batia descontroladamente enquanto ela se agarrava à cintura de Carlos, sentindo a dureza dos músculos dele sob as mãos.Sem perder tempo, Carlos sacou um de seus revólveres com uma mão, enquanto segurava as rédeas da égua com a outra. Com uma precisão surpreendente, ele virou o corpo para o lado, ainda trotando, e mirou no carro que se aproximava rapidamente. Sem hesitar, ele disparou.O som do tiro ecoou. O tiro foi certeiro, mas o vidro do carro era blindado. O projétil ricocheteou, e ele rosnou de frustração.— Droga! — Carlos rosnou, enquanto puxava as rédeas de Floco de Neve, fazendo a égua acelerar. — Segure firme!Giulia se apertou mais contra ele, o medo crescendo a cada segundo que passava. O carro estava se aproximando rápido demais.— Malditos... — resmungou, tentando ajustar