HenryDepois que decidi me afastar da Liz, fiquei com um buraco no meu peito. Eu estava evitando-a a todo momento, por mais que o meu corpo pedisse o contrário. Ela não estava morando muito longe, e teve um dia que fiquei tentado em ir visitá-la. Precisava de um pretexto, então pensei em fazer um acordo em que ela desistia do divórcio e eu deixava ela me ajudar a comandar a máfia, já que aquilo era tudo o que ela desejava.Fiquei receoso no dia que fui ao apartamento dela e vi o Patrick lá, pois imaginava que estava tramando alguma coisa.Precisava manter ela longe de mim e dele, não queria que ela sofresse mais do que já estava sofrendo.Eu já sabia que ela tinha conhecido um advogado, e ele até que era bem de vida, com uma ficha impecável, tirando a sua ex-esposa, que infernizou a sua vida. Pesquisei tudo sobre ele, então seria justo eu sair do caminho deles e deixá-los aproveitarem.Só que tudo mudou no dia em que fui à casa dela com a proposta e ele estava lá. Ela encontrava-se d
*** Liz ***Bebemos vinho e iniciamos uma conversa sobre coisas aleatórias. Percebi que Martin não tirava seus olhos de cima de mim, e toda vez que olhava para o Henry, ele estava me fuzilando.— O jantar já está servido! — Morgana falou, aparecendo na entrada da sala.Ela era a governanta e tinha os cabelos grisalhos e a pele negra. Era baixinha e possuía cara de brava, mas era só a cara, pois era um amor. Se eu pudesse, levava ela e a Sandra para morarem comigo.Seguimos em direção à sala de jantar, com Sam e Hendrick indo na frente, seguidos do senhor Rodolfo, da Ana, do Pedro, da loira siliconada, do Martin e do Henry logo atrás de mim. Fiquei surpresa por ele não tentar nenhuma gracinha.Após poucos minutos, o prato de entrada foi servido. Eram canapés em uma base com pão torrado, uma geleia vermelha e um creme branco que eu não sabia bem o que era.Fiquei entretida ao ver como a Sam e Hendrick se tratavam. Eles realmente estavam apaixonados, e fiquei muito feliz por eles. Daqui
LizApós um tempo, Henry sumiu com a tal da Mandy, e Pedro e Ana voltaram para o hotel que estavam hospedados.Eu estava na cozinha com a Sam, guardando as taças, e o Hendrick conversava com o Martin na sala.— Vai me contar o que aconteceu no banheiro? — Merda, Sam! — falei num tom de brincadeira. — Achei que você já tinha esquecido. — Ela riu.— Fala!— Eu quero a metade da máfia...— Por quê?— Eu não sei. — Respirei fundo. — Na verdade, sabia sim, eu quero dar o troco nele.— Mas você não sabe o que fazer, e nem ao menos administrar essas coisas. — Eu sabia que era verdade. — E olha que quase te mataram, e ainda nem sabemos o motivo disso...— Eu sei, eu sei! — rebati, impaciente.— E se você morrer? E se fizerem alguma emboscada? Ou se... se... — começou a falar sem parar.— Fique calma. — A abracei. — Pensei em contratar alguém para me ajudar.— Sabe que eles não vão aceitar qualquer um, né?! E o que isso tem a ver com o que aconteceu no banheiro?— Tirando que ele me deu um or
LizEra quase nove da manhã quando acordei. Hoje era a despedida de solteira da Sam e tinha que ajudá-la nos preparativos finais.Ergui-me, fiz minha higiene pessoal, vesti um short jeans preto, uma regata rosa e um Keds preto. Enquanto passei meu café, fiz umas torradas e preparei um bolo de caneca.Sentei no sofá e apreciei o meu café da manhã, aproveitando a vista da janela da sala.Fiquei pensando na proposta do Henry, no Martin e no quanto ele estava me fazendo bem...Também pensei na morte dos meus pais, se realmente foi proposital ou sei lá o quê.Não sabia exatamente em quem confiar, e sentia saudades da minha antiga vida.Saí do meu devaneio quando a campainha tocou. Achei estranho, pois o porteiro não me avisou nada.Fui até a porta, e quando abri era o Patrick. Pela primeira vez, ele estava todo despojado. Das outras vezes em que eu o vi, ele sempre usava terno, mas agora vestia um calção de pano mole, marrom, e uma camiseta florida com o fundo branco, além de sandálias ma
Liz— Olha, Henry... — Olhou-me e sentou no lugar que eu tinha indicado. — Você veio aqui para conversar comigo ou para interrogar meus convidados?— Precisamos conversar! — Fitou-me.— Que bom! — Dei um meio sorriso para o Henry. — Antes vamos terminar o nosso café — disse, voltando a olhar o Patrick, que estava mais branco que uma folha de papel.— Preciso ir, Liz, tenho alguns assuntos pra resolver! — Pegou o celular do bolso e encarou o visor.Tinha certeza de que ele estava mentindo, e que a presença do Henry o deixava nervoso.— Aconteceu alguma coisa?— Problemas no serviço.— Tudo bem, então. — Ele se levantou. — Te acompanho até a porta.— Não precisa.— Que isso, faço questão! — Henry segurou minha mão quando ameacei levantar, e lancei-lhe um olhar mortal.— Até a próxima — Patrick falou, indo em direção à porta.— Obrigada pela toscana — gritei antes que ele desaparecesse do meu campo de visão. — Quer café? — perguntei para o Henry, que apenas fez sinal negativo com a cabeç
Liz— O que você me diz, Liz? — Ana perguntou ansiosa.Algumas horas atrás, Sam nos buscou de carro para vir ver como vai a decoração e mais algumas coisas.— O quê? — No mundo da lua de novo? — Ana riu. — Sobre os gogos boys, será que a Sam vai gostar?Sim, eu estava no mundo da lua, um que se chamava Henry McNight. Estava pensando sobre a sua proposta. Não sabia se devia aceitar, mas sabia que estava com saudades dos seus toques, carícias e da maneira como transávamos ou fazíamos amor. Ele era o meu estresse e minha calmaria ao mesmo tempo.Só queria que ele fosse menos confuso e mais verdadeiro. Tinha momentos que acreditava que ele me amava, já em outros não.— O que vocês estão cochichando? — Saí do meu transe quando a Sam chamou nossa atenção.Ela estava com a moça que faria a decoração, da despedida de solteira que acabou se tornando um chá de lingerie com gogos boys. Estávamos no salão onde iria acontecer a festa, e vimos que nos fundos dele foi montado um bar. Toda a decor
LizApós uns minutos que os meninos foram embora, continuávamos nos divertindo no karaokê, mas agora só as garotas.July, que era prima da Sam, estava cantando Love On Top, Beyoncé, e estava chocada com o quanto a voz dela era muito linda.— Depois dela é a gente — Ana gritou, bem alegre. — Vamooooos! — Puxou-me pelo braço e fomos em direção ao palco.Ela tentou colocar outra música, e não sabia bem qual era. Não conseguia ler, só acabei descobrindo qual era quando começou a tocar. Era a Tutu, Camilo com Pedro Capó. Aquela música me lembrava de Nova Iorque, e eu e o Petter sempre cantávamos quando ele me levava para a faculdade.Depois do karaokê, Sam abriu seus presentes e tomamos mais algumas doses de tequila. A noite era maravilhosa. Já era quase uma da manhã quando decidimos ir embora, e precisava confessar que estava exausta.— Obrigada por tudo, meninas. — Sam nos abraçou, animada. — Nos vemos amanhã? — Ainda não sei. — Ela arqueou uma das suas sobrancelhas e colocou uma das m
— Podemos falar de outras coisas. — Ele ficou me olhando por algum tempo.Liz— Como o quê?— Não sei, sua infância, ou, sei lá... — Ele riu. — Só sei que você dá aula de Direito Civil e é da máfia. Fora essas coisas, não sei mais nada sobre você — terminei de falar em um fôlego só, e começamos a comer.Após finalizarmos nosso jantar em silêncio, ele não tentou nenhuma gracinha.— Já está tarde — disse, tirando a mesa. Olhei no visor do meu celular e vi que eram quase 3h da manhã.— Pode deixar aí, amanhã eu limpo — comentei.— Liz, quem é o seu vizinho? — Ele franziu o cenho ao perguntar.— O Patrick.— Patrick?— Sim, o amigo do John e seu também. — O maxilar dele travou. — Aconte...— Não, pode deixar que eu termino — ele me interrompeu, e, em seguida, estendeu as mangas da camisa, preparando-se para lavar a louça. — Vá descansar para o seu almoço de amanhã. — Estava de costas para mim. — Ou melhor, de hoje.Como ele sabia?— Você podia ter ficado com a boca fechada e ter tornado