— Sr. Allan? Você está acordado? — Eu sinto o som acústico do piano, tocando na sala de jantar e, acordo assustado, removendo os óculos escuros do rosto.
— Harold... é claro que estou acordado — vasculhei o puré de batatas, observando meu pai, que ainda tocava o maldito piano.
Bocejei sonolento, evitando pregar os olhos.
— Então, meu filho. Como foi sua despedida de solteiro? — Meu pai sorri com convicção, levantando-se do piano — Deve ter sido bom. Ouvi, que eras o homem mais gentil, na festa de Violeta. Quantas merdas você comprou?
Os olhos de minha irmã mais nova se arregalaram. Ela encheu a colher de comida e colocou-a na boca.
— Eles não são merdas, são obras de arte— Olhei para a parede do salão.
— Para mim, são apenas insanidades— ele puxou uma cadeira e sentou-se— Quantos foram pintadas nuas? 12?
— Foram 15 meu pai. Quinze mulheres bonitas, ficaram sem seus adornos para mim.
Eu pesquei de novo.
Desta vez batendo meu rosto no prato de comida.
— Maldito seja o dia, em que você nasceu, Allan! — Meu pai blasfemou— Comporte-se pelo menos na frente de Maria, que é sua irmã!
Eu me levanto sujo de comida.
Olhei para minha irmã, que poderia facilmente comer toda a comida, enquanto nosso pai e eu discutíamos.
— Perdoe-me, Maria. Eu esqueci completamente, que você nem sabe, de onde vieram os bebês. Um milhão de perdões.
Eu dou uma risada sarcástica, vendo todos me olharem com olhos nojentos.
— Maria! — Frederick exclamou. — Vá para o jardim.
— Mas, meu pai! Não quero ir para lá. Eu quero terminar meu almoço, vocês dois discutem seus problemas em outro lugar. — Maria respondeu. Com um olhar furioso o meu pai suspirou profundamente. Ela bateu nos pés, mas acabou saindo.
Antes de sair, agarrou uma coxa de frango e colocou na boca.
— Se ela continuar comendo assim, nunca arranjara um noivo para ela— Provoquei meu pai, vendo que aquilo o irritava. Pois, Maria, sempre foi sua queridinha.
Houve um silêncio entre nós, então toquei em nosso último tratado.
— Seja feliz! Meu pai, seu querido filho vai se casar— disse eu, abrindo um sorriso de deboche.
Ele aperta os punhos, controlando-se para não me bater.
— O que você quer dizer? — Frederick se faz de bobo.
— Oras, de sua nora. Eu tive minha escolha, não era esse o nosso negócio? — perguntei.
— Espero que ela não seja nobre ou você perderá tudo o que ganhou de mim— remexeu a comida no prato— Por acaso, procurou entre as filhas de meus sócios? São garotas de classes média, não tão ricas, mas também não tão pobres.
— Bem, pois então sorria! Ela é uma coisinha grotesca e, muitos dizem, que dificilmente pode ler— Eu disse a ele, que parecia estar duvidando— Eu espero que esteja treinando para ser pobre, porque eu terei tudo o que pertence a você.
— Mesmo que ela for pobre, como você pode ser fiel por um ano inteiro? — ele deu gargalhadas— Você não sabe controlar o pinto.
Eu corto meu bife o colocando na boca com as mãos.
— Estes são meus méritos, não seus!
— Allan, espero que esteja ciente do que está fazendo— Meu pai se levantou, jogando o guardanapo sobre a mesa. Sem olhar para trás, ele caminhou até a porta e saiu sem dizer adeus.
Eu tinha feito a escolha certa.
(...)
As nuvens encontraram o sol de Darlan, tornando nevoento e frio, aquela tortuosa tarde.
Os criados cuidavam da casa e eu me aproximei da lareira para pensar. Qual desculpa, inventaria, para o pai da pobre mulher, deixar-me casar-se com sua filha?
Enquanto fumava meu cigarro, ouvi bater à minha porta e ordenei que entrasse.
— Sr. Melarque. Posso dirigir-me a você? — Harold perguntou.
— Prossiga... — indaguei.
— Eu tenho a informação, sobre aquela garota, que você me pediu que investigasse. Quer que eu conte agora ou mais tarde?
— Que pergunta tola, Harold! É assim, que você pretende tratar, a minha futura esposa? Deixando isso de lado?
— Perdão senhor, eu só pensei que...
— Eu não te pago para pensar, apenas para obedecer a minhas ordens. Vá em frente, o que você descobriu sobre a besta?
Harold abaixou a cabeça e caminhou até o centro do quarto. Manteve-se sua altura e continuou:
— O nome dela é Belly. Se fosse em outra ocasião, demoraria meses para encontrá-la, mas devido ao ocorrido de ontem...
— Desembucha criado!!! — rosnei.
— Descobri que seu irmão caçula, foi chicoteado ontem, por alguns Guardas— o criado contou e me lembrei da situação.
— Ele matou alguém? — Perguntei curioso.
— Não senhor, roubou um cesto de pães e dividiu com mais três colegas— Harold pareceu comovido -Um ato... Nobre, mas que o gerou sérias feridas.
— Não me venha com jogos sentimentais! Conte- me logo, onde ela mora? É casada? Viúva? Quantos anos tem? — Harold abaixou a cabeça e caminhou até o centro da sala.
Ele manteve a altura e prosseguiu:
— Nenhuma das opções, senhor. A menina é solteira, dizem ter cerca de dezenove ou vinte anos, porém muito selvagem e, duvido, que seja fácil de controlar.
— Agora, você vai me ensinar como controlar uma mulher? Eu não me importo se ela é selvagem ou não, gosto de desafios. Só quero que ela seja minha esposa, isso é tudo.
— Mesmo se ela concordar, levará muito tempo. — Harold disse — A menina sabe pouco da civilização, ela vive em uma cabana no bosque, raramente pode ser visto na cidade.
— Bem, eu já vi duas vezes e não acho que será o nosso último encontro.
— Senhor, há outro assunto que eu o quero contar. Você tem tempo para me ouvir? — Harold perguntou cauteloso.
— Sim, diga imediatamente. — ordenei.
— É a preparação do jantar de Natal. A quem devemos convidar?
— Estamos no segundo dia do mês... — rosnei— Por que todos idolatram tanto essas festas?
Eu calculo um número mentalmente, ninguém da minha família viria.
— Mantenha a lista do ano passado. Acabei de fazer um ajuste.
— Qual? — ele questionou.
— Acrescente meu pai e minha irmã. Eu quero que estejam presentes, quando anunciar que me casei.
Um Ô apareceu na boca do servo e ele se perguntou sobre o tempo.
Faltava pouco para o Natal e eles teriam que dobrar o trabalho.
— Senhor, tens certeza? — disse confuso.
— Mas é claro que tenho! — Cerrei os punhos. — Faça o que mandei, já lhe disse!
— Tudo bem, eu vou fazer tudo acontecer magnificamente. — o criado respondeu.
— Ah, antes de partir, vá para os estábulos e prepare meu cavalo. — Eu olhei para o horizonte lá fora calculando meu futuro— Vou visitar Belly e sua família mais tarde.
— Prepararei tudo, senhor.
Pensei muito no meu triunfo sobre o meu pai.
Gostaria de ganhar a aposta.
Eu o faria ser pobre.
Além disso, iria me aventurar por um ano, com uma menina pobre e inocente do campo. Não poderia ser tão ruim....
Olhei para o derredor do estábulo e meu cavalo estava pronto para montá-lo.— Sr. Melarque. Que horas irás voltar? Harold perguntou, entregando meu casaco e minha pasta.— Prepare um bom banquete— respondi pondo as luvas— Minha futura esposa, ficará conosco está noite.Ele me encarou cético.— Senhor, perdoa-me. Mas, como podes ter tanta certeza, de que a rapariga aceitará o teu pedido?— Oras, eu sou Allan Melarque! Nenhum homem nesta província, é tão poderoso quanto eu sou— Puxei um sorriso- Sei quem eu sou e, na posição em que estou, não há tantos "não" para mim.Eu estava convencido e puxei as rédeas do cavalo manchado. Não me importava o que a camponesa sentia ou não. Na minha cabeça, havia apenas duas opções: ela seria minha esposa por bem ou por mal
O olhar dela foi desesperador. Sua respiração alterada me fez pensar, que certamente, ela estava morrendo de raiva, por me ouvir dizer que era noivo dela.– Quem é Você? — O seu pai perguntou confuso– O que você quer dizer com noivo?— Ele não é meu noivo, papai! —Belly rosnou para mim como um animal feroz.— Que honra encontrar pessoalmente meu sogro—Estendi a mão para a sua e me aproximei mais.— Belly, você nunca me disse que estava noiva. Estás namorando as escondidas? — O homem perguntou.— Meu senhor, sua filha é uma moça adorável. Ficarei honrando em tê-la como minha esposa.— Tu estás grávida? Belly, me diga a verdade, este senhor engravidou você? -Seu pai a perguntou, mas ela ficou sem reação.— Sim! Sim! Ela está gr
— Belly On —Não foi um príncipe que veio buscar-me. E sim o próprio diabo! Montado no cavalo negro do inferno, roubou minha vida e me fez sua prisioneira. No momento em que ele me levantou para o céu e, sentou-me no seu cavalo, senti a minha vida acabar. Odeio cafajestes. Principalmente os engomados como o Sr. Melarque. As pessoas morrem em Darlan. Elas morrem de fome e, as crianças pobres são chicoteadas. Enquanto os ricos, eles comem e apreciam do nosso trabalho.O Sr. Melarque tinha me capturado e o pior de tudo, é que meu pai, aceitou que eu fosse embora. Ele me disse as palavras: “Este é teu destino agora”. As que eu pensei que jamais me diria.Cavalgamos pela floresta em direção a cidade.O imbecil era grotesco, fazia com que o cavalo corresse, apenas para me ver segurá-lo firme na cintura.Quando chegamos em sua
—Belly On—Mantive minha cabeça baixa durante o jantar. Ali, espremida entre Melarque e seus criados, senti que a maioria deles olhavam para mim intimistas. Para eles, eu era uma mulher singela, de fato eu era uma mulher pobre, mas não os deixaria descobrir minhas fraquezas. Eu não comi um grão sequer. O meu estômago remexia de fome e a comida parecia muito apetitosa, mas eu permaneci corajoso na frente deles.Após o falhado jantar, fui levada para meu quarto. Tudo estava tão limpo ... Me deitei na cama e pude sentir a seda contra o meu corpo. Uma cama de madeira pura, impecáveis lençóis e travesseiros que apreciam como pena de semáforo também aconchegantes.... Tudo longe do que tive um dia.A janela aberta no meu quarto, fazia o ar frio entrar. Porém, não parecia tão mortal, quanto a da cabana. Eu nunca tinha sentido um ar frio, que não p
Mais um dia nascia na provínciade Darlan. Acordei com o corpo nu de uma mulher e não sabia ao certo de quem se tratava. Estiquei minha mãoaté o corpo e vi que se tratava de Madame Violeta, tinha esquecido da noite que tivemos. Ela me deu o que eu precisava: prazer e nada mais.Movi os dedos para debaixo dos lenções e toquei sua intimidade. Ela enrijeceu a virilha e abriu os olhos, dando-me a visão de suas íris perversas. Lembrei-me de como fora bom, penetrá-la de quatro, em minha cama.— Bom dia... — a madame disse, sorrindo maliciosa— A nossa noite foi a melhor de todas... —Ela tocou os meus lábios.Penetrei-a com dois dedos e ouvi-a sussurrar pelo meu nome.— Adoro usufruir deste corpo. Mas, levante desta cama e suma! — retirei os dedos e sorri para vagabunda. Levantei-me da cama e procurei por minhas roupas.A madame capturou meu membro com as mãos e impediu-me de continuar a vestir-me.— Nós poderíamos fugir, Allan. — disse benevol
— Belly On— Eu não o suporto. Parece dramático, mas eu prefiro a morte do que ter que me casar com este demônio. Ofegante, grunhi de raiva. Como meu pai, poderia ter me vendido por dez moedas? Talvez, eu estivesse sendo um fardo? Ou ele não podia suportar os comentários sobre o passado ... O meu passado esconde vários segredos, um deles, é a questão de que não sou mais virgem. Oh! Senhor Allan.... você terá uma grande descoberta, quando seu ato for consumado e ver que eu já não sou virgem. Será a minha vingança, já que isto é apenas um jogo miserável. Eu sou parte de um jogo. — Você é surda? — Ele grita na minha orelha. — Não, infelizmente não sou— disse eu, baixando a cabeça. — Bem, então, sua miserável, tenha cuidado. Você me pertence, é minha agora...Eu posso fazer o que quiser com você! — Ele se aproximou de mim colocando seus dedos longos no meu pescoço. Eu tenho medo, mas quero ver o quão longe ele vai. O Sr. Melarque deixa c
Toda ação humana, quer se torne positiva ou negativa, deve depender de uma motivação para que funcione. E, a minha motivação, é o sofrimento dos outros.Pequenos raios de sol, refletiam no cabelo dela, e as órbitas verdes de seus olhos despertavam medo e ingenuidade. Belly me odiaria por um ano, porém não me importava com isso. A sua face estava pálida e seus lábios ressecados. Fiquei instigando-me: Quais seriam os seus pensamentos? Depois da cerimônia, os criados dirigiram meu pai e minha irmã para a sala de jantar. Fiquei surpreso com a velocidade em que os criados conseguiram organizar tudo, talvez devesse dar um aumento.... Não foi fácil convencer o reverendo de que eu precisava me casar, o mais rápido que pudesse. Ordenei para organizarem o lugar com algumas das minhas imagens, bem como pinturas incandescentes e objetos peculiares. O meu pai ficaria a
— Tire as roupas, está surda? – perguntei novamente. Ela olhou para mim assustada.Belly não disse uma palavra, apenas me observou.Seu medo era notável.— Querida, você pode tirar suas roupas, por favor? Ou quer que eu os remova, quero dizer, tire-os a força de você? – comecei a abrir minha camisa, tirando o laço e suspensórios. Cauteloso, tentei me aproximar dela. E com os passos, ela afastou-se de mim— Belly, Belly ... Por que fugir? Você não tem saída— sorri um sorriso amarelo–Tu és a minha esposa agora, deves obediência a mim. Então, se estou mandando que tire a droga das suas roupas, deve obedecer.Belly olhou para porta e percebi seu plano de fuga. Com os olhos cerrados, nós dois nos encaramos. Ela correu para a porta, mas eu consegui alcançá-la. Agarrei sua cintura, colocando s