LizAs crianças estavam crescendo, Bella com 12 anos e Jenny com quase 11 anos já falavam 4 idiomas e faziam balé. Tefo e Dante adoravam jogar bola. Já a minha Donna, ela adorava escrever, com apenas 10 anos já escrevia um poema mais lindo que o outro, e ela também acompanhava a Bella no balé, e ela morria de ciúmes da amizade da Bella com a JennyNão ia negar que era uma mãe babona e muito orgulhosa.— Não vai chorar, Liz? — Henry perguntou. Estávamos em uma das apresentações de balé da Donna, e ela estava irradiante.Henry tirou um lenço do bolso do seu paletó e me entregou, aceitei.Olhei para o lado e o Petter fez a mesma coisa com a Sandra, que já borrou toda a sua maquiagem.Ela me olhou e sorriu, com orgulho da nossa menina.Dessa vez, a escola optou por fazer em um auditório, pois elas se saíram muito bem na última apresentação, e para variar eu estava toda derretida por ver que a minha pequena já uma mocinha.— Não, eu acho que não. — Ele riu e me abraçou.— Já falei que você
LizJá passava das nove da manhã, estava me trocando para tomarmos café. Dormi super bem. O nosso quarto era grande, tinha uma banheira de hidromassagem e a cama era super macia. Hendrick acertou na escolha do hotel.O café aqui era super reforçado e estava louca para provar o “pão de queijo”. E sim, ele era maravilhoso, muito gostoso.***— Menina, eu e o Petter vamos passear, vocês se importam? — Fazia pouco tempo que terminamos de tomar o café.— Claro que não San, podem aproveitar. — Dei um beijo na sua testa e entrou em um dos carros que alugamos.— Todos colocaram o cinto? — perguntei.— Sim — as crianças responderam.Saímos com o carro em direção a Paraisópolis. Nunca tinha ido em uma favela, na verdade, eu nunca imaginei o que poderia ser uma.Assim que chegamos na entrada, fomos barrados por uns homens armados. Acreditava que fossem seguranças, mas eles usavam roupas comuns: calção, regata, chinelo e muito cordão de ouro. Fiquei olhando tudo com atenção, junto das crianças. H
HenryFomos até a mesa e fizemos os nossos pratos. Nos sentamos e começamos a comer. Até que foi bem tranquilo, o Hendrick era alegre e animava todo mundo. Quando terminamos de comer, nós três fomos para um dos quartos e começamos a organizar data, horário, local, quantidade e preço da mercadoria.Hendrick me pagava tudo de uma vez e eu me sentia satisfeito com a venda. Tinha certeza de que ele iria pegar mercadoria mais vezes para abastecer aqui no Brasil, então podia garantir que uma parceria forte acabava de começar. Abri a porta do quarto e dei espaço para eles saírem.— Tu não pode ir embora sem antes conhecer a quebrada — Farinha falou.— Está falando de Paraisópolis? — Rio.— Tô — Farinha disse.— Tudo aqui é diferenciado, vale a pena conhecer — Hendrick declarou.— Vamos, então — sugeri.Avisei à Liz que nós iríamos sair para conhecer a favela e ela ficaria na chácara com a Emily e as crianças. Entrei no carro com o Farinha e Hendrick, ele deu partida enquanto conversávamos so
LizTem alguns dias que voltamos do Brasil. Que lugar maravilhoso! Fui em algumas praias e fiquei meio receosa, pois as brasileiras eram lindas, e não iria negar que eu e o Henry observamos todas, embora pudesse parecer engraçado da nossa parte.As crianças amaram, até queriam voltar lá mais vezes, mas não era bem assim. Por enquanto, eles só poderiam ir se estivéssemos juntos, caso contrário não.Estava indo ao shopping com as meninas e a Paola, Bella tinha uma festa do pijama com alguns coleguinhas da escola. Henry não estava querendo que ela fosse, não foi fácil convencê-lo.— Como a Jenny está? — perguntei, enquanto olhamos algumas vitrines.— Eu não sei, tem momentos que ela volta a ser a menina doce que eu criei, e depois se revolta do nada. Já pensei em colocar alguns seguranças, sabe? Apenas para cuidar mais dela.— Ela pode relutar no começo, assim como a Bella e alguns dias atrás.— Como assim?— Pois é. — Ri ao me lembrar. — Essa semana ela chegou e disse para o Henry que n
Liz— Sentiu a minha falta? — Henry perguntou.— Você não imagina quanto. — Me sentia mais leve e segura com ele por perto.— Vamos, meu amor — Vicente falou para Francesca.— É claro. — Ela nos olhou toda sorridente. — Até sábado?Eu e o Henry nos olhamos.— Sim, até — Henry afirmei.Francesca saiu andando na frente e Vicente foi logo atrás. Esperei até os dois ficarem bem distante.— Como eles conseguem?— Consegue o quê, minha ragazza? — Henry se sentou ao meu lado.— Se casar com alguém bem mais velho que ela, e viver sob ameaças — afirmei.— Ameaças?— Sim, o Vicente ameaça tirar os filhos dela, caso se separem — falei, indignada.— Ragazza, isso são negócios de família — Henry falou com a maior naturalidade.— Isso nunca vai acontecer com os nossos filhos.— Precisamos conversar sobre isso. — Ele me encarou.— Nem vem me dizer que os nossos filhos vão ter casamentos arranjados? — A essa altura, meu tom de voz já estava um pouco alterado.— Vicente nos fez uma proposta. — Só agor
HenryChegamos em casa depois da chuva tensa.— Nossa, irmãozinho. — Hendrick riu quando me viu entrando em casa. — Cunhadinha, não conseguiram escapar?— Está zombando de mim? — perguntei e lhe dei um abraço.— Me solta. — Ele riu.Larguei o Hendrick e puxei a Liz pelo braço para subimos as escadas correndo.Ainda estava pensando sobre a proposta do Vicente. Era muito tentadora, mas o futuro da minha Pipoca estava em jogo. Eu não queria isso, sabia que o meu destino e o da Liz também fora assim, mas no final de tudo tivemos sorte.— O que está acontecendo? — Hendrick perguntou assim que entrou em meu escritório.— Estou pensando na proposta do Vicente — falei e massageei as têmporas.— Você ainda não me contou sobre isso.— Ele quer que a Bella se case com o Thomas, aí poderemos expandir os negócios.— Esse cara é louco?— Também acho.— Você tentou argumentar? — Hendrick perguntou enquanto enchia os nossos copos de uísque.— De todas as maneiras possíveis, mas ele não se deixa conve
Liz— E quando você ia me contar sobre isso? — Caminhou até o banheiro e o acompanhei. — Anda, Henry, me responda.— Estou contando agora.— Para de ser sarcástico — rebati. — Faz quanto tempo que vocês estão seguindo e que ainda não conseguiram pegar?— Um tempo depois do seu sequestro.— E você escondeu todo esse tempo? — Parou na porta do banheiro e me encarou, eu estava furiosa. — E depois vem dizer que ainda somos um casal?— Do que você está falando?— Henry. — Coloquei as duas mãos na cabeça e respirei fundo. — Quando eu soube de tudo o que o seu pai te faz, eu tive que aguentar ser chamada de traidora.— Eu não te chamei de traidora.— Mas insinuou a todo momento.— Isso não tem nada a ver, Liz.— Ah, não tem? —Baixou as mãos e o encarei.— Vamos tomar banho — convidou.— O quê?— Pare com isso, Liz, e venha — ordenou.— Você está maluco. — Ri, sem ânimo. — Quer saber, Henry? Vai à merda. Vai lá resolver tudo com Ketlin.— Liz, eu não te falei nada para a sua proteção.— Ah, q
LizO voo foi longo, acabei fazendo uma conexão forçada. Um dos motores do avião pegou fogo, fizemos um pouso forçado em um dos aeroportos que fazia conexão com a Alemanha. Estava morta.O que me deixou receosa foi que eu achei ter visto um homem parecido com o Patrick no aeroporto, só que um pouco mais velho e com alguns fios de cabelos brancos.Tentei abordá-lo para realmente tirar a dúvida, mas não consegui, e já tinha tempo que ele desaparecera. Não tínhamos notícias suas desde o coma do Henry, que foi causado por ele.***Já eram quase cinco da tarde. Peguei minha mala de mão e caminhei até a saída do aeroporto. Pedi um táxi e segui em direção ao hotel em que fiz a reserva.Aqui estava frio, não me atentei em olhar o clima. Droga!Liguei o meu celular e ele começou a vibrar sem parar. Olhei o visor do celular e tinha 40 chamadas e 20 mensagens do Henry. O desliguei para a decolagem e esqueci de ligar quando o avião estabilizou.Ele devia estar furioso. Isso era culpa dele. Se ti