LizJá tem um pouco mais de um mês que o Henry foi embora. Nem a Sandra sabe dele. Aquele dia na faculdade, ele saiu para atender o telefone e nunca mais voltou. Chorei por dias. Poderia até parecer clichê, mas até cheguei a pensar que só queria tirar a dúvida se eu era ou não virgem. Nunca imaginei que, me entregando assim, eu poderia ficar tão mal. No começo, tinha me sentido usada, mas agora, não consigo sentir raiva dele… tantas coisas estavam passando em minha mente. Então encontrei Patrick na faculdade e disse que queria lecionar lá. No começo, não me parecia ser uma boa pessoa, só que agora era quem estava me ajudando. Conversamos todos os dias por mensagem. Me disse que morava na Alemanha, até me convidou para conhecer seu país. Me contou também que o seu pai morreu recentemente e que ele busca vingança por sua morte. Esquecia do Henry quando estávamos juntos e até fomos jantar um dia desses. Fazia tempo que não me sentia leve desse jeito. Ele até tentou me beijar, mas não de
LizRealmente estava com saudades, mas, no fundo, ele mereceu! As lembranças me revisitaram: Henry sumiu por mais de um mês e não me deu notícias, agora veio e disse que está com saudades. — Você está bem? — Ana perguntou aos gritos devido ao som alto. — Estou! — Respirei fundo. — Vou para casa! Henry continuou paralisado. — Vamos com você! — Sam se aproximou. — Não precisa meninas, vou pedir um Uber. — Tem certeza? — Pedro perguntou enquanto ele fuzilava Henry com os olhos. — É claro que sim, aproveitem. — Avisa quando chegar. Apenas concordei com a cabeça e elas me abraçaram. Segui em direção a saída, mas Henry apareceu logo atrás. — Liz! Me perdoa — pediu assim que saímos da boate. Não respondi nada, apenas peguei o meu celular e comecei a procurar o aplicativo do Uber. Minha visão já estava ficando turva. — Estou falando com você. — Ele pegou o celular da minha mão e me puxou pelo braço até o outro lado da rua onde estava o seu carro. Não protestei, apenas o acompanhe
LizAcordei com a claridade que vinha da janela. Sentia um peso sobre minha cintura e, quando olhei para o lado, vi que Henry ainda dormia e que estávamos dormindo de conchinha. Seu retorno não era apenas um sonho, ele voltou mesmo e fizemos amor. Observei ao meu redor, vendo as nossas roupas espalhadas pela sala. Cada detalhe da noite passada ficou passando como um filme em minha mente. Meu único medo era ele sumir outra vez sem me avisar. Ouvi meu celular tocando e saí do seu abraço com cuidado. Andei, pela sala, pegando minhas roupas, e encontrei o meu celular atrás do sofá. Olhei no visor, e vi que era a Ana me ligando. — Oi, Ana. — Liz, você está bem? — Sim, eu estou. — O que foi aquele tapa que você deu no senhor McNight? — Sabia que sua curiosidade ia além das minhas expectativas. — Ele me assustou, não deveria ter chegado assim do nada — minto. — Eu beijaria aquela boca carnuda. — Ana! — repreendi, ainda mais por se sentir atraída pelo meu marido. — Tá bom, Liz. Sei qu
Liz— Liz? — Henry me chamou enquanto preparava o molho da lasanha.— Oi? — Estávamos na cozinha e eu lavei a louça enquanto ele cozinhava.— Eu te amo. — Eu não me cansava de ouvir suas declarações. — Podemos fazer uma festa de casamento, o que acha?— Acho que já está na hora de conversarmos. — Ele colocou a lasanha no forno e ficou ao meu lado na pia.— Pode falar! — Ele me empurrou com a bunda e ligou a torneira para lavar as mãos.— Sobre eu morar aqui, continua sendo muito cedo, por mais que sejamos casados. — Ele desligou a torneira e pegou o pano que estava no meu ombro para secar as mãos. — E ainda não quero que ninguém da faculdade fique sabendo.— Por quê?— Sempre falei que era solteira e agora do nada chego e falo que sou casada? E que ele ainda é professor da faculdade...— E delegado — me interrompeu.— O quê?— Sou delegado substituto, o delegado está afastado por tempo indeterminado.— O que mais devo saber sobre você?— Você já sabe o suficiente! — Ele me puxou pela c
HenryNa Itália, alguns dias atrás— Como ele desapareceu, eu aceitei me casar com a menina, e nunca tinha a visto na minha vida. Sandra sempre me contava como ela estava e tudo mais. Então eu voltei para Nova York, Thiago me colocou como o seu substituto na delegacia e na faculdade, e quando eu a vi pela primeira vez, meu coração parou. Percebi que era amor. — Fiz uma pausa e meu irmão arqueou uma das sobrancelhas. — Sim, Hendrick. Eu estou amando mais uma vez.— Então volte para ela, não deixe o idiota do Patrick no caminho.— E o papai?— Eu cuido das coisas aqui, sabe que eu sempre cuidei.— Por isso que eu te coloquei nesse posto, não existe pessoa melhor que você para ocupá-lo.— Sabe que existe, sim, irmãozinho. — Hendrick fez uma pausa. — Sabe muito bem que essa pessoa é você!— Hendrick...— Vai logo antes que eu mude de ideia — me interrompeu antes que terminasse de falar. — Andressa já preparou o seu jatinho.— Obrigado, irmão. — Nos abraçamos.Segui para o prédio da máfia,
HenryApós alguns anos, ela resolve aparecer assim, do nada.— Continua aí? — Saí do meu devaneio quando ouvi Kevlin me chamando no outro lado da linha.— Estou!— Vamos nos encontrar. Tenho informações importantes para te passar.— Do que está falando?— Do Eric...— O quê?— Às 10h, no shopping central — avisou e desligou em seguida.***Voltei para casa e Liz continuava dormindo. Tomei um banho no meu quarto para não a acordar. Coloquei o meu terno azul-marinho, penteei o cabelo para trás, passei o meu perfume Invictos e vou ao outro quarto de me despedir de Liz.Ela ainda dormia, parecendo um anjo, então dei um beijo em sua testa e deixei um bilhete.Desci e tomei café com a Sandra.— Aconteceu alguma coisa? — Sandra sabia que tinha algo de errado.— Kevlin voltou.— Não! — Sandra colocou as mãos na boca quando falei sobre a sua volta. — Não pode ser, Henry!— Espero que Patrick não esteja no meio disso tudo.— E você vai ver ela?— Sim! Ela me disse que tem informações sobre o Eri
HenrySaio do meu transe quando meu celular toca.Olho no visor é a Sandra. Droga, tinha me esquecido que ia almoçar com a Liz.— Sandra?— Meu menino, você vai almoçar em casa?— Já estou a caminho, avisa a Liz que já estou indo.— Ela ainda não chegou.— Como assim? Petter não foi buscá-la?— Sim, mas até agora não chegaram.— Ok, vou ligar para ele. Até. — Desligo sem esperar por sua resposta.Disco rapidamente o número do Petter e ele atende no segundo toque.— Onde vocês estão?— No shopping central, senhor.— Qual parte?— Eu estou no estacionamento aguardando a senhora McNight, ela foi numa loja, disse eu ia comprar uma roupa... — Ele começa a gaguejar.— Porra! Não acredito. ***LizPorra, Henry!Apresso meus passos, minha mente já está ficando turva, mas sem querer eu me esbarro em alguém e acabo derramando todo o meu suco.— Liz. — Não acredito que é ele.É o Patrick, ainda bem a pessoa em quem esbarrei que é alguém que eu conheço.— Você está bem, Liz? — Ele me ajuda a leva
LizA cozinha também é pequena, os armários são todos na cor marrom, a geladeira de inox, o que tira a simplicidade da decoração. O fogão é a lenha, a mesa de madeira, e a junção de todas essas coisas deixa esse lugar muito aconchegante.Abro a geladeira e tem um bolo de chocolate, suco de laranja e uma lasanha congelada.É claro que vou direto para o bolo.Abro uma das gavetas e pego uma faca, corto um pedaço generoso. Está maravilhoso, quem fez tem mãos de fada.— Não imaginava estar com tanta fome assim. — Henry fala assim que entra na cozinha. — Vai me contar o que foi aquela cena no shopping? — Ele fala em tom de autoridade.— Quem tem que me dizer o que foi aquela cena no shopping, é você, senhor McNight! — Retribuo o mesmo tom de autoridade.— Do que você está falando, Liz? — Ele parece não entender e se senta do lado oposto da mesa. A distância entre nós é pequena, já que a mesa é bem pequena.— Me poupe, Henry. — Falo enquanto procuro um copo nos armários. — A sua direita. —