John— Achei que você era mais esperta Liz. — Ri mais uma vez e apontei a arma em sua direção. — Vou te contar a minha história, acho justo você saber de tudo antes de morrer. — Ela não falou nada, apenas esperou que eu continuasse. — Tinha apenas 17 anos. Meu pai e o Rodolfo eram amigos, muito mais do que amigos, e fazia pouco tempo que tínhamos nos mudado para a Itália. Em umas das festas da máfia, eu a vi e foi amor à primeira vista. Eu nunca senti aquilo por nenhuma mulher, aqueles olhos verdes me encantaram. Ela usava um vestido verde que realçava a cor dos seus olhos; seu cabelo era claro e longo, cheio de ondas; e o seu sorriso era perfeito. Para a minha surpresa, ela era filha do maior mafioso da Itália. Quem se casasse com ela, herdaria quase todo o país. Mas eu tinha um pequeno problema: a timidez. Meu pai sempre brigava comigo por causa disso. — Fiz uma pausa e imitei a voz dele ao continuar: — Ele cochichou em meu ouvido: “John, ela é filha do dono de toda a Itália, se voc
John — Quer saber qual a sensação de ver alguém que você ama morrer? — Liz apenas me encarou e colocou as mãos na barriga. — Ah, esqueci que está grávida. Sabe o que vai ser melhor?— Não. — Sua voz saiu em um sussurro.— Henry ver a família dele morrer.— O quê?— É isso mesmo que você ouviu, a família dele morreu, mas acho que vou ser bonzinho com ele. — Cocei minha cabeça com a arma. — Vou deixar a Bella viva, acho que ele merece ficar com alguém. Não serei tão severo com ele como o Rodolfo foi comigo. Pensando bem, ele me deu o Pedro, e agora a Samantha vai dar a minha filha.— Você e a Sam?— Sim, Liz. A Sam é minha amante.— Mas e o Hendrick?— Ele foi apenas uma peça para o meu quebra-cabeça.— Não pode ser… e o Dante?— Precisávamos de uma garantia, e ela teve que engravidar dele. Para nossa tristeza, você engravidou.Sandra ainda estava calada, apenas absorvendo cada palavra minha.— Aí eu fiquei indeciso se mataria você ou a Bella, mas a pequena me lembra a minha Estela. É…
LizAs revelações de John mexeram muito comigo, eu nunca imaginei que ele tivesse passado por tudo aquilo e que muito menos seria capaz de fazer coisas terríveis, pois sua família sempre pareceu ser bem estruturada. E só de pensar que o Henry estava desconfiado do Martin, me fazia sentir um pouco mal.Minha mente estava a mil, estava pensando em um turbilhão de coisas.Por que a Morgana o estava ajudando?Como a Samantha estava? Não sei se deveria sentir raiva ou pena dela, mas ela também foi usada pelo John. O que ele ofereceu a ela para que fizesse isso?Nem imaginava como o Pedro ficaria quando soubesse de tudo isso.Hendrick devia estar tão mal, e com certeza ficaria pior quando ele souber que a filha não era dele.Rodolfo tinha alguns bordéis e Henry não sabia disso.Que porra estava acontecendo?— Toma. — Saí do meu devaneio quando ouvi Morgana falando com a Sandra. Estava sentada no chão ao seu lado. — Anda, toma isso antes que ele apareça. — Ela empurrava um comprimido na boca
Henry— Tem certeza de que esse plano dará certo? — Hendrick perguntou.Estávamos na sede da máfia, em minha sala. Havíamos traçado um plano, e hoje resgataríamos as mulheres da minha vida. Fui idiota em não perceber que o John estava por trás de tudo isso. Por que ele ainda não tinha tentado contato ou algo do tipo? Aquilo estava muito estranho. Me senti um fraco, o inimigo estava ao meu lado e eu não tinha percebido.— Por que não daria? — sibilei.Me levantei e caminhei até ele.— Não sei, continuo confuso com tudo o que aconteceu.— Acho melhor você ficar aqui. — Coloquei minhas mãos em seus ombros, tentando confortá-lo.— Também acho, menino — Petter concordou.— Não sei — sussurrei.— Fique — insisto. — Você passou por muita coisa. — Me afasto, caminhando em direção à janela.— Tudo bem — Sem dizer uma palavra a mais, ele sai.— Fred, quantos homens temos?— Senhor, temos… — Antes mesmo de terminar a frase, somos surpreendidos com a chegada do meu pai.— O que faz aqui? — pergun
LizO John apareceu todo descontrolado, não sei o que aconteceu entre ele e a Samantha, mas a única coisa que ele gritava era: “Maldito, Maldito, Maldito.” “Ele vai pagar por cada lágrima sua.” “Minha filha... Eu te odeio.“— Sabe, Liz… — Ele me encarou aos gritos. — Vamos ligar para o seu maridinho. — Não respondi uma palavra sequer, apenas o observava. Ele pegou o celular do bolso da jaqueta, apertou alguns números e em seguida começou. — Vamos ver qual será a reação dele.Após a ligação, John parecia atordoado, ele passava as mãos no rosto descontroladamente. Sandra começou a murmurar, a febre deveria estar alta. Mais uma vez, John ligou para alguém. — Eles já estão a caminho… — Fez uma pausa. — Isso, vamos recuar e depois continuarmos com o plano… — Mais uma vez ele fica em silêncio. — É hoje. — O sorriso toma conta do seu rosto assim que desliga o celular. — Precisamos nos retirar, mas antes que você vá — se levantou e guardou o celular —, te mandarei um presente — disse e
LizEstávamos no hospital.Precisei fazer alguns exames, e por sorte meus meninos estavam bem.— Liz? — Henry me chamou e quando olhei para porta. Ele estava com a nossa pequena nos braços, e ela está segurando uma das suas bonecas. Percebi que havia tomado banho, seus cabelos estavam molhados. — Diga “oi, mamãe”. — Ele a colocou em meu colo, senti o cheiro do seu perfume.Abracei minha Bella, e só por saber que ela estava bem, não consegui conter as lágrimas.— Oi, mamãe. — Murmurou quando a soltei do meu abraço. — Nu chola — disse enquanto passava uma de suas pequenas mãos em meu rosto.— É que a mamãe estava com muita saudade de você. — Seu riso me confortava. — Como você está, minha pequena? A mamãe estava com muita, mas muita saudade de você. — A abraçei outra vez.— Adê a vovó? — perguntou da Sandra, Henry e eu nos entreolhamos.— A vovó saiu com o vovô, mas logo eles estarão de volta. — Henry se sentou ao nosso lado da cama enquanto dizia.Bella continuava em meu colo e começou
Liz — O que faremos quando ela descobrir a verdade? — Henry e eu estávamos sentados na banheira cheia de espuma, comigo entre suas pernas.— Redobraremos a segurança — ele falou e enquanto ensaboava as minhas costas.Estava frio em Nova York, não queria voltar para Itália, pelo menos até que os gêmeos nascessem.— Você acha que ela vai querer vingança?— O que a faz pensar ao contrário? — Henry me puxou para que eu encostasse minhas costas em seu peito.— Eu não sei. — Respiro fundo. — Meu medo maior é que ela queira fazer algo contra as crianças, e ainda mais quando souber que a Jenny está viva.— Não vamos nos precipitar. — Ele beija meu ombro. — Agora a equipe está reforçada. Meu único medo é o Hendrick não dar conta.— Podemos cuidar disso por enquanto, ele poderia tirar umas férias. — Sugiro.— E a nossa lua de mel?— Até tinha me esquecido.— Precisamos de um tempo para nós — Henry falou.— Eu sei, mas seu irmão precisa mais do que nós.— Não sei se ele vai aceitar, ainda mais
LizHoje Samantha viria deixar o Dante para ficar com a gente no final de semana.Depois desse fim de semana com o Dante, Hendrick decidiu passar alguns meses no Brasil. Eu esperava que isso o fizesse bem. Até agora o Rodolfo não havia voltado.Kevlin não apareceu, Ketlin não se pronunciou sobre os acontecimentos. Até fiquei com medo, pois elas não davam ponto sem nó. Apesar da Ketlin dizer que não quer mais saber de rixas, não me sintia confortável com o silêncio dela, ainda mais com o sumiço da Kevlin.Ana e Pedro se casaram, mas não fizeram festa. Não fomos nem no jantar, a desculpa que demos foi que eu estava internada e que precisava de repouso. Do mesmo jeito que enviamos nosso presente, a lua de mel no Brasil, qud era o sonho da Ana, e tinha certeza de que isso ajudaria o Pedro a ficar mais leve, depois da morte do seu pai.— O Henry está? — Samantha pergunta assim que Dante sai correndo para brincar com a Bella.— Sim, eu estou. — Ele apareceu logo atrás de mim.— Podemos conv