HenryFomos até a mesa e fizemos os nossos pratos. Nos sentamos e começamos a comer. Até que foi bem tranquilo, o Hendrick era alegre e animava todo mundo. Quando terminamos de comer, nós três fomos para um dos quartos e começamos a organizar data, horário, local, quantidade e preço da mercadoria.Hendrick me pagava tudo de uma vez e eu me sentia satisfeito com a venda. Tinha certeza de que ele iria pegar mercadoria mais vezes para abastecer aqui no Brasil, então podia garantir que uma parceria forte acabava de começar. Abri a porta do quarto e dei espaço para eles saírem.— Tu não pode ir embora sem antes conhecer a quebrada — Farinha falou.— Está falando de Paraisópolis? — Rio.— Tô — Farinha disse.— Tudo aqui é diferenciado, vale a pena conhecer — Hendrick declarou.— Vamos, então — sugeri.Avisei à Liz que nós iríamos sair para conhecer a favela e ela ficaria na chácara com a Emily e as crianças. Entrei no carro com o Farinha e Hendrick, ele deu partida enquanto conversávamos so
LizTem alguns dias que voltamos do Brasil. Que lugar maravilhoso! Fui em algumas praias e fiquei meio receosa, pois as brasileiras eram lindas, e não iria negar que eu e o Henry observamos todas, embora pudesse parecer engraçado da nossa parte.As crianças amaram, até queriam voltar lá mais vezes, mas não era bem assim. Por enquanto, eles só poderiam ir se estivéssemos juntos, caso contrário não.Estava indo ao shopping com as meninas e a Paola, Bella tinha uma festa do pijama com alguns coleguinhas da escola. Henry não estava querendo que ela fosse, não foi fácil convencê-lo.— Como a Jenny está? — perguntei, enquanto olhamos algumas vitrines.— Eu não sei, tem momentos que ela volta a ser a menina doce que eu criei, e depois se revolta do nada. Já pensei em colocar alguns seguranças, sabe? Apenas para cuidar mais dela.— Ela pode relutar no começo, assim como a Bella e alguns dias atrás.— Como assim?— Pois é. — Ri ao me lembrar. — Essa semana ela chegou e disse para o Henry que n
Liz— Sentiu a minha falta? — Henry perguntou.— Você não imagina quanto. — Me sentia mais leve e segura com ele por perto.— Vamos, meu amor — Vicente falou para Francesca.— É claro. — Ela nos olhou toda sorridente. — Até sábado?Eu e o Henry nos olhamos.— Sim, até — Henry afirmei.Francesca saiu andando na frente e Vicente foi logo atrás. Esperei até os dois ficarem bem distante.— Como eles conseguem?— Consegue o quê, minha ragazza? — Henry se sentou ao meu lado.— Se casar com alguém bem mais velho que ela, e viver sob ameaças — afirmei.— Ameaças?— Sim, o Vicente ameaça tirar os filhos dela, caso se separem — falei, indignada.— Ragazza, isso são negócios de família — Henry falou com a maior naturalidade.— Isso nunca vai acontecer com os nossos filhos.— Precisamos conversar sobre isso. — Ele me encarou.— Nem vem me dizer que os nossos filhos vão ter casamentos arranjados? — A essa altura, meu tom de voz já estava um pouco alterado.— Vicente nos fez uma proposta. — Só agor
HenryChegamos em casa depois da chuva tensa.— Nossa, irmãozinho. — Hendrick riu quando me viu entrando em casa. — Cunhadinha, não conseguiram escapar?— Está zombando de mim? — perguntei e lhe dei um abraço.— Me solta. — Ele riu.Larguei o Hendrick e puxei a Liz pelo braço para subimos as escadas correndo.Ainda estava pensando sobre a proposta do Vicente. Era muito tentadora, mas o futuro da minha Pipoca estava em jogo. Eu não queria isso, sabia que o meu destino e o da Liz também fora assim, mas no final de tudo tivemos sorte.— O que está acontecendo? — Hendrick perguntou assim que entrou em meu escritório.— Estou pensando na proposta do Vicente — falei e massageei as têmporas.— Você ainda não me contou sobre isso.— Ele quer que a Bella se case com o Thomas, aí poderemos expandir os negócios.— Esse cara é louco?— Também acho.— Você tentou argumentar? — Hendrick perguntou enquanto enchia os nossos copos de uísque.— De todas as maneiras possíveis, mas ele não se deixa conve
Liz— E quando você ia me contar sobre isso? — Caminhou até o banheiro e o acompanhei. — Anda, Henry, me responda.— Estou contando agora.— Para de ser sarcástico — rebati. — Faz quanto tempo que vocês estão seguindo e que ainda não conseguiram pegar?— Um tempo depois do seu sequestro.— E você escondeu todo esse tempo? — Parou na porta do banheiro e me encarou, eu estava furiosa. — E depois vem dizer que ainda somos um casal?— Do que você está falando?— Henry. — Coloquei as duas mãos na cabeça e respirei fundo. — Quando eu soube de tudo o que o seu pai te faz, eu tive que aguentar ser chamada de traidora.— Eu não te chamei de traidora.— Mas insinuou a todo momento.— Isso não tem nada a ver, Liz.— Ah, não tem? —Baixou as mãos e o encarei.— Vamos tomar banho — convidou.— O quê?— Pare com isso, Liz, e venha — ordenou.— Você está maluco. — Ri, sem ânimo. — Quer saber, Henry? Vai à merda. Vai lá resolver tudo com Ketlin.— Liz, eu não te falei nada para a sua proteção.— Ah, q
LizO voo foi longo, acabei fazendo uma conexão forçada. Um dos motores do avião pegou fogo, fizemos um pouso forçado em um dos aeroportos que fazia conexão com a Alemanha. Estava morta.O que me deixou receosa foi que eu achei ter visto um homem parecido com o Patrick no aeroporto, só que um pouco mais velho e com alguns fios de cabelos brancos.Tentei abordá-lo para realmente tirar a dúvida, mas não consegui, e já tinha tempo que ele desaparecera. Não tínhamos notícias suas desde o coma do Henry, que foi causado por ele.***Já eram quase cinco da tarde. Peguei minha mala de mão e caminhei até a saída do aeroporto. Pedi um táxi e segui em direção ao hotel em que fiz a reserva.Aqui estava frio, não me atentei em olhar o clima. Droga!Liguei o meu celular e ele começou a vibrar sem parar. Olhei o visor do celular e tinha 40 chamadas e 20 mensagens do Henry. O desliguei para a decolagem e esqueci de ligar quando o avião estabilizou.Ele devia estar furioso. Isso era culpa dele. Se ti
HenryMe levantei cheio de ódio, peguei o meu celular e liguei para ela. Só que não me atendeu, sempre ia direto para caixa postal. Fui para o meu escritório, peguei um MacBook e usei um aplicativo que eu tinha para verificar em qual voo ela foi e em qual horário que ela chegaria lá, e também descobri em qual hotel ela iria ficar.Peguei a minha arma na gaveta da mesa da minha sala, pois sabia que a Ketlin parecia inofensiva, mas gostava de me prevenir.— Senhor, no... — Não deixei que ele terminasse a frase.— Prepare o jatinho agora, saímos em 10 minutos.— Considere-se feito, senhor.— Petter, Petter. — Fui correndo para a cozinha.— Ele está na garagem, senhor. — Uma das empregadas me falou.Fui até lá e o encontrei.— Petter, vamos — o chamei sem delongas.— Agora? — perguntou enquanto olhava o seu relógio no punho.— Sim, vou para Alemanha. — Ele apenas me olhou com a boca aberta. — Vou atrás da minha mulher. — Sem mais perguntas, caminhamos até a garagem.— Vai precisar de algu
Liz— Você realmente quer saber? — Ele apenas concordou com a cabeça.— Ela só me confirmou o que você já tinha me dito. — Dei de ombros.— Acho que alguém me deve desculpas — ele falou.— Não. Você não confiou em mim, então não merece.— Agora me conta o que aconteceu na sala dela. — Nos sentamos na cama.— Eu me apresentei, mas a recepcionista não queria me atender. Assim que eu disse quem era, ela rapidamente ligou para a Ketlin e em seguida eu subi.— Não achou muito arriscado?— Não. Por que? — Dei de ombros.— Você nunca veio para Alemanha, e nunca tinha conversado diretamente com a Ketlin.— Você acha que eu me deixo intimidar por pouco? — Ele riu. — Até parece que não me conhece, não é?— é isso que me assusta, eu te conheço e tenho medo quando você some, assim, do nada.— Eu sumi do nada?— Sim, Liz, você sabe que é perigoso você viajar assim, sem nenhuma segurança com você.— E você?— O que tem?— Cadê os seus seguranças?— Eu não me importo comigo. — Ele segurou o meu rost