HenryNa Itália, alguns dias atrás— Como ele desapareceu, eu aceitei me casar com a menina, mas nunca tinha visto a garota na minha vida. Sandra sempre me contava como ela estava e tudo mais. Então, eu voltei para Nova Iorque, e Thiago me colocou como o seu substituto na delegacia e na faculdade, e quando a vi pela primeira vez, meu coração parou. Percebi que era amor. — Fiz uma pausa e meu irmão arqueou uma das sobrancelhas. — Sim, Hendrick. Eu estou amando mais uma vez.— Então volte para ela, não deixe o idiota do Patrick no caminho.— E o papai?— perguntou surpreso.— Eu cuido das coisas aqui, sabe que eu sempre cuidei.— Por isso que eu te coloquei nesse posto, pois não existe pessoa melhor que você para ocupá-lo.— Sabe que existe, sim, irmãozinho. — Hendrick fez uma pausa. — Sabe muito bem que essa pessoa é você!— Hendrick...— Vai logo antes que eu mude de ideia — me interrompeu antes que terminasse de falar. — Andressa já preparou o seu jatinho.— Obrigado, irmão. — Nos abr
HenryDurante o jantar, fiz o pedido, e claro que ela aceitou. De longe, percebi que Kevlin nos lançava um olhar atravessado. E, como sempre, a ignorei, pois a comemoração estava fluindo muito bem.Ketlin sumiu por alguns minutos e resolvi ir atrás dela. Procurei nos banheiros e não a encontrei. Decidi, então, ir até os quartos, pois ela poderia muito estar exausta com aquilo.Comecei a olhar de quarto em quarto, até que, enfim, cheguei no meu quarto e ouvi uns gemidos. Como a porta estava apenas encostada, consegui ver Ketlin trepando com o Patrick. Fiquei petrificado com aquela cena. Eu esperaria aquilo da Kevlin, não dela.— Tem certeza de que você vai se casar com aquele idiota? — Patrick perguntou entre os gemidos.— Sabe que estou sendo obrigada — respondeu entre os gemidos também.Meu mundo desmoronou naquele momento. Ela dizia que me amava, como podia mentir tão bem?— Vamos fugir, ainda deu tempo. — Depois que o meu pai conseguir o que quer, podemos ficar juntos.Fiquei por
HenryDecidi ligar para o Hendrick.— Hendrick, como nosso pai está?— Estava preocupado.— Ele está apresentando sinais de melhora. — Ele fez uma pausa. — O que aconteceu?— Kevlin está em Nova Iorque e me disse que tem notícias sobre o Eric — redargui.— Isso pode ser uma emboscada, irmão. —Disse desconfiado.— Eu sei, mas tenho que arriscar. Ela quer me encontrar no shopping central. — Estava pensativo, pois se fosse mesmo uma emboscada, ela não iria me convidar a um lugar público.— Shopping?— Sim!— Isso não está certo. — Ele parecia temoroso.— Recebi um envelope com uma foto do Eric todo sujo, cheio de hematomas, barbudo e cabeludo, amordaçado e com os braços amarrados para trás.— Alguma pista do lugar?— Hendrick estava aflito.— Não sei, mas tenho quase certeza de que me lembro desse lugar da nossa infância.— Não creio. — Hendrick estava tão surpreso quanto eu.— Vou enviar as cópias das gravações da delegacia, e peça para nossa equipe investigar, espero que possamos encontr
LizPorra, Henry!Apressei meus passos. Minha mente já estava ficando turva, mas sem querer esbarrei em alguém e acabei derramando todo o meu suco.— Liz. — Não acreditava que era ele.Era o Patrick. Ainda bem que a pessoa em quem esbarrei era alguém que eu conhecia.— Você está bem, Liz? — Ele me ajudava a levantar.— Estou sim, apenas molhada. — Acabei me molhando devido ao suco, e Patrick molhou mais os sapatos e a barra da sua calça social.— Tem certeza? — Não aguentava quando ele me perguntava aquilo e começava a chorar.— Liz! — Ele me puxou em seus braços e me abraçou, e minha mente trouxe à tona o beijo do Henry e da loira, que podia não ter sido demorado, mas, de qualquer jeito, ele me traiu.Nunca o tinha traído, e algumas horas atrás, ele dizia que me amava...— Desculpa — falei assim que consegui amenizar o meu choro.— Não tem problema. — Ele secou meu rosto. — Obrigada. — Naquele momento, agradeci a um senhor da limpeza do shopping que veio secar onde estava molhado de
LizChegamos ao estacionamento e ele me jogou para dentro do seu carro. Em seguida, travou a minha porta, e em questão de segundos já estava sentado no banco do motorista, arrancando com o carro.— Coloca a merda do cinto! — O ignorei e ele começou a acelerar.— Henry? — Tentei me controlar, chamando por ele.— Coloca a porra do cinto! — Ele não parava de acelerar.— Henry... — Minha voz saía em um sussurro.— Agora não, Liz, agora não! — Ele apertou as mãos no volante e não desviou os olhos da estrada. Coloquei o cinto e ele deu uma diminuída na velocidade.Ele não seguiu nem para minha e nem para a casa dele, estava indo em direção ao litoral. Para onde ele está indo?— Se segura — Henry disse quando entrou em outra estrada estreita.— O que você está fazendo? — Estava apavorada.— Tem alguém nos seguindo. — Olhei para trás e vi um carro preto enorme nos seguindo.— O que eles querem?— Eu não sei!— Henry, tô com medo. — Ele olhou para mim, mas não disse nada.Ele continuou acelera
Liz Você tem irmão? — Nunca tinha parado para pensar que ele tinha uma família. Claro que tinha visto os quadros em sua casa, mas nunca perguntei nada. Ele tinha me falado sobre o seu pai, aliás, só tinha me dito que ele estava em coma e não tocamos mais no assunto. — Que emboscada? — Ele me fitou. — Que merda, Henry! Você pode me falar o que está acontecendo?— Não, não posso. — De volta com essa história. — Virei em direção à porta da cozinha. — Vou embora daqui.Henry deu um pulo da cadeira e me puxou pelo braço.— Liz, se eu te contar, eles podem te matar — suspirou fundo. — E eu não posso te perder, não consigo imaginar a minha vida sem você.Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.Henry me puxou para o seu abraço.— Prometo que na hora certa, você vai saber de tudo — comentou, erguendo o meu queixo e me beijando.Senti tanto carinho e ternura em seu beijo...Não me cansava de beijá-lo, sempre sentia borboletas na barriga.— Te amo, Liz!— Também te amo, Henry! — Ele fez uma cara
LizAcordei com a claridade que vinha apenas de uma direção da janela, por ela ser de madeira. Levantei e troque de roupa, indo até o banheiro e me olhando no espelho, percebendo que minha cara estava horrível. Lavei o meu rosto e encontrei uma escova de dente na embalagem no armário. A abri e escovei meus dentes.Depois que terminei minha higiene, respirei fundo e desci, indo direto para a cozinha, pois estava com fome.Quando entrei na cozinha, Henry estava de costas para mim, olhando pela janela. Ele tomava alguma coisa. Estava com o seu terno preto, cabelo penteado para trás, e seu cheiro dominava o ambiente.— Foco, Liz! — Meu subconsciente me reprimiu.— Preparei café. — Ele continuava olhando pela janela enquanto falava.Continuei em silêncio.— Em dez minutos, ou menos, a nossa carona chega — falou e se virou. — Coma alguma coisa! — Sua voz era autoritária.— Vá à merda! — falou, sustentando o seu olhar.Ele deu um sorriso sem graça.— Eu quero o divórcio! — Pareceu surpreso
LizAcordei com a claridade da luz em cima de mim.Olhei em volta e percebi que estava em um hospital. Droga! Sandra estava sentada ao meu lado. Na verdade, ela estava dormindo. Olhei pela janela do quarto e percebi que era noite.Quando fitei meu próprio corpo, vi que estava tomando algum tipo de medicação na veia.Ouvi um barulho na porta e fechei meus olhos rapidamente.Só pelo cheiro do perfume, já sabia que era ele.— Meu menino... — seu tom de voz era de preocupação.— O médico disse que ela está bem e que a qualquer momento pode acordar.— Já se passaram dois dias.— Deve ser o trauma, meu menino. — Ouvi Henry suspirar.— Quando ela acordar, me avise.— Pode deixar, direi a ela que esteve aqui.— Não, não diga nada, fale somente que você e o Petter a trouxeram.— Como você preferir.Você é um idiota, Henry! Um idiota! Te odeio!***Já tinha duas semanas que tudo aconteceu, e hoje retornei à faculdade.Decidi ficar em casa esses dias, me recuperando. Não perguntei nada para San