LizTirando a visita surpresa do Henry, o restante da noite foi agradável na companhia do Martin. Fazia um pouco mais de uma hora que havíamos chegado da social da empresa que Martin prestava alguns serviços, estávamos bebendo vinho no meu apartamento.— Posso abrir? — Martin ergueu o envelope enquanto perguntava.— Você não está em horário de trabalho. — Sorriu sem graça.— Mas eu não me importo. — Dei de ombros.— Tudo bem. Vou pegar mais uma garrafa de vinho, então. — Me levantei do chão e fui para a cozinha, para pegar a última garrafa de vinho que tinha na geladeira. — E aí? — perguntei quando voltei e sentei ao seu lado no chão.— Ele quer te dar $500.000.000 para você desistir de entrar na máfia. — Fez uma pausa. — Como ele soube que você deseja fazer parte da máfia, sendo que ainda não fizemos nenhuma proposta?— Posso ter comentado em algum momento com a Sam, não sei exatamente. — Confessei. — E sobre a máfia, isso está fora de cogitação. — Martin me encarou.— Tem certeza?
LizA claridade em cima de mim me despertou. Podia ver que o sol estava lindo lá fora, e lembrei da conversa que tive com o Henry. Peguei meu celular para ver se ele tinha me respondido, mas seguia sem resposta.Porém, tinha uma mensagem da Sam.[Sam, hoje às 8h]: Amiga, mudança de planos. Daqui meia hora passo para te buscar, temos SPA hoje.Levantei e fiz minha higiene pessoal, além de colocar um vestido amarelo todo solto.Preparei o meu café, e assim que me sentei para apreciá-lo me lembrei da última vez que havia falado com Sandra e o Petter, que em breve estariam na Itália. Sandra se ofereceu pra ficar comigo, independente da minha decisão, sai do meu devaneio quando a campainha tocou. Achei estranho, já que ninguém tinha me ligado da portaria para liberar. Assim que abri a porta, o porteiro me entregou um buquê de cravos amarelos.— Grazie [Obrigada]! — Essa era uma das poucas palavras que eu sabia falar em italiano. Ele apenas sorriu e saiu.Tinha um cartão.
HenryDepois que decidi me afastar da Liz, fiquei com um buraco no meu peito. Eu estava evitando-a a todo momento, por mais que o meu corpo pedisse o contrário. Ela não estava morando muito longe, e teve um dia que fiquei tentado em ir visitá-la. Precisava de um pretexto, então pensei em fazer um acordo em que ela desistia do divórcio e eu deixava ela me ajudar a comandar a máfia, já que aquilo era tudo o que ela desejava.Fiquei receoso no dia que fui ao apartamento dela e vi o Patrick lá, pois imaginava que estava tramando alguma coisa.Precisava manter ela longe de mim e dele, não queria que ela sofresse mais do que já estava sofrendo.Eu já sabia que ela tinha conhecido um advogado, e ele até que era bem de vida, com uma ficha impecável, tirando a sua ex-esposa, que infernizou a sua vida. Pesquisei tudo sobre ele, então seria justo eu sair do caminho deles e deixá-los aproveitarem.Só que tudo mudou no dia em que fui à casa dela com a proposta e ele estava lá. Ela encontrava-se d
*** Liz ***Bebemos vinho e iniciamos uma conversa sobre coisas aleatórias. Percebi que Martin não tirava seus olhos de cima de mim, e toda vez que olhava para o Henry, ele estava me fuzilando.— O jantar já está servido! — Morgana falou, aparecendo na entrada da sala.Ela era a governanta e tinha os cabelos grisalhos e a pele negra. Era baixinha e possuía cara de brava, mas era só a cara, pois era um amor. Se eu pudesse, levava ela e a Sandra para morarem comigo.Seguimos em direção à sala de jantar, com Sam e Hendrick indo na frente, seguidos do senhor Rodolfo, da Ana, do Pedro, da loira siliconada, do Martin e do Henry logo atrás de mim. Fiquei surpresa por ele não tentar nenhuma gracinha.Após poucos minutos, o prato de entrada foi servido. Eram canapés em uma base com pão torrado, uma geleia vermelha e um creme branco que eu não sabia bem o que era.Fiquei entretida ao ver como a Sam e Hendrick se tratavam. Eles realmente estavam apaixonados, e fiquei muito feliz por eles. Daqui
LizApós um tempo, Henry sumiu com a tal da Mandy, e Pedro e Ana voltaram para o hotel que estavam hospedados.Eu estava na cozinha com a Sam, guardando as taças, e o Hendrick conversava com o Martin na sala.— Vai me contar o que aconteceu no banheiro? — Merda, Sam! — falei num tom de brincadeira. — Achei que você já tinha esquecido. — Ela riu.— Fala!— Eu quero a metade da máfia...— Por quê?— Eu não sei. — Respirei fundo. — Na verdade, sabia sim, eu quero dar o troco nele.— Mas você não sabe o que fazer, e nem ao menos administrar essas coisas. — Eu sabia que era verdade. — E olha que quase te mataram, e ainda nem sabemos o motivo disso...— Eu sei, eu sei! — rebati, impaciente.— E se você morrer? E se fizerem alguma emboscada? Ou se... se... — começou a falar sem parar.— Fique calma. — A abracei. — Pensei em contratar alguém para me ajudar.— Sabe que eles não vão aceitar qualquer um, né?! E o que isso tem a ver com o que aconteceu no banheiro?— Tirando que ele me deu um or
LizEra quase nove da manhã quando acordei. Hoje era a despedida de solteira da Sam e tinha que ajudá-la nos preparativos finais.Ergui-me, fiz minha higiene pessoal, vesti um short jeans preto, uma regata rosa e um Keds preto. Enquanto passei meu café, fiz umas torradas e preparei um bolo de caneca.Sentei no sofá e apreciei o meu café da manhã, aproveitando a vista da janela da sala.Fiquei pensando na proposta do Henry, no Martin e no quanto ele estava me fazendo bem...Também pensei na morte dos meus pais, se realmente foi proposital ou sei lá o quê.Não sabia exatamente em quem confiar, e sentia saudades da minha antiga vida.Saí do meu devaneio quando a campainha tocou. Achei estranho, pois o porteiro não me avisou nada.Fui até a porta, e quando abri era o Patrick. Pela primeira vez, ele estava todo despojado. Das outras vezes em que eu o vi, ele sempre usava terno, mas agora vestia um calção de pano mole, marrom, e uma camiseta florida com o fundo branco, além de sandálias ma
Liz— Olha, Henry... — Olhou-me e sentou no lugar que eu tinha indicado. — Você veio aqui para conversar comigo ou para interrogar meus convidados?— Precisamos conversar! — Fitou-me.— Que bom! — Dei um meio sorriso para o Henry. — Antes vamos terminar o nosso café — disse, voltando a olhar o Patrick, que estava mais branco que uma folha de papel.— Preciso ir, Liz, tenho alguns assuntos pra resolver! — Pegou o celular do bolso e encarou o visor.Tinha certeza de que ele estava mentindo, e que a presença do Henry o deixava nervoso.— Aconteceu alguma coisa?— Problemas no serviço.— Tudo bem, então. — Ele se levantou. — Te acompanho até a porta.— Não precisa.— Que isso, faço questão! — Henry segurou minha mão quando ameacei levantar, e lancei-lhe um olhar mortal.— Até a próxima — Patrick falou, indo em direção à porta.— Obrigada pela toscana — gritei antes que ele desaparecesse do meu campo de visão. — Quer café? — perguntei para o Henry, que apenas fez sinal negativo com a cabeç
Liz— O que você me diz, Liz? — Ana perguntou ansiosa.Algumas horas atrás, Sam nos buscou de carro para vir ver como vai a decoração e mais algumas coisas.— O quê? — No mundo da lua de novo? — Ana riu. — Sobre os gogos boys, será que a Sam vai gostar?Sim, eu estava no mundo da lua, um que se chamava Henry McNight. Estava pensando sobre a sua proposta. Não sabia se devia aceitar, mas sabia que estava com saudades dos seus toques, carícias e da maneira como transávamos ou fazíamos amor. Ele era o meu estresse e minha calmaria ao mesmo tempo.Só queria que ele fosse menos confuso e mais verdadeiro. Tinha momentos que acreditava que ele me amava, já em outros não.— O que vocês estão cochichando? — Saí do meu transe quando a Sam chamou nossa atenção.Ela estava com a moça que faria a decoração, da despedida de solteira que acabou se tornando um chá de lingerie com gogos boys. Estávamos no salão onde iria acontecer a festa, e vimos que nos fundos dele foi montado um bar. Toda a decor