LizEnquanto eu ouvia a voz da Sandra, minhas tentativas de abrir os olhos eram quase em vão, tudo ao meu redor girava.Um cheiro horrível invadia minhas narinas, sem conseguir definir o que era, apenas sentia uma vontade imensa de vomitar.— Menina. — A voz da Sandra começou a ficar cada vez mais próxima.Tentei assimilar onde eu estava quando enfim consegui abrir meus olhos. Pisquei algumas vezes até me acostumar com a claridade do local. A primeira coisa que fiz foi colocar as mãos na minha barriga, buscando me certificar de que meus gêmeos estavam bem. Senti um alívio ao perceber que nada havia acontecido com eles.Meus olhos espreitaram o lugar. Tinha apenas duas lâmpadas e uma delas estavam bem acima de mim. O lugar era gelado e úmido, as paredes feitas de pedras me fizeram perceber que estava em uma espécie galpão. Havia uma goteira em algum lugar, pois o barulho era alto o suficiente para que eu percebesse a sua existência.— Menina, você está bem? — Meus olhos encontraram os
HenryAssim que meu pai adormeceu, decidi ir atrás de mais informações.Tomei um banho rápido, vesti um dos meus ternos preferidos, peguei meu Rolex e percebi que passava das 8h da manhã.Pedi para Hendrick ficar em casa e manter a postura quando Samantha voltasse.Já tinha algumas pistas, decidi ir até a casa do John, pois precisava de ajuda.Estacionei na frente da casa deles, respirando fundo. Precisava manter a postura, não podia demonstrar que desconfiava do que havia acontecido.Desci do carro, ajeitei meu terno e caminhei em passos largos até a porta. Não demorou muito para que Joana abrisse a porta, assim que toquei a campainha.— Menino. — Me recebeu com os braços abertos. — Não era para você estar em lua de mel? — Senti um alívio quando ela me soltou.Havia se passado quase 24 horas do momento em que disse “sim” para Liz.— Resolvemos adiar. —— Tentei manter a calma. —— Devido às crianças.— Ah, eu entendo. —— Sorri. —— Entre.— Obrigado.Joana me dá passagem para que eu ent
HenrySaí de lá sem que ninguém percebesse, fui até a recepção e perguntei por Paola. A recepcionista me informou em qual quarto ela estava, e fui direto para lá.Abri a porta com cuidado, percebi que ela estava acordada e olhando pela janela do quarto. Sua cabeça estava enfaixada.— Henry. — Ela me encarou quando percebeu a minha presença.— Como você está? — Me sentei na poltrona enquanto perguntava.— Eu estava grávida. — As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.— Eu sinto muito. — Fiz uma pausa. — Lembra do que aconteceu?— Mais ou menos. — Franziu o cenho. — Estava comendo uns docinhos com a Bella, e sem querer o John esbarrou em nós. — Ela fez uma pausa também e mordeu os lábios, tentando se lembrar do que tinha acontecido. — Fomos ao banheiro, pois tinha derrubado suco no meu vestido, e nesse momento eu senti uma cólica forte, mas ignorei. — As lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto. — Entramos no banheiro. Quando peguei a Bella no colo, alguém abriu a porta com tu
LizOuvia a voz da Sandra, as tentativas de abrir meus olhos eram quase em vão, minha cabeça girava.Sentia um cheiro horrível, não sabia definir o que era, apenas sentia uma vontade imensa de vomitar.— Menina. — A voz da Sandra começou a ficar cada vez mais próxima.Tentei assimilar onde eu estava quando consegui abrir meus olhos, pisquei algumas vezes até me acostumar com a claridade, a primeira coisa que fiz foi colocar minhas mãos em minha barriga. Senti um alívio, pois sabia que os gêmeos estavam bem.Meus olhos varreram o lugar, tinha apenas duas lâmpadas e uma delas estavam bem acima de mim, o lugar era gelado e úmido, as paredes eram de pedras, havia uma goteira em algum lugar, pois o barulho era alto o suficiente para saber da sua existência, percebi que estava em um galpão.— Menina, você está bem? — Meus olhos encontraram o da Sandra.Escorria sangue pelo seu rosto, meu coração despedaçou vê-la daquele jeito.— Sandra, o que fizeram com você? — Tento me levantar, mas algo
John— Achei que você era mais esperta Liz. — Ri mais uma vez e apontei a arma em sua direção. — Vou te contar a minha história, acho justo você saber de tudo antes de morrer. — Ela não falou nada, apenas esperou que eu continuasse. — Tinha apenas 17 anos. Meu pai e o Rodolfo eram amigos, muito mais do que amigos, e fazia pouco tempo que tínhamos nos mudado para a Itália. Em umas das festas da máfia, eu a vi e foi amor à primeira vista. Eu nunca senti aquilo por nenhuma mulher, aqueles olhos verdes me encantaram. Ela usava um vestido verde que realçava a cor dos seus olhos; seu cabelo era claro e longo, cheio de ondas; e o seu sorriso era perfeito. Para a minha surpresa, ela era filha do maior mafioso da Itália. Quem se casasse com ela, herdaria quase todo o país. Mas eu tinha um pequeno problema: a timidez. Meu pai sempre brigava comigo por causa disso. — Fiz uma pausa e imitei a voz dele ao continuar: — Ele cochichou em meu ouvido: “John, ela é filha do dono de toda a Itália, se voc
John — Quer saber qual a sensação de ver alguém que você ama morrer? — Liz apenas me encarou e colocou as mãos na barriga. — Ah, esqueci que está grávida. Sabe o que vai ser melhor?— Não. — Sua voz saiu em um sussurro.— Henry ver a família dele morrer.— O quê?— É isso mesmo que você ouviu, a família dele morreu, mas acho que vou ser bonzinho com ele. — Cocei minha cabeça com a arma. — Vou deixar a Bella viva, acho que ele merece ficar com alguém. Não serei tão severo com ele como o Rodolfo foi comigo. Pensando bem, ele me deu o Pedro, e agora a Samantha vai dar a minha filha.— Você e a Sam?— Sim, Liz. A Sam é minha amante.— Mas e o Hendrick?— Ele foi apenas uma peça para o meu quebra-cabeça.— Não pode ser… e o Dante?— Precisávamos de uma garantia, e ela teve que engravidar dele. Para nossa tristeza, você engravidou.Sandra ainda estava calada, apenas absorvendo cada palavra minha.— Aí eu fiquei indeciso se mataria você ou a Bella, mas a pequena me lembra a minha Estela. É…
LizAs revelações de John mexeram muito comigo, eu nunca imaginei que ele tivesse passado por tudo aquilo e que muito menos seria capaz de fazer coisas terríveis, pois sua família sempre pareceu ser bem estruturada. E só de pensar que o Henry estava desconfiado do Martin, me fazia sentir um pouco mal.Minha mente estava a mil, estava pensando em um turbilhão de coisas.Por que a Morgana o estava ajudando?Como a Samantha estava? Não sei se deveria sentir raiva ou pena dela, mas ela também foi usada pelo John. O que ele ofereceu a ela para que fizesse isso?Nem imaginava como o Pedro ficaria quando soubesse de tudo isso.Hendrick devia estar tão mal, e com certeza ficaria pior quando ele souber que a filha não era dele.Rodolfo tinha alguns bordéis e Henry não sabia disso.Que porra estava acontecendo?— Toma. — Saí do meu devaneio quando ouvi Morgana falando com a Sandra. Estava sentada no chão ao seu lado. — Anda, toma isso antes que ele apareça. — Ela empurrava um comprimido na boca
Henry— Tem certeza de que esse plano dará certo? — Hendrick perguntou.Estávamos na sede da máfia, em minha sala. Havíamos traçado um plano, e hoje resgataríamos as mulheres da minha vida. Fui idiota em não perceber que o John estava por trás de tudo isso. Por que ele ainda não tinha tentado contato ou algo do tipo? Aquilo estava muito estranho. Me senti um fraco, o inimigo estava ao meu lado e eu não tinha percebido.— Por que não daria? — sibilei.Me levantei e caminhei até ele.— Não sei, continuo confuso com tudo o que aconteceu.— Acho melhor você ficar aqui. — Coloquei minhas mãos em seus ombros, tentando confortá-lo.— Também acho, menino — Petter concordou.— Não sei — sussurrei.— Fique — insisto. — Você passou por muita coisa. — Me afasto, caminhando em direção à janela.— Tudo bem — Sem dizer uma palavra a mais, ele sai.— Fred, quantos homens temos?— Senhor, temos… — Antes mesmo de terminar a frase, somos surpreendidos com a chegada do meu pai.— O que faz aqui? — pergun