LizA mesa é de oito lugares, a cozinha é enorme. Ele está sentado em um lado da mesa e eu do outro. — Espere. — Ele fala assim que me levanto da mesa e volto a me sentar. — Petter saiu. — Ele me olha fixamente. — Vou te levar. — Não! — Por impulso me levanto da cadeira. — Não estou pedindo sua permissão! — Ele simplesmente volta a ler o seu jornal. — Você não pode fazer isso comigo. — O desespero começa a me invadir. — Ninguém sabe que sou casada. — E por que não? — Ele parece surpreso, mas não deveria estar. — Não vamos entrar nessa discussão novamente! — Meu sangue já está fervendo de tão nervosa que estou. — Liz, me desculpa! — Desculpa? Você acha que me pedir desculpas vai resolver alguma coisa? — O que você quer que eu faça? — Nesse momento ele se levanta e caminha em minha direção. — Não se aproxima! — Não quero ter uma recaída como na noite passada, eu sei que se me entregar a ele, estarei perdida, pois pertencerei apenas a ele. — Por que, Liz? — Nesse momento ele
HenryUm turbilhão de emoções me invade quando descubro que a Liz é minha esposa. Ela é a mulher por quem me apaixonei e, ao mesmo tempo, a mulher que desejo me divorciar, pelo menos era o que eu queria. Suas palavras são como um tapa no meu rosto, não imaginava que eu tinha a machucado tanto assim. Devia pelo menos ter ido visitá-la ou sei lá. Ela pega a sua camisola e sobe. Continuo ali, parado e pensando na merda que eu havia feito. Não devia ter aceitado aquele contrato que, se não fosse pelo Eric, eu nunca teria assinado. Subo atordoado para o meu quarto. Percebo que o quarto dela fica ao lado do meu, e daqui consigo ouvir o seu choro. Droga, Henry! Bato a porta com tudo. Sandra realmente o deixou do jeito que gosto, ele é uma suíte tem uma hidro, meu closet é quase do tamanho do quarto de hóspedes. Minha cama é uma, king size, tem um lençol na cor azul com branco, as cores do quarto são cinza com branco e tem uns nichos com umas fotos dos meus pais. Já faz anos que meu pai não
Henry— Henry! — Hendrick vem ao meu encontro, percebo que ele está chorando. — Como ele está? — O estado dele é grave. — Ele faz uma pausa. — Ele está em coma. — Já estão atrás do Patrick? — Ele está em Nova York. Se realmente foi ele, alguém está nos traindo! — Comece a investigação agora mesmo. Quero câmeras em todas as salas daquele prédio, agora mesmo! — Falo olhando na direção da Andressa. Ela apenas assente com a cabeça e sai. Andressa treinou comigo e com o Eric quando entramos na máfia e, por mais que cuide da parte administrativa, ela tem que saber como se proteger contra o inimigo. Ela é linda, ruiva, com umas sardas que a deixam muito charmosa, cabelo curto, aqueles cortes chanel de bico, que realça muito bem a sua beleza. Ela deve ter 1,75 de altura, parecendo uma modelo, com o corpo muito bem desenhado, mas sempre a tive como uma irmã, nunca a olhei com outros olhos. Mas Hendrick é apaixonado por ela. Ele sempre foi tímido quando se tratava de mulheres, mas só com a
LizJá tem um pouco mais de um mês que o Henry foi embora. Nem a Sandra sabe dele. Aquele dia na faculdade, ele saiu para atender o telefone e nunca mais voltou. Chorei por dias. Poderia até parecer clichê, mas até cheguei a pensar que só queria tirar a dúvida se eu era ou não virgem. Nunca imaginei que, me entregando assim, eu poderia ficar tão mal. No começo, tinha me sentido usada, mas agora, não consigo sentir raiva dele… tantas coisas estavam passando em minha mente. Então encontrei Patrick na faculdade e disse que queria lecionar lá. No começo, não me parecia ser uma boa pessoa, só que agora era quem estava me ajudando. Conversamos todos os dias por mensagem. Me disse que morava na Alemanha, até me convidou para conhecer seu país. Me contou também que o seu pai morreu recentemente e que ele busca vingança por sua morte. Esquecia do Henry quando estávamos juntos e até fomos jantar um dia desses. Fazia tempo que não me sentia leve desse jeito. Ele até tentou me beijar, mas não de
LizRealmente estava com saudades, mas, no fundo, ele mereceu! As lembranças me revisitaram: Henry sumiu por mais de um mês e não me deu notícias, agora veio e disse que está com saudades. — Você está bem? — Ana perguntou aos gritos devido ao som alto. — Estou! — Respirei fundo. — Vou para casa! Henry continuou paralisado. — Vamos com você! — Sam se aproximou. — Não precisa meninas, vou pedir um Uber. — Tem certeza? — Pedro perguntou enquanto ele fuzilava Henry com os olhos. — É claro que sim, aproveitem. — Avisa quando chegar. Apenas concordei com a cabeça e elas me abraçaram. Segui em direção a saída, mas Henry apareceu logo atrás. — Liz! Me perdoa — pediu assim que saímos da boate. Não respondi nada, apenas peguei o meu celular e comecei a procurar o aplicativo do Uber. Minha visão já estava ficando turva. — Estou falando com você. — Ele pegou o celular da minha mão e me puxou pelo braço até o outro lado da rua onde estava o seu carro. Não protestei, apenas o acompanhe
LizAcordei com a claridade que vinha da janela. Sentia um peso sobre minha cintura e, quando olhei para o lado, vi que Henry ainda dormia e que estávamos dormindo de conchinha. Seu retorno não era apenas um sonho, ele voltou mesmo e fizemos amor. Observei ao meu redor, vendo as nossas roupas espalhadas pela sala. Cada detalhe da noite passada ficou passando como um filme em minha mente. Meu único medo era ele sumir outra vez sem me avisar. Ouvi meu celular tocando e saí do seu abraço com cuidado. Andei, pela sala, pegando minhas roupas, e encontrei o meu celular atrás do sofá. Olhei no visor, e vi que era a Ana me ligando. — Oi, Ana. — Liz, você está bem? — Sim, eu estou. — O que foi aquele tapa que você deu no senhor McNight? — Sabia que sua curiosidade ia além das minhas expectativas. — Ele me assustou, não deveria ter chegado assim do nada — minto. — Eu beijaria aquela boca carnuda. — Ana! — repreendi, ainda mais por se sentir atraída pelo meu marido. — Tá bom, Liz. Sei qu
Liz— Liz? — Henry me chamou enquanto preparava o molho da lasanha.— Oi? — Estávamos na cozinha e eu lavei a louça enquanto ele cozinhava.— Eu te amo. — Eu não me cansava de ouvir suas declarações. — Podemos fazer uma festa de casamento, o que acha?— Acho que já está na hora de conversarmos. — Ele colocou a lasanha no forno e ficou ao meu lado na pia.— Pode falar! — Ele me empurrou com a bunda e ligou a torneira para lavar as mãos.— Sobre eu morar aqui, continua sendo muito cedo, por mais que sejamos casados. — Ele desligou a torneira e pegou o pano que estava no meu ombro para secar as mãos. — E ainda não quero que ninguém da faculdade fique sabendo.— Por quê?— Sempre falei que era solteira e agora do nada chego e falo que sou casada? E que ele ainda é professor da faculdade...— E delegado — me interrompeu.— O quê?— Sou delegado substituto, o delegado está afastado por tempo indeterminado.— O que mais devo saber sobre você?— Você já sabe o suficiente! — Ele me puxou pela c
HenryNa Itália, alguns dias atrás— Como ele desapareceu, eu aceitei me casar com a menina, e nunca tinha a visto na minha vida. Sandra sempre me contava como ela estava e tudo mais. Então eu voltei para Nova York, Thiago me colocou como o seu substituto na delegacia e na faculdade, e quando eu a vi pela primeira vez, meu coração parou. Percebi que era amor. — Fiz uma pausa e meu irmão arqueou uma das sobrancelhas. — Sim, Hendrick. Eu estou amando mais uma vez.— Então volte para ela, não deixe o idiota do Patrick no caminho.— E o papai?— Eu cuido das coisas aqui, sabe que eu sempre cuidei.— Por isso que eu te coloquei nesse posto, não existe pessoa melhor que você para ocupá-lo.— Sabe que existe, sim, irmãozinho. — Hendrick fez uma pausa. — Sabe muito bem que essa pessoa é você!— Hendrick...— Vai logo antes que eu mude de ideia — me interrompeu antes que terminasse de falar. — Andressa já preparou o seu jatinho.— Obrigado, irmão. — Nos abraçamos.Segui para o prédio da máfia,