LizOuvia a voz da Sandra, as tentativas de abrir meus olhos eram quase em vão, minha cabeça girava.Sentia um cheiro horrível, não sabia definir o que era, apenas sentia uma vontade imensa de vomitar.— Menina. — A voz da Sandra começou a ficar cada vez mais próxima.Tentei assimilar onde eu estava quando consegui abrir meus olhos, pisquei algumas vezes até me acostumar com a claridade, a primeira coisa que fiz foi colocar minhas mãos em minha barriga. Senti um alívio, pois sabia que os gêmeos estavam bem.Meus olhos varreram o lugar, tinha apenas duas lâmpadas e uma delas estavam bem acima de mim, o lugar era gelado e úmido, as paredes eram de pedras, havia uma goteira em algum lugar, pois o barulho era alto o suficiente para saber da sua existência, percebi que estava em um galpão.— Menina, você está bem? — Meus olhos encontraram o da Sandra.Escorria sangue pelo seu rosto, meu coração despedaçou vê-la daquele jeito.— Sandra, o que fizeram com você? — Tento me levantar, mas algo
John— Achei que você era mais esperta Liz. — Ri mais uma vez e apontei a arma em sua direção. — Vou te contar a minha história, acho justo você saber de tudo antes de morrer. — Ela não falou nada, apenas esperou que eu continuasse. — Tinha apenas 17 anos. Meu pai e o Rodolfo eram amigos, muito mais do que amigos, e fazia pouco tempo que tínhamos nos mudado para a Itália. Em umas das festas da máfia, eu a vi e foi amor à primeira vista. Eu nunca senti aquilo por nenhuma mulher, aqueles olhos verdes me encantaram. Ela usava um vestido verde que realçava a cor dos seus olhos; seu cabelo era claro e longo, cheio de ondas; e o seu sorriso era perfeito. Para a minha surpresa, ela era filha do maior mafioso da Itália. Quem se casasse com ela, herdaria quase todo o país. Mas eu tinha um pequeno problema: a timidez. Meu pai sempre brigava comigo por causa disso. — Fiz uma pausa e imitei a voz dele ao continuar: — Ele cochichou em meu ouvido: “John, ela é filha do dono de toda a Itália, se voc
John — Quer saber qual a sensação de ver alguém que você ama morrer? — Liz apenas me encarou e colocou as mãos na barriga. — Ah, esqueci que está grávida. Sabe o que vai ser melhor?— Não. — Sua voz saiu em um sussurro.— Henry ver a família dele morrer.— O quê?— É isso mesmo que você ouviu, a família dele morreu, mas acho que vou ser bonzinho com ele. — Cocei minha cabeça com a arma. — Vou deixar a Bella viva, acho que ele merece ficar com alguém. Não serei tão severo com ele como o Rodolfo foi comigo. Pensando bem, ele me deu o Pedro, e agora a Samantha vai dar a minha filha.— Você e a Sam?— Sim, Liz. A Sam é minha amante.— Mas e o Hendrick?— Ele foi apenas uma peça para o meu quebra-cabeça.— Não pode ser… e o Dante?— Precisávamos de uma garantia, e ela teve que engravidar dele. Para nossa tristeza, você engravidou.Sandra ainda estava calada, apenas absorvendo cada palavra minha.— Aí eu fiquei indeciso se mataria você ou a Bella, mas a pequena me lembra a minha Estela. É…
LizAs revelações de John mexeram muito comigo, eu nunca imaginei que ele tivesse passado por tudo aquilo e que muito menos seria capaz de fazer coisas terríveis, pois sua família sempre pareceu ser bem estruturada. E só de pensar que o Henry estava desconfiado do Martin, me fazia sentir um pouco mal.Minha mente estava a mil, estava pensando em um turbilhão de coisas.Por que a Morgana o estava ajudando?Como a Samantha estava? Não sei se deveria sentir raiva ou pena dela, mas ela também foi usada pelo John. O que ele ofereceu a ela para que fizesse isso?Nem imaginava como o Pedro ficaria quando soubesse de tudo isso.Hendrick devia estar tão mal, e com certeza ficaria pior quando ele souber que a filha não era dele.Rodolfo tinha alguns bordéis e Henry não sabia disso.Que porra estava acontecendo?— Toma. — Saí do meu devaneio quando ouvi Morgana falando com a Sandra. Estava sentada no chão ao seu lado. — Anda, toma isso antes que ele apareça. — Ela empurrava um comprimido na boca
Henry— Tem certeza de que esse plano dará certo? — Hendrick perguntou.Estávamos na sede da máfia, em minha sala. Havíamos traçado um plano, e hoje resgataríamos as mulheres da minha vida. Fui idiota em não perceber que o John estava por trás de tudo isso. Por que ele ainda não tinha tentado contato ou algo do tipo? Aquilo estava muito estranho. Me senti um fraco, o inimigo estava ao meu lado e eu não tinha percebido.— Por que não daria? — sibilei.Me levantei e caminhei até ele.— Não sei, continuo confuso com tudo o que aconteceu.— Acho melhor você ficar aqui. — Coloquei minhas mãos em seus ombros, tentando confortá-lo.— Também acho, menino — Petter concordou.— Não sei — sussurrei.— Fique — insisto. — Você passou por muita coisa. — Me afasto, caminhando em direção à janela.— Tudo bem — Sem dizer uma palavra a mais, ele sai.— Fred, quantos homens temos?— Senhor, temos… — Antes mesmo de terminar a frase, somos surpreendidos com a chegada do meu pai.— O que faz aqui? — pergun
LizO John apareceu todo descontrolado, não sei o que aconteceu entre ele e a Samantha, mas a única coisa que ele gritava era: “Maldito, Maldito, Maldito.” “Ele vai pagar por cada lágrima sua.” “Minha filha... Eu te odeio.“— Sabe, Liz… — Ele me encarou aos gritos. — Vamos ligar para o seu maridinho. — Não respondi uma palavra sequer, apenas o observava. Ele pegou o celular do bolso da jaqueta, apertou alguns números e em seguida começou. — Vamos ver qual será a reação dele.Após a ligação, John parecia atordoado, ele passava as mãos no rosto descontroladamente. Sandra começou a murmurar, a febre deveria estar alta. Mais uma vez, John ligou para alguém. — Eles já estão a caminho… — Fez uma pausa. — Isso, vamos recuar e depois continuarmos com o plano… — Mais uma vez ele fica em silêncio. — É hoje. — O sorriso toma conta do seu rosto assim que desliga o celular. — Precisamos nos retirar, mas antes que você vá — se levantou e guardou o celular —, te mandarei um presente — disse e
LizEstávamos no hospital.Precisei fazer alguns exames, e por sorte meus meninos estavam bem.— Liz? — Henry me chamou e quando olhei para porta. Ele estava com a nossa pequena nos braços, e ela está segurando uma das suas bonecas. Percebi que havia tomado banho, seus cabelos estavam molhados. — Diga “oi, mamãe”. — Ele a colocou em meu colo, senti o cheiro do seu perfume.Abracei minha Bella, e só por saber que ela estava bem, não consegui conter as lágrimas.— Oi, mamãe. — Murmurou quando a soltei do meu abraço. — Nu chola — disse enquanto passava uma de suas pequenas mãos em meu rosto.— É que a mamãe estava com muita saudade de você. — Seu riso me confortava. — Como você está, minha pequena? A mamãe estava com muita, mas muita saudade de você. — A abraçei outra vez.— Adê a vovó? — perguntou da Sandra, Henry e eu nos entreolhamos.— A vovó saiu com o vovô, mas logo eles estarão de volta. — Henry se sentou ao nosso lado da cama enquanto dizia.Bella continuava em meu colo e começou
Liz — O que faremos quando ela descobrir a verdade? — Henry e eu estávamos sentados na banheira cheia de espuma, comigo entre suas pernas.— Redobraremos a segurança — ele falou e enquanto ensaboava as minhas costas.Estava frio em Nova York, não queria voltar para Itália, pelo menos até que os gêmeos nascessem.— Você acha que ela vai querer vingança?— O que a faz pensar ao contrário? — Henry me puxou para que eu encostasse minhas costas em seu peito.— Eu não sei. — Respiro fundo. — Meu medo maior é que ela queira fazer algo contra as crianças, e ainda mais quando souber que a Jenny está viva.— Não vamos nos precipitar. — Ele beija meu ombro. — Agora a equipe está reforçada. Meu único medo é o Hendrick não dar conta.— Podemos cuidar disso por enquanto, ele poderia tirar umas férias. — Sugiro.— E a nossa lua de mel?— Até tinha me esquecido.— Precisamos de um tempo para nós — Henry falou.— Eu sei, mas seu irmão precisa mais do que nós.— Não sei se ele vai aceitar, ainda mais